Tópicos | governança corporativa

A pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e pela consultoria KPMG indica que, no geral, a governança corporativa é conhecida e valorizada entre empreendedores da agropecuária. De acordo com o estudo, 85% consideram a governança importante ou muito importante para seu negócio. Apesar disso, a adoção das chamadas boas práticas ainda enfrenta desafios.

Dos empreendimentos rurais pesquisados, 55% não contam com acordo de sócios formalizado, por exemplo. A maior barreira para os produtores rurais é a falta de informações e de referências de boas práticas para o agronegócio, citada por 35% dos entrevistados. Logo em seguida, aparecem o receio de criar burocracia (33%), o receio de aumentar os custos (32%) e a descentralização do poder de decisão (28%).

##RECOMENDA##

Entre as práticas de governança adotadas pelos empreendimentos, aparecem a existência de uma diretoria executiva (56%), a realização de assembleia ou reunião anual dos sócios (55%), o estabelecimento de políticas de remuneração dos sócios (58%) e a prestação de contas formal aos sócios ou conselho (53%).

Segundo Luiz Martha, gerente de Pesquisa e Conteúdo do IBGC, a sondagem traz uma surpresa positiva em relação às práticas já adotadas pelos empreendimentos. No entanto, ele afirma que ainda há um amadurecimento a ser atingido. "Apesar de 79% afirmarem existir instâncias de tomada de decisão, em 47% dos casos a decisão é tomada apenas pelo principal sócio, consultando ou não outros sócios. Talvez o sistema esteja implementado, existam estruturas, mas ainda não estão em prática 100%", afirma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Gerenciar uma empresa de família sempre traz dificuldades peculiares que não são encontradas em outros empreendimentos. A interação entre dois sistemas separados, a família e o negócio, costuma gerar conflitos que precisam de profissionalismo para que haja uma resolução eficaz. Pensando nisso, a Universidade Guarulhos (UNG), por meio do grupo Ser Educacional, promove entre os dias 4 e 5 de novembro o Congresso de Governança Corporativa em Empresa Familiar. As palestras são gratuitas e 100% online.

O evento tem como objetivo discutir formas eficazes de implantar um sistema de governança, assegurando que os administradores estejam sempre alinhados com os donos do negócio. O Congresso também irá trazer cases de sucesso de algumas corporações e explicar como funciona a formalização das estruturas de governança.

##RECOMENDA##

As atividades serão divididas em painéis, que irão debater temas como "A estrutura e desafios da implantação", "A governança da família empresária", "A mudança de cultura de empresa familiar para empresa de capital aberto", entre outros.

Para participar destes debates, foram convidados nomes de peso como o presidente do conselho de administração da Moura Dubeux Engenharia, Gustavo Dubeux, o presidente do grupo Ser Educacional, Jânyo Diniz, a presidente e a membro do conselho de administração da FBN Brasil, Sara Hughes e Helena Brennand, o fundador da Becker Advogados, Ramiro Becker, o sócio presidente da Brasil Salomão e Matthes Advocacia, Marcelo Salomão, o sócio presidente da MESA Corporate Governance, Luiz Marcatti, o co-presidente do conselho de administração das Baterias Moura, Sergio Moura, entre outros.

"A governança empresarial é um dos pilares de todas as corporações, seja ela familiar ou não. Por isso, é de fundamental importância compreender como ela funciona para que haja uma sintonia entre os administradores e os donos do negócio", explica Janyo Diniz. "Como presidente de uma empresa familiar e de capital aberto, sei das dificuldades que encontramos diariamente para ter uma boa governança. Um congresso como este irá trazer exemplos de sucesso e debates frutíferos para ajudar desde o pequeno empresário até o gestor de grandes corporações a compreender as possíveis dificuldades que venham a encontrar", complementa.

O evento é gratuito e aberto ao público. Todas as palestras terão transmissão ao vivo pelo canal do Portal Leiajá no Youtube. Os interessados em participar podem realizar a inscrição por meio do site eventos.sereduc.com/eventos-online.

Serviço:

Congresso de Governança Corporativa em Empresa Familiar

Data: 4 e 5 de novembro  

Transmissão: Canal do Portal Leiajá no Youtube  

Inscrições gratuitas

 

*da Assessoria de Comunicação

Em vigor desde 29 de janeiro, a Lei Anticorrupção, que responsabiliza a pessoa jurídica por "atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira", ainda aguarda regulamentação. Apesar do decreto federal não ser "requisito" para a eficácia da legislação, como afirma o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, a falta de regulação cria insegurança jurídica para empresas e incertezas quanto à fiscalização.

Além de não estabelecer os órgãos responsáveis efetivamente por fiscalizar Estados e municípios, a Lei 12.846/13 não deixa claro quais medidas serão consideradas agravantes ou atenuantes para companhias punidas em casos de corrupção.

##RECOMENDA##

A legislação prevê multa de 0,1% a 20% do faturamento bruto do exercício anterior ao do processo. A variação está associada à dosimetria: quanto mais transparência e sistemas de controles a empresa tiver, mais próxima estará da multa mínima.

"A lei cita certas circunstâncias agravantes e atenuantes, mas a margem é muito grande", diz Luiz Navarro, um dos formuladores da legislação. "Seria importante que o decreto trouxesse luz sobre isso."

Coordenador da Comissão Jurídica do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Richard Blanchet também vê um parâmetro largo na pena. "Uma multa de 20% beira efeito confiscatório", afirma.

Outro aspecto que traz insegurança jurídica atualmente é a indefinição sobre quais mecanismos de controle o governo considerará adequados contra a corrupção. "É preciso detalhar. Hoje, não se sabe o quanto um programa anticorrupção pode atenuar multas", afirma Navarro.

Ao jornal O Estado de S. Paulo Hage afirmou que o decreto federal deve regulamentar o inciso 8.º do artigo 7.º da lei. Esse ponto define parâmetros para avaliação de sistemas de compliance (conjunto de normas que procuram garantir o cumprimento às leis, evitar, detectar e corrigir irregularidades).

Na ausência sobre o que o governo irá estabelecer como adequado, "a empresa terá mais liberdade para avaliar seu sistema", diz o ministro. Ele crê que os mecanismos a serem indicados seguirão o padrão do mercado - controles internos, auditorias, dentre outras práticas.

Fiscalização

Como a lei abrange todo o País, as regulamentações estaduais e municipais definirão quais órgãos serão responsáveis pela fiscalização. Segundo a CGU, além do Estado de São Paulo, somente Paraná e Tocantins fizeram regulamentações.

Blanchet adverte: "Não há uma definição clara sobre o quê cada órgão, municipal ou estadual, vai fiscalizar". Hage reconhece as carências de estrutura do País para fiscalização, pela questão federativa e pelas dimensões continentais. "É a nossa realidade, a Constituição dá autonomia a todos da federação", diz. Mas, para Navarro, há formas que asseguram a eficácia da lei. "Se o administrador não puder aplicá-la, o Ministério Público poderá substituí-lo."

Embora ainda não tenha gerado nenhum processo em nível federal - a legislação apenas pode ser usada em casos que ocorreram após a entrada em vigor -, o ministro crê que a lei, cujo "efeito é inibitório", pegou, por causa da maior preocupação das empresas em prevenir ilícitos.

A CGU já enviou a minuta de regulação para a Presidência. Em nota, a Casa Civil informou que o decreto está "em análise", sem previsão de aprovação, mas que a lei "está em vigor". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Próximo ao governo Dilma Rousseff, à frente da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter criticou nesta quinta-feira, 2, publicamente o uso de companhias estatais de capital aberto como instrumento de implementação de políticas de governo.

Ao tratar do tema governança corporativa em palestra na 39ª Conferência Anual da Iosco, no Rio, ele mencionou que há hoje interesses distintos de acionistas minoritários e controladores nas companhias estatais no País. Segundo ele, o conflito entre políticas de governo e os interesses das empresas trazem "consequências terríveis sobre o mercado de capitais". O acionista, avalia, deve ser esclarecido.

##RECOMENDA##

"Deveria ser exigência quando uma empresa estatal vai ao mercado de capitais (dizer) se essa empresa vai seguir regras de mercado ou vai se subordinar aos interesses do controlador que impõe as suas regras, aos interesses de políticas de governo", disse, mencionando as companhias do setor elétrico como exemplo. Ele pediu a atenção da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre o tema.

Gerdau também atacou a falta de governança no setor público. Para o empresário existe um avanço na implementação da governança no setor privado brasileiro, mas não há debate sobre o tema no médio e longo prazos na esfera governamental, que gere 40% do Produto Interno Bruto (PIB). Para o executivo o tema preocupa porque a eficiência final do setor privado depende da governança pública.

"A governança é peça chave. Mas onde há a maior carência de governança hoje? Na área governamental. O temor da morte faz a gente olhar para a frente porque a empresa morre se não tiver planejamento estratégico. O temor da morte no governo não existe", afirmou.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando