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O cestringiu o pronto-atendimento adulto desde a semana passada por superlotação. A unidade, na zona oeste de São Paulo, também suspendeu as cirurgias eletivas (não urgentes) por tempo indeterminado até que o fluxo de atendimentos seja normalizado. Segundo a direção do hospital, aumentou a quantidade de pacientes encaminhados pelo poder público ao centro médico de referência ligado à universidade.

A unidade de saúde, importante polo de atendimento na região, foