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O ex-deputado federal Nelson Meurer (PP) morreu na manhã deste domingo (12), vítima da Covid-19, aos 77 anos. Ele estava internado em um hospital particular desde terça-feira, quando deixou a Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão (PR), onde cumpria pena de 13 anos, 9 meses e 10 dias de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.

Primeiro político condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Lava Jato, Meurer foi acusado de receber propina para dar apoio político à permanência de Paulo Roberto Costa na diretoria de abastecimento da Petrobrás. Ele foi condenado pela Segunda Turma do Supremo em maio de 2018. Em outubro do ano passado, após o esgotamento dos recursos, o ministro Edson Fachin, determinou a prisão do ex-parlamentar.

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Em abril, em meio à pandemia do novo coronavírus, a defesa de Meurer entrou com recurso no Supremo para que ele cumprisse o restante da pena em prisão domiciliar, alegando que ele estava no grupo de risco por ser idoso, ter diabetes e cardiopatias. Fachin negou o pedido, afirmando que não havia superlotação na penitenciária nem outros presos contaminados.

Neste domingo, o advogado Michel Saliba lamentou a decisão de Fachin: "Ele (Meurer) não teria a menor condição de sobreviver naquele presídio, mesmo antes do coronavírus."

Nascido em 23 de julho de 1942 em Bom Retiro (SC), Meurer era ligado ao setor agropecuário. Nos anos 1990, presidiu o sindicato dos produtores rurais de Francisco Beltrão (PR), município que administrou de 1989 a 1993. Em 1995, ganhou eleição para o primeiro de seis mandatos consecutivos na Câmara dos Deputados, pelo . Em 2018, já condenado pelo Supremo, não se candidatou.

Apesar de passar 24 anos na Câmara dos Deputados, Meurer teve uma atuação discreta em plenário. Em 2016, votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff: "Pela minha família, pelo meu querido município de Francisco Beltrão, pelo meu querido sudoeste do Paraná e pelos meus eleitores de meu Estado, eu voto sim", disse, na ocasião.

Meses depois, foi um dos nove parlamentares um dos nove parlamentares do Conselho de Ética que votaram contra a cassação do mandato do ex-presidente da Casa, Eduardo Cunha (MDB-RJ), também condenado e preso na Lava Jato. Em 2017, votou contra enviar denúncias da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Michel Temer ao Supremo.

A prefeitura de Francisco Beltrão emitiu nota de pesar pela morte de Meurer. "Além de reconhecer o seu trabalho em prol de Francisco Beltrão, deseja força para a família. O prefeito Cleber Fontana decretou luto oficial no município", diz nota publicada na página oficial da prefeitura.

O relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, decretou a prisão do ex-deputado federal Nelson Meurer (PP-PR), primeiro político a ser condenado pelo STF no âmbito da Operação Lava Jato. É a primeira vez que Fachin manda prender um ex-parlamentar condenado pelo próprio STF dentro da investigação que apura um esquema de desvio de recursos bilionários da Petrobras.

Em abril deste ano, em decisão unânime, a Segunda Turma do STF negou recursos contra a sua condenação pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

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O Ministério Público Federal acusou o ex-parlamentar, que integrava a cúpula do Partido Progressista, de ter recebido vantagens indevidas para dar apoio político à permanência de Paulo Roberto Costa na diretoria de abastecimento da Petrobras.

Em maio do ano passado, a Segunda Turma condenou Nelson Meurer a 13 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira, 10, que o ex-deputado federal Nelson Meurer (PP-PR) cumpra imediatamente a pena de 13 anos, 9 meses e 10 dias em regime inicial fechado, acusado de ligação com esquema de desvios na Petrobras. Meurer foi o primeiro parlamentar condenado pelo Supremo na Operação Lava Jato.

As informações foram publicadas no site do Ministério Público Federal. Meurer foi condenado na Ação Penal 996.

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O processo investigou o recebimento, pelo parlamentar, de vantagens indevidas como contrapartida ao apoio político para a permanência do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Foi fixado o pagamento mínimo de R$ 5 milhões a título de indenização por danos materiais à estatal.

Na manifestação à Corte, Raquel solicita a rejeição de recurso apresentado pelo ex-deputado e seu filho Nelson Meurer Júnior. Ambos pedem a nulidade do acórdão que rejeitou os primeiros embargos de declaração opostos pela defesa, e que julgou parcialmente procedente ação penal, na qual foram condenados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Raquel informou ao Supremo que a intenção da defesa é "nitidamente protelatória" e, portanto, não deve ser admitida, sendo necessária a determinação do trânsito em julgado do processo e o imediato cumprimento da pena.

Nas contrarrazões aos embargos de declaração, a procuradora-geral destaca que os réus não apontaram quaisquer vícios na decisão da Turma.

Ao Supremo, Raquel ainda rebate a argumentação de pai e filho de que o julgamento foi ilegal porque o colegiado analisou o caso sem que estivesse com toda a sua composição presente na ocasião. A procuradora-geral afirma na própria seção de julgamento, essa alegação foi rejeitada, com fundamento no regimento interno do STF.

"Aviar novo recurso de embargos declaratórios para veicular, mais uma vez, essa suposta nulidade, explicita o caráter protelatório dos recursos", sustenta.

No documento, a procuradora-geral anota que as alegações de pai e filho sobre omissões ou contradições relativas a aspectos da condenação são repetições de argumentos já afastados nos acórdãos proferidos pela Segunda Turma, em 23 de abril deste ano.

A Procuradoria avalia que a apresentação de outros embargos declaratórios pelos réus reforça o propósito meramente protelatório, com o objetivo de adiar, o máximo possível, o trânsito em julgado da condenação e a consequente execução da pena.

"Em tais situações, a jurisprudência desse STF fixou-se no sentido de ser possível certificar, de imediato, o trânsito em julgado da condenação, com o também imediato início do cumprimento da pena", registra Raquel.

Defesa

A defesa do ex-deputado afirmou que se manifestará nos autos.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu o arquivamento de ação de bloqueio de bens no valor de R$ 7,3 milhões do deputado federal Nelson Meurer (PP-PR), o primeiro condenado na Lava Jato do Supremo Tribunal Federal. Por meio de imóveis e ativos em empresas, o STF conseguiu arrecadar todo o valor pedido pela PGR.

Em maio, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que, apesar de o confisco ter sido concretizado, Raquel Dodge ainda queria saber se Meurer teria driblado o bloqueio ao vender o imóvel para um amigo do deputado federal Fernando Giacobo (PR-PR).

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Após esclarecimentos da defesa de Meurer, a Procuradora-geral concluiu pela necessidade de arquivamento da ação cautelar. "Ao contrário do alega a douta Procuradoria-Geral da República, a transação ora questionada foi realizada às claras, como não poderia deixar de ser, vez que, frisa-se, quando da alienação do imóvel, não recaia sobre o mesmo qualquer impedimento, nem sequer ajuizamento de qualquer medida cautelar. Longe disso, o ora peticionante dispunha de maneira plena, para alienar e/ou onerar, o bem que lhe pertencia", afirmou a defesa de Meurer, que também anexou documentos sobre a venda do imóvel.

Por unanimidade, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Meurer a 13 anos, 9 meses e 10 dias em regime inicial fechado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro cometidos em um esquema de desvios na Petrobras.

Meurer se tornou o primeiro parlamentar condenado pelo STF no âmbito da Operação Lava Jato, mas pode entrar com recurso em liberdade.

Primeiro réu da Lava Jato a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado Nelson Meurer (PP-PR) está sob suspeita de tentar driblar bloqueio judicial imposto pela Corte. O parlamentar foi intimado a prestar esclarecimentos sobre como seu terreno avaliado em R$ 3,1 milhões foi vendido por R$ 1 milhão logo após a Corte aceitar a denúncia contra ele. A empresa compradora funciona no mesmo endereço do escritório do PR de Cascavel.

Meurer é acusado pela Procuradoria Geral da República (PGR) de receber R$ 29,7 milhões dos doleiros Alberto Youssef e Carlos Chater em 99 repasses de R$ 300 mil. Os recursos teriam sido desviados da Petrobras. Para PGR, ele teria também ajudado o PP receber R$ 357,9 milhões em propinas relativas a contratos da Petrobras.

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A Segunda Turma do Supremo deve retomar o julgamento do deputado na terça-feira (29). Na semana passada, a sessão foi suspensa após ministro relator do caso, Edson Fachin, e o decano da Corte, Celso de Mello, votarem pela condenação de Meurer por 31 crimes de corrupção passiva e 8 de lavagem de dinheiro. Ficaram pendentes os votos de Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli.

Em maio de 2017, a Procuradoria pediu o bloqueio de R$ 7,3 milhões de Meurer - valor da lavagem de dinheiro atribuída ao deputado pela PGR. A medida foi autorizada pelo relator da Lava Jato na Corte, Edson Fachin, no mesmo mês. Foram tornados indisponíveis três carros, dois imóveis e cotas de um supermercado que somam R$ 5,2 milhões, além da participação em outras quatro empresas cujo valor não foi especificado pela Justiça.

Entre os bens bloqueados, o mais valioso é o Lote Rural nº 46-A, de 4,8 hectares, na cidade de Francisco Beltrão, no Paraná, declarado no valor de R$ 3,1 milhões. O imóvel, contudo, não estava mais disponível para bloqueio. Segundo o cartório do município, o lote havia sido alienado em outubro de 2016, quatro meses depois de Meurer virar réu na Lava Jato.

O lote foi alienado para a empresa AMG Empreendimentos Imobiliários Eireli por R$ 1,1 milhão, cuja sede é no mesmo endereço que escritório do Partido da República (PR), em Cascavel.

Para a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a venda subfaturada e o fato de a compradora ser sediada no mesmo imóvel do escritório de uma legenda política representam indícios de fraude "na alienação do imóvel".

Raquel pediu, em novembro do ano passado, a extensão do bloqueio de contas de Meurer, no valor de R$ 1,1 milhão, correspondente à venda do imóvel, com o fim de atingir os R$ 7,3 milhões. Em outubro, Fachin autorizou, mas novamente os valores alienados não foram encontrados pela Justiça. Segundo relatório do Banco Central havia apenas R$ 52 mil nas contas do parlamentar.

No dia 8 de maio, a PGR intimou Meurer para prestar esclarecimentos a respeito da venda do imóvel. De acordo com investigadores, se for confirmada a tentativa de fraude, o parlamentar pode ser denunciado novamente pela Procuradoria.

Doação

A empresa que comprou o imóvel tem ligação com o deputado federal Fernando Giacobo (PR-PR). No endereço dela, além do escritório do PR, também está registrada a Bikaner Empreendimentos e Participações, cujo presidente é Giacobo e o diretor é Gilmar Marcelo, dono da AMG. A empresa doou R$ 86 mil para o parlamentar na eleições de 2014.

'Suspeita absurda'

O advogado do deputado federal Nelson Meurer, Michel Saliba, afirmou que o bloqueio de bens "tem como objetivo tentar influenciar os julgadores com o uso de um fato absurdo e mentiroso".

O defensor disse ainda que, após a declaração do imóvel ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no valor de R$ 3,1 milhões, Meurer retificou a avaliação em seu Imposto de Renda, para R$ 2,2 milhões. Segundo Saliba, o parlamentar comprou o imóvel onde mora, em Francisco Beltrão, município de cerca de 90 mil habitantes no interior do Paraná, com o R$ 1,1 milhão recebidos pela venda do terreno.

"Ele comprou apartamento em Francisco Beltrão, um apartamento padrão de classe média, que é o padrão de vida do Nelson Meurer", disse.

O advogado afirmou ainda que o apartamento foi bloqueado no âmbito da ação por improbidade administrativa movida pela força-tarefa da Lava Jato contra integrantes do Partido Progressista.

O deputado Fernando Giacobo (PR-PR) afirmou que não tem ligação com o terreno, mas confirma que apresentou Gilmar Marcelo a Meurer após o parlamentar lhe oferecer o imóvel. "O cara (o deputado Nelson Meurer) ofereceu esse terreno para metade da Câmara. Todo mundo sabia", afirmou. "Ele começou pedindo o imóvel por três, quatro milhões. A bancada do Paraná toda sabia que ele queria vender o imóvel." Nem Gilmar Marcelo nem sua defesa se posicionaram até a conclusão desta matéria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), fez um discurso contundente sobre o combate à corrupção, a partir da revelação de crimes descobertos na Operação Lava Jato. O ministro falou antes de começar a votar no caso do deputado Nelson Meurer (PP-PR), réu do primeiro julgamento de ação penal da Lava Jato na Suprema Corte, em análise nesta terça-feira, 22, na Segunda Turma do STF.

"A Lava Jato revela um dos episódios mais vergonhosos da história política do País. Vejo políticos que desconhecem a República e ultrajam suas instituições. Estamos a julgar protagonistas de sórdidas tramas criminosas", disse Mello.

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O ministro destacou os aspectos do que chamou de "organização criminosa de estrutura nacional", que envolveu os crimes cometidos no âmbito da administração da Petrobras. Para o decano, os fatos investigados pela Lava Jato constituem episódios criminosos que compõem "vasto painel ousado de assalto e captura do Estado e de suas instituições". Mello ainda afirmou que os elementos resultantes da operação expõem um grupo de "delinquentes" que degradou a atividade política, transformando-a em "plataforma de atividades criminosas".

Mello, assim como o ministro Edson Fachin, que votou antes para condenar Meurer, ressaltou que as acusações do Ministério Público Federal no âmbito da Lava Jato não estão buscando incriminar a atividade política, mas "punir" os políticos que não se mostraram capazes de exercer o mandato com "integridade, dignidade e interesse público".

Réu

Segundo a falar na sessão desta terça, Mello ainda não finalizou seu voto no caso de Meurer. Relator da Operação Lava Jato no STF, Fachin votou pela condenação do parlamentar. Para o ministro, as provas coletadas ao longo da investigação mostraram que Meurer cometeu 31 vezes o crime de corrupção passiva e oito vezes o de lavagem de dinheiro.

Em um longo voto, Fachin apontou protagonismo de Meurer na condução de questões partidárias e ressaltou que o conjunto de provas coletado é "robusto", incluindo cópias de bilhetes aéreos, registros de reservas, extratos telefônicos e informações coletadas a partir da quebra do sigilo bancário.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), teriam sido feitos pelo menos 161 repasses ao PP e ao deputado, que totalizaram R$ 357,9 milhões, entre 2006 e 2014, em esquema envolvendo o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. Fachin, no entanto, discordou parcialmente da PGR ao não encontrar evidências de delitos em todos os fatos narrados na denúncia.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu nessa terça-feira (10) ao Supremo Tribunal Federal (STF) que priorize em sua pauta de julgamentos o primeiro desfecho de uma ação penal da Lava Jato na Corte.

Desde o início da operação, em 2014, nenhum processo criminal da Lava Jato foi concluído no STF. Um dos mais próximos do julgamento final, no qual será decidida a condenação ou absolvição do réu, é o que envolve o deputado Nelson Meurer (PP-PR) e seus dois filhos, Nelson Meurer Júnior e Cristiano Augusto Meurer.

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Foi nesta ação penal que Dodge pediu prioridade, "haja visto o risco de ocorrência de prescrição retroativa quanto ao réu Nelson Meurer caso este seja condenado à pena mínima (de 2 anos de reclusão) no que tange ao crime de corrupção passiva", escreveu a procuradora-geral da República.

O deputado foi denunciado em outubro de 2015 pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Segundo a acusação, ele teria solicitado e recebido, em nome do PP, mais de R$ 357,9 milhões em propina entre os anos de 2006 e 2014, no esquema de corrupção na Petrobras. A denúncia foi aceita pela Segunda Turma do STF em junho de 2016, quando foi aberta a ação penal.

A acusação tem como ponto de partida a delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e tido como homem do PP na petroleira estatal. Em suas alegações finais, a defesa de Meurer afirmou que o Ministério Público Federal (MPF) não conseguiu comprovar a denúncia contra o deputado, ficando a imputação dos crimes baseada somente nas palavras do colaborador, o que é insuficiente para a condenação.

O caso já foi enviado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, para o gabinete do revisor, ministro Celso de Mello, última etapa antes que a ação penal possa ser levada a julgamento. Não há prazo para que isso ocorra. O mais comum é que o caso seja apreciado na Segunda Turma da Corte, mas é possível que os ministros responsáveis vejam motivos para que a ação penal seja julgada em plenário.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, endossou, em alegações finais, denúncia apresentada por seu antecessor, Rodrigo Janot, contra o deputado federal Nelson Meurer (PP) e seus filhos Nelson Meurer Júnior e Cristiano Augusto Meurer no âmbito da Operação Lava Jato.

Segundo a acusação, o parlamentar recebeu, entre 2006 e 2014, R$ 357 milhões repassados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, por meio do doleiro Alberto Youssef.

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Segundo Raquel, Meurer praticou corrupção por bancar Paulo Roberto Costa na Petrobras e permitir os esquemas de corrupção em benefício do PP. Com ajuda de seus filhos, ele teria recebido parte das vantagens indevidas.

A procuradora-geral vê dois atos de corrupção passiva. Raquel ainda vê lavagem de dinheiro do deputado, com auxílio de seus filhos, ao firmar supostos contratos fictícios com empresas de Youssef.

"Tais contratos indiscutivelmente constituíram nítidos métodos de lavagem de dinheiro, por terem se voltado a dar aparência de licitude e a dissimular a natureza, origem, localização, movimentação e propriedade dos valores relacionados a ele provenientes das infrações penais cometidas em prejuízo da estatal", destaca a peça.

Como os crimes foram praticados diversas vezes, segundo Raquel, ela pede que esse agravante seja considerado pelos ministros no momento do cálculo da pena.

No caso do deputado, por exemplo, foi identificada a prática de corrupção passiva por 269 vezes e de lavagem de dinheiro por 336 vezes, assinala a procuradora.

A ação pede, ainda, a perda do mandato e pagamento de cerca de R$ 715 milhões, metade como reparação de danos morais e materiais e o restante para o ressarcimento aos cofres da União. Como referência, foi considerado o valor da propina.

Denúncia

Segundo a denúncia, a nomeação de Paulo Roberto Costa para a Diretoria de Abastecimento da Petrobras decorreu de indicação política do PP, articulada pelo então deputado Federal José Janene, com o auxílio dos também deputados Federais na época: Pedro Correa e Pedro Henry, que comandavam o partido, já com a participação do deputado Nelson Meurer.

Entre 2006 e 2014, Meurer e o partido teria recebido mais de R$ 357 milhões em propina.

Na denúncia, a PGR explica que os valores ilícitos eram uma contrapartida pela viabilização do funcionamento de cartel de empreiteiras interessadas em celebrar irregularmente contratos no âmbito da Diretoria de Abastecimento da Petrobras e em obter benefícios indevidos de Paulo Roberto Costa. A peça destaca, ainda, que Nelson Meurer recebeu propina de várias formas: periódica, ordinária, episódica e extraordinária.

Defesa

O deputado Nelson Meurer informou que "não tem nada a declarar".

O deputado Nelson Meurer (PP/PR), alvo da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, afirmou à Justiça Federal no Paraná que o ex-deputado Pedro Corrêa (PP/PE) - preso em Curitiba por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema de propinas na Petrobras - era ouvido e respeitado dentro do partido "por suas boas ações que ele fazia com a sua experiência como parlamentar".

"Todos os deputados do partido (PP) sempre ouvia ele nas orientações e nas dificuldades que nóis tinha das atitudes que a gente tomava em plenário, sempre ouvia o conselho do Pedro Corrêa ", declarou Meurer, em depoimento nesta terça-feira, 18.

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Corrêa também foi condenado a 7 anos e dois meses de prisão no mensalão e cumpria pena no regime semiaberto quando teve a nova prisão decretada no âmbito da Lava Jato. As investigações indicam que ele recebeu dinheiro do esquema da Petrobras até 2014, mesmo durante o período em que estava sendo julgado pelo mensalão no Supremo Tribunal Federal

Meurer foi arrolado pela defesa de dois réus da Lava Jato, Pedro Corrêa e Luiz Argôlo (ex-PP e SD/BA), também preso por corrupção e lavagem de dinheiro desviado de contratos bilionários da Petrobras.

O PP dominava uma área estratégica da estatal petrolífera, a Diretoria de Abastecimento. Durante quase uma década o partido manteve no comando do setor o engenheiro Paulo Roberto Costa, indicado pelo ex-deputado José Janene (PP/PR), morto em 2010. Costa foi preso na Lava Jato, fez delação premiada e agora está em regime domiciliar.

Nelson Meurer, assim como os réus pelos quais testemunhou, está sob suspeita de ter recebido propinas do cartel de empreiteiras que se instalou na Petrobrás entre 2004 e 2014.

Como deputado, Meurer detém foro privilegiado e é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Dois delatores da Lava Jato afirmam que Meurer recebia dinheiro ilícito. O doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato, declarou à Procuradoria-Geral da República que Meurer era 'um dos líderes do PP e, como tal, recebia repasses mensais que variavam de R$ 250 mil a R$ 500 mil'. Segundo Youssef, o dinheiro era entregue em um hotel em Curitiba.

O ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, que também virou delator, disse que Meurer recebeu R$ 4 milhões por meio do doleiro para a campanha de 2010. O doleiro confirma o repasse, mas não sabe como o pagamento foi feito. Nelson Meurer nega as acusações.

Na audiência desta terça na Justiça Federal, o deputado foi ouvido por videoconferência. Ele estava em Brasília. O juiz Sérgio Moro estava em seu gabinete, em Curitiba. Os advogados de Corrêa e Argôlo também.

Na descrição de Nelson Meurer seu ex-companheiro de agremiação são um modelo de político. "Tenho certeza que Pedro Corrêa sempre trabalhou corretamente, uma pessoa que pela sua experiência sempre orientava os parlamentares nas suas atividades no Plenário da Câmara. Foi presidente do Partido Progressista. Nada tenho de conhecimento de algum ato do Pedro Corrêa que desabonasse a sua conduta."

Meurer disse:. "Pedro Corrêa fez um grande trabalho em prol do desenvolvimento do nosso partido, representando com muita dignidade o povo que confiou no PP e formou uma das maiores bancadas da Câmara Federal."

Ele confirmou a realização de um jantar em Brasília em homenagem a Paulo Roberto Costa, em 2010 ou 2011. Disse que 'não tem conhecimento' se Pedro Corrêa teve participação na indicação do diretor de Abastecimento da estatal.

Sobre o ex-deputado Luiz Argôlo, ele declarou: "Convivi com Argôlo durante os mandatos dele como deputado federal, sempre uma pessoa com comportamento que não o desabonasse."

Indagado se presenciou repasse de vantagem indevida a Argôlo, o deputado Nelson Meurer foi enfático. "De maneira nenhuma. Nunca soube que alguém teria repassado algumas vantagens indevidas para o Luiz Argôlo, eu não participei de processo nenhum de distribuição de vantagens indevidas."

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