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A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) confirmou nesta sexta-feira, 10, a construção de um complexo penitenciário na rodovia Castelo Branco, a 54 km de São Paulo. Serão construídos dois Centros de Detenção Provisória (CDP), com capacidade total para 1.536 presos, em Araçariguama.

Vereadores locais realizam audiência pública no dia 15 para discutir o projeto. Eles alegam que a cidade não tem estrutura para receber essa quantidade de presos. Segundo a SAP, a licitação está sendo preparada. Também serão construídos CDPs em Aguaí, Santa Cruz da Conceição, Registro, Álvaro de Carvalho e Nova Independência. O CDP de Santos já está em licitação. Está prevista ainda a construção de penitenciárias femininas em São Vicente e Bom Jesus dos Perdões, e de um centro de progressão penitenciária em Limeira.

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As obras fazem parte do plano de expansão que prevê a construção de 49 unidades prisionais no Estado. Doze prisões já foram inauguradas. Estão em obras unidades em Bernardino de Campos, Taquarituba, Riolândia, Icém, Jardinópolis, Piracicaba, Porto Feliz, Mogi Guaçu, Mairinque, Votorantim e Guariba. De acordo com a SAP, estão sendo analisadas áreas para a construção de prisões em Avaí e Paulo de Faria, além de outro CDP em Caiuá. O plano é regionalizar a distribuição das unidades para manter os presos mais próximos das famílias.

As 74 penitenciárias do Estado de São Paulo estão com 170% de ocupação, segundo levantamento da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) atualizado no último dia 28. A rede de penitenciárias tem capacidade para 59.739 presos, mas abriga 101.445 detentos. A Penitenciária Dr. Antonio Souza Neto (P-2), de Sorocaba, lidera o ranking da superlotação. Com capacidade para 500 detentos, a unidade está 1.631 presos. Em segundo lugar, a penitenciária de Hortolândia, com a mesma capacidade, tem 1.587 detentos.

Outra unidade de Sorocaba, a Penitenciária Dr. Danilo Pinheiro (P-1), é a terceira no ranking com 648 detentos em 210 vagas. De todas as unidades penitenciárias estaduais, apenas três, inauguradas recentemente, têm número de presos abaixo da capacidade - as de Tremembé, Presidente Venceslau e Pirajuí (feminina).

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As unidades de detenção temporária também estão superlotadas. Os 31 Centros de Detenção Provisória (CDP) somam 21.936 vagas, mas abrigam 47.996 detentos - 119% acima da capacidade. O CDP de Santo André lidera com 1.789 detentos para 512 vagas, seguido do CDP I de Osasco com 2.407 presos em 768 vagas, e do CDP de Itapecerica da Serra, com as mesmas vagas e 2.311 presos.

De acordo com a SAP, um plano de expansão das unidades prisionais está em andamento com a construção de 49 instalações que oferecerão 39 mil novas vagas - oito já foram concluídas.

A falta de médicos no sistema penitenciário obriga a Polícia Militar a fazer 160 escoltas de presos por dia para que eles façam atendimentos de saúde em hospitais públicos que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No ano passado, foram feitas 4.897 escoltas mensais pela PM para levar os presos para hospitais. A média este ano continua elevada, com 4.814 escoltas mensais.

Os dados são da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), que respondeu em junho a um questionário feito pela Conectas Direitos Humanos a respeito do atendimento à saúde. Nas respostas, o secretário Lourival Gomes diz ainda que existem três ginecologistas trabalhando 20 horas semanais para atender quase 12 mil mulheres. "Para quem visita os presídios e os centros de detenção provisória é possível constatar que a realidade é ainda pior. Faltam médicos e remédios", diz o advogado Rafael Custódio, coordenador de Justiça da Conectas.

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A situação piorou depois de dezembro do ano passado, quando o procurador Regional dos Direitos dos Cidadãos, Jefferson Aparecido Dias, juntou seus alunos de Direito para investigar a assiduidade dos médicos contratados pela SAP nos presídios. Os estudantes ligaram para o consultório particular de 176 médicos para marcar consultas em horário que esses profissionais deveriam dar plantão no sistema penitenciário. Conseguiram sucesso em 48% dos casos.

Essa medida levou a uma instalação de processos administrativos por parte da corregedoria da SAP e levou profissionais a pedirem afastamento do cargo. "Hoje a situação é ainda pior. Para fazer atendimentos à saúde, boa parte dos casos precisa ser levada aos hospitais locais. Muitas vezes, por falta de viaturas e policiais, não há disponibilidade de escolta e os presos não são atendidos", diz o procurador. Atualmente o sistema penitenciário possui 140 médicos. Para completar o quadro, a SAP abriu concurso público e pretende contratar 308 profissionais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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