Tópicos | ideologia de gênero

A Câmara Municipal do Recife tornou público, nesta segunda-feira (22), que o vereador Carlos Gueiros (PSB) criou um projeto de lei que proíbi a discução de ideologia de gênero e da diversidade sexual nas escolas públicas da capital pernambucana. Conforme a proposta, a proibição atingiria a utilização de livros e outros meios que abordem o debate.

Caso a proposta seja aprovada, caberá ao dirigente da unidade escolar cumprir a determinação, bem como poderão ficar com a responsabilidade da proibição o diretor da escola, o responsável pela implementação do Plano Municipal de Educação e o secretário titular do setor educacional do Recife. O projeto será enviado para a comissão de Educação, onde será analisado.

O vereador, em defesa da sua proposta, usa como argumento que cabe aos pais o direito e responsabilidade de educar para a formação da personalidade dos filhos, tirando assim essa obrigação da escola. “A rede pública de ensino do município, na conformidade do que determina e define a nossa Carta Magna, se insere no segmento do ensino fundamental, atendendo, por conseguinte, crianças que devem formar as suas personalidades mediante a educação que lhes for transmitida pelos seus pais, a quem cabe essa responsabilidade. À escola, cabe a responsabilidade do ensino das letras, e, em relação à educação, apenas exigindo obediência e respeito, necessários ao desenvolvimento de sua missão”, declarou Gueiros.

O vereador ainda defende a ideia de que é prematuro abordar assuntos de gênero e diversidade na escola. “O público das nossas escolas, na sua grande maioria, é infantil e juvenil; e já foi decidido pelos Poderes Legislativos e Executivo, quando da aprovação e sansão da Lei nº18.147/2015, que estabeleceu o Plano Municipal de Educação do município do Recife, no qual está claro que seria por demais prematuro tratar nas escolas municipais dos conceitos sobre a diversidade sexual e de ideologia de gênero, não obstante a opinião do Secretário Executivo de Gestão Pedagógica da Secretária Municipal de Educação do Recife, contestando declarações de insatisfeito membros do Conselho Municipal de Educação”, agumentou o vereador.

 

 

A Câmara dos Vereadores do Recife aprovou, na noite dessa segunda-feira (22), por 28 votos a 5 o projeto de lei que institui o Plano Municipal de Educação (PME). O texto passou pelos parlamentares após duas sessões (uma extraordinária) acaloradas e com direito a protestos, objetos jogados no plenário e cartazes de repúdio. A primeira iniciou no Plenário da Casa com a galeria cheia de manifestantes, no entanto quando o clima ficou tenso e após o presidente da Câmara, Vicente André Gomes (PSB), interromper a reunião por duas vezes, a votação precisou ser transferida para o Plenarinho, onde é vedada a participação do público.

Sem plateia, o debate permaneceu quente na Casa. Entre os temas mais batidos pelos vereadores estava a citação da ideologia de gênero no texto original. Ao defender o posicionamento da bancada evangélica, contra o item, a vereadora Michele Collins (PP) encarou o assunto como “uma coisa maligna”. "Querem colocar a ideologia de gênero de guela abaixo. (...). O papel das famílias tem que ser colocado pelos pais e não pelos professores. Isso é uma coisa maligna", repudiou. 

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A questão foi vista sob outra ótica pela vereadora Isabella de Roldão (PDT). Ela defendeu o ensino da ideologia de gênero, embora ela ache que tenha havido uma sombra sobre a discussão deturpando o debate. “Sendo retirado, o público LGBT das escolas ficará desprotegido e continuará sendo morto”, observou a pedetista durante a reunião. Apesar dos debates, a articulação da bancada evangélica prevaleceu e uma emenda retirando o ensino de gênero nas escolas municipais foi aprovada pela Câmara. 

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Substitutivo - Um projeto substitutivo ao PME elaborado pelo prefeito Geraldo Julio (PSB), foi apresentado pelo vereador André Régis. Com a justificativa de que o plano enviado pela Prefeitura não continha objetivos e metas a cumprir, ele disse que quem ler o projeto não saberá como será a educação do Recife daqui a 10 anos. “Não houve discussão sobre o assunto, não há diagnóstico da infraestrutura da rede. Proponho que a iniciativa privada seja chamada a colaborar construindo as escolas e cuidando da administração, ficando a cargo da rede o conteúdo pedagógico”, frisou. O texto de Régis também foi reprovado pela Casa. 

Quem votou contra o PME - Dos 33 vereadores que votaram no Plano Municipal de Educação, apenas os integrantes da oposição Henrique Leite (PT), Osmar Ricardo (PT), Isabella de Roldão (PDT) e André Régis (PSB) foram contra. Na análise em segundo turno, o vereador Jairo Brito (PT) se integrou ao grupo dos que não votaram pela aprovação da matéria. 

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