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A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) tem sido atacada desde que, em meio à crise de seu partido, foi destituída da liderança do governo no Congresso Nacional. As ofensas vêm, inclusive, de antigos aliados. E estão sendo feitas justamente no ambiente que foi fundamental para que ela obtivesse votação recorde em 2018: as redes sociais. "Sofro ataques machistas e canalhas de um grupo do qual Eduardo e Carlos Bolsonaro fazem parte", afirma.

A parlamentar diz estar enfrentando o machismo pela primeira vez agora e acrescenta que se trata de algo tão "cafona" quanto o feminismo. "Eu vejo o feminismo como um machismo de sinal contrário", diz. "A veia boa do início do feminismo foi distorcida demais."

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Deputada mais votada da história do País, com mais de 1 milhão de votos, Joice pode deixar a Câmara Federal em breve. Ela é pré-candidata à Prefeitura de São Paulo pelo PSL. "Eu só declinaria da candidatura à Prefeitura para algo maior. Algumas pessoas do meu partido já estão me procurando com essa intenção", revela.

A seguir, os principais trechos da entrevista:

A senhora é uma mulher que se posiciona, que sempre trabalhou fora, que se diz pai e mãe dos filhos. Com esse papel de força, por que não defende o feminismo?

Eu vejo o feminismo como um machismo de sinal contrário. Como eu acho o machismo cafona, eu acho o feminismo cafona. A veia boa do início do feminismo foi distorcida demais, acabou virando um jogo de mulheres contra homens. Eu sou contra isso. A gente não tem de ser contra ninguém: é chegar, ocupar nosso espaço, pronto e acabou. Acho que a gente precisa refundar o movimento feminino no mundo todo, não só no Brasil, para conseguir valorizar o que a mulher tem de fato. Se houver uma 'refundação', posso até entrar nisso, mas para ser um movimento feminino. E não uma guerrinha de sexos.

A senhora falou que o feminismo perdeu a veia boa. Qual seria essa veia?

Lá atrás, houve vitórias como a conquista do voto, por exemplo. Mas isso não pode ser atribuído ao movimento feminista. E sim ao movimento de mulheres. Não havia naquele grupo só feministas. Estavam ali também donas de casa, que queriam cuidar do marido e dos filhos. Hoje, no entanto, vejo mulheres sendo criticadas porque querem se dedicar ao papel de mãe. Ou seja, o movimento feminista acaba ridicularizando mulheres que não optam por esse lado mais duro. Não conheço mulher mais dura e firme do que eu. Mas tenho de mesmo de ser feminista? Não, porque eu sou liberal e não quero impor nada para ninguém.

A senhora considera que já sofreu ataques machistas?

Nunca tinha sofrido nenhum ataque machista. Nunca houve um único caso, uma única gracinha na Câmara. Por quê? Porque eu cheguei com a alma preparada para enfrentar o que der e vier. As ofensas começaram agora. Eduardo Bolsonaro e Carlos Bolsonaro fazem parte do grupo que me ataca nas redes sociais. São mais do que ataques machistas, são canalhas. Emojis de porco, postagens me associando à (personagem de desenho animado) Peppa Pig, montagens.

Considera que o presidente Bolsonaro e seus filhos são machistas?

Não vi nenhuma manifestação pública do Flávio, por enquanto. Internamente, é outra coisa. O presidente também não falou nada. Prefiro dar a ele o benefício da dúvida de que é contra tudo isso que está acontecendo.

Apenas 15% dos cargos em disputa nas eleições do ano passado foram conquistados por mulheres. Como avalia a situação?

Quando você faz um comparativo, as mulheres são mais preparadas do que os homens em relação a estudo. Porém, ainda falta para algumas delas o preparo de alma. O preparo de coração, de vontade, de querer entrar na guerra, ir à luta e ganhar. Então, essa questão de cota me incomoda um pouco. Para mim, o mais importante é convencer a mulher de que ela deve entrar na política porque quer, para entregar algo para o País. Sou a prova viva de que não é preciso ter cotas. Fiz minha carreira sozinha no maior colégio eleitoral do País e trouxe mais quatro (deputados) comigo.

Como fazer para que mais mulheres ocupem espaço na política institucional? O que falta para que isso ocorra?

Financiamento é importante, mostrar a comunicação para mulher, o fazer campanha olho no olho. Por outro lado, nem acho que esse mundo (da política) seja tão masculino assim. Se eu estou em um lugar que tem cem homens e só eu de mulher, não me sinto intimidada. Por mim, tanto faz quanto tanto fez. Quebrar isso com o exemplo é o melhor caminho. Essa mulher que está aqui, brigando na Câmara, gosta de um batom, de unhas feitas, de um cabelinho escovado. É menina como todas elas. Mas que chegando aqui tem um papel de mulher forte.

Os últimos governos foram criticados pelo fato de contarem com poucas ministras. Qual a sua visão sobre o tema?

Não gosto dessa observação, como se você tivesse de ter uma cota. Mas os governantes precisam olhar um pouco mais para as qualificações das mulheres. Não venham me dizer que, para a formação de uma equipe ministerial, não há mulheres excepcionais no mercado. Nós temos mais tendência à conciliação, a conversar, a ouvir o contraditório, a não perder a paciência. A mulher pode usar na política a sensibilidade feminina e a força que tem para gerar e criar filhos.

Se existem mulheres conciliadoras e com currículo excepcional, por que não são escolhidas?

Você está perguntando para a pessoa errada. Precisa perguntar para quem nomeia. Particularmente, gosto de trabalhar com mulheres para algumas funções e não para outras. A questão do jeitinho da mulher e do jeitão do homem ajuda em alguns momentos. Para assessoria de comunicação, gosto de trabalhar com mulher, tem o jeitinho para falar com repórter. Mas meu motorista é homem.

Como é feita a articulação da bancada feminina, da esquerda à direita? Existe essa união?

A bancada feminina é organizada, é única, funciona bem quando as pautas não são polêmicas. Quando são, existe uma divisão até por causa da orientação partidária. Em temas de costumes, há divisão. Agora, em outras pautas a mulherada se junta. Define qualquer votação. São 77 mulheres. É maior do que qualquer bancada e consegue decidir o que quiser na Câmara.

A senhora tem um projeto de lei para endurecer a Lei Maria da Penha. Que outras pautas quer propor em prol das mulheres?

Não gosto de fazer pauta específica para mulheres, homens e crianças. A gente tem de pensar no Brasil. As minhas pautas são nacionais, como o combate à corrupção, a segurança pública… O meu projeto (PL 11/2019; a proposição está aguardando parecer na Comissão de Segurança Pública da Câmara) para mexer na Lei Maria da Penha não é uma pauta feminina. É pauta humana, em defesa das pessoas que estão sendo mortas no País. Há levantamentos mostrando que, após denunciarem a agressão, algumas mulheres são espancadas, violentadas e até mortas quando voltam para casa. E isso é feminicídio. Quero que o delegado possa analisar o caso e conceder medidas protetivas imediatamente.

A crise do PSL afeta seus planos de disputar a Prefeitura de São Paulo? A pré-candidatura está mantida?

Está totalmente mantida. A minha disputa pela Prefeitura de São Paulo é fundamental para barrar o plano da esquerda de voltar à Presidência. Está na hora de as paulistanas se orgulharem da mulher que comanda a Prefeitura. Eu só declinaria da candidatura por algo maior. Algumas pessoas do meu partido já estão me procurando com essa intenção.

O que seria algo maior?

Aí vocês interpretam da maneira como quiserem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A disputa pela liderança do governo na Câmara colocou em lados opostos o grupo do presidente da República em exercício, Michel Temer (PMDB), e do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afastado do comando da Casa por decisão do Supremo Tribunal Federal.

No páreo pela condução das discussões e votações dos projetos do novo governo no plenário está o líder do PSC, André Moura (SE), e o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). O primeiro é ligado a Cunha e representa o grupo de partidos conhecidos como centrão, integrado também por PR, PP, PSD e PTB. Já Maia conta com o patrocínio de Moreira Franco, braço direito de Temer que, atualmente, é responsável pelo Programa de Parceria de Investimentos do governo.

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O embate revela também uma disputa por quem deve dar as cartas na Casa na gestão Temer. Isso porque Rodrigo Maia representa o grupo de legendas que fizeram oposição ao governo Dilma, como DEM, PSDB e PPS, as quais, cada qual a seu tempo, se posicionaram a favor do afastamento de Cunha da presidência da Câmara. Moura pertence ao centrão, é apadrinhado por Cunha e pretende manter o protagonismo na Casa na atual legislatura.

A disputa entre os dois grupos tem desagradado aos ministros palacianos e será motivo de discussão com o presidente em exercício ao longo desta semana. A avaliação é de que não dá para a liderança de governo virar alvo de disputa dentro da base de Temer logo na sequência de ele assumir a Presidência da República.

Apesar do descontentamento com a cizânia, dentro do Palácio do Planalto Rodrigo Maia é visto como o nome mais cotado para assumir a liderança do governo, principalmente porque ajudaria a desvincular, em parte, as imagens de Temer e Cunha. No entanto, como Temer tampouco quer se indispor com Cunha, que ainda mantém grande influência na Câmara, uma das alternativas estudadas para evitar desgastes iniciais na base aliada é dividir as atribuições entre os dois deputados.

Nesse sentido, Moura ficaria como primeiro vice-líder do governo e atuaria mais na costura dos acordos e articulação nos bastidores para a votação das propostas de interesse. Já Maia desempenharia uma função de embate ideológico e enfrentamento da oposição na tribuna da Casa.

Dentro da disputa pelo comando da liderança também há um componente regional em razão de Eduardo Cunha e Moreira Franco terem um histórico de desentendimento na condução do PMDB carioca.

Liderança do PMDB

Além do desentendimento para definir com quem ficará a condução das votações do novo governo, Temer também tem no horizonte um embate dentro da própria bancada do PMDB da Câmara. Com a indicação do deputado Leonardo Picciani (RJ) para o Ministério dos Esportes, disputam a liderança do partido os deputados Leonardo Quintão (MG) e Baleia Rossi (SP).

Segundo Quintão, que ocupa a vice-liderança, "a grande maioria" da bancada tem se posicionado a favor de um acordo para que não seja realizada eleição para ele continuar no cargo. O deputado mineiro considera que o processo pode dividir o partido e prejudicar o início do mandato do governo de Temer.

"Sem PMDB em sintonia não teremos condições de aprovar matérias na Casa", afirma o deputado. Em tom mais ameno, Baleia Rossi disse que vai propor um encontro nesta segunda-feira, 16, com Quintão e trabalhar por um acordo. "O importante agora é a unidade da bancada, é buscarmos um entendimento para evitar uma disputa desnecessária."

Segundo a reportagem apurou, Rossi, presidente estadual do PMDB de São Paulo e ligado a Temer, é considerado dentro do Palácio do Planalto o nome mais cotado para assumir a liderança.

O líder do governo na Câmara de Vereadores do Recife, Gilberto Alves (PSB), rebateu na tarde desta segunda-feira (17) o posicionamento da vereadora Marília Arraes (PSB) sobre a investigação da Polícia Federal em relação à construção da Arena Pernambuco. No Facebook, a ainda socialista cobrou respostas do governador Paulo Câmara (PSB) e do prefeito Geraldo Julio (PSB) e disse que estava havendo “o silêncio da nova política”.

Para Alves, não houve Operação Lava Jato na capital pernambucana. “A vereadora licenciada Marília Arraes, de forma ardilosa, vem mais uma vez confundir, sabe-se lá com qual intuito, a opinião pública. Não houve no Recife nova etapa da Operação Lava Jato, muito menos operação que envolvesse qualquer pessoa de partido político”, alegou em nota, expondo o desejo da parlamentar nas eleições de 2016. “Talvez o desespero eleitoral para as eleições que já se avizinham justifique tal comportamento”, opinou. 

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Reconhecendo que o “momento é de dificuldades para o Brasil” e que “requer responsabilidade e espírito público”, ele disparou contra Arraes. “Não é autopromoção que se precisa”, alfinetou. 

Em defesa ao governo, Gilberto Alves confirmou a existência de uma investigação e repetiu a justificativa do poder Executivo Estadual. “Apesar da leviandade de suas palavras,  é importante que se diga que de fato há investigação em curso no contrato da PPP Arena Pernambuco, mas que, conforme já noticiou o Governo de Pernambuco, cumpriu todos os passos da legislação vigente, tendo sido aprovado pelo Tribunais de Contas da União e do Estado de Pernambuco. Aos órgãos responsáveis pela investigação, à medida que solicitados, mais informações e documentos serão disponibilizados”, reforçou.

Para o vereador, a atitude de Arraes é prova de sua raiva e frustração. “Surpreende mesmo é a incurável raiva e frustração da vereadora, dessa vez querendo envolver Geraldo Julio e Paulo Câmara nesse episódio”, destacou Alves. 

A vereadora Marília Arraes (PSB) desmentiu, na tarde desta quinta-feira (24), em entrevista cedida ao portal Leiajá, que será a nova líder do governo na Câmara Municipal dos Vereadores. Ela disse que por enquanto só existem conversas de ‘corredores’ sobre o assunto e que o prefeito eleito, Geraldo Julio (PSB), ainda não teve tempo de pensar na Câmara.

Apesar de não confirmar as especulações de ser a liderança na Casa José Mariano do próximo ano, ela não se opôs à possibilidade. “O interesse não é pessoal, temos que seguir as orientações do partido. Tenho certeza que vou poder exercer muito mais meu mandato com Geraldo, porque ele vai escutar a Câmara e contribuir. Já sobre a mesa diretora ou cargos da Casa, eu não posso manifestar opinião nesse momento”, declarou a vereadora.

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Arraes também fez questão de afirmar que a ideia dela ou qualquer outro vereador ser liderança do governo só será discutida em dezembro, e que as demais informações são boatos. “Qualquer nome e qualquer ideia que for levantada agora é especulação. O prefeito ainda não parou para pensar nessas questões da Câmara, ele está preocupado com a transição”, afirmou.

Mesmo não confirmando nenhum nome, Marília assume que já existe a conversa, mas não é nada oficial. “Algumas pessoas começaram a conversar, mas é uma conversa de corredor. E essa questão gira em torno de um contexto muito mais amplo do que isso”, admite Arraes, que explicou também que para a oposição que já escolheu Aline Mariano (PSDB) como líder, o processo é diferente. “A oposição é composta por quatro membros e o formato de trabalharem é muito diferente do governo, que é amplo, e não precisa estar ligada a um projeto de gestão. Temos que analisar todos esses agentes”, explica a vereadora.

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