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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (25) que perdoou seu ex-conselheiro de Segurança Nacional Michael Flynn, que admitiu ter mentido em 2017 para o FBI sobre seus contatos na Rússia.

"É uma grande honra para mim anunciar que o general Michael T. Flynn recebeu o indulto total", tuitou o presidente republicano, deixando a Casa Branca em 20 de janeiro.

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Flynn foi o primeiro amigo próximo do presidente a ser investigado por suspeitas de conluio entre Moscou e a equipe de campanha do bilionário republicano em 2016.

Essa investigação estragou os primeiros dois anos do mandato de Trump, mas foi encerrada com a ausência de evidências de conluio entre a Rússia e o entorno do presidente.

O general Flynn participou da campanha vitoriosa do republicano e, em seguida, teve trocas confidenciais com o embaixador russo em Washington Sergey Kisliak em dezembro de 2016.

O FBI o questionou em 24 de janeiro de 2017, quando ele já era Conselheiro de Segurança Nacional, mas ele escondeu esses contatos. Como resultado, ele teve que renunciar rapidamente por também ter mentido para o vice-presidente Mike Pence.

Em 2017, ele se confessou culpado de perjúrio e concordou em ajudar na investigação do caso russo.

Em 2019, contudo, ele mudou seus advogados e sua estratégia de defesa, e desde então pede a anulação do julgamento, declarando-se vítima de manipulação.

Em maio, o secretário de Justiça, liderado por Bill Barr, um dos aliados mais fortes de Trump, decidiu desistir das ações judiciais contra ele, uma decisão muito incomum quando o réu reconheceu sua culpa.

Um novo governo poderia reabrir o caso, mas o indulto de Trump definitivamente fecha essa possibilidade.

“Este indulto é injustificado, contrário aos princípios e deixa uma mancha adicional” no balanço de Trump, criticou o congressista democrata Jerry Nadler, que preside o Comitê Judiciário da Câmara.

O presidente "concedeu esse indulto para encorajar Flynn a recuar em sua promessa de cooperar com os investigadores federais, cooperação que poderia ter exposto os delitos do presidente", acrescentou Nadler.

O gabinete do promotor especial Robert Mueller divulgou na terça-feira (4) um documento revelando que o ex-conselheiro de segurança da Casa Branca, Michael Flynn, cooperou "substancialmente" com a investigação sobre a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016 e o suposto conluio entre agentes do governo russo e a campanha de Donald Trump. Por causa da cooperação, Mueller pediu à justiça federal que não o condene à prisão.

Sem revelar pormenores sobre os 19 depoimentos de Flynn, por se tratar de "informação sensível sobre uma investigação em curso", Mueller sublinhou que o ex-assessor forneceu "informações em primeira mão" e "particularmente valiosas" sobre o "conteúdo e o contexto das interações entre a equipe de transição de Trump e funcionários do governo russo".

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Para especialistas ouvidos pela imprensa americana, apesar de haver poucas informações divulgadas pelo gabinete de Mueller, há detalhes que devem preocupar os integrantes do grupo mais próximo de Trump, especialmente o genro do presidente e conselheiro sênior da Casa Branca, Jared Kushner.

A investigação sobre a interferência russa na eleição de 2016 descobriu que hackers russos entraram nos computadores da campanha democrata e deram as informações para o WikiLeaks disseminar como parte de um esforço para minar a candidatura presidencial de Hillary Clinton. Trump também estava fazendo negócios em Moscou em 2016 e teve outros projetos com presença russa. A investigação estaria interessada em saber se o Kremlin esperava em troca uma suspensão das sanções econômicas dos EUA.

O FBI examinou as ações de Kushner, que teve várias reuniões com o embaixador da Rússia nos EUA, Serguei Kislyak, entre 2016 e 2017. A Casa Branca afirmou que as reuniões faziam parte dos deveres diplomáticos de Kushner. O genro de Trump disse que suas interações com Flynn e Kislyak envolveram apenas discussões sobre a política da Síria, não sobre sanções econômicas à Rússia.

"Se Flynn deu informações diferentes sobre o que foi discutido nas reuniões com Kislyak isso poderia abrir novas linhas de frente com novos colaboradores", afirmou ao Washington Post Matthew Miller, ex-funcionário do Departamento de Justiça no governo Obama. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Há menos de 30 dias da posse do presidente Donald Trump, a crise na Casa Branca ameaça se espalhar. O FBI - polícia federal norte-americana -, agências de inteligência e o Congresso dos Estados Unidos estão investigando o possível envolvimento de outros conselheiros, que ocupam altos postos no atual governo, com autoridades da Rússia durante as eleições presidenciais de 2016.

As investigações sobre o assunto começaram há algumas semanas e atingiram o auge com a saída do conselheiro de Segurança Nacional, Michael Flynn, que foi obrigado a pedir demissão na segunda-feira (13). Segundo a Casa Branca, Michael Flynn induziu a erro o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, ao mentir sobre a verdadeira dimensão de seus contatos com a embaixada russa em Washington. Antes de o assessor pedir demissão, Mike Pence chegou a dar várias entrevistas defendendo Michael Flynn e negando os contatos entre o ex-conselheiro da Casa Branca e os russos.

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Em meio à crise, parlamentares dos partidos Republicano e Democrata disputam para tomar a frente das investigações no Congresso Nacional. Alguns republicanos vêm demonstrando preocupação com a possibilidade de que outros membros do gabinete de Trump tenham mantido contato frequente com oficiais russos de inteligência ao longo do ano passado. Mas os republicanos, que são maioria no Congresso, por enquanto ainda não estão aceitando a proposta dos democratas de fazer uma investigação mais profunda, com poderes para entrevistar membros do governo e ter acesso a documentos secretos. A ideia é conduzir um exame independente sobre os contatos entre os que hoje ocupam posições chave no governo e autoridades russas. Eles ainda consideram que três grupos que examinam o assunto no Congresso são suficientes.

A preocupação dos congressistas, porém, não é acompanhada pelo porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, que deu entrevista nessa terça-feira (15) dizendo que "não houve contatos pré-eleitorais" entre a equipe Trump e as autoridades russas. Mas as palavras de Spice estão sendo relativizadas pela imprensa norte-americana, que lembra que, no mês passado, portanto antes da saída de Michael Flynn, Donald Trump também tinha negado qualquer contato entre seus assessores e os russos.

O pedido de demissão de Michael Flynn não foi o primeiro caso que mostrou afinidades entre assessores de Trump e os russos. No fim de agosto do ano passado, Paulo Manafort, então coordenador da campanha eleitoral de Donald Trump, renunciou à função depois de revelações de que sua empresa fazia um lobby secreto em favor de um partido político pró-Rússia, da Ucrânia. Mas, mesmo depois que assumiu o governo, em 20 de janeiro, Donald Trump tem mantido postura amigável à Rússia e jamais criticou as ações do presidente Vladimir Putin.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sofreu sua primeira crise interna de gabinete. Michael Flynn, assessor de Segurança Nacional, renunciou nessa segunda-feira (13) após um escândalo gerado por conversas com a Rússia que não tinham sido informadas à Casa Branca.

"Infelizmente, pelo ritmo dos acontecimentos, informei inadvertidamente e de forma incompleta ao vice-presidente, Mike Pence, e a outros sobre minhas ligações com o embaixador russo em Washington, Sergey Kislyak", disse Flynn em sua carta de renúncia. As conversas entre Flynn e o embaixador russo ocorreram antes da posse de Trump, em 20 de janeiro, e haviam sido interceptadas pelo FBI.

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Em um dos diálogos, o assessor do magnata republicano falou sobre sanções contra o Kremlin e sobre a suposta interferência russa nas eleições presidenciais de novembro passado. Questionado pelo gabinete de Trump, Flynn mentiu sobre as conversas, negando que havia mantido contado com o embaixador e falado sobre as sanções.

O vice-presidente dos EUA acreditara em Flynn e também mentiu para a imprensa, há um mês, ao negar tais contatos. Michael Flynn já era alvo de polêmicas nos EUA antes mesmo da vitória de Trump nas eleições. Ele costumava publicar nas redes sociais notícias falsas de portais de extrema direita sobre supostos crimes cometidos pela adversária de Trump no pleito, a democrata Hillary Clinton. Trump aceitou a renúncia de Flynn e nomeou o tenente-coronel reformado Joseph Keith Kellogg como assessor de Segurança Nacional interino. Kellogg serviu no Exército entre 1967 e 2003 e esteve na Guerra do Vietnã.

Rússia

O governo russo, que sempre negou ter interferido nas eleições norte-americanas através de ataques de hackers, lamentou o incidente. Parlamentares disseram que a renúncia de Flynn é "pior que paranoia".

"Demitir o conselheiro de segurança nacional por ter contato com o embaixador russso, um relação diplomática de praxe, não é nem paranoia, é algo imensuravelmente pior", disse o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado russo, Konstantin Kosaciov. "Não era Flynn o alvo, mas sim, as relações com a Rússia", afirmou, por sua vez, o presidente da Comissão Exterior da Duma, Alexei Pushkov. 

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