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Por 2 votos a 1, os desembargadores da 9ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná confirmaram hoje a condenação do jornalista norte-americano Joe Sharkey a se retratar publicamente por supostas ofensas contra o Brasil no blog que mantém na internet. O TJ também determinou que ele pague uma indenização de R$ 50 mil, com valores corrigidos desde 2008, para Rosane Gutjahr, autora da ação. Sharkey era um dos passageiros do jato Legacy que se chocou contra um Boeing da Gol em 2006 e resultou na morte de 154 pessoas.

Gutjahr é viúva de um dos mortos e disse que doará os valores da indenização para a Associação dos Amigos do Hospital de Clínicas do Paraná. Segundo ela, tão logo aconteceu o acidente, Sharkey teria feito comentários na internet em que dizia que no Brasil só havia "tupiniquim". "Disse que o Brasil é o mais idiota dos idiotas, que aqui só tem samba, carnaval e prostitutas", acentuou Gutjahr. Por se sentir agredida, ela entrou com a ação. "Com essa decisão, podemos ter parte da nossa honra novamente, pois o Brasil não pode se sujeitar a esse tipo de ofensa", disse.

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No dia 17 de novembro, dois dos três desembargadores já tinham votado favoravelmente à condenação. O terceiro, José Augusto Aniceto, proferiu voto contrário hoje alegando não ver "nexo de causalidade" entre o que o jornalista escreveu e um suposto dano. "Ainda não posso comentar porque não vi o teor da sentença, temos que aguardar o acórdão", disse o advogado da Associação de Famílias e Amigos das Vítimas do Voo 1907, Dante D'Aquino.

Sharkey não se defendeu das acusações no processo nem nomeou advogado para fazê-lo. O TJ-PR deve publicar o acórdão nos próximos dias, a partir do qual o jornalista terá 15 dias para apresentar recurso. No dia 17, após os dois primeiros votos que já o condenavam, o jornalista havia negado, em seu blog, qualquer ofensa aos brasileiros. E acrescentou que, mesmo que o tivesse feito, estaria sob as leis norte-americanas, "ou sob as leis de outros países que professam a liberdade de expressão". Para ele, o processo foi fruto de "xenofobia e antiamericanismo".

Com uma vitória de 65 votos favoráveis e 7 contrários, recentemente,   o senado federal aprovou a Proposta de emenda Constitucional (PEC) que torna obrigatório   o diploma em nível superior para o exercício da profissão de jornalista. A exigência do certificado para o exercício da profissão havia sido desobrigada por decisão do Supremo Tribunal Federal em Junho de 2009. Registre-se que a PEC de nº 33/2009 ainda seguirá para análise na  câmara dos deputados. Entrementes,  a aprovação no senado já anima toda a categoria que defende a formação em ensino superior como requisito  básica para o exercício   profissional.

Nessa perspectiva, os que defendem a extinção do diploma de jornalismo o fazem com argumentos que definem a profissão apenas como um ato intelectual. Uma vez que existem profissionais especialistas em outras áreas que se aventuram no mundo das letras e enveredam no caminho dos artigos opinativos.  Mas ser um grande conhecedor de determinada área do conhecimento humano, por si só  não oferece o arcabouço cultural necessário para desenvolver as atividades de um comunicólogo, as quais vão muito além das colunas e dissertações de opinião.  Com efeito, o cenário atual é propício para esta discussão, uma vez que com tantos aplicativos e tecnologias, qualquer um pode sair por aí difundindo notícias, vídeos e fotos ao argumento de que é jornalista. O problema é que isso é feito sem a menor responsabilidade nas redes sociais e blogs. Essa democratização da informação, acabou se dando de forma desordenada o que confunde a todos o que é realmente ser um formador de opinião, produtor de notícias e um simples conhecedor do fato.

Ampliando o quadro de análise, frise-se que além de uma função intelectual o jornalista “traduz” os fatos e notícias para que a informação seja transmitida de maneira eficaz para a população. Ele é um interlocutor que apura as versões sobre um determinado fato e transmite para que o leitor ou audiência faça seu juízo de valor. Assim como um professor, o jornalista é detentor de conhecimento e forma opiniões. É crucial termos profissionais bem preparados nesta área embasados corretamente nas questões técnicas da profissão alicerçadas pela academia. Vale ressaltar que não existem apenas articulistas e editores os quais expressam suas opiniões sobre temas específicos, e são facilmente confundidos com Administradores, advogados, educadores e outra gama de profissionais que escrevem para jornais e blogs em texto opinativos. O jornalista também está responsável pelo factual, pelo hard news, as notícias diárias sem as quais não se obtém a informação massificada, acerca dos temas corriqueiros.

Auspicioso focar, ademais, em outro relevante tema, qual seja:  a questão da ética profissional, elemento que deve nortear toda e qualquer profissão, principalmente, a de jornalista, embora não observada por inúmeros profissionais da área. As Instituições de Ensino Superior,  além de transmitir informações e conhecimentos imprescindíveis para o exercício da profissão,   transmite também os direitos e deveres bem como os conteúdos éticos que devem ser sempre condutores dos profissionais da comunicação.  Nesse sentido, se com a base técnica e de conteúdo ético transmitida pelas IES certos profissionais não observam, imagine o que seria destes “profissionais” sem uma estrutura norteadora que complementasse os saberes práticos.  Uma solução, seria a realização de uma avaliação rigorosa ao termino do curso,  tipo a realizada pela OAB, para definir um novo modelo de comunicação, que também considerasse  as inovações midiáticas que acabam sendo utilizadas por toda a população sem a mínima ética tão exigida pela sociedade.

Um profissional do jornalismo  sem a devida formação acadêmica muitas vezes acaba se dedicando à amenidades as quais acabam em rumores sensacionalistas ou em matéria sem fundo crítico que resultam na desinformação da população. O papel de formador de opinião merece mais atenção principalmente no que diz respeito aos saberes técnicos da profissão e não apenas aos macetes repassados nas redações, por profissionais antigos e cheios de vícios adquiridos ao longo da carreira. Acredito que somente a academia é capaz de prover as qualificações teóricas necessárias para um profissional exemplar.

O Senado aprovou hoje, em primeiro turno, a proposta de emenda constitucional que torna obrigatório a obtenção do diploma de curso superior de jornalismo para o exercício da profissão. De iniciativa do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), o texto contraria o Supremo Tribunal Federal (STF) que, em 2009, decidiu que a exigência do diploma, imposta no regime militar, atenta contra a liberdade de expressão.

Essa emenda, aprovada por 65 a 7, e outra idêntica que tramita na Câmara dos Deputados são alvo do lobby pela aprovação por parte da Federação dos Jornalistas (Fenaj) e de outras entidades sindicais. E no Senado, só foi votada porque o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), passou por cima de um acordo feito pelos líderes que excluía a matéria da pauta de votações desta semana.

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Os líderes do DEM e do PMDB, senadores Demóstenes Torres (GO) e Renan Calheiros (AL), protestaram: "Tudo o que combinamos está sendo descumprido", disse o democrata. "A decisão está sendo ignorada", acrescentou o peemedebista. Demóstenes rejeitou a alegação de Sarney de que não agiu de má-fé, ao lembrar que ele "não é assim tão ingênuo para se deixar enganar". "Nós fizemos um acordo e ele foi desrespeitado", constatou no plenário.

O democrata dá como certo que, se for ressuscitada, a obrigatoriedade do diploma de jornalista será novamente derrubada pelo Supremo. "É um subterfúgio, a exigência foi declarada inconstitucional e continuará a ser", previu. O senador Magno Malta (PR-ES) recorreu à situação da sua filha jornalista, para defender a necessidade do diploma. "Sem ele, os estudantes vocacionados ficarão humilhados", defendeu. Contra a exigência, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) afirmou que os cursos de jornalismo só interessam às faculdades onde são lecionados.

"Não há interesse público envolvido nisso, pelo contrário, a profissão de jornalismo diz respeito diretamente à liberdade de expressão do pensamento, de modo que não pode estar sujeita a nenhum tipo de exigência legal e nem mesmo constitucional". O discurso mais inflamado partiu do senador Fernando Collor (PTB-AL), para quem as faculdades "nada mais têm feito do que formar jornalistas analfabetos". Na sua opinião, a volta da exigência do diploma "é o embrião daquilo que será o controle social dos meios de comunicação".

O jornalista Benoni Alencar, de 66 anos, foi encontrado morto em casa, hoje, em Casimiro de Abreu, Baixada Litorânea do Rio. A polícia suspeita que ele possa ter sido assassinado por um assaltante, já que seu computador e uma quantia em dinheiro foram roubados e havia sinais de estrangulamento.

Nascido no Piauí, muito ativo na luta contra a ditadura militar, Benoni trabalhou no Jornal do Brasil e em O Globo, criou jornais de bairro e foi fundador de núcleos do PT (nos anos 80) e do PSOL (recentemente). Com dificuldades motoras decorrentes de um derrame, ainda militava pelas causas populares e ecológicas.

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O corpo será velado pela família e amigos na biblioteca comunitária que Benoni criou no distrito de Palmital, como era seu desejo, e enterrado amanhã às 16 horas, no cemitério local.

A jornalista Maria Iara Rech, de 67 anos, morreu durante o incêndio de um apartamento no terceiro andar de um edifício do bairro Bela Vista, em Porto Alegre, no final da noite de segunda-feira. Chamados pelos vizinhos, os bombeiros controlaram o fogo em 20 minutos e encontraram o corpo da moradora no meio dos escombros. A causa do incêndio ainda é desconhecida e será apurada pela perícia.

Maria Iara Rech era conhecida como uma das pioneiras da cobertura jornalística da área de economia. Nascida em Carazinho e formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) nos anos 60, ela trabalhou nos jornais Folha da Tarde, Correio do Povo, Folha da Manhã, Diário do Sul, Gazeta Mercantil, Jornal do Comércio e O Sul e nas revistas Veja e Exame. Maria Iara era divorciada e deixa uma filha, que mora na Austrália.

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Um jornalista iraquiano que criticou o governo do país e disse ter sofrido abusos de militares, por protestar contra serviços de má qualidade, foi morto a tiros nesta quinta-feira, informou a polícia. Hadi al-Mehdi, de 30 anos, tinha um programa numa emissora de rádio de Bagdá no qual pedia ao governo para fornecer água, eletricidade e outros serviços públicos de qualidade. Ele também usava o Facebook para organizar protestos a cada sexta-feira na capital iraquiana.

Um policial da cidade disse que al-Mehdi foi baleado na noite desta quinta-feira por homens com pistolas com silenciador no bairro de al-Jidida, de maioria xiita. Sua morte foi confirmada por um médico do hospital Ibn al-Nafis.

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Tanto o policial quanto o médico falaram em condição de anonimato, pois não têm autorização para divulgar a informação.

Al-Mehdi foi um dos quatro jornalistas iraquianos que afirmaram ter sido sequestrados por soldados do Exército iraquiano após um protesto contra o governo em 25 de fevereiro, o "Dia da Ira"

Em entrevista à Associated Press em março, al-Mahdi disse que ele e os outros colegas foram levados de um restaurante em Bagdá após os protestos e levados para um prédio militar. Ele disse que foi vendado, mergulhado em água e submetido a choques elétricos enquanto música era tocada ao fundo. O jornalista disse que foi libertado após dias em cativeiro.

Os jornalistas contaram que os soldados queriam que eles admitissem que eram integrantes do partido Baath, o partido que governou o país durante a era Saddam Hussein. Todos negaram qualquer ligação com terroristas ou o regime de Saddam.

O Comitê Jornalistas em Protesto diz que 150 profissionais foram mortos no Iraque desde 1992, o que torna o país o mais perigoso do mundo para os jornalistas. As informações são da Associated Press.

 

Nesse terceiro bloco do Classificação Livre 45 você vai conferir o curta documentário Ser Repórter, que fala sobre a dinâmica rotina dos profissionais do jornalismo. Antes do curta você acompanha um bate-papo com Efigênia Mendonça, diretora do filme.

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O Classificação Livre é apresentado por Binho Aguirre, Ingrid Resgala e Jackeline Coêlho, que se despede do programa nesta edição. A produção é uma parceria com o núcleo de comunicação socia da Faculdade Maurício de Nassau e você acompanha o programa na íntegra aqui, no LeiaJá.

 

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