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A ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve em prisão domiciliar Gustavo Pedreira do Couto Ferraz, aliado do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) cujas digitais foram encontradas em algumas notas dos R$ 51 milhões achadas em um apartamento de Salvador.

Ferraz está preso desde o dia 8 de setembro. Depois de quase 50 dias na prisão, ele obteve o direito de permanecer em regime domiciliar após pagar fiança estabelecida pelo ministro Edson Fachin. Seus advogados haviam solicitado a libertação com base na manifestação da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, favorável à revogação da medida cautelar.

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No início de dezembro, ao denunciar Geddel e seus aliados, Dodge requereu a revogação da prisão domiciliar de Ferraz. O ministro Fachin, ao aceitar a denúncia, ponderou que a PGR apontou apenas uma "alusão genérica" sobre o "comportamento positivo" de Ferraz e pediu uma nova manifestação do Ministério Público Federal (MPF).

Em 20 de dezembro, o MPF voltou a se posicionar favoravelmente à libertação do aliado do peemedebista. No entendimento de Dodge, durante a investigação não foram encontrados elementos sobre a participação de Ferraz após 2012, quando ele assumiu ter buscado uma mala de dinheiro em São Paulo a pedido de Geddel.

Segundo a PGR, o comportamento de Ferraz é distinto do de Geddel e de seus familiares. "De um lado, não há indícios de novos crimes praticados por Gustavo depois de 2012. De outro, mãe e filho prosseguiram na lavagem de dinheiro de valores milionários até setembro de 2017", diz Raquel Dodge em sua manifestação.

Como no último dia 21, já no recesso do Judiciário, o advogado Pedro de Almeida Castro solicitou novamente a revogação, a ministra Cármen Lúcia decidiu provisoriamente seguindo a última decisão do ministro Fachin, relator do inquérito.

"Para evitar risco concreto à ordem pública, tal como exposto pelo Ministro Relator, não se mostra desarrazoada juridicamente a manutenção necessária das medidas cautelares diversas da prisão, nos termos por ele determinados", explica Cármen em seu despacho. Fachin é relator do caso, mas, em período de recesso, é responsabilidade da presidência despachar sobre pedidos que chegam ao STF.

Ainda em sua decisão, a ministra explica que o caso deve voltar para o gabinete do ministro Fachin logo após o término do recesso forense. Responsável pela defesa de Gustavo Ferraz, o advogado Pedro Machado de Almeida Castro disse ter "plena convicção de sua soltura tão logo acabe o recesso."

"Não tivemos acesso à decisão, mas o panorama é diverso de quando decretou o ministro Fachin. Houve denúncia de fatos ocorridos em 2012, o que retira a contemporaneidade da medida. E o próprio órgão acusador não vê risco nessa liberdade", afirma Almeida Castro.

Logo depois de ter prisão de Gustavo Ferraz decretada pela Polícia Federal, na manhã desta sexta-feira, 8 de setembro, a prefeitura de Salvador decidiu exonerá-lo do cargo de diretor-geral da Defesa Civil (Codesal).

A PF encontrou, na última terça-feira, 5, um apartamento no bairro Graça, em Salvador, com malas e caixas com dinheiro, que somavam R$ 51 milhões. Segundo as investigações, o dinheiro pertencia ao ex-ministro Geddel Vieira Lima e Ferraz o auxiliava a escondê-lo. Na quinta-feira, 7, foram encontradas digitais do ex-ministro e de Gustavo Ferraz no apartamento.

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A decisão da 10ª Vara Federal de Brasília aponta indícios de que os "valores vultosos estavam sendo mantidos escondidos no supracitado apartamento por Geddel Quadros Vieira Lima, com o auxílio direto de Gustavo Pedreira do Couto Ferraz". Ferraz é apontado pela PF como "pessoa ligada a Geddel".

A Prefeitura de Salvador comunicou nesta sexta-feira (8) a exoneração do diretor da Defesa Civil do município (Codesal), indicado ao cargo pelo PMDB . Gustavo Ferraz foi preso em sua residência na cidade Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador, em mais uma fase da operação Cui Bono, responsável pela prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima.

O diretor geral da Codesal havia assumido o cargo em janeiro deste ano. Segundo investigações policiais em curso, Gustavo estaria envolvido em atos ilícitos. A prefeitura enviou nota à imprensa informando que “qualquer servidor municipal envolvido em questões dessa natureza terá que responder na justiça”.

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Além de atuar na Defesa Civil, o funcionário público também já havia sido superintendente da Agência de Desenvolvimento Econômico da Bahia, chefe da Superintendência de Indústria e Comércio de Lauro de Freitas, e diretor da Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial da Bahia (Sudic).

A Polícia Federal ainda cumpre mais dois mandados de prisão preventiva, e três de busca e apreensão, conforme a 10 ª Vara Federal de Brasília. O nome que irá substituir Gustavo no cargo ainda não foi divulgado pela prefeitura.


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