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O tufão Tapah, acompanhado de chuvas fortes e rajadas de vento, pode tocar o solo no sudoeste do Japão nas próximas horas e provocou o cancelamento neste domingo de centenas de voos domésticos.

O fenômeno, com ventos que podem alcançar até 162 km/hora, deve atingir a cidade de Nagasaki na madrugada de segunda-feira, de acordo com a agência meteorológica japonesa.

O trajeto previsto passa pelo estreito da Coreia, que separa o Japão da península coreana, e depois segue em direção ao norte do Japão, onde poderia perder força, indicou a agência.

O tufão provocou o cancelamento de mais de 400 voos domésticos, informou o canal público NHK.

"Sejam prudentes por conta dos riscos de ventos violentos, ondas grandes e deslizamentos de terra", afirma um comunicado da Agência Japonesa de Gestão de Incêndios e Catástrofes Naturais.

O tufão deixou 21 pessoas levemente feridas, principalmente em Okinawa.

Há duas semanas, a passagem do tufão Faxai por Tóquio deixou dois mortos e dezenas de feridos, além de ter provocado cortes de energia elétrica e graves perturbações nos transportes.

Mais de 400 mil pessoas nas províncias japonesas de Saga, Fukuoka, Nagasaki e Yamaguchi receberam nesta quinta-feira (29) ordens para deixar suas casas em razão do mau tempo.

Na província de Saga, ordens foram emitidas para as localidades de Imari, Takeo, Arita e Omachi; na província de Fukuoka, para as localidades de Kurume, Asakura e Toho; na província de Nagasaki, para as cidades de Sasebo e Matsuura; e na província de Yamaguchi, para a cidade de Ube.

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Recomendações para deixar a moradia foram feitas para as localidades de Saga, Fukuoka, Nagasaki, Oita, Yamaguchi e Shimane. Os governos das áreas afetadas pelas inundações têm solicitado aos moradores que se dirijam imediatamente para abrigos temporários.

Quem considera perigoso demais abandonar o local em que esteja é instruído a se deslocar para alguma área segura no interior do prédio em que se encontre.

Sumiteru Taniguchi, que em 1945 estava entregando cartas em Nagasaki quando as tropas dos Estados Unidos lançaram a bomba atômica, faleceu nesta quarta-feira (30) aos 88 anos.

Taniguchi virou um importante ativista do desarmamento nuclear e chegou a ser considerado um candidato ao prêmio Nobel da Paz.

Ele faleceu após uma batalha contra o câncer em um hospital na região sudoeste do Japão, informou o grupo Nihon Hidankyo, que reúne sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki.

O então carteiro tinha 16 anos no momento do ataque e sofreu graves queimaduras nas costas e no braço esquerdo. Ele precisou de muitos anos para a recuperação plena.

No momento do ataque Taniguchi estava em uma bicicleta a 1,8 km do epicentro da explosão.

"De repente, depois de ver uma luz como um arco-íris nas minhas costas, fui empurrado por uma forte explosão para o chão", disse em uma cerimônia que recordava o bombardeio em 2015.

"Quando acordei, a pele do meu braço esquerdo, do ombro até a ponta de meus dedos, caía em tiras. Coloquei a mão nas costas e vi que não tinha roupa, tinha pedaços de pele queimada na minha mão", recordou.

Taniguchi, que passou três anos e meio em um hospital após a explosão, se tornou um importante ativista do desarmamento nuclear e viajou por todo o mundo para relatar sua experiência em conferências.

Os japoneses lembraram nesta terça-feira (9) o bombardeio atômico de Nagasaki, no sudoeste do Japão, que há 71 anos destruiu a cidade e provocou a morte de 74.000 pessoas. Às 11h02 locais (23h02 de Brasília de segunda-feira), a hora exata em que a bomba explodiu em 9 de agosto de 1945, três dias depois do bombardeio atômico contra Hiroshima, um alarme soou e os habitantes de Nagasaki observaram imóveis um minuto de silêncio.

Na presença de representantes de dezenas de países, o prefeito da cidade, Tomohisa Taue, evocou a visita história realizada em maio deste ano pelo presidente americano, Barack Obama, a Hiroshima. Até aquele momento nenhum presidente americano havia visitado nenhuma das duas cidades destruídas pelas bombas atômicas dos Estados Unidos no fim da guerra.

"Com sua visita, o presidente mostrou ao mundo a importância de ver, ouvir e sentir as coisas" diretamente, disse Taue.

Da visita, ficou gravada a forte imagem de Obama apertando a mão de um sobrevivente e dando um abraço em outro. O prefeito de Nagasaki, que se opõe à política de Defesa do atual governo, que reforça as Forças Armadas japonesas, criticou as "contradições" do Japão.

O Japão "propõe a abolição das armas nucleares, mas ao mesmo tempo se apoia na dissuasão nuclear" através de sua aliança com os Estados Unidos, disse. Taue convocou o governo a "inscrever na lei os três princípios antinucleares" adotados em 1967.

Trata-se dos princípios de não produção, não posse e não autorização em seu território de armas nucleares. Tomihisa Taue também convocou as gerações jovens a ouvir o relato dos "hibakusha" (sobreviventes irradiados), cuja idade já supera os 80 anos.

Assim como em Hiroshima, no sábado passado, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, reafirmou a vontade do Japão de militar pela abolição das armas nucleares. "Jamais devemos deixar que se repitam as terríveis experiências de Hiroshima e Nagasaki", disse Abe.

A bomba de plutônio batizada de "Fat Man" estava destinada, a princípio, à cidade de Kokura, ao norte de Nagasaki, onde havia uma importante fábrica de armas. Mas o bombardeiro B-29, batizado de Bockscar, mudou seu alvo no último minuto por razões meteorológicas.

Três dias antes, a bomba de urânio "Little Boy" havia destruído Hiroshima, provocando a morte de 140.000 pessoas, a metade delas na hora. As duas bombas atômicas lançadas pelos americanos precipitaram a capitulação do Japão no dia 15 de agosto de 1945 e, de fato, o fim da Segunda Guerra Mundial.

Três dias depois de Hiroshima, foi a vez de Nagasaki lembrar, neste domingo (hora local), o ataque nuclear que arrasou esta cidade do oeste do Japão e matou 74.000 pessoas há 70 anos, em meio às críticas a uma reforma do governo que busca fortalecer o papel do exército.

Em 9 de agosto de 1945, às 11H02 locais, a explosão atômica destruiu 80% dos edifícios de Nagasaki, entre eles sua célebre catedral de Urakami, situada a 500 metros do ponto de impacto.

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Na mesma hora do domingo (23H02 de sábado no Brasil), a população observou um minuto de silêncio enquanto soaram sinos e sirenes em toda Nagasaki, antigo centro de intercâmbios comerciais entre o Japão e o exterior e cidade conhecida por sua importante comunidade cristã.

Batizado de "Fat Man", o projétil de plutônio estava destinado inicialmente à cidade de Kokura (norte de Nagasaki), onde ficava uma importante fábrica de armas. Mas, condições meteorológicas desfavoráveis levaram o bombardeiro americano B-29 a mudar a rota.

Três dias antes, uma primeira bomba atômica, a "Little Boy", tinha causado 140.000 mortes em Hiroshima (oeste). Os dois bombardeios precipitaram a rendição do Japão, em 15 de agosto de 1945, e o fim da Guerra do Pacífico.

Em dezembro de 1967, o governo japonês se comprometeu solenemente a não fabricar, possuir nem permitir a entrada de armas nucleares em seu território.

"Eu apelo aos jovens: escutem a palavra dos mais velhos e refletam sobre o que você pode fazer para a paz", declarou o prefeito de Nagasaki, Tomihisa Taue, diante de uma multidão de 6.700 japoneses, incluindo o primeiro-ministro Shinzo Abe e a embaixadora americana no Japão, Caroline Kennedy, entre representantes de 75 países.

O prefeito convidou "o presidente dos Estados Unidos (Barack) Obama e representantes de todos os países detentores de armas nucleares" a visitar Nagasaki.

Em seguida, o prefeito criticou o primeiro-ministro Abe. "Agora há preocupação e ansiedade entre nós com a perspectiva de que este compromisso assumido há 70 anos, o princípio da paz na Constituição japonesa, possa estar em risco", disse ele, recebendo os aplausos da multidão.

Um dos sobreviventes, Sumiteru Taniguchi, de 86 anos, também criticou as tentativas de Abe de reformar o caráter pacifista da Constituição japonesa.

"A lei de segurança que o governo está tentando promover é uma ameaça aos muitos anos do movimento para a abolição das armas nucleares e às esperanças dos hibakushas (sobreviventes vítimas da bomba)", afirmou com o a voz embargada.

"Não podemos tolerar essas leis", insistiu.

A média de idade dos "hibakushas" supera os 80 anos.

As cidades de Hiroshima e Nagasaki, através destas cerimônias e campanhas recorrentes contra as armas nucleares, buscam perpetuar a lembrança destes ataques, embora os sobreviventes dos dois ataques vão desaparecendo com o passar dos anos.

Como fez em Hiroshima na quinta-feira passada, Abe reiterou a vontade do Japão de militar a favor da abolição das armas nucleares e em favor da não-proliferação.

"Renovo a vontade do Japão, como o único país atingido pela bomba, de ser um ator do movimento global contra as armas nucleares", disse ele, listando os acontecimentos internacionais em que prometeu tentar transmitir essa mensagem.

Abe tem sido criticado por sua vontade de ampliar o papel do exército, conhecido no país como Forças de Autodefesa.

Esta reforma permitiria, por exemplo, que os contingentes entrassem em combate para defender aliados.

Milhares de pessoas, entre elas vários sobreviventes, se reuniram na manhã deste sábado (9) em Nagasaki para recordar os 70.000 habitantes desta cidade que morreram no lançamento da bomba atômica há 69 anos, três dias depois da de Hiroshima. Os sinos marcaram o início do minuto de silêncio às 11H02 local (23H02 de Brasília), hora em que a bomba transformou a cidade em uma bola de fogo, em 9 de agosto de 1945.

A cerimônia, realizada apesar dos fortes ventos provocados pela aproximação do tufão Halong, aconteceu perto do lugar em que um avião americano lançou a bomba de plutônio batizada como "Fat Man". Seis dias depois, o Japão capitulou ponde fim assim à Segunda Guerra Mundial.

Sobreviventes idosos e suas famílias, dirigentes governamentais como o primeiro-ministro Shinzo Abe ou a embaixadora americana no Japão, Caroline Kennedy, se reuniram em um jardim, onde o prefeito da cidade pediu ao Executivo que renuncie a seu projeto de abandonar a doutrina pacifista que o país mantém desde o final da guerra.

"O juramento da Constituição através do qual o Japão renuncia à guerra é o princípio fundador do Japão do pós-guerra e de Nagasaki", declarou Tomihisa Taue, para quem o recente debate sobre o direito de autodefesa coletiva "faz temer que este princípio esteja em perigo".

O governo decidiu no mês passado permitir ao exército japonês, que até agora tinha um papel essencialmente defensivo, que combata para defender seus aliados. Além dos 70.000 mortos em Nagasaki, em Hiroshima foram 140.000 mortos pelas únicas bombas nucleares usadas em tempos de guerra.

Os Estados Unidos jamais pediram desculpas pelo uso dessas bombas e nenhum presidente em exercício do país visitou as duas cidades mártires japonesas.

Telegramas diplomáticos vazados deram a entender que Washington propôs em 2009 que o presidente Barack Obama visitasse Hiroshima, onde apresentaria desculpas oficiais, mas o Japão teria rejeitado esta visita.

O prefeito de Nagasaki pediu, nesta quinta-feira (9), um Japão livre de temores nucleares, no dia em que a cidade lembrou o 67º aniversário da explosão bomba atômica, lançada pelos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial.

"Mesmo durante tempos de guerra há certas ações inaceitáveis", disse Tomihisa Taue durante cerimônia que lembrou as 74 mil pessoas que morreram instantaneamente ou nos meses ou anos após o ataque.

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Taue prometeu apoiar as pessoas cujas vidas foram drasticamente afetadas pelo derretimento de reatores da usina nuclear Fukushima Daiichi, após o local se atingido por um tsunami em março de 2011.

Ele pediu que o governo central "estabeleça novos objetivos de política energética para a construção de uma sociedade livre do temor da radioatividade".

A cerimônia anual foi realizada perto do local onde o Exército norte-americano jogou a bomba de plutônio, apelidada de "fat man" (homem gordo), em 9 de agosto de 1945, dias antes da rendição do Japão.

Dentre os que participaram pela primeira vez da cerimônia estavam Clifton Truman Daniel, 55 anos, neto do presidente norte-americano Harry Truman, que autorizou o bombardeio a Nagasaki e Hiroshima, ocorrido três dias antes, onde foi jogada uma bomba de urânio de quatro toneladas apelidada de "little boy" (menininho). A bomba matou 140 mil pessoas.

Em discurso durante a cerimônia, o primeiro-ministro Yoshihiko Noda, pediu a abolição das armas nucleares e prometeu manter seus esforços para evitar que as memórias dos bombardeios se percam.

As cerimônias que lembram os aniversários dos dois ataques com bombas atômicas tiveram maior impacto neste ano, na medida em que muitos japoneses debatem a política energética, em meio ao ceticismo popular sobre o uso da energia nuclear.

As informações são da Dow Jones.

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