Tópicos | Luiz Melodia

O corpo do cantor e compositor Luiz Melodia, 66 anos, foi enterrado hoje (5) pela manhã no cemitério do Catumbi, depois de ter sido velado desde o final da tarde de ontem (4) na quadra da Escola de Samba Estácio de Sá, escola de coração do cantor, que nasceu e foi criado no morro de São Carlos, que deu origem a escola de samba do tradicional bairro da boemia carioca.

O cantor vinha lutando há meses contra um câncer de medula, mas nos últimos dias seu estado de saúde piorou, devido aos efeitos da quimioterapia. Ele teve de ser internado e morreu no hospital. Na quadra da escola de samba, o caixão foi coberto com bandeiras de duas paixões do artista, o Clube de Regatas Vasco da Gama e a Escola Estácio de Sá.

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Melodia fez uma canção que se tornou sucesso, em homenagem ao bairro do coração do artista, e que foi lembrada pelos presentes, chamada Estácio, Holly Estácio: "Se alguém quer matar-me de amor / Que me mate no Estácio / Bem no compasso, bem junto ao passo  / Do passista da escola de samba / Do Largo do Estácio".

O cortejo levando o corpo do cantor foi seguido a pé por um grupo de músicos desde a quadra da escola de samba até o cemitério do Catumbi, onde artistas acompanharam as composições de Luiz Melodia que se tornaram sucesso, cantadas também pelo povo e integrantes da escola Estácio de Sá.

Luiz Carlos dos Santos, o Luiz Melodia, faleceu na madrugada desta sexta-feira (4), por volta das cinco da manhã. O cantor, compositor e músico carioca estava internado no hospital Quinta D’Or e morreu no Rio de Janeiro, em decorrência de um câncer na medula óssea.

Segundo o G1, a informação foi dada pelo guitarrista Renato Piauí. Melodia chegou a fazer um transplante de medula e resistiu ao procedimento, mas a quimioterapia não estava surtindo efeito. Na época, a assessoria do artista disse que o tratamento de quimioterapia feito no hospital resultou em uma baixa glicemia e acidez sanguínea, o que fez com que o estado de saúde do carioca se agravasse. 

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Cheia de Graça foi a escolha perfeita para a abertura de Zerima. Com metais e baixo grooveado, é a faixa que melhor expressa o retorno de Luiz Melodia ao repertório autoral. É samba, soul e dor de cotovelo à carioca ao mesmo tempo.

Temperos que são pouco utilizados - em 41 anos de carreira fonográfica, gravou apenas nove discos de inéditas, muito por culpa do outrora poderoso mercado que exigia regravações e o exilou no rol dos malditos. Mas quando a cozinha é aberta, vem um saboroso banquete.

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"Eu componho de tudo. Não coloco regras. Vai saindo naturalmente, não penso em fazer um disco com músicas diferentes entre si. E gosto assim", diz o cantor e compositor, que, além de Líber Gadelha, contou com a participação do saxofonista Humberto Araújo na produção do álbum. A presença do músico reflete a predileção pelos sopros como cama para sua música. Melodia lembra de seus trabalhos anteriores, arranjados por Serginho Trombone e Oberdan Magalhães, da Banda Black Rio. Zerima, afirma ele, é uma reconexão com o que produziu em termos de sonoridade. Os parceiros Renato Piau e Ricardo Augusto também reaparecem nos créditos de autoria de algumas faixas.

Nem por isso Melodia deixa de estabelecer contato com uma geração posterior à dele. A cantora Céu é convidada da faixa Dor de Carnaval, mais uma homenagem à sua escola de samba, a Estácio de Sá. Os dois se conheceram quando ela o convidou para participar de Vagarosa (2009), cantando Vira Lata. A retribuição do chamado veio em forma de uma música sobre o sofrimento de quem torce pela agremiação, há anos fora do Grupo Especial do carnaval carioca. "Fiz pra cantar com a Céu e porque precisava falar da escola. A gente sofre com ela. Mas, assim como todas as outras, continua linda", ressalta.

Zerima também passeia pelo clima de gafieira (Vou Com Você), samba-canção (Cura), malemolência do Recôncavo Baiano (Moça Bonita). Na diversidade coesa que perpassa sua obra, o felino mostra que continua com as garras afiadas.

Regravações.

Uma das melhores faixas de Zerima é a tocante regravação de Leros e Leros e Boleros, de Sérgio Sampaio, cuja morte completou duas décadas em maio. Melodia salienta que ela entrou no repertório por acaso. "Fui cantando músicas no estúdio, e essa era uma que eu tinha pensado em deixar para uma outra oportunidade. Líber ouviu e ficou bastante sensibilizado." A saudade daquele que na música Doce Melodia bradou ‘Luiz Melodia, melhores dias virão’ é constante e foi transmitida na releitura, em cujo arranjo se destacam o saxofone de Humberto e o piano de Julinho Teixeira. "Começamos juntos, era um amigo muito talentoso e hoje ele é valorizado. Isso me deixa feliz", comenta.

A inclusão de Maracangalha foi motivada pelo desejo de "uma levada diferente" para a música de Dorival Caymmi. O filho Mahal foi convidado a introduzir um rap na gravação. Viva Caymmi saúda o compositor no ano de seu centenário. "Quando ele me mostrou o que escreveu achei genial. Por isso, deixei que fosse uma homenagem maior do que a minha", afirma Melodia.

Ele ainda pescou uma pérola obscura de Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho, Nova Era. Melodia se deparou com ela na internet, e concluiu que a música tinha a ver com o conteúdo do disco cujo alicerce foi solidificado. "Faça esse mal se afastar/E a escuridão clarear", sentencia a letra.

Se Zerima teve sua base solidificada após um período de convalescença, os versos são os que melhor refletem sua origem. Do novo ao antigo, das parcerias permanentes às novas aproximações, Melodia continua indefinido e indefinível. Não se podia esperar nada diferente de alguém que, em música, já disse que na estrada da vida segue e vai. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O cantor e compositor Luiz Melodia se apresenta no Teatro da UFPE nesta sexta-feira (14) dentro do projeto MPB Petrobrás. O artista traz ao Recife um show inédito, que já passou por outras cidades do País e pela Europa. Além das canções novas, o repertório abre brechas para sucessos da carreira de Melodia como Pérola Negra, Estácio Holly Estácio e Magrelinha, além de um apanhado de seu último disco Estação Melodia (2007).

O cantor vem acompanhado do trio de cordas formado por Renato Piau (violão), Charles Costa (violão 7 cordas) e Alessandro Cardozo (cavaquinho). A abertura da noite fica por conta de Abimael Gomes. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) e serão destinados a uma instituição de caridade.

Serviço

MPB Petrobrás - com Luiz Melodia

Sexta-feira (14), 21h

Teatro da UFPE (Cidade Universitária)

R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), à venda na bilheteria e nas lojas Mahogany

Informações: 3231 5196

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Um dos maiores e mais representativos blocos afro de Salvador, o Cortejo Afro, se apresenta neste domingo (5), no Teatro Castro Alves (TCA), localizado no Bairro do Campo Grande, em frente a Praça 2 de julho.

O show faz parte do projeto Domingo no TCA, que traz atrações locais, nacionais e internacionais nas manhãs de domingo ao preço simbólico de R$ 1,00. O espetáculo terá a participação especial do cantor e compositor carioca Luiz Melodia.

O Bloco Cortejo Afro, oriundo do bairro de Pirajá em Salvador, foi criado em 1998 e teve sua primeira atividade no dia 2 de julho, data da Independência na Bahia. Idealizado pelo artista plástico e designer Alberto Pitta, ele foi criado com o objetivo de resgatar a africanidade, as cores, sons e ritmos do carnaval, que com o tempo foi perdendo espaço para os grandes camarotes e blocos.

Os ingressos serão vendidos no dia do show, a partir das 9h, com acesso imediato do público, e o show começa às 11h.

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