O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) divulgou, nesta quinta-feira (27), informações relacionadas ao segmento de alimentação para consumo familiar. O levantamento tem como base dados do Ministério da Economia e aponta que o número de empresários produtores de marmitas e outras refeições embaladas cresceu 134% de 2014 a 2019.
Em 2014, segundo o Sebrae, o Brasil possuía 102,1 mil negócios de marmitas e outras refeições embaladas, enquanto no ano passado o quantitativo registrado foi de 239,8 mil empreendimentos. A principal explicação para esse crescimento é a forte atuação dos microempreendedores individuais, que correspondiam a mais de 90% do total de empresários dessa área em 2014. Em 2019, o percentual de MEIs foi de 94%.
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O Portal do Empreendedor, a partir de análise realizada em janeiro deste ano, reitera a tendência de produção de marmitas. Nesse período, foram registrados 3 mil novos microempreendedores focados na produção de alimentos para consumo domiciliar.
“O Sebrae está atento a esta tendência de mercado, por isso possui um trabalho direcionado para minimizar a carga de burocracia e permitir que os empreendedores possam seguir atendendo esta demanda crescente, atuando como MEI”, destaca o presidente do Sebrae, Carlos Melles, conforme informações da assessoria de imprensa.
A atividade se mostra importante para o País, principalmente para trabalhadores que buscam alternativos ao desemprego. No entanto, de acordo com o Sebrae, o crescimento indica um “movimento natural do mercado”, que frequentemente tem buscado o desenvolvimento de novos modelos de negócio que atendam às demandas dos consumidores. “Esse público se divide em dois grupos principais. O primeiro busca marmitas frescas e prontas para consumo, normalmente para consumir no intervalo do expediente, em geral no próprio local de trabalho. Nesse caso, há bastante espaço para marmitas mais caseiras e convencionais. Já o segundo grupo procura marmitas congeladas nutricionalmente balanceadas e que respondam a necessidades específicas da dieta, às vezes por saúde, bem-estar ou estética, outras por restrição (ex. alergia, intolerância) ou ainda por uma opção alimentar (ex. vegetariano, vegano). Nesse caso, as marmitas muitas vezes são comercializadas em kits semanais ou mensais, que facilitam a continuidade de uma alimentação saudável ao longo do tempo proposto”, identificou o Sebrae.
Jonathan Mota Vieira, proprietário de uma empresa que faz kits de alimentos saudáveis a partir de orientações de nutricionistas, revela que o faturamento do negócio cresceu cerca de 50%, desde a abertura do empreendimento, há dois anos. Seus clientes, em grande parte, buscam vida saudável. “São pessoas que querem melhorar seus hábitos alimentares ou que trazem a receita e fazemos a alimentação como recomendado”, diz o empreendedor.
Como orientação aos empresários do ramo, o Sebrae alerta que os negócios da área de alimentação para consumo domiciliar devem atentar para o aumento da produtividade e buscar redução de custos. Tudo deve ser feito sem que as tendências do setor fiquem à margem.
Algumas tendências destacadas pelo Sebrae são valorização da origem do produto e dos ingredientes regionais, aumento da sustentabilidade do negócio a partir da extinção do plástico, uso de embalagens sustentáveis e eliminação de desperdícios de comidas. “A oferta de alimentos saudáveis com elementos do vegetarianismo, que são substitutos vegetais de proteínas animais, como a carne a base de plantas, é outra tendência em alta, assim como a gourmetização”, acrescenta a instituição.
No que diz respeito às pessoas que almejam ingressar no mercado, estratégias precisam ser adotadas. “Para quem vai entrar no mercado ou já está trabalhando no segmento de marmitas, é preciso também adotar algumas práticas que podem assegurar uma diferenciação diante da concorrência. Nesse sentido, é importante pensar na conveniência e praticidade, além de realizar operações enxutas. O uso da tecnologia também é uma tendência que deve usada como aliada, como os aplicativos de entrega ou terminais de autoatendimento”, finaliza o Sebrae.
Os preços de marmitas são variáveis. No Centro do Recife, por exemplo, o consumidor pode encontrar produtos de R$ 5 a R$ 15, em média.
Com informações da assessoria de imprensa do Sebrae