Tópicos | Hospital Nossa Senhora do Ó

Depois de terem sedado e aberto a idosa Maria Helena Nascimento Santana, de 76 anos, para o implante de marcapasso e, só depois, constatarem que o equipamento necessário para o procedimento não estava funcionando, a administração do Hospital Nossa Senhora do Ó informou ao LeiaJá que o equipamento estava em funcionamento até o momento da cirurgia e que esse tipo de ocorrência é "bastante raro". 

"A transferência para o Hospital e Maternidade Nossa Senhora do Ó, localizado no Prado (no Recife), foi realizado de forma correta, tendo em vista a necessidade de manutenção de um equipamento na unidade do Janga (Paulista)", diz a administração. 

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A situação de descaso se tornou pública depois que os familiares da aposentada foram ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), na manhã desta última quinta-feira (4), denunciar o que a mulher estava vivendo nos últimos 15 dias nas duas unidades do Nossa Senhora do Ó. 

Além de ter sido aberta para a colocação do marcapasso - antes de ter sido constatado pela equipe médica que a máquina necessária para o procedimento não estava funcionando, os familiares da vítima garantem que a aposentada foi negligenciada pela equipe de enfermagem, já que a mulher foi transferida para a unidade do Prado, no Recife, que não havia sido informada sobre o procedimento. 

Sobre isso, a administração do Nossa Senhora do Ó ratificou que o hospital possui registro integrado em sistema de gestão, permitindo o acesso por parte de todos os funcionários da assistência. "Neste caso, será apurado junto à família da paciente o motivo de terem relatado tal situação a fim de entender o fato", garante.

Já sobre os maus-tratos, a administração do Nossa Senhora do Ó acentua que nunca registrou ocorrências desta natureza. "A administração realiza constantes ações de conscientização dos funcionários quanto ao acolhimento e a qualidade do atendimento. Neste caso, será apurado junto aos supervisores os possíveis fatos relacionados ao caso", pontua.

Confira a nota na íntegra:

NOTA DE ESCLARECIMENTO 



Em relação às recentes matérias veiculadas sobre o Hospital Nossa Senhora do Ó, informamos o seguinte: 



- A paciente Sra. Maria Helena Nascimento de Santana foi admitida para submeter-se ao procedimento de implante de marcapasso, no dia 16/06/2019, no Hospital Nossa Senhora do Ó. O procedimento foi marcado para o dia 01/07/2019, após os trâmites de autorização do convênio. Dessa forma, o tempo decorrido entre a internação e a data do procedimento se deu em função de procedimentos necessários à avaliação da situação de saúde da paciente e aos trâmites administrativos inerentes; 



- Não procede a informação relatada de que a enfermagem não tinha conhecimento dos procedimentos relacionados à paciente. O hospital possui registro integrado em sistema de gestão, permitindo o acesso por parte de todos os funcionários da assistência. Neste caso, será apurado junto à família da paciente o motivo de terem relatado tal situação a fim de entender o fato; 



- Em função dos relatos de maus tratos por parte do nosso corpo de enfermagem, o hospital nunca registrou ocorrências desta natureza. A administração realiza constantes ações de conscientização dos funcionários quanto ao acolhimento e à qualidade do atendimento. Neste caso, será apurado junto aos supervisores os possíveis fatos relacionados ao caso; 



- A transferência para o Hospital e Maternidade Nossa Senhora do Ó, localizado no Prado, foi realizada de forma correta, tendo em vista a necessidade de manutenção de um equipamento na unidade do Janga. O equipamento existente na unidade do Prado estava em funcionamento até o momento da cirurgia da paciente. No mesmo dia, o mesmo aparelho foi utilizado em uma cirurgia ortopédica, anteriormente. Neste caso, o hospital reitera que realiza manutenções periódicas de seus equipamentos e que esse tipo de ocorrência é bastante raro; 



Por fim, o Hospital Nossa Senhora do Ó reitera o compromisso institucional de prover o melhor atendimento e segurança aos pacientes, contribuindo para que estes e seus familiares tenham a assistência necessária. Os fatos ocorridos serão tratados pela administração diretamente com a família, a fim de evitar maiores transtornos à paciente.

