Tópicos | gueera

O palestino médio em Gaza vive com dois pedaços de pão árabe feito com farinha que as Nações Unidas armazenaram na região, mas o principal refrão que agora se ouve nas ruas é "Água, água", disse o diretor de Gaza da agência da ONU para Refugiados palestinos.

Thomas White, que contou ter viajado "por toda a extensão de Gaza nas últimas semanas", descreveu o local como um "cenário de morte e destruição". Nenhum lugar é seguro agora, disse ele, e as pessoas temem pelas suas vidas, pelo seu futuro e pela sua capacidade de alimentar as suas famílias.

##RECOMENDA##

A agência palestina para os refugiados, conhecida como UNRWA, está apoiando cerca de 89 padarias em Gaza, com o objetivo de levar pão a 1,7 milhão de pessoas, disse White a diplomatas dos 193 países membros da ONU em um vídeo informativo de Gaza.

Mas, disse ele, "agora as pessoas não procuram mais pão. Está procurando água."

A vice-coordenadora da ONU para o Oriente Médio, Lynn Hastings, que também é coordenadora humanitária para os territórios palestinos, disse que apenas uma das três linhas de abastecimento de água de Israel está operacional.

"Muitas pessoas dependem de águas subterrâneas salobras ou salinas, se é que dependem", disse ela. Fonte: Associated Press

O papa Francisco condenou neste domingo, durante um compromisso em Bari, no sul da Itália, a guerra que atormenta os países nas proximidades do Mediterrâneo e definiu como hipócritas aqueles que "falam de paz e vendem armas".

"A guerra é contrária à razão, é uma loucura e não faz sentido, e com a qual não podemos nunca nos acostumar", acrescentou.

A crítica do papa foi feita durante uma rápida viagem de um dia a essa cidade na região de Apulia, onde participou do encontro "O Mediterrâneo, fronteira para a paz", organizado pela conferência episcopal italiana junto a 59 bispos vindos de 20 países.

Em seu discurso, o papa aproveitou para fazer menção ao "grande pecado da hipocrisia", já que muitos países "falam de paz e vendem armas aos que estão em guerra", ressaltou.

O pontífice argentino reiterou ser contrário às guerras e mencionou "as divisões" e "as desigualdades" que afetam a região do Mediterrâneo, que definiu como "O Mare Nostrum, o lugar físico e espiritual no qual nossa civilização foi formada, como resultado do encontro de diferentes povos", comentou.

Ao referir-se a essa área, com muitos focos de instabilidade e guerra, tanto no Oriente Médio quanto na África, Francisco comentou sobre o conflito entre Israel e os palestinos.

"Também não podemos esquecer o conflito, ainda sem resolução, entre israelenses e palestinos, que corre o perigo de ter soluções não equitativas e, portanto, pode gerar uma nova crise", alertou.

O pontífice disse também ter medo dos discursos de líderes populistas, porque o fazem lembrar das "mensagens de ódio dos anos 1930 do último século", em referência ao nazismo e ao fascismo.

Durante o compromisso na cidade italiana, o papa fez um dos discursos mais pacifistas já realizados por ele.

A guerra "é uma verdadeira loucura, porque é irracional destruir casas, pontes, fábricas, hospitais, matar pessoas e aniquilar recursos em vez de construir relações humanas e econômicas", ressaltou.

Na ocasião, o pontífice argentino também aproveitou para defender de novo os imigrantes, que são os que "mais sofrem na área do Mediterrâneo, os que fogem das guerras e deixam sua terra em busca de uma vida humana mais digna", alertou Francisco.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando