Tópicos | países ricos

Apesar de uma melhora nos últimos anos, mais de 69 milhões de crianças vivem na pobreza nos 40 países mais ricos do planeta, ou seja, mais de uma criança em cada cinco vive nesta condição, segundo um relatório do Unicef publicado na noite desta terça-feira (5).

Entre os períodos 2012-2014 e 2019-2021, o número de crianças em situação de pobreza diminuiu cerca de 8% nos cerca 40 países da União Europeia e da OCDE analisados.

##RECOMENDA##

Isto representa "cerca de seis milhões" de crianças que superaram a pobreza, segundo o informe do Unicef Innocenti, braço de pesquisas do Fundo das Nações Unidas para a Infância.

Mas no final de 2021, "ainda havia mais de 69 milhões de crianças pobres" nestes países, segundo o informe.

Com uma pobreza infantil de 35%, a Colômbia destacou-se como o país com a pior taxa de pobreza neste segmento da população, seguida de Turquia (33,8%), Romênia (29%), Espanha (28%), México (27,3%), Estados Unidos (26,6%) e Chile (21,6%) no período 2019-2021. Com 9,9%, o aluno exemplar foi a Dinamarca, seguida de Eslovênia (10%), Finlândia (10,1%), República Tcheca (11,6%) e Noruega (12%).

"Mais que dinheiro"

"A pobreza vai além da falta de dinheiro", adverte o informe.

"Para a maioria das crianças, isto representa um risco de crescer sem alimentos nutritivos, sem roupas, material escolar ou calefação suficiente", comenta Bo Viktor Nylund, do Unicef Innocenti, alertando para os riscos à "saúde física e mental".

O Unicef se baseia na "pobreza relativa", que corresponde a 60% da renda média nacional, frequentemente usada pelos países desenvolvidos para delimitar a linha da pobreza.

O informe reforça a necessidade de se criar ferramentas de proteção social específicas para garantir o bem-estar das crianças e a "vontade política" dos governantes.

É que tirar os menores da pobreza não é uma consequência automática da riqueza de um país.

Apesar da melhora geral observada na última década, há diferenças entre os países. A principal é que os que "mais conseguiram reduzir a pobreza infantil não são nem os mais ricos, nem os que mais cresceram", destaca o informe.

De fato, desde 2012, os reveses mais importantes foram observados em países ricos como Reino Unido, onde a pobreza infantil aumentou 19,6%, Islândia (+11%) e França (+10,4%).

E os que mais a reduziram foram Polônia (-37,6%), Eslovênia (-31,4%), Letônia (-31%) e Lituânia (-30,6%).

Nos Estados Unidos, o número de menores vivendo na pobreza diminuiu 6,7%, embora mais de uma criança em cada quatro viva na pobreza relativa - o dobro da Dinamarca no 2019-2021, um país com renda per capita similar.

O maior risco de pobreza infantil assombra as crianças de famílias monoparentais, as pertencentes a minorias e as de migrantes.

Nos Estados Unidos, por exemplo, 30% das crianças afro-americanas, 29% das nativas americanas e 22% das hispânicas vivem abaixo da linha nacional da pobreza, contra 10% das crianças brancas não hispânicas.

Na UE, uma criança filha de pais não comunitários tem 2,4 vezes mais probabilidades de ser pobre do que uma filha de pais europeus.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta segunda-feira (14), que a contribuição de países ricos para a preservação da floresta amazônica não é favor, mas o pagamento de uma dívida com o planeta. Em seu programa semanal Conversa com o presidente, Lula destacou que, após a conclusão da Cúpula da Amazônia na semana passada, os países da região têm condições de participar da COP28, nos Emirados Árabes, no fim do ano, cobrando essa contribuição.

“É muito simples compreender. Os países ricos tiveram a sua introdução na Revolução Industrial bem antes que o Brasil. Então, eles são responsáveis pela poluição do planeta muito antes de nós. Eles conseguiram derrubar suas florestas muito antes de nós. Agora, o que eles têm que fazer é contribuir financeiramente para que os outros países possam se desenvolver. Nós não queremos ajuda. Nós queremos um pagamento efetivo. É como se estivessem pagando uma coisa que eles devem à humanidade.”

##RECOMENDA##

“Temos condições de chegar ao mundo, lá nos Emirados Árabes, e dizer o seguinte: ‘Olha, a situação é essa. Nós queremos essa contribuição de vocês. E isso não é favor. É pagamento de uma dívida que vocês têm com o planeta Terra porque vocês derrubaram a floresta de vocês 100 ou 150 anos antes de nós. Então, agora, vocês paguem pra que a gente possa preservar as nossas florestas gerando emprego, oportunidades de trabalho e condições de melhorar a vida das pessoas.’”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje, antes do início oficial da Cúpula da Amazônia, em Belém, que aguarda a colaboração do mundo desenvolvido para a defesa da floresta, mas cobrou a "dívida" dos países ricos na questão climática.

O presidente disse também que gostaria de ver seu colega americano, Joe Biden, na COP28, em novembro, nos Emirados Árabes, onde serão apresentadas as conclusões do encontro da Organização do Tratado da Cooperação Amazônica (Otca).

##RECOMENDA##

"É importante todo mundo participar do debate, é um problema da humanidade. A Amazônia é um território soberano de Brasil, Bolívia, Equador, Peru, Venezuela, Colômbia, mas o território soberano do Brasil não estará fechado à ciência do mundo inteiro que quiser compartilhar pesquisa conosco", declarou Lula em sua live semanal nas redes sociais.

"Na medida em que o mundo desenvolvido, que já destruiu as suas florestas, valoriza a floresta, nós precisamos cobrar deles recursos para que haja investimentos, e cobrar participação científica deles.

A gente não tem noção do que a gente pode utilizar na indústria de fármacos, de cosméticos", acrescentou.

De acordo com o presidente, a responsabilidade de cuidar do planeta "não é só do Brasil". "A responsabilidade é de todos. Se eles [os países ricos] já destruíram para se industrializar, eles agora têm uma dívida do passado que é preciso repor para ajudar os países que ainda podem fazer a manutenção da floresta", afirmou.

"Nós assumimos o compromisso na COP27 com a transição energética, transição ecológica, transição climática, e nós queremos dizer ao mundo que o Brasil quer ser assim e está convidando vocês para serem parceiros. Querem participar? Querem fazer investimentos? Então sejam bem-vindos", acrescentou o presidente.

Além disso, Lula garantiu que o "Brasil fará sua parte" e cumprirá a promessa de zerar o desmatamento ilegal até 2030.

Segundo o presidente, a Cúpula de Belém será um "marco na história da defesa da Amazônia". "Vai ter dois momentos: antes e depois desse encontro, que é a coisa mais forte já feita em defesa do clima", ressaltou.

*Da Ansa

 

Após sua participação na 27ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas, a COP-27, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou a cobrar de países ricos a destinação de recursos para nações emergentes para a garantia de preservação de suas florestas.

Voltando a se comprometer com a proibição do garimpo ilegal e da preservação das terras indígenas, o petista pontuou: "os países mais ricos têm que assumir um compromisso com a preservação do meio ambiente".

##RECOMENDA##

Segundo ele, em 2009 diversas nações se comprometeram com um fundo de US$ 100 bilhões para ajudar países emergentes a preservar suas florestas "e até agora não foi juntado um dólar do compromisso feito", criticou.

Lula também afirmou que é preciso uma governança global mais representativa, principalmente na questão climática. "A gente não pode tomar uma decisão e depois levá-la para que o Estado Nacional decida se vai cumprir ou não, porque nós temos exemplo de que o protocolo de Kyoto, que foi assinado a tanto tempo atrás, até hoje não foi cumprido por muitos países", disse.

O presidente eleito destacou ainda que a Organização das Nações Unidas (ONU) "não pode continuar sendo a mesma de 1948". "O mundo mudou, a geopolítica mudou" disse, afirmando que o conselho de segurança da organização precisa ter "mais gente representando todos os continentes".

"Precisa acabar com a ideia de que um país pode ter o direito de veto, ninguém é superior a ninguém, independente da sua riqueza, independente do seu poder bélico", disse, durante coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro português, António Costa, em Lisboa.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva propôs, nesta quarta-feira (16), uma aliança global contra a fome. A proposta foi feita por Lula durante seu discurso na COP-27, no Egito. O líder petista aproveitou o momento também para cobrar os países ricos por compromissos firmados na COP 15, em 2009, como a destinação de recursos para combater as mudanças climáticas nos países subdesenvolvidos.

Ao tratar da fome mundial, Lula disse que "a luta contra o aquecimento global é indissociável da luta contra a pobreza e por um mundo menos desigual e mais justo."

##RECOMENDA##

"Este é um desafio que se impõe a nós brasileiros e aos demais países produtores de alimentos. Por isso estamos propondo uma aliança mundial pela segurança alimentar, pelo fim da fome e pela redução das desigualdades, com total responsabilidade climática", declarou.

Segundo o presidente eleito, as mudanças climáticas atingem a todos, mas são mais severas para os vulneráveis. E aproveitou para cobrar os países ricos. 

"Eu queria lembrar a vocês que em 2009 os países presentes na COP 15, em Copenhagen, se comprometeram em mobilizar 100 bilhões de dólares por ano a partir de 2020 - portanto, já passaram-se dois anos - para ajudar os países menos desenvolvidos a enfrentarem a mudança climática. Então, eu não sei quantos representantes de países ricos têm aqui, mas eu quero dizer que a minha volta também é para cobrar aquilo que foi prometido na COP 15. É triste, mas esse compromisso não foi nem está sendo cumprido", salientou Lula.

Após fazer a cobrança, a plateia ovacionou o discurso de Lula e iniciou um grito de guerra: "Ô o Brasil voltou". Com a reação, o líder político deixou claro: "Esperem um Lula muito mais cobrador para fazermos um mundo mais justo".

Assista o pronunciomento na íntegra:

[@#video#@]

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu que os países ricos aportem os 16 bilhões de dólares necessários para colocar em prática o plano da organização para derrotar este ano a Covid-19 no mundo.

Segundo a OMS, uma injeção rápida de dinheiro em seu plano Acelerador de Acesso a Ferramentas contra a Covid (ACT-A) pode acabar este ano com a doença como emergência sanitária mundial.

O ACT-A visa a desenvolver, produzir e distribuir ferramentas contra a pandemia, incluindo vacinas, testes, tratamentos e equipamentos de proteção. Esse plano deu origem ao mecanismo Covax, criado para garantir o acesso das nações pobres às vacinas, prevendo que os países ricos iriam acumulá-las.

O ACT-A precisava de 23,4 bilhões de dólares para a sua operação no período de outubro de 2021 a setembro de 2022, mas apenas 800 milhões foram arrecadados. Por meio desse mecanismo, a OMS busca 16 bilhões de dólares aportados pelos países ricos para "fechar a lacuna financeira imediata" necessária para o objetivo sanitário. O restante será autofinanciado pelos países de renda média.

O diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que a rápida disseminação da variante Ômicron tornou mais urgente garantir que os testes, tratamentos e vacinas sejam distribuídos de forma igualitária. "Se os países de alta renda pagarem sua parte dos custos do ACT-A, o mecanismo poderá ajudar os países de baixa e média rendas a superar seu baixo nível de vacinação, a falta de testes e a escassez de medicamentos”, assinalou.

"A ciência nos deu as ferramentas para combater a Covid-19. Se forem compartilhadas de forma solidária, poderemos acabar com a doença como emergência sanitária mundial em 2022", indicou o chefe da OMS.

Mais de 200 milhões de doses de vacinas contra o coronavírus foram administradas em pelo menos 107 países e territórios - aponta balanço da AFP, com base em fontes oficiais.

Cerca de 45% das doses foram injetadas nos países do G7 (Estados Unidos, Canadá, França, Reino Unido, Alemanha, Itália e Japão), cujos membros se comprometeram, em reunião na sexta-feira (19), a favorecer uma distribuição mais justa das vacinas.

Este grupo de sete países ricos e democráticos responde por apenas 10% da população mundial.

Esse número de vacinas administradas é inferior ao real, já que dois países importantes, Rússia e China, não comunicam seus balanços oficiais há dez dias.

- Os ricos vacinam, os pobres esperam -

Na sexta-feira, os países do G7 anunciaram que vão dobrar o apoio à vacinação contra o coronavírus, que chegará a 7,5 bilhões de dólares, principalmente por meio do programa Covax, administrado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O objetivo é levar doses suficientes de vacinas para países com menos recursos.

Mas agora, nove em cada dez vacinas são injetadas em países de alta ou média-alta renda, de acordo com a classificação do Banco Mundial, e quase metade (45%) nos do G7.

Cerca de 1,84 bilhão de pessoas - quase um quarto da população mundial - vivem em países onde ainda não foram vacinados.

“Nenhum país estará seguro até que todos estejam”, alertou esta semana a Organização dos Estados Americanos (OEA) em resolução aprovada por aclamação por seu Conselho Permanente, que reúne os 34 membros ativos do órgão.

A iniciativa, apresentada pelos países da Comunidade do Caribe (Caricom), e copatrocinada pela Argentina, México, Nicarágua, Panamá e Uruguai, entre outros, destaca que vai depender de todo o planeta derrotar o vírus de forma "sustentável" e com "disponibilidade e distribuição de vacinas para todos".

- Israel na liderança -

Israel é, de longe, o país mais avançado em vacinação, já que 49% de sua população recebeu pelo menos uma dose da vacina. Neste momento, um em cada três habitantes em Israel (33%) recebeu as duas doses necessárias.

Outros países superaram os 10% de população vacinada. São eles: Reino Unido (25%), Bahrein (16%), Estados Unidos (13%), Chile (12%) e Maldivas (12%).

Em termos numéricos, os Estados Unidos são o país que aplicou o maior número de vacinas (59,6 milhões de doses), à frente de China (40,5 milhões até 9 de fevereiro), Reino Unido (17,5 milhões), Índia (10,7 milhões) e Israel (7,1 milhões).

Os 27 países da União Europeia acumulam 26 milhões de doses, administradas a 3,8% da população. Malta (9,2%) está na liderança, enquanto França, Alemanha ou Espanha estão no meio.

- Mais de dez vacinas-

América do Norte, Europa, Israel e os países do Golfo optaram amplamente pelas vacinas desenvolvidas pela Pfizer-BioNTech (Estados Unidos / Alemanha) e Moderna (Estados Unidos). As doses da Pfizer / BioNTech também são administradas no Japão e na Nova Zelândia.

Grande parte da Europa também vacina com as doses sueco-britânicas AstraZeneca / Oxford, também usadas na Índia, Sri Lanka, Bangladesh ou Marrocos.

A Índia também depende de uma vacina desenvolvida localmente, a da Bharat Biotech.

A vacina Sputnik V, do centro russo Gamaleya, é administrada na Rússia, Argentina, Venezuela, Irã e Argélia.

As duas vacinas chinesas desenvolvidas pela Sinopharm são usadas nos Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Seychelles, Egito, Zimbábue ou Sérvia.

A da Sinovac, no Brasil, Indonésia e Turquia.

A empresa chinesa CanSino foi autorizada no México, mas ainda não é administrada.

A vacina americana da Johnson & Johnson é atualmente administrada apenas na África do Sul. É a única vacina de dose única no mundo, pois as outras requerem duas injeções.

A Aliança da Vacina do Povo, coalizão de seis organizações internacionais, como a Oxfam e a UNAids, calcula que os países ricos compraram doses suficientes para imunizar toda sua população três vezes até dezembro de 2021, se todos os estudos clínicos em realização forem bem sucedidos.

Países que representam 14% da população mundial compraram o equivalente a 53% das vacinas mais promissoras, ainda segundo o grupo.

##RECOMENDA##

Só o Canadá se comprometeu com a compra de doses suficientes para vacinar cinco vezes sua população. Enquanto isso, 9 em cada 10 pessoas em 67 países pobres não serão vacinadas até o fim de 2021. "Não é uma surpresa que as nações ricas busquem vacinar suas populações primeiro", afirma Ian Bremmer, fundador da consultoria Eurasia Group.

A esperança para os demais, segundo ele, está no Covax Facility, o consórcio internacional que busca acelerar o desenvolvimento de vacinas contra covid-19 e viabilizar uma distribuição equitativa. "Imagino que Joe Biden colocará os EUA nas iniciativas da Covax, o que será positivo, mas ainda assim os países em desenvolvimento vão demorar mais para fazer a vacinação", afirma.

O presidente Donald Trump não quis se unir à aliança internacional Covax, criticou a OMS e retirou os EUA do órgão. Nesta semana, assinou uma ordem executiva para priorizar a vacinação de americanos antes da exportação de vacinas - apesar de autoridades não conseguirem explicar qual será o efeito prático disso.

Já o presidente eleito, Joe Biden, prometeu recolocar os EUA nos fóruns multilaterais e discutir uma resposta global à pandemia, mas o tamanho da crise doméstica e os desafios de logística e distribuição da vacina devem dominar sua agenda após a posse, em 20 de janeiro.

Dois meses depois da declaração do surto de coronavírus como pandemia mundial pela OMS, o governo Trump criou um grupo de trabalho que reúne integrantes de nove agências e departamentos em parceria com o setor privado para acelerar a compra, desenvolvimento e planejamento de aplicação das vacinas.

Os EUA vivem uma nova onda de contágio de covid-19, que tem obrigado governadores e prefeitos a impor novas medidas restritivas ao comércio e à população. Na sexta-feira, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, anunciou que os salões internos de restaurantes da cidade de Nova York precisarão ser fechados novamente. Cuomo reconheceu que a decisão trará mais dificuldades ao ramo e pediu aos congressistas federais que consigam um pacote de ajuda aos empresários.

O Estado foi o epicentro da primeira onda de contaminação nos EUA em abril. No total, mais de 294 mil pessoas morreram no país desde o início da pandemia em razão do coronavírus. O mundo contabiliza mais de 1,5 milhão de mortes por covid-19, em meio a nova onda de contágio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em coletiva realizada nesta sexta-feira (25), a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu que representantes dos países desenvolvidos contribuam para alcançar a meta de arrecadação de US$ 35 bilhões para o acelerador de acesso às ferramentas da covid-19, o Accelerator ACT, que irá produzir e entregar 2 bilhões de doses de vacinas, 245 milhões de tratamentos e 500 milhões de testes de diagnóstico no próximo ano. O ACT é única iniciativa global que oferece uma solução para acelerar o fim da pandemia da covid-19.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que a economia global deverá contrair em US$ 7 trilhões em 2020 como resultado da pandemia. "As vacinas serão essenciais para evitar a pandemia e acelerar a recuperação global, mas essas ferramentas só serão desenvolvidas com a agilidade e equidade necessárias por meio do ACT. A OMS publicou hoje este plano estratégico de investimento", disse o diretor. As necessidades de financiamento total do ACT-Accelerator representam menos de 1% do que os governos do G20 já se comprometeram com os pacotes de estímulo econômico doméstico.

##RECOMENDA##

A falta de inovação e de acesso suficiente a testes, tratamentos e vacinas eficazes impediria a recuperação de todos os países. De acordo com o relatório, o ACT-Accelerator ajudaria a encurtar a duração da crise e pagaria esse investimento em menos de 36 horas, uma vez que as fronteiras fossem abertas e a retomada comercial autorizada. "Os investimentos não resolverão por si só a versão mais grave da doença, causa raiz da crise e a chave para reiniciar todos os aspectos de suas economias", diz a nota.

Tedros Ghebreyesu ressalta que o investimento é necessário para financiar pesquisas, aumentar a manufatura e fortalecer os serviços de entrega. "Normalmente estes passos são sequenciais, mas estamos realizando de maneira paralela, para que assim que o produto esteja pronto, ele seja entregue para quem precisa", reforçou o diretor da OMS. Desde abril de 2020, período de seu lançamento, o ACT-Accelerator avaliou 50 testes de diagnóstico, 1.700 ensaios clínicos para tratamentos promissores e garantiu a dexametasona, corticoide usado para tratamento da doença, para até 4,5 milhões de pacientes em países de baixa renda.

O diretor executivo da OMS, Michael Ryan, complementa que as ações de multilateralismo são essenciais para que os números de casos e de mortos pela pandemia não siga aumentando - atualmente são um milhão de mortos. "Se olharmos a realidade, é uma grande tarefa para todos. Solidariedade científica, comprometimento dos países, financiamento, distanciamento social, produção de vacinas, há elementos que podemos investir para reduzir a fatalidade. Não é apenas a vacina, são todas as medidas juntas que irão frear a pandemia, mas o tempo de agir é agora", diz. Ele também relembra que é necessário utilizar as ferramentas que existem à disposição atualmente e não apenas "ficar esperando por uma vacina" e que 10 países são responsáveis por 70% dos casos de covid-19 no mundo - o Brasil ocupa o terceiro lugar.

Sobre evitar uma possível segunda onda de infecção, a avaliação da OMS é de que cada país deve ser analisado individualmente com ferramentas para identificar a tendência. "Em vários países europeus houve um aumento da hospitalização por covid-19 e isso ainda sem a estação de gripes comuns. Contudo, estamos numa posição melhor do que em março, e podemos reduzir a transmissão e salvar vidas sem um ‘lock down’, medida tomada por muitos países para ganhar tempo", comenta Maria Van Kerkhove, diretora técnica da OMS. Para ela, o uso de máscaras, álcool gel e outras medidas de higienização devem ser maximizadas e os representantes políticos devem se perguntar se estão fazendo o suficiente para estabilizar a situação e que as pessoas podem ser socialmente ativas, sem estarem fisicamente próximas - atitude preocupante para a transmissão do vírus. "As sociedades estão abrindo e estão aprendendo a calibrar isso", destaca.

Reunião do G20

Os líderes do G20 se reunirão em 30 de setembro em um evento paralelo durante a Assembleia Geral das Nações Unidas para discutir o trabalho do ACT-Accelerator e os compromissos financeiros necessários. A instalação de vacinas Covax - o maior e mais variado portfólio de vacinas covid-19 globalmente - contém atualmente 9 vacinas candidatas e um total de 156 economias, representando quase dois terços da população global.

A dica do diretor-geral da OMS é "não colocar os ovos numa única caixa", de forma a esperar pela vacina. "Precisamos investir em vacinas e ao mesmo tempo ser sérios em usar as outras ferramentas. Muitos países como Japão, Tailândia e China conseguiram controlar a pandemia. O que eles fizeram? Eles não tinham vacina. Quando você usa as ferramentas disponíveis, você salva vidas hoje. Essas vidas precisam ser salvas hoje, não podemos falhar nisso", completa.

Os choques econômicos causados pela forte desaceleração da atividade produtiva nos últimos meses, no rastro da pandemia do coronavírus, vão atingir as economias de maneira diferente.

Analistas têm dado especial ênfase à situação dos emergentes, suscetíveis à piora da situação fiscal, fuga de investimentos e queda nos preços das commodities. Com pacotes de socorro também em menor escala, as expectativas de recuperação para esse grupo são piores. No caso das economias avançadas, a retomada tende a ser mais vigorosa em 2021, acentuando diferenças com o resto do mundo.

##RECOMENDA##

O cenário básico considerado pelos analistas é de redução dos efeitos negativos do coronavírus nos próximos meses, o que não colocaria em risco também o crescimento do mundo em 2011. Assim, Estados Unidos e países da zona do Euro - severamente afetados neste primeiro momento - devem amargar um tombo maior do que os países da América Latina em 2020. Em compensação, terão fôlego para avançar mais no próximo ano.

Nos EUA, o crescimento em 2021 deve chegar a 4,7%, depois de uma retração de 5,9% em 2020, segundo o FMI. A previsão para o ano que vem é quase 3 pontos porcentuais maior do que era estimado antes da crise. Em comparação, o Brasil deve ver o PIB cair 5,3% neste ano e ter crescimento de 3,5% em 2021 - ou 0,6 ponto porcentual a mais do que já era projetado para o País quando a pandemia não fazia parte das contas.

Já na zona do Euro, a diferença em relação às estimativas anteriores sobre 2021 pode chegar a 3,3 ponto porcentual. No caso dos emergentes, a projeção de crescimento cresceu basicamente puxada pela China. Na América Latina e Caribe, a projeção de crescimento no ano pós-crise aumentou 1 ponto na comparação com o pré-pandemia, enquanto nos países de baixa renda e em desenvolvimento, ficou abaixo disso.

Não necessariamente países avançados vão crescer mais do que outros em 2021, mas a comparação das projeções feitas antes da crise com as atuais mostra que nações ricas tendem a entrar em trajetória de recuperação no ano que vem, enquanto parte dos demais países crescerá pouco a mais do que já era esperado antes da recessão global.

Em relatório recente, o FMI apontou que economias avançadas, "com forte governança, sistemas de assistência médica bem equipados e o privilégio de emitir moedas de reserva", estão relativamente melhor posicionados para enfrentar a crise. Do outro lado, vários emergentes e economias em desenvolvimento devem depender da ajuda de instituições internacionais.

"Comparado às economias avançadas, muitos países de baixa renda estão mais mal posicionados para conter e gerenciar a crise. Esses países têm menos espaço fiscal, sistemas de saúde pública mais fracos", afirma Barry Eichengreen, economista e professor da Universidade da Califórnia em Berkeley.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, tem cobrado o que chama de "resposta coordenada, multilateral e de larga escala, que represente ao menos 10% do PIB global" em medidas de estímulo à economia. Para tanto, seria preciso expandir a capacidade do FMI e de outras instituições para injetar recursos nos países que precisam.

Diferenças

Comparar o socorro a trabalhadores nos EUA com o panorama brasileiro, por exemplo, dá uma ideia das diferenças. No Brasil, o número de trabalhadores que terão acesso a renda emergencial é estimado em 75 milhões - algo em torno de 35% da população. Nos EUA, a expectativa de analistas é que até 150 milhões de pessoas (o equivalente a 45% da população americana) sejam beneficiadas. Destes, 80 milhões já receberam um cheque de estímulo na primeira leva de pagamentos, feita na semana passada.

A renda média por família nos EUA é de US$ 63 mil por ano, algo próximo a US$ 5 mil por mês. Com o coronavírus, quem receber até US$ 75 mil anualmente terá direito a pagamento de US$ 1,2 mil feito pelo governo americano para ajudar as famílias. Casais podem receber dobrado e cada criança dá direito a uma verba extra. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cerca de dez mil pessoas - segundo a Polícia - foram às ruas em Hamburgo, neste domingo (2), para protestar contra a cúpula do G20 que acontece nos próximos 7 e 8 de julho, nesta cidade do norte da Alemanha.

Os organizadores do ato garantem que a participação foi "muito superior" ao número divulgado pelas autoridades.

##RECOMENDA##

Um porta-voz da Polícia disse à AFP que a manifestação é "totalmente pacífica".

Debaixo de uma chuva fina e em um ambiente familiar, a multidão se concentrou em frente à prefeitura de Hamburgo. Durante o protesto, vários oradores exigiram uma "outra política" para o meio ambiente e criticaram o presidente americano, Donald Trump.

Mais de 30 manifestações estão programadas para acontecer ao longo desta semana.

O governo alemão prevê a mobilização de cerca de 15 mil policiais para a segurança da cúpula que reunirá os chefes de Estado dos 20 principais países industrializados e emergentes. Outros 3.500 policiais federais ficarão responsáveis pela segurança no aeroportos e nas estações de trem.

"A liberdade de se manifestar é válida apenas para as manifestações pacíficas", declarou o ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, na edição de domingo do jornal "Bild", o mais lido no país.

Educação, saúde, renda, satisfação com a vida: as crianças estão longe de ser iguais nos países ricos e as diferenças aumentam em vários deles entre as mais desfavorecidas e as demais, segundo um relatório da Unicef publicado nesta quinta-feira (14).

"Os avanços para reduzir as desigualdades de bem-estar entre as crianças são muito pequenos", destaca o relatório do centro de investigação Innocenti da Unicef, que propõe uma classificação destas disparidades em 41 países da OCDE e da União Europeia.

Em muitos países, "a diferença aumentou entre as crianças mais desfavorecidas e seus pares desde os anos dois mil", ressalta este "Balance Innocenti 13" redigido por John Hudson e Stefan Kuhner, que descreve uma situação com tendências globais decepcionantes.

"Nenhum país conseguiu realmente reduzir a diferença em matéria de problemas de saúde apontados pelos menores" (dores de cabeça, nas costas, barriga, insônia...). As desigualdades inclusive se acentuaram em 25 países, com aumentos consideráveis na Irlanda, Malta, Polônia e Eslovênia.

Entre os adolescentes, "as disparidades entre os sexos estão disseminadas e são persistentes" em matéria de saúde e as meninas correm maior risco de serem deixadas de lado. Em dez países, estas disparidades aumentaram.

Em educação, "poucos países conseguiram reduzir ao mesmo tempo a diferença de êxito e o número de alunos com dificuldades de leitura". Outrora exemplares, Finlândia e Suécia viram as desigualdades aumentarem e o nível de êxito cair.

Em todos os países da OCDE, os menores mais desfavorecidos sofrem um atraso equivalente a três anos de escolarização em leitura em relação à "criança média". Em um país como a França, "a diferença entre os resultados dos alunos em função de seu meio social é muito importante", segundo o documento.

Insatisfeitos com suas vidas

No Chile, México, Bulgária e Romênia, quase um quarto dos alunos de 15 anos carecem das aptidões e competências necessárias para resolver exercícios básicos de leitura, matemática e ciências, algo "particularmente alarmante" para a Unicef.

Consequência da crise, em 19 dos países examinados, entre eles Espanha, Grécia, Itália e Portugal, ou ainda México, Israel ou Japão, as crianças mais pobres não chegam à metade das receitas da criança média de seus países.

Quanto à diferença de "satisfação na vida", aumentou em mais da metade dos países, sobretudo em Bélgica, Espanha e República Tcheca.

Em Alemanha, Espanha, Estados Unidos, em Islândia, Irlanda e Itália, os filhos da imigração apontam um nível de satisfação com suas vidas menor que os outros.

E ainda há as meninas. Cerca de 30% das francesas de 15 anos se mostram insatisfeitas com suas vidas, contra 14% de meninos.

No campo das boas notícias, as desigualdades na prática de uma atividade física e em matéria de maus costumes alimentares diminuíram na maioria dos países ricos.

Certos países com índices de handicap educacional mais altos (Chile, México, Romênia) registraram uma forte diminuição das diferenças de êxito e uma alta no nível geral de competências.

Os países bálticos, por sua vez, reduziram as desigualdades de satisfação das crianças em relação as suas vidas. Em outros, como Finlândia ou República Tcheca, a diferença de renda caiu entre 2008 e 2013.

O relatório se baseia nos dados mais recentes disponíveis, que variam segundo os países, de 2007 a 2014.

Uma conferência organizada pela Unicef, "Mais igualdade para as crianças", reúne nesta quinta-feira especialistas internacionais em Paris.

Os países ricos acolheram apenas uma pequena parcela dos quase cinco milhões de refugiados procedentes da Síria, indicou a ONG britânica Oxfam em um relatório divulgado nesta terça-feira (29). No texto, a ONG pede aos países ricos que façam um esforço e que aceitem pelo menos 10% dos 4,8 milhões de refugiados sírios registrados na região.

Hoje, os países ricos reinstalaram apenas 67.100 pessoas, ou 1,39% dos refugiados, segundo a organização. A Oxfam publicou seu informe na véspera de uma conferência internacional promovida pela ONU em Genebra, quando os países têm de prever lugares para reinstalar os refugiados sírios.

A grande maioria permanece nos países próximos quando o conflito chega a seu sexto ano. O objetivo da conferência da ONU é conseguir "compartilhar a responsabilidade global" derivada da crise dos refugiados, provocada pela guerra nesse país. Já são mais de 270.000 mortos.

Segundo a Oxfam, apenas três países ricos - Canadá, Alemanha e Noruega - fizeram mais do que lhes cabia em matéria de acolhida permanente de refugiados. Outros cinco países - Austrália, Finlândia, Islândia, Suécia e Nova Zelândia - também se comprometeram a fazer 50% mais do que sua parte. Já os 20 países restantes examinados pela Oxfam estão abaixo das expectativas.

Os Estados Unidos se comprometeram com 7% dos quase 171.000 considerados sua parte. Até agora, o governo americano reinstalou 1.812 refugiados sírios e indicou que assumirá mais 10.000. Holanda também beira os 7%; Dinamarca, 15%; e Grã-Bretanha, 22%, segundo a Oxfam.

De acordo com a diretora da Oxfam, Winnie Byanyima, "os países com economias fortes, serviços eficazes e infraestruturas desenvolvidas, podem reinstalar de imediato meio milhão de refugiados, se assim decidirem". Byanyima destacou que, no Líbano, um em cada cinco habitantes é um refugiado sírio e, na Jordânia, um em cada dez.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando