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O Projeto Costurando Belém estará oferecendo, durante o mês de fevereiro, oficinas gratuitas em que os inscritos terão a oportunidade de aprender sobre costura, bordado, pintura em tecido e upcycling. Devido à pandemia do novo coronavírus, as oficinas seguirão todas as recomendações de segurança sanitária. Apenas cinco vagas estavam disponíveis em cada turma. Após o período das aulas, os alunos irão trabalhar em conjunto na construção de uma coleção cápsula para a produção de desfile/vídeo arte.
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A principal proposta é oferecer instrução sobre produção de moda, usando como inspiração a cidade de Belém do Pará. O projeto foi idealizado por Bruno Sacramento, que passou no edital de Artes Visuais da Fotoativa com recursos da Lei Aldir Blanc e apoio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult).
Bruno Sacramento, 24 anos, produtor de moda e ilustrador, disse que a ideia de ministrar oficinas de moda surgiu há três anos, quando atravessava uma crise financeira. “Desde então, vi que ensinar é uma experiência que eu amo vivenciar e, hoje, é minha principal fonte de renda. Vi no edital de artes visuais da Fotoativa uma grande oportunidade de poder oferecer as oficinas de forma gratuita, já que muitas pessoas e até amigos meus não detêm de recursos para fazer cursos particulares”, informou o produtor de moda.
Sacramento compartilhou como elaborou a proposta para o edital. “Hoje eu tenho uma relação muito forte com o que eu penso sobre o que o mercado de moda representa pra sociedade e pro meio ambiente, já que é o mercado que mais o polui, e, escrevendo o projeto, resolvi elaborar uma proposta que fosse pautada na sustentabilidade ambiental", afirmou. Segundo ele, durante as oficinas, os alunos serão orientados para gerar o mínimo de resíduos possíveis, reutilizando roupas, tecidos, aplicando as técnicas em folhas de árvores e até mesmo utilizando materiais não convencionais.
“O que me deixa mais feliz com esse apoio dos recursos da Aldir Blanc, sem dúvida, é poder oferecer oficinas sem cobrar nada das pessoas, além de poder oferecer os materiais de forma gratuita e, também, uma boa estrutura para recebê-las no meu ateliê”, disse Bruno.
O educador também disse acreditar que o projeto seja uma grande oportunidade para todos os jovens belenenses. “Creio que o contato com as artes pode gerar nas pessoas, além de satisfação pessoal, capacitação e que pode, também, fomentar o empreendedorismo”, falou.
O produtor de moda alinhou alguns dos desafios dos jovens empreendedores da cidade. “Montar uma marca ou um empreendimento de forma independente é um grande desafio que exige de ti uma miscelânea de conhecimentos não só na área que vais empreender. Então, acredito que o aprendizado das mais variadas áreas e formas de expressão artística, durante a carreira dessas pessoas, pode ser valoroso na hora de empreender ou abrir um negócio. Acredito que o projeto pode mostrar aos jovens de Belém que empreender na nossa cidade pode ser uma realidade para eles também.”
Laboratório de moda
Luiz Cordeiro, 28 anos, cursa Artes Visuais na Universidade Federal do Pará (UFPA) e explica que ele e o namorado Bruno Sacramento estão há um ano trabalhando juntos com produção de moda na Babildri (loja que criaram e onde vendem peças autorais).
Também estão trabalhando juntos no comando da Babildri Lab, lugar de experimentação de seus talentos de forma conjunta. “Ele com a costura, modelagem, fotografia, e eu com o bordado, pintura, ilustração e edição de imagem. A gente divide as funções e as demandas de acordo com o que cada um sabe fazer. Como eu sou formado em Arquitetura e estudo Artes Visuais, fiquei de trabalhar na visualidade e artes do projeto”, conta.
Luiz considera as oficinas grandiosas e afirma que fica feliz por estar envolvido no processo, dando apoio, ideias e arrumando o ateliê. “A gente encara como nosso trabalho mesmo e se dedica muito pra que tudo dê certo”, revela.
Luiz e o companheiro Bruno começaram e alimentaram as carreiras artísticas ao se inscreverem e participarem de oficinas. “Então a gente enxerga as oficinas como um possível 'start' pra carreira artística de outras pessoas que futuramente possam ter esses ofícios como o ganha-pão delas, assim como é o nosso hoje”, complementa.
Responsável pela criação da arte do projeto, Luiz conta que buscou referências que representassem Belém. “Por isso escolhi de cara o Ver-o-Peso, que é o principal cartão-postal da nossa cidade e que traz consigo uma grande carga histórica de Belém, assim como o relógio da Praça do Relógio que também compõe a arte de divulgação”, explica.
“Tem também elementos como a garça, o urubu, que são típicos daquela região do Ver-o-Peso, além dos elementos que fazem referência direta ao mundo da costura, como a fita métrica que, na ilustração, atravessa e envolve os dois monumentos; assim também como as pupunhas cheias de alfinetes de costura”, destaca.
O processo criativo das composições digitais, relata Luiz, é baseado na busca máxima de referências visuais. “A partir disso, vou adicionando ou excluindo elementos até que a imagem "ideal tenha se formado”, diz.
Serviço
Loja no Instagram: @babildri
Por Isabella Cordeiro, Maria Rita Araújo e Yasmin Seraphico.