Todos que trabalharam com Cristiano Ronaldo durante a sua carreira sabem: o português não aceita ficar em segundo. Muito menos se o primeiro for Lionel Messi. Nesta segunda-feira (9), Cristiano Ronaldo é o favorito para vencer o troféu da Fifa de melhor jogador do mundo de 2016. Caso a conquista seja confirmada - a cerimônia será em Zurique, na Suíça, a partir das 15h30 (de Brasília) -, ele chegará ao quarto prêmio, ficará apenas a uma vitória de se igualar ao meia argentino e dedicará o restante de sua carreira para demonstrar que é ele, e não Messi, o melhor.
Os dois rivais terão como coadjuvante Antoine Griezmann entre os finalistas do prêmio de melhor jogador do ano. O atacante francês do Atlético de Madrid "roubou" a vaga que era de Neymar em 2015. Mas dificilmente obterá votos suficientes para surpreender a dupla.
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Na sede da Fifa, todos as lentes estarão mesmo focadas em Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. O argentino, com cinco títulos individuais, ganhou todas as edições do troféu entre 2009 e 2012, além de ter vencido em 2015. Em um certo momento, craques do passado como Platini e Cruyff (que faleceu no ano passado) chegaram a alertar que Messi ganharia todos os prêmios possíveis enquanto jogasse. Não foram poucos os comentários tentando comparar o número 10 do Barcelona a Maradona ou Pelé.
Cristiano Ronaldo não disfarçava a sua irritação com a unanimidade que Messi gerava pelo mundo. Na época, um de seus principais defensores - o treinador brasileiro Luis Felipe Scolari - chegava a dizer que o português teria sido, "sem dúvida", o melhor do mundo por anos se sua carreira não tivesse coincidido com a do argentino. Foram diversas as declarações de Cristiano Ronaldo indicando que ele, mesmo não recebendo o troféu da Fifa, se considerava superior a Messi e que iria "provar" isso durante a sua carreira.
O português chegou à conquista primeiro e ficou com o troféu de melhor do mundo de 2008. Depois de ver o rival levar todos os prêmios por quatro anos, não escondeu as suas lágrimas de alívio ao vencer de novo em 2013 e romper a sequência do argentino. Em 2014, ele repetiria o feito e espera agora seu quarto título, o que o deixaria apenas um abaixo de Messi.
O português chega à Zurique com credenciais: conquistou a Eurocopa, a Liga dos Campeões da Europa e o Mundial de Clubes da Fifa. Ele ainda foi o artilheiro da competição de clubes na Europa e faturou a Bola de Ouro, prêmio concedido pela revista France Football e que até o ano passado era feito em parceria com a Fifa. Cristiano Ronaldo passou a ser o jogador mais bem pago em 2016, com uma renda avaliada pela revista Forbes de US$ 88 milhões, US$ 7 milhões a mais que Messi, que "apenas" foi campeão espanhol pelo Barcelona.
CARREIRA - Para ambos, 2017 será decisivo. Messi completa 30 anos e, ao lado de Cristiano Ronaldo, busca uma forma de se redefinir em campo para permitir jogar por pelo menos mais cinco anos. O português vem garantindo a pessoas próximas a ele que está melhor preparado em termos físicos para enfrentar a última etapa de sua carreira em campo e que, portanto, pretende se igualar e mesmo superar Messi.
Ambos também têm sido alvo de frequentes ofertas milionárias, inclusive de chineses. Mas sabem que, para continuar entre os melhores, precisarão estar em equipes de ponta da Europa.
Para a edição de 2017, a Fifa fez mudanças importantes na escolha dos vencedores. O acordo com a France Football terminou, o que significou que o termo "Bola de Ouro" já não poderia mais ser usado. A entidade, conforme o jornal O Estado de S.Paulo revelou com exclusividade em outubro, ainda abriu a votação para os torcedores, via internet. Isso, na avaliação de pessoas envolvidas com o processo, pode causar surpresas e até colocar Messi - com uma imagem mais favorável que o português - em uma posição de destaque.
BRASILEIROS - Maior astro da seleção brasileira do técnico Tite, o atacante Neymar pode entrar na lista dos 11 melhores do ano, o que a Fifa considera como a "seleção de 2016". O lateral-esquerdo Marcelo, do Real Madrid, é outro com fortes chances de entrar no time mundial.
Presença confirmada é a de Marta, finalista pela 12.ª vez em 13 anos de prêmios, um recorde absoluto. Ela, com cinco títulos, concorre contra a favorita alemã Melanie Behringer, jogadora-chave para a medalha de ouro de sua seleção nos Jogos do Rio-2016, e contra a norte-americana Carli Lloyd. Contudo, desta vez, o título dificilmente ficará com a brasileira.
Outro brasileiro que pode voltar de Zurique com um troféu é Marlone, do Corinthians. Ele concorre na categoria de gol mais bonito do ano contra a venezuelana Daniuska Rodriguez e o malaio Mohd Faiz Subri. O gol finalista do brasileiro foi seu segundo com a camisa do time paulista, marcado contra os chilenos do Cobresal, em jogo válido pela Copa Libertadores.
Também neste ano, concorrem ao prêmio de melhor técnico de 2016 o italiano Claudio Ranieri, que levou o Leicester City a um título inédito na Inglaterra, o português Fernando Santos, que conquistou a Eurocopa com Portugal, e o francês Zinedine Zidane, do Real Madrid, que volta ao palco que também lhe deu o prêmio de melhor jogador do mundo.