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Uma mesária, que atuava como presidente de seção eleitoral, morreu no último domingo (29), dia de segundo turno das eleições municipais no Recife. Ana Cláudia de Souza trabalhava em uma escola no bairro do Torrões, Zona Oeste da cidade, quando passou mal e não resistiu. A morte foi divulgada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE - PE), nesta segunda (30).

De acordo com o diretor do TRE - PE, Orson Lemos, Ana Cláudia trabalhava como presidente da seção número 232 na Escola Pintor Lauro Vilares e passou mal logo após o início da votação. Uma ambulância do  Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi chamada mas ela acabou sendo socorrida por um carro particular e levada para a UPA do bairro dos Torrões, onde veio a óbito em virtude de um infarto. 

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A filha da mesária trabalhava como secretária na seção ao lado à da mãe e acabou sendo liberada e substituída. Em entrevista ao LeiaJá  o diretor do TRE afirmou ter sido a primeira vez que uma ocorrência do tipo foi registrada em Pernambuco. “Pelas nossas anotações, nunca houve fato igual”, disse.  

Às vésperas do início da campanha, o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) reuniu, nesta quarta-feira (15), dezenas de líderes religiosos para orientar como as igrejas devem se portar durante o período. O principal mote abordado pela Corte foi a influência na escolha do voto, prática que tem se tornado comum em algumas religiões. Além disso, também se tratou da cautela na difusão de notícias a partir de fontes incertas e descarte inadequado de material de campanha, como panfletos, pelas ruas das cidades.   

Ao tratar da influência do voto, o presidente do TRE, desembargador Luiz Carlos de Barros Figueirêdo, foi enfático ao dizer que o templo religioso não é o lugar adequado para expor preferências eleitorais. “É legítimo que cada igreja tenha candidatos preferenciais, é legítimo. Se alguém professa alguma fé é natural que queria fazer a busca dos eleitores nessas comunidades. Mas dentro da igreja, numa missa ou culto, não faz sentido pedir votos. Igreja é um lugar para buscar ligação com Deus, para fazer política eleitoral é um lugar inadequado”, salientou.

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Para o desembargador, “o uso da máquina na igreja em função de não deixar o eleitor escolher por si só gera problema”. “É um abuso, beirando a coerção, para que aquele indivíduo escolha aquela pessoa”, observou, fazendo também alertas aos eleitores para que não se deixem influenciar.

Corregedor do TRE, Orson Lemos lembrou que certas práticas - como citar o nome de candidato no culto e pedir votos para ele - são crime eleitoral e podem gerar punições. “Eles têm o poder da massa e devem conhecer seus deveres e direitos. O templo religioso é um local que é proibido fazer campanha, assim como é proibido em shoppings, cinemas. Não podem divulgar panfletos, cartazes ou pedir votos. Caso isso aconteça, a denúncia vindo a ocorrer, será apurado”, esclareceu, pontuando que os eleitores vão poder denunciar casos deste tipo através do aplicativo Pardal, que estará disponível até o dia 20 no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A multa para os religiosos que infringem a lei pode chegar, de acordo com Orson, a até R$ 8 mil. “O apoio dentro do templo religioso tem que ser de Deus. A partir do dia 16 não é possível pedir apoio, voto ou indicar em quem votar. O candidato que é um líder religioso, na religião ele é um líder religioso”, reforçou, alertando o corregedor do TRE. 

Esta foi a primeira vez que o tribunal pernambucano abordou questões eleitorais com o segmento. Representantes católicos, evangélicos, judaicos e de matrizes africanas participaram do encontro. Bispo auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife, dom Limacedo Antônio disse que a igreja católica organizou uma cartilha, que está disponível nas lojas católicas, para os padres e fiéis com indicações sobre como devem se portar. 

“A igreja quer ser no mundo um sinal de comunhão de todos os povos e a política é um meio de ligação entre os povos. Por isso, a igreja sempre se preocupa com esse momento político, sempre falamos da política como bem comum. A cada eleição se penso o roteiro e nesta cartilha vamos relembrar os valores, educar e fazer com que as pessoas possam perceber o que é melhor para si e para a comunidade, além de acreditar nos homens e mulheres de bem que somam na defesa da dignidade humana”, explicou o bispo. 

Representando as religiões de matrizes africanas, a coordenadora Rede Articulação Caminhada dos Terreiros de Pernambuco, mãe Elza de Iemanjá, disse que a conscientização é necessária em todos os campos religiosos. 

“O lugar do sagrado deve permanecer para o sagrado. Todos que conhecemos como anda a política sabe e já tem definido o que quer mudar. A partir do momento que um adepto de qualquer religião que se sente pressionado por alguma liderança isso muda a sua convicção política, porque você sai do lugar de convicção e vai para o de opressão. Nem sempre por eu ser de matriz africana preciso votar em alguém que de fato eu não acredito. Os apelos estão feitos é que se você está com fulano você está com Deus”, declarou. 

Também presente na reunião com o TRE, o presidente da Associação dos Pastores de Pernambuco, Leonardo Ramos, disse que a igreja segue na luta por um Brasil melhor e não pode influenciar na escolha dos eleitores. “O intuito de estarmos aqui hoje é conscientizar que a igreja é um local para levar as pessoas a Deus e não fazer política. O eleitor tem ter seu ideal, ter seu candidato e não ser induzido pela máquina religiosa a levar um candidato a ser eleito”, pontuou o pastor evangélico. 

Os prédios da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (URPE) que são locais de votação e estão ocupados por estudantes que protestam contra a aprovação da PEC do Teto de Gastos Públicos, em tramitação no Senado, serão substituídos pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE). Segundo o presidente da corte, o desembargador Antônio Carlos Alves da Silva, já foi montado um “plano B” para atender os mais de 7 mil eleitores que têm as seções nas unidades. A realocação, entretanto, será divulgada apenas no próximo domingo (30). 

"Montamos um plano B, mas não vamos divulgar por enquanto para evitar que essas pessoas invadam o novo local. Temos a esperança que estes locais invadidos sejam liberados, pelo menos no domingo. Vejam que quem está protestando são universitários, estas pessoas pretendem um Brasil melhor para elas, mas se não saírem estão mostrando que não entendem o que é uma democracia”, ressaltou o presidente do TRE. 

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Até o momento, três prédios da UFPE estão ocupados por estudantes. Os Centros de Educação (CE), de Artes e Comunicação (CAC) e de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) na UFPE e o Centro de Ensino de Graduação Obra-Escola (Cegoe) na UFRPE. Destes, dois, um em cada unidade, são locais de votação. 

“Queremos tranquilizar a população, que não passa de 7 mil eleitores. Fica fácil movimentar estas pessoas. Para transportar 10 urnas é muito fácil”, observou o corregedor do TRE, Orson Lemos.  Segundo ele, a corte eleitoral está mapeando e acompanhando as negociações de desocupação das unidades educacionais. “Como a invasão não diz respeito a eleição,mas obstrui um local da eleição, o que até é um artigo criminal, não estamos nos envolvendo. Caberá à polícia e às escolas [retirar os estudantes dos locais]. Estamos acompanhando a negociação de perto, o contato é mais de uma vez ao dia”, ponderou. 

Mais de 2 milhões de eleitores vão às urnas no domingo (30) para escolher quem será o novo prefeito de quatro cidades pernambucanas: Recife, Olinda, Caruaru e Jaboatão dos Guararapes. As três primeiras com a biometria e a última no método normal. O total de urnas disponibilizadas para o pleito é de 6.512, sendo 5.950 delas utilizadas nos locais de votação, 550 de contingência e 12 para as mesas receptoras de justificativas. A expectativa do TRE-PE é de que o resultado da votação seja divulgado até às 20h30. 

O eleitor do Recife não precisa ficar preocupado com seu local de votação. O rezoneamento, que atingiu diversas cidades no estado, não muda o local de votação para quem vota na capital. Segundo o assessor da corregedoria do TRE-PE, Orson Lemos, apenas uma parcela mínima da população recifense vai precisar conferir sua zona. "Foram 182 mil eleitores do Recife que tiveram seu local alterado. As mudanças, normalmente, são apenas de um número na porta. Inclusive, mantivemos os números antigos nas seções, junto aos novos, para evitar grandes dificuldades", contou.

As alterações visam melhorar o atendimento ao eleitor e diminuir o número de pessoas que cada juiz eleitoral recebe. Cidades como Ibirajuba, Poção, Moreilândia, Verdejante, Limoeiro e Poção perderam cartórios, pois tinham menos que os 60 mil eleitores exigidos pelo Tribunal Superior Eleitoral. A ideia é ter entre 60 e 80 mil eleitor para cada juiz. "Quem tirou o título de março para cá já tem o novo número no documento. O eleitor não mudou o local onde vota, pode ir em seu local da última eleição que vai encontrar o número antigo e o atual. Nessas cidades, as votações seguem normais, o que muda é o cartório para o qual se reportam", comentou Lemos.

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Isso aconteceu com a 103ª Limoeiro, 110ª Palmerina, 113ª Poção, 114ª Verdejante, 137ª Moreilândia e 138° Ibirajuba, que fecharam e passaram a ser, respectivamente, das zonas 24ª Limoeiro, 87ª Angelim, 55ª Pesqueira, 75ª Salgueiro, 79ª Exu e 48ª Altinho. Na capital, o número de zonas aumentou. Em outras cidades da Região Metropolitana, também houve alterações. "Olinda passou de três para quatro, Jaboatão de quatro para cinco, Recife de 13 para 14, Camaragibe uma para duas, Paulista duas para três", disse o assessor.

Quem tiver dúvidas para encontrar o seu local de votação, pode acessar o site do TSE. Também é possível tomar esclarecimentos pelo disque-eleitor, no telefone: (81) 3194-9400.

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