A família de uma servidora aposentada de 76 anos foi ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), na manhã desta quinta-feira (4), para denunciar o descaso sofrido pela idosa nos últimos 15 dias nas unidades do Hospital Nossa Senhora do Ó. Maria Helena Nascimento de Santana teria sido aberta para cirurgia de colocação de marca-passo, mas a máquina utilizada no procedimento não teria funcionado.

Essa não é a única ocorrência reprovada pelos familiares. A idosa estaria sendo negligenciada pela equipe de enfermagem, teria sido transferida para uma unidade que não estava informada de sua transferência e ela segue esperando a cirurgia sem previsão.

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Maria Helena foi socorrida no dia 16 de junho para a emergência do Hospital dos Servidores do Estado, no centro do Recife, onde foi encaminhada para a ala vermelha, pois estava com fracos batimentos cardíacos. Em seguida, ela foi transferida ao Hospital Nossa Senhora do Ó, em Paulista, Região Metropolitana do Recife (RMR).

Em Paulista, a paciente recebeu com urgência um marca-passo externo. Segundo o neto de Maria Helena, o pedagogo Thuan Nascimento, os médicos acreditam se tratar de uma reação por causa da ingestão de medicamento indevido. Foi solicitado o acompanhamento da idosa por oito dias até o efeito do remédio sair. "Os dias foram se passando e os médicos confirmaram que minha avó precisaria de um marca-passo definitivo", diz Thuan.

No período em que a idosa ficou internada, os familiares notaram que ela estava acuada e triste. Em determinado momento, ela revelou que as técnicas de enfermagem eram rudes e a tratavam mal. "Ela não podia pedir água que elas reclamavam, demoravam a levar", diz documento endereçado ao MPPE. As enfermeiras também teriam dito abertamente que não queriam ficar com Maria Helena porque ela era de alto risco e "muito pesada".

Segundo Thuan, o procedimento cirúrgico estava marcado para segunda-feira (1º), mas foi cancelado porque a máquina utilizada para fazer o procedimento estava quebrada. A mulher, então, foi transferida para a unidade do Prado, no Recife, do mesmo hospital. "Quando chegamos lá não tinha nenhuma documentação da minha avó encaminhada e disseram que não tinha vaga. Só depois de muito tempo ela foi levada para o bloco cirúrgico. Como uma paciente é transferida para um hospital da mesma rede, chega lá e não tem documento nenhum dela?", questiona o neto, inconformado.

Na unidade do Padro, a idosa chegou a ser sedada, cortada, porém a máquina que ajuda na realização do procedimento também não teria funcionado. "Todos ficaram chocados com isso. Todos. Isso é um absurdo. Como você seda e abre um paciente em alto risco sem saber se os equipamentos necessários para a realização do procedimento estão ok?", critica Thuan. Em um documento obtido, o médico responsável pela cirurgia afirma ter havido problemas técnicos e que, após uma hora de tentativa, o procedimento foi desfeito.

Após a segunda cirurgia frustrada, paciente e família voltaram para o Hospital Nossa Senhora do Ó de Paulista - em uma ambulância de péssimas condições, segundo o neto. Na última quarta-feira (3), a direção do hospital teria informado que ainda não sabiam como resolver a situação, porque haveria um tempo da abertura do chamado de conserto até a máquina poder ser utilizada. "Não queremos dinheiro. Queremos a minha avó bem. Do jeito que ela merece por direito. Queremos justiça pela 'brincadeira' que estão fazendo com a situação de risco", diz o neto sobre a denúncia ao MPPE.

Ainda segundo o denunciante, o serviço social do hospital estaria colocando a culpa para o plano de saúde, mas ele afirma que a responsabilidade seria do Nossa Senhora do Ó. O LeiaJá procurou a direção do hospital para comentar o caso e aguarda um retorno. 

O alfaiate de um dos blocos mais tradicionais do carnaval olindese, o Homem da meia-noite, faleceu na manhã desta segunda-feira, aos 84 anos, no bairro do Janga, no Paulista. Auderico Fernandes de Oliveira foi o responsável por vestir o calunga de Olinda durante 30 anos, e que comemorou seus 80 anos de existência no carnaval deste ano.

O velório de Seu Brasil, como era conhecido entre familiares e amigos, ocorre na tarde desta segunda-feira, na sede da agremiação, que fica na Rua do Bonsucesso, em Olinda.

 

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