O Projeto Novo Recife, que previa a construção de 12 prédios no Cais José Estelita, no bairro do Recife, deve ser redesenhado mais uma vez. O novo plano foi apresentado na tarde desta quarta-feira (10), na Prefeitura do Recife, e foi modificado a fim de valorizar a área verde da Cidade. No entanto, apenas o empreendimento responsável pela adequação do projeto pôde aprovar o novo sistema.
Os grupos Ocupe Estelita e Direitos Urbanos do Recife, que desaprovam a construção, foram barrados de participar do encontro.A Prefeitura apenas propôs reajustes. Agora, o Consórcio tem um prazo de 30 dias para aceitar ou não a nova proposta. Segundo informações da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, as modificações foram feitas a partir de contribuições enviadas ao e-mail do órgão. "Recebemos 287 propostas da população e analisamos uma por uma. A partir daí, foi que estabelecemos as mudanças no plano", disse o secretário da pasta, Antônio Alexandre.
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Questionado sobre as principais modificações da ação, o gestor disse: "Entre as principais mudanças estão à construção de nove vias de mobilidade no entorno da área. Antes, eram apenas quatro avenidas. Estas vias vão melhorar o tráfego de veículos no local. Além disso, temos também a diminuição em dois terços da altura do prédio, a fim de valorizar as construções históricas no entorno do Cais (José Estelita)”, explicou.
O redesenho do projeto também prevê o alargamento da Avenida Dantas Barreto, a não construção de residências na parte térrea do empreendimento, além do restauro e conservação de elementos históricos, como os galpões de açúcar instalados no Cais. Apesar de a Prefeitura interferir nas decisões do Consórcio Novo Recife, há possibilidade de setor responsável pelo empreendimento negar o redesenho. "Estas são diretrizes estabelecidas em negociações. Respeitamos o fato de o empreendimento ser privado e correr o risco de não obter determinado ganho devido às mudanças, porém temos que mostrar a necessidade que o Recife tem em manter sua estrutura histórica", concluiu o secretário.
Um dos membros do grupo Direitos Urbanos do Recife tentou entrar na coletiva, mas, segundo relato do participante, foi impedido de subir até o local onde houve a reunião. “Ficamos surpresos ao saber pela imprensa que haveria esta coletiva, porque não fomos informados de nada. Tudo está sendo discutido a porta fechada, sem a presença dos representantes do movimento. Não sabemos como as sugestões foram selecionadas. Falta uma participação popular e democrática”, disse Leonardo Cisneiros.
Procurada pela reportagem do Portal LeiaJá, a assessoria de imprensa da Prefeitura explicou o motivo da não convocação da sociedade civil. “A coletiva de imprensa foi convocada para apresentar o resultado de um trabalho a cargo da Prefeitura do Recife e, portanto, foi uma reunião apenas para jornalistas”, alegou.