O ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, propôs nesta quinta-feira (15) que a Europa envie armamentos aos insurgentes sírios - uma proposta que teve uma recepção fria dos outros países europeus, que temem uma escalada ainda maior na guerra civil síria. Também nesta quinta-feira, o governo da Turquia reconheceu a Coalizão Nacional da Síria como "única representante do povo sírio", elevando para oito o número de países que desautorizam o governo do presidente Bashar Assad - a França e seis países árabes do Golfo Pérsico reconheceram os rebeldes sírios no começo desta semana. O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, grupo opositor sediado em Londres, informou hoje que a guerra civil já deixou 39 mil mortos desde março de 2011.
Fabius disse que o embargo à venda de armas para a Síria, decretado pela União Europeia no ano passado, impede que os insurgentes se defendam. "Nós não devemos escalar o conflito...mas é inaceitável que as regiões libertadas sejam bombardeadas", disse o chanceler francês. Ele sugeriu que sejam enviadas "armas defensivas" aos insurgentes, ou seja, artilharia antiaérea. Ao comentar o discurso de Fabius, um diplomata europeu graduado afirmou que poderão ocorrer "longas discussões" antes que qualquer mudança ocorra no embargo de armas. O ministro da Defesa da Alemanha, Thomas de Maiziere, se mostrou cético a respeito da ideia de Fabius.
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O presidente da França anunciou hoje que no sábado terá uma reunião com o presidente da Coalizão Nacional da Síria, Ahmed Moaz al-Khatib. François Hollande receberá al-Khatib no Palácio do Eliseu em Paris.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia advertiu nesta quinta-feira os países que "apoiam a oposição síria" que eles praticarão uma "rude violação" das leis internacionais se enviarem armas aos insurgentes sírios. A Rússia é aliada do presidente sírio Bashar Assad.
Já o governo turco reconheceu nesta quinta-feira a Coalizão Nacional da Síria como legítima representante do povo sírio e pediu a todos os países muçulmanos que façam o mesmo. A Turquia abriga no momento mais de 120 mil refugiados sírios e tem sido diretamente afetada pela guerra civil no seu vizinho árabe. O reconhecimento da Turquia foi anunciado pelo chanceler turco Ahmet Davutoglu, enquanto participava de encontro da Organização de Cooperação Islâmica, no Djibuti, país do Leste da África.
As informações são da Associated Press e da Dow Jones.