O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou uma série de iniciativas para melhor a prevenção de ataques de tubarão no Recife. O órgão notou deficiências dos serviços de acompanhamento e atendimento de urgência aos frequentadores das praias.
Segundo o MPPE, o público estaria exposto por causa da falta de ações educativas, esparsa sinalização dos pontos de risco e baixo efetivo do Grupamento de Bombeiros Marítimo (GBMar). Dados da Secretaria de Defesa Social apontam que entre 300 e 500 mil pessoas frequentam as praias da Região Metropolitana do Recife (RMR) nos finais de semana.
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Entre as recomendações, estão a realização de concurso público para atender à demanda do GBMar – o Corpo de Bombeiros já respondeu que está providenciando a abertura de certamente; e a promoção de campanhas publicitárias e trabalhos de educação ambiental para orientar banhistas e praticantes de esportes aquáticos.
Outra recomendação foi a análise do Governo de Pernambuco de instituir pensão e um programa de amparo às vítimas de ataques de tubarão. O programa serviria para custear serviços médicos, oferecer assistência psicológica e estimular a reinserção dessas pessoas no mercado de trabalho.
Ao Corpo de Bombeiros, também foi solicitado que aumente o número de postos fixos de guarda-vidas na orla, além da equipar o GBMar com todos os instrumentos necessários à proteção aquática, como barcos e Jet skis equipados com repelentes eletrônicos de tubarões. A corporação ainda deve reformular os procedimentos de socorro às vítimas fora da água e providenciar área adequada para o pouso de helicóptero na orla do Recife para reduzir o tempo de deslocamento das vítimas às unidades de saúde.
Para o serviço de salvamento do GBMar, o MPPE recomendou que seja ampliada a quantidade de boias de sinalização no mar e de bandeiras vermelhas em terra que delimitem as áreas de risco. Também deve ser empregado o poder de polícia para evitar a presença de banhistas nas áreas de risco.
O promotor de Justiça Ricardo Coelho cobrou a instalação de telas de proteção nos pontos da orla onde há correntes de retorno. O Comitê Estadual de Monitoramento de Incidente com Tubarão (Cemit) deverá realizar estudos para analisar a viabilidade de instalar os equipamentos.
O MPPE também fez recomendações ao município do Recife, que deverá criar na Guarda Municipal um grupo de salvamento para atuar nas praias e promover o ordenamento urbano para delimitar as áreas adequadas para banho e esportes. Já a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) e a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) foram recomendadas a agirem para evitar o descarte de resíduos em corpos de água e no mar, que causam desequilíbrio ambiental e o aumento nos caso de ataques de tubarão.