Um dos gigantes do Carnaval de Olinda, o Homem da Meia-Noite não é apenas um boneco, mas sim um calunga. Ao redor de sua figura pairam mitos, crenças, lendas e mistérios que, há 86 anos, desde sua criação, não se sabe ao certo se são verdadeiras ou criações dos foliões que o acompanham. Neste sábado (10), antes de mais uma saída do bloco, apaixonados pelo calunga falaram sobre o mito. Dona Expedita Gomes, vizinha da sede do bloco, conta vários \'causos\' de aparições do homem. No cemitério, no Largo da Igreja do Rosário, em Olinda e em outros lugares. Ela mesmo garante nunca ter visto, mas conhece quem viu e repassa as histórias. \"Eu só vi o calunga, mas acredito que ele tenha poderes diferentes\", confessa. Já Izabel Cristina acha que a data de fundação do bloco, em dois de fevereiro, dia de Iemanjá, e a proximidade da sede à Igreja colaboram para as \'forças\' do boneco: \"É uma magia impressionante. Na hora da saída, parece que ele cria vida\". O presidente do bloco, Luiz Adolpho, não gosta muito de comentar o assunto: \"É algo delicado, alguns acreditam, outros não, acham que é fantasia, então a gente evita um pouco falar sobre essas coisas\". O Homem da Meia-Noite tem algo diferente que a gente não sabe explicar, nem sabe de onde vem\". À frente da agremiação há 15 anos, Adolpho tem uma relação especial com o calunga: \"O que eu sinto mais quando estou aqui ao lado dele é a presença do meu pai, Tarsio Botelho, que foi presidente por 11 anos. Eu entrei aqui para realizar todos os sonhos dele. Já se passaram mais de 16 anos, mas a presença dele aqui é muito forte a cada saída.\"