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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou neste sábado (22) o apoio do governo brasileiro à solução negociada para a paz na Ucrânia, invadida há mais de um ano pela Rússia, em declaração à imprensa no Palácio de Belém, em Lisboa. Lula começou nessa sexta-feira (21) viagem de Estado à Portugal e Espanha.

“Ao mesmo tempo em que meu governo condena a violação à integridade territorial da Ucrânia, defendemos uma solução política negociada para o conflito. Precisamos criar urgentemente um grupo de países que tentem sentar-se à mesa tanto com a Ucrânia como com a Rússia para encontrar a paz”, disse Lula.

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O presidente reafirmou que o Brasil condenou a Rússia por ferir a integridade territorial ucraniana desde os primeiros dias do conflito. “Não somos favoráveis à guerra, queremos a paz”, disse Lula. “É melhor encontrar uma saída em torno de uma mesa do que continuar tentando encontrar a saída num campo de batalha. Se você não fala em paz, você contribui para a guerra”. 

O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou a necessidade da retirada imediata das forças armadas russas do território ucraniano como condição fundamental para ser possível encontrar uma reparação ao povo que sofreu a agressão, mas também como ponto de partida para a construção de uma paz duradoura. 

Em meio à polêmicas sobre sua fala em relação a Ucrânia, Lula fez questão de pontuar: "Eu nunca igualei Rússia e Ucrânia. Eu sei o que é invasão e o que é integridade territorial. Mas agora a guerra já começou e alguém precisa falar em paz". E rememorou sua postura na época da guerra do Iraque. "Em meu primeiro mandato eu fui aos EUA e o Bush pediu que o Brasil entrasse na guerra contra o Iraque. Eu respondi que minha guerra era contra a fome no Brasil. Hoje, outra vez, temos 33 milhões passando fome em nosso país. Essa é minha guerra".

Comércio exterior

Lula também ressaltou o potencial de Portugal e Brasil de dobrarem o fluxo de comércio exterior, atualmente por volta dos US$ 6 bilhões. “É preciso que a gente seja mais ousado. E é preciso que tanto nossos empresários quanto nossos ministros conversem mais e projetem perspectivas de futuro no financiamento das nossas indústrias e na produção de novos produtos entre os dois países”. 

O presidente português reafirmou seu total apoio à ratificação do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Aprovado em 2019, após 20 anos de negociações, o acordo Mercosul-UE precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países dos dois blocos para entrar em vigor, uma tramitação que envolve 31 países. O acordo cobre temas tanto tarifários quanto de natureza regulatória, como serviços, compras governamentais, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias e propriedade intelectual.

Visita oficial

Mais cedo, Lula participou cerimônia de boas-vindas na Praça do Império, em frente ao Mosteiro do Jerônimo, e da deposição de flores junto ao túmulo do poeta português Luís de Camões, no interior do mosteiro. Na sequência, Lula teve encontro bilateral com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém.

Em seguida, haverá almoço oferecido pelo primeiro-ministro Antônio Costa e, à tarde, ocorre a 13ª Cúpula Luso-Brasileira, no Centro Cultural de Belém, com a assinatura dos acordos bilaterais. Inicialmente, os dois chefes de governo têm reunião reservada, seguido de uma plenária com as duas delegações.

De acordo com o Palácio do Planalto, serão assinados pelo menos 13 acordos e parcerias com o governo português.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou o dia e a agenda oficial da sua viagem a Portugal neste sábado, 22, num cartão postal da cidade e um ícone da história do país: o Mosteiro dos Jerônimos. O local foi escolhido pelo governo português para Lula receber as honras de estado. Em seguida, o presidente fez uma visita guiada ao local e depositou flores no túmulo de Luiz de Camões.

A segunda agenda - os trabalhos no âmbito da 13°Cimeira Portugal-Brasil - acontece no Palácio de Belém, sede da presidência da república portuguesa. Lula está sendo recebido pelo presidente lusitano Marcelo Rebelo de Souza e participa de almoço a convite do primeiro-ministro António Costa. Lula conversa reservadamente com os dois, em momentos diferentes.

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A tarde foi reservada para as discussões da Cimeira onde serão firmadas parcerias entre os dois países em diversas áreas. Entre os acordos bilaterais estão um entendimento de cooperação entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Portugal Space, agência espacial portuguesa; trabalhos conjuntos entre a Fundação Oswaldo Cruz e o Ministérios de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior português; protocolo para coprodução audiovisual entre a Agência Nacional do Cinema (Ancine) e o Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA). Também deve ser acordado o reconhecimento mútuo dos documentos de condução e a concessão de equivalência de estudos no ensino fundamental básico e médio e ensino secundário, o que beneficia os imigrantes dos dois países.

Polêmicas

A deferência prestada a Lula na agenda oficial, no entanto, contrasta com o debate que continua ocorrendo no ambiente político português em relação ao líder brasileiro e à sua visita a Portugal no momento atual. Depois de questionarem a presença de Lula nas comemorações do 25 de abril, data que comemora o fim da ditadura fascista em Portugal, os parlamentares lusitanos argumentam que as posições de Lula em relação à guerra da Ucrânia tornam a visita inconveniente.

O assunto esteve em todos os noticiários da TV ontem à noite. Em debate, a representante do bloco de esquerda de Portugal, Mariana Mortágua, simpática ao PT e a Lula conseguiu defender o presidente das acusações de corrupção, mas encontrou dificuldades quando o assunto foi a guerra da Ucrânia. Ela disse não ter entendido as declarações de Lula, ao rebater as críticas feitas pelo líder do partido de direita Nuno Melo.

Ontem, a Associação dos Ucranianos, que defende a colônia de refugiados do país em Portugal protestou em frente à embaixada de Portugal e foi recebida, a pedido de Lula, pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Marcio Macêdo.

Na manhã deste sábado (22), pelo horário de Portugal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido pelo presidente português, Marcelo Rabelo, com honras militares, na Praça do Império, em Lisboa. Em seguida participou da cerimônia de deposição de flores no túmulo do Luís de Camões, no Mosteiro dos Jerônimos.

Lula chegou a Portugal nesta sexta-feira (21), onde assina 13 acordos, e depois segue para a Espanha, país com o qual serão assinados outros quatro acordos.

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Pela tarde, Lula será recebido pelo primeiro-ministro portugues, António Costa, por ocasião da XIII Cimeira Luso-Brasileira. A previsão é que a Cimeira seja encerrada às 20h, pelo horário local.

Pelo Twitter, Lula se manifestou sobre a visita a Portugal.  "É sempre com grande prazer que me reúno com amigos portugueses. Hoje é especial: minha primeira visita de estado a Portugal neste terceiro mandato. E retribuo a visita que o presidente Marcelo Rebelo de Sousa fez ao Brasil na nossa posse". 

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O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta segunda, 2, que a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) representa uma mudança no relacionamento bilateral entre os países. Ele disse que o petista visitará o país europeu ainda este ano, mas não informou quando.

Em julho, durante visita de Rebelo ao Brasil, o agora ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desmarcou um encontro com o presidente português após saber que ele se encontraria antes com Lula, então pré-candidato.

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"(Eleição de Lula) Significa muita coisa nova no relacionamento bilateral, um Brasil multilateral", disse Rebelo ao chegar ao Palácio do Itamaraty, onde deve ter reunião bilateral com Lula. Ele é um dos 15 líderes internacionais com quem o presidente brasileiro se reunirá nesta segunda-feira, 2.

Rebelo disse que sua vinda para a posse de Lula representa com "alegria" as relações entre os dois países. Ele disse esperar que isso se repita em breve com uma visita de Lula a Lisboa. Questionado, Rebelo disse que deve ser confirmada em breve a data da visita do brasileiro.

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, cumprirá um segundo mandato após conquistar pouco mais de 60% dos votos na eleição deste domingo (24) evitando um segundo turno, de acordo com resultados preliminares. A taxa de abstenção foi a maior desde a instauração do regime democrático, em 1974, chegando a 61,6%.

O Partido Socialista do primeiro-ministro Antônio Costa, no poder, não apresentou candidato oficial. Ana Gomes, candidata socialista que foi eurodeputada e não teve apoio do partido, ficou em segundo lugar, com 12,5%.

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Em terceiro apareceu o candidato André Ventura, de extrema direita, que obteve 11,9% para seu movimento 'chega'.

Embora as medidas de confinamento estejam em vigor devido à pandemia do coronavírus, viagens foram permitidas para votação.

Rebelo de Sousa, professor de direito e ex-líder do partido de centro-direita PSD, tornou-se popular como comentarista político na televisão antes de sua primeira eleição em 2016. Nas últimas décadas, os presidentes portugueses têm cumprido dois mandatos - a última vez que houve segundo turno foi em 1986.

Em Portugal, o primeiro-ministro e o seu governo definem a política. Com mandatos de cinco anos, o presidente exerce um cargo relativamente decorativo, mas tem autoridades como nomear o primeiro-ministro e dissolver o Parlamento.

As eleições deste domingo serviram para medir a temperatura do país em relação à extrema direita, cujo candidato André Ventura queria "esmagar a esquerda". O jurista de 38 anos causou surpresa ao conquistar uma cadeira no Parlamento nas eleições legislativas de 2019, quando atingiu 1,3% dos votos.

O país de 10 milhões de habitantes passa por um grave surto de pandemia após o Natal, com a maior média de novos casos e mortes per capita em sete dias, de acordo com o rastreador de dados da Universidade de Oxford.

O número de mortes por covid-19 bateu recordes pelo sétimo dia consecutivo neste domingo - 275 - com hospitalizações também em recorde e ambulâncias em fila de espera durante várias horas nos hospitais de Lisboa lotados. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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