Tópicos | INTEGRARTE

A arte torna o ser humano consciente da existência individual e coletiva na sociedade. É uma ferramenta de satisfação e traz luz ou desafios através da criatividade, flexibilidade, sensibilidade, reflexão e conhecimento. Vanessa souza, 31 anos, é dançarina e portadora da síndrome de Down e para ela, a arte se materializa através da música e da dança, desde que passou a integrar o grupo Maracaarte, projeto social inclusivo formado por 30 jovens especiais  que se apresentam no ritmo do Maracatu.

##RECOMENDA##

Menos de uma hora para a apresentação ter início, Vanessa era pura expectativa. O figurino é um vestido todo colorido no tecido de chita  um chapéu para combinar com a roupa. Nas mãos, as baquetas para tocar a alfaia no ritmo do Maracatu. Ela faz parte do Centro Pró Integração Cidadania e Arte (Integrarte), fundado em 1997 com o objetivo de favorecer a interação social de pessoas com dificuldades específicas.

Na tarde deste sábado (25), Vanessa se apresenta junto com um conjunto de batuqueiros, corte, pagens, dama das flores e baianas, em sua maioria são pessoas com síndrome de Down, no Parque Santana, onde acontece o Festival Vox. “Eu entrei na Integrarte e comecei a tocar, aprendi com minha professora e já sou artista. Eu faço teatro, maracatu e já me apresentei muito. Sou faixa preta de Karatê”, conta Vanessa.

Vanessa se apresentou na tarde deste sábado (25), no Parque Santana, com o grupo Maracaarte. (Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens)

Uma das fundadoras do Integrarte e mãe de um jovem especial, Laise Rezende diz que a arte na educação especial é uma técnica estimulante e possibilidade igualdade e integração dos seres humanos. “A arte tem um vínculo muito forte com o que a gente faz. Queremos um exercício da cidadania por esse segmento que é muito discriminado na sociedade. Eles se desenvolvem porque  é como se o palco fosse um laboratório de cidadania”, pontua Laise.

O batuqueiro André diz que percussão sempre lhe despertou interesse. (Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens)

André Felipe, 30 anos, entrou no Integrarte em 2009. Tem o sonho de ser ator e músico e neste sábado também se apresenta junto com o grupo de Maracatu. Aos 16 anos começou a se interessar pelos instrumentos de percussão e hoje é um dos principais músicos do Maracaarte. Toca alfaia e diz que é muito feliz sendo um artista. “Somos uma família, não tem briga e ninguém é menosprezado. Somos especiais e lutamos para quebrar os limites. Tem muita gente preconceituosa no mundo, mas o que importa é o bom coração que temos”, conta.

Professora do Maracaarte e regente do grupo, Drica Moraes, explica que todos têm possibilidade de trabalhar com a arte e para eles não há essa limitação. “Eu vejo que a delicadeza que eles recebem a música, os instrumentos e o ritmo é de uma forma diferente. Isso me encantou demais. É um desafio, mas é gratificante, apesar de ser um processo novo”, conta.

[@#galeria#@]

Organizados em fileiras, os jovens músicos e dançarinos mostram porque são tão especiais. Os batuques soam e os passos pareciam se encaixar a cada vibração. É um banho de cultura pernambucana e chama atenção de quem circula pelo Festival Vox, no parque. O professor de dança Roberto Silveira guia o grupo e a apresentação é linda e cheia de vida.

Solange Melo, mãe de Anderson Melo, 32 anos, assiste orgulhosa os passos do filho. Para ela, a cultura foi um diferencial na vida dele porque ele começou a participar de atividades e a sociabilização aumentou. “Ele é  xodó da família e se entrosa em qualquer ambiente que chega. A arte é uma forma de quebrar preconceitos e mostrar as pessoas que nossos filhos também podem quebrar barreiras e são importantes”, finalizou.

Confira:

[@#video#@]

Alunos do Centro Pró-integração Cidadania e Arte (Integrarte) apresentam nesta sexta-feira (18), às 20h, no Teatro Luiz Mendonça, em Boa Viagem, a peça ‘O Auto do Boi de Reis’, baseada na obra de Altimar Pimentel, que faz um resgate do folguedo popular. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), à venda na bilheteria do local.

O epsetáculo teatral é uma junção de música e dança e conta a história do Mestre e sua esposa Margarida, que recebem os amigos para comemorar a Festa de Reis. Em cena, 24 atores, a maioria com síndrome de Down.

##RECOMENDA##

O INTEGRARTE tem o objetivo de desconstruir as limitações e os preconceitos criados pela sociedade, usando a arte como instrumento de integração às pessoas com deficiência. Em 2017, o projeto comemora 20 anos.

Serviço

Auto do Boi de Reis

sexta-feira (18) | 20 h

Teatro Luiz Mendonça (Avenida Boa Viagem, S/N, Boa Viagem) 

R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)

LeiaJá Também

--> Down: quando a arte está por trás das diferenças

Neste sábado (25), o grupo Integrarte; que promove integração social de jovens com Síndrome de Down e deficiência mental, há 20 anos através da arte; se posicionou quanto aos comentários da blogueira Júlia Salgueiro, do Blog Moda Moda Moda. Durante apresentação, no Centro de Convenções, foi lida uma carta de repúdio às declarações feitas nas redes sociais.

[@#video#@]

##RECOMENDA##

Na postagem, Júlia comparou as crianças com Síndrome de Down a cachorros e falou que sexo entre deficientes mentais é nojento. "É que nem filhote de cachorro. Lindos quando são pequenos, mas quando crescem só pensam em trepar(sic)", escreveu. Confira todos os comentários a seguir: 

LeiaJá também

--> Mãe de criança com Down presta queixa contra blogueira

 

[@#galeria#@]

Se a carreira da música, ou do teatro, já não é das mais fáceis, os obstáculos são ainda maiores para quem tem algum tipo de deficiência e sonha em fazer arte e viver dela. Realizado há nove anos, o Show Especial do Recife carrega a proposta de romper fronteiras e ir além dos espaços reservados às pessoas com deficiência. A edição 2015 do evento foi aberta neste sábado (12), com direito a maracatu, forró pé de serra, frevo e dramaturgia, no teatro da Caixa Cultural. No palco, não deficientes, mas sim artistas em busca de mostrar que suas características especiais não os diminuem, perante os demais.   

##RECOMENDA##

Sob a produção da ONG Integrarte, o Show Especial receberá ainda neste domingo (13) e no próximo final de semana (19 e 20), um total de 12 atrações. A abertura foi de momentos marcantes e envolveu o público. A primeira apresentação foi do grupo Maracaarte, formado por batuqueiros com Síndrome de Down. A cadência musical continuou com o show da Banda Segnos, dos irmãos Sivonaldo e Sivanildo Silva, ambos deficientes visuais. O primeiro, vocalista da banda desde 2009, afirmou que artistas com algum tipo de deficiência são, diariamente, postos em prova. "Muitos não acreditam em seu potencial. Quando você sobe no palco, sabe que muita gente não espera nada de você", desabafou. Tecladista, Sivanildo tira das provas, o incentivo para manter aceso a pulsão artística. "Nós fazemos o nosso trabalho, nossa arte e damos sempre o nosso melhor. Ouço muitos se perguntarem: meu Deus, mas como ele consegue? E isso acaba me incentivando a fazer sempre mais e melhor", concluiu.

A festa do sábado contou ainda com a participação especial de um dos maiores compositores e intérpretes de frevo do Estado. Getúlio Cavanti, além de cantar alguns de seus sucessos, fez questão de ressaltar a importância da realização de eventos que promovam a inclusão no cenário artístico. "A gente precisa ter a oportunidade de conhecer essas pessoas, de conversar com elas, de trabalhar com elas. É muito bonito vê-las se apresentar. Sinto que a sociedade precisa mais disso, até para desfazermos pensamentos errados, preconceitos existentes com relação às pessoas com deficiência", explicou.

A luta contra os "pré-conceitos" e a aceitação da "igualdade diferente" em cada um foi o mote da última atração do dia de abertura. A peça "Quatro variações sobre o mesmo tema", de elenco formado por atores com Síndrome de Down, arrancou lágrimas da plateia. Segundo a administradora Weruska Lima, 49, o choro farto ao fim do espetáculo veio de um sincero reconhecimento de que ela, e alguns de seus semelhantes, ainda precisam evoluir o olhar e enxergar além de qualquer deficiência. "É como eles falam na peça, não é? 'Nós temos braços, pernas, mãos, coração e queremos ser vistos como todos são'. Isso me mexeu, porque eu acredito que muitos de nós já perdermos a oportunidade de olhar uma pessoa com deficiência como nós também queremos ser vistos, cheios de sonhos, cheios de vida e arte".

E quem ainda não conhece a arte da inclusão pode comparecer aos próximos dias do Show Especial, sempre à partir das 16h. Os ingressos custam R$ 10 e R$ 5 e as apresentações contam com sistema de áudio-descrição para deficientes visuais. 

[@#video#@]

O programa Vencer desta semana participa de um bingo promovido pelo Centro Pró-Integração, Cidadania e Arte (INTEGRARTE). Concebido por familiares de pessoas com dificuldades específicas decorrentes da Síndrome de Down, a instituição sem fins lucrativos existe há 17 anos e foi criada com o objetivo de favorecer o exercício da cidadania por aqueles que têm essa condição.

##RECOMENDA##

"Escolhemos a arte como uma forma de resgatar a cidadania dessas pessoas com déficit de inteligência, por enxergar que elas tem essa possibilidade. A arte traz um viés muito rico neste sentido, favorece a inclusão social através da beleza. Ela não revela a impossibilidade e sim a possibilidade. Então, a arte não aprisiona, ela liberta", afirmou Valéria Nóbrega - presidente da instituição.

Confira todos os detalhes deste projeto no video. O programa Vencer é apresentado pelo jornalista James Alcides e exibido toda sexta-feira no Portal LeiaJá

Neste sábado (15), o Centro Pró-Integração Cidadania e Arte (INTEGRARTE) comemora 15 anos com uma programação especial: o VIII Show Especial do Recife, que vai contar com a encenação “Chamada para o Natal”, do grupo de teatro da entidade.

A instituição vai se apresentar, no Teatro Apolo, às 16h. Haverá também o “Cortejo Imperial”, outra produção cultural do grupo de dança e percussão do INTEGRARTE. Participam do evento 50 artistas, sendo 46 com deficiência, a maioria com síndrome de Down. 

##RECOMENDA##

A cantada natalina reúne músicas populares, clássicas e sacras de domínio. O ingresso que custa R$ 15 e será revertido para a construção da sede do INTEGRARTE. 

INTEGRARTE – O grupo utiliza a arte como instrumento facilitador da integração entre jovens com deficiência, maioria decorrente da síndrome de Down e pessoas sem deficiência específica. 

Serviço:
O que: VIII Show Especial do Recife
Quando: 15 de dezembro, às 16h
Ingresso: R$ 15 (valor único)
Onde: Teatro Apolo, Rua Cais do Apolo, 1

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando