O senador Armando Monteiro Neto (PTB) afirmou, nesta terça-feira (26), que o governo do presidente em exercício Michel Temer (PMDB) adotou “posições frouxas” em relação à área fiscal. Para o ex-ministro da extinta pasta de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior “não há como fugir” do aumento de impostos ao contrário do que vem pregando o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ao dizer que isso só acontecerá “em último caso” e de forma “pontual”.
“O que a gente verifica é que eles estão, por conta da interinidade, estão escondendo algumas posturas. Por exemplo, vai ter aumento de imposto. Não há como fugir. Agora há uma estratégia de deixar esta decisão para depois da votação [do processo de impeachment]. Isso está contratado, vai ter aumento de imposto, não tem como não fazer”, analisou o petebista.
##RECOMENDA##Sob a ótica de Armando, a gestão peemedebista está evitando “criar arestas” com alguns seguimentos ao liberar alguns contingenciamentos operados pela presidente afastada Dilma Rousseff (PT).
“Em relação a algumas medidas da área fiscal, o governo teve posições muito frouxas, diria que contraditórias a um governo que quer promover um ajuste fiscal. Veja, por exemplo, a questão da renegociação da dívida dos estados, o atendimento de muitas demandas salariais dos servidores, o que há é uma espécie de gestão política da interinidade. Eles têm que fazer média, contemplar alguns seguimentos, não pode criar arestas”, salientou. “Depois que passar a votação, se eles ficarem, vem todas essas questões: aumento de impostos, a reforma da previdência, medidas de contenção de gastos. Aí é a hora da verdade”, acrescentou.
Indagado sobre as articulações para impedir o processo de impeachment, o ex-auxiliar de Dilma reconheceu que o “quadro é difícil”, mas destacou que ainda há “esperanças” na reversão de alguns votos.