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A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL) vem intensificando publicações de cunho político nas suas redes sociais e para o Carnaval deixou seu recado sobre o “não é não”. Em vídeo produzido pelo seu partido e compartilhado nas suas redes sociais na noite da sexta-feira (17), vestida de rosa, ela pediu respeito às mulheres que vão brincar o Carnaval.

Frisando o tema do Carnaval deste ano: “Minha fantasia não é convite! Não é não”, Michelle orientou que mulheres que sofram assédio podem pedir ajuda pelo 190 e denunciar pelo 180.

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Eleições 2026

A publicação reforça ainda mais a sinalização do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto sobre a possibilidade de Michelle ser a candidata da legenda à presidência da República em 2026, caso Bolsonaro desista ou esteja impossibilitado de ser o candidato natural do partido.

 

Carnaval é época de diversão e durante a folia acontece muita paquera. No entanto, o que não é consentido é considerado crime: a Lei 13.718, em vigor desde 2018, criminaliza os atos de importunação sexual e divulgação de cenas de estupro, nudez, sexo e pornografia.

A pena para as duas condutas é prisão de 1 a 5 anos. A importunação sexual foi definida em termos legais como a prática de ato libidinoso contra alguém sem a sua anuência “com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro".

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Atos considerados por muitos como parte da festa como passar a mão no corpo de alguém ou roubar um beijo hoje são tipificados como crime de importunação sexual. Beijo à força ou qualquer outro ato consumado mediante violência ou grave ameaça, impedindo a vítima de se defender, de acordo com a mesma lei, configura crime de estupro. Beijo, portanto, só consentido.

A psiquiatra Danielle Admoni, especialista pela Associação Brasileira de Psiquiatria, explica porque, apesar da lei, é tão difícil o entendimento de que “não é não”, principalmente pelos homens. 

“Muitas vezes o ‘não’ é entendido como: ‘ela quer, mas quer dar uma de difícil’, ‘ela quer, mas está com vergonha’, e isso é terrível porque essa pessoa está falando não, e não é não. Mesmo que ela fale de forma educada, ou sorrindo, não é não. Mas a pessoa que está do outro lado não tem esse entendimento por essa questão sociocultural, de que ele está acima.”

A pedagoga Claudia Petry, especialista em Sexologia Clínica e em Educação para a Sexualidade pela Universidade Federal de Santa Catarina, concorda que, mesmo com a lei, a questão é cultural, mas principalmente de não saber lidar com as frustrações.  

“Nossa sociedade, ao longo da nossa história, foi muito permissiva para as questões do homem sobre a mulher. Assim, formamos no passado, e também no presente, uma sociedade em que o homem pensa ter o poder - e posse - e, que pode ter tudo o que quer, não aprendendo a lidar com quaisquer frustrações e principalmente, com os direitos da mulher ou de qualquer outra pessoa. Ouvir um 'não' – e aceitá-lo – é respeitar o livre arbítrio do outro e tirar do abusador o ‘poder’ de fazer o que quer”.

Já a psicóloga Monica Machado, especialista em Psicanálise e Saúde Mental pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein, alerta que, em caso de violências, abuso ou importunação, é preciso procurar ajuda psicológica. 

“Não deixe de falar com pessoas próximas e procure ajuda profissional. Muitas mulheres se sentem envergonhadas e preferem se calar. No entanto, essa ferida pode gerar um trauma e transtornos psicológicos. Guardar para si é alimentar a continuidade da situação e não pensar que alguém próximo também pode ser vítima algum dia”, reforça. 

Medidas de prevenção

Mesmo com a tipificação de crime e ações governamentais para acolhimento às vítimas, algumas dicas de especialistas podem ajudar a se proteger no carnaval: 

Cuidado com os golpes da bebida: não aceite bebidas de estranhos e não deixe seu copo sozinho na mesa. Essas medidas impedem que os abusadores coloquem qualquer tipo de substância que possa deixar a vítima desorientada e assim facilitar o abuso. 

Apito: tenha em mãos um apito e uma caneta marca texto preta, para riscar um “X” (símbolo de socorro) na palma da mão e deixar visível, caso precise. “Estas técnicas já ajudaram muitas mulheres a se livrar de situações de risco”, ressalta a psicóloga Monica Machado.

Mantenha contato com seu grupo de amigos: antes de sair, crie um grupo com os amigos que estarão com você. Caso se perca deles ou precise de ajuda, contate-os pelo grupo. Vale ainda marcar um ponto de referência, de preferência, que seja movimentado. “Evite ficar sozinha. Mesmo em meio à multidão, você será um alvo fácil, principalmente para homens sob efeito de álcool/drogas. Ao se sentir perseguida ou em situação vulnerável, busque um policial próximo ou entre em um estabelecimento”, aconselha a sexóloga Claudia Petry.

Cuidado com o celular e pertences: além de cuidar de sua integridade física, cuide também de seus pertences. Leve o mínimo possível para a folia. Guarde seu celular em uma ‘doleira’, por baixo da roupa, assim como a cópia da sua identidade e o dinheiro. Evite pagar por PIX e delete todos os aplicativos de banco. Além da violência sexual, os abusadores podem roubar a vítima também. 

Atenção no transporte público: na volta para casa, seja de metrô ou ônibus, procure sentar perto do motorista ou de outras pessoas, principalmente se for tarde da noite. Evite ficar isolada e dormir no banco. Se estiver de carro, certifique-se de que não há ninguém próximo ao ir embora. Também evite estacionar em ruas desertas.

Como denunciar

Se presenciar ou for vítima de importunação sexual, as denúncias podem ser feitas para o Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher ou procurando diretamente a Guarda Municipal da sua cidade ou a Polícia Militar, ligando 190.

A turbulenta relação entre Arthur e Carla Diaz, no BBB 21, tem sido tema recorrente entre o público do programa, nas redes sociais. Neste domingo (21), os espectadores do reality levantaram diversas hashtags contra o instrutor de crossfit após ele e a atriz protagonizarem uma discussão seguida de beijos nesta madrugada. Segundo a audiência do programa, o brother foi agressivo com Diaz e forçou uma situação com ela.Vários comentários pediram pela expulsão de Arthur.

Durante a festa do último sábado (20), que varou a madrugada, Arthur e Carla Diaz se afastaram dos demais confinados para conversaram sobre sua relação. A atriz chegou a afirmar estar brava com o brother e se esquivou diversas vezes de seus toques e tentativas de beijo. Por fim, após a insistência do affair, Diaz acabou cedendo e beijando o rapaz.

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As cenas incomodaram o público e houve muitos comentários pedindo, inclusive, pela expulsão do instrutor de crossfit. Com frases como “não é não”, alguns apontaram abuso na relação entre os dois e chegaram a comparar a situação com uma outra ocasião abusiva ocorrida em uma edição anterior, entre Marcos Harter e Emilly. Confira alguns comentários. 

“Carla claramente estava bêbada e disse que não queria. Arthur ficou obrigando ela a beijar ele. Tem pessoas que estão normalizando essa cena. Por isso que mulheres são violentadas TODOS OS DIAS”.

“Mdss que péssimo isso de vdd, ele esperou ela ficar bêbada e ficar sozinha no quarto pra ir atrás, ela disse não várias vezes "a mas ela beijou depois" NÃO INTERESSA ela só beijou com a insistência dele e pq estava BÊBADA”.

“INADMISSÍVEL! ta tão nítido a chantagem emocional que ele faz com ela, forçando beijo e mentindo por causa do jogo, usando ela como um objeto. isso é o retrato mais claro de um relacionamento abusivo e falo com meu lugar de fala de mulher”.

“Queremos a expulsão sim. Isso aqui não é algo saudável, não é pra romantizar uma cena dessas. Ela foi coagida e pressionada. Carla disse não e NÃO É NÃO”.  

Após dizer que a campanha "Não é Não" pretende tirar o "direito da mulher de ser assediada", o deputado catarinense Jessé Lopes (PSL) chamou o movimento feminista de "segregador" e disse que seu intuito é "criminalizar os homens". Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ele argumentou que "as mulheres já conquistaram todos os direitos essenciais". Para Jessé Lopes, leis como a Maria da Penha e a do feminicídio criam situações em que as mulheres têm "mais direitos do que os homens".

Em publicação de 11 de janeiro em uma rede social, Jessé falou que "após as mulheres já terem conquistado todos os direitos necessários, inclusive tendo até, muitas vezes, mais direitos que os homens, hoje as pautas feministas visam em seus atos mais extremistas tirar direitos". "Como, por exemplo, essa em questão, o direito da mulher poder ser 'assediada' (ser paquerada, procurada, elogiada…)", arrematou.

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"Não conheço nenhum ato jurídico que seja proibido às mulheres", disse Jessé, na entrevista ao Estado.

Questionado sobre situações em que as mulheres teriam mais direitos que os homens, o deputado catarinense citou 20 leis ou situações previstas na legislação que em sua visão possibilitam "privilégio de direitos das mulheres sobre os homens".

Entre elas, Jessé cita a Lei Maria da Penha, a Lei do Feminicídio, a isenção do serviço militar às mulheres e a licença maternidade de 120 dias. "Precisamos de penas mais duras para todos os crimes", defende.

Segundo ele, o combate à impunidade deve ser prioridade. "As mulheres são tão vítimas quanto negros, brancos, pobres, ricos, gays e héteros."

Especificamente sobre o assédio, sugere. "Medidas preventivas também podem ser tomadas, como por exemplo ir a lugares seguros e acompanhada."

Faixa preta

O político é dentista de profissão e natural de Criciúma. Em seu perfil, ressalta ser "pai de família, conservador, faixa preta de jiu-jitsu e marrom de caratê". Lopes está em seu primeiro mandato como deputado estadual.

Em 2019, propôs três projetos de lei: a obrigatoriedade de exame toxicológico em candidatos ao ingresso nas universidades públicas estaduais; a regulamentação do uso de equipamentos de proteção individual e instrumentos de menor potencial ofensivo pelo agente de segurança socioeducativo; e autorização ao Poder Executivo de Santa Catarina para alienar, por venda, imóveis no município de Florianópolis.

Reações

O jornalista Leonel Camasão, presidente do PSOL em Florianópolis, apresentou duas denúncias contra Jessé após os comentários sobre a campanha "Não é Não". Uma delas por quebra de decoro na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Camasão diz que houve "flagrante ofensa à dignidade de todas as mulheres catarinenses".

"Não é possível que qualquer pessoa, ainda mais um representante da população catarinense na Assembleia Legislativa, venha publicamente declarar que assédio é "direito" e "massageia o ego" das mulheres."

Já na segunda denúncia, Camasão pede à Procuradoria-Geral de Justiça de Santa Catarina que abra inquérito para averiguar se Jessé fez "apologia" e "incitação" à "prática de assediadores, as quais devidamente tipificadas nos artigos 215-A (importunação sexual) e 216-A (assédio sexual)".

A Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil de Santa Catarina, por sua vez, manifestou "solidariedade a todas as mulheres que se sentiram ofendidas com as falas e mensagens do parlamentar catarinense que buscou relativizar as consequências do assédio sexual em todas as suas formas".

A OAB reiterou. "Reforçamos que o assédio sexual é a forma mais comum de importunação sexual - crime previsto na Lei 13.718/18 com pena de 1 a 5 anos de prisão. Configura-se como provocações inoportunas, capazes de criar situações ofensivas, de intimidação ou humilhação, podendo ser praticado por qualquer pessoa, do mesmo gênero ou não, contra qualquer pessoa. Pressupõe a ausência de consentimento. Portanto, NÃO É NÃO!"

Jessé Lopes afirma que as críticas são de pessoas que não acompanham o seu trabalho. "Minha pauta é a da segurança pública e defendo penas mais pesadas para criminosos, estupradores, sou a favor do porte de armas e legítima defesa. Mas adianto que nenhuma feminista veio me ajudar nisso", afirmou.

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