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Os números provam e as redes sociais confirmam. O Brasil caiu de fato nos braços da internet. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticia (IBGE) apontam que mais da metade da população tem acesso à grande rede. Atreladas a esse alto grau de conexão, as redes sociais também dominaram o gosto dos brasileiros, sendo inclusive mais presentes no cotidiano da sociedade, do que os encontros pessoais entre amigos.
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No ambiente virtual, temas de diversas áreas ganham força e geram discussão. Política, religião e futebol são os principais assuntos debatidos pelos internautas. Recentemente, o humor e a comédia também foram atrelados aos embates, fazendo dos “memes” uma realidade no universo online, além de poderem parar até mesmo na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). É isso mesmo, fera! Não se surpreenda se aparecerem quesitos que trabalhem a linguagem dos memes com algum assunto específico de língua portuguesa.
O professor de português e redação, Eduardo Pereira, é adepto ao uso da internet como ferramenta de estudo, bem como acredita que os memes podem ser usados no Enem. Segundo o docente, é importante que os estudantes utilizem a grande rede de forma inteligente, sem perderem a atenção dos estudos. “A internet causou uma revolução na educação. Nela, você tem informação de toda qualidade. É praticamente impossível encontrar um jovem que está fora de internet. Os estudantes precisam absorver informações de qualidade. Eu sempre digo aos meus alunos para que eles busquem a fonte, porque nem toda informação tem credibilidade”, comenta Pereira.
De acordo com o professor, os memes podem ser usados no Enem associados às variações linguísticas. “O Enem espera que o aluno seja poliglota em sua própria língua”, destaca o educador, frisando que os feras devem entender as variações linguísticas presentes no português brasileiro. Outra dica do docente é em relação ao contexto da comunicação.
“Na redação, o Enem cobra a norma culta da linguagem. No texto, é inadmissível a utilização de variações linguísticas, gírias, entre outros. Já nas questões linguísticas, as de interpretação, o Enem trabalha com todos os gêneros, em que nesses casos, é possível encontrar a variação linguística. Os memes são muito parecidos com as tiras e na maioria das vezes são representados pelo humor e com uma crítica embutida”, explica o educador.
Entre tantos memes que ganharam as redes sociais, principalmente o Facebook, os do “Bode Gaiato” então em meio aos que fazem sucesso. No vídeo abaixo, o professor mostra como ele e outros memes podem ser usados nas provas do Enem:
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Memética
O jornalista especialista em redes sociais, Sérgio Oliveira, explica que a memética é uma linha de estudo da biologia. A classificação se deu pelo poder que uma célula tem em “imitar” outra célula, podendo se multiplicar rapidamente. “Essa nomenclatura foi utilizada para esse fenômeno das redes sociais virtuais, principalmente pela rápida capacidade de divulgação, o que chamamos de viralização”, comenta Oliveira.
Segundo o jornalista, apesar da ideia do humor crítico que está presente nos memes, é importante evitar tipos de preconceito de algumas postagens. “Vejo o meme, em certa circunstância, como um reflexo do que acontece na sociedade. Muitas vezes se utilizam do humor, da ironia ou do sarcasmo para realizar uma crítica sobre determinado tema ou assunto, como muito foi visto recentemente nas eleições, por exemplo. Contudo, ao mesmo tempo em que esse fenômeno tem se tornado uma prática utilizada inclusive na comunicação de grandes marcas, é preciso estar atento, pois, muitas vezes, por se utilizarem do humor, em determinadas circunstâncias alguns tipos de preconceitos podem estar atrelados a elas, como a xenofobia ou homofobia”, explica.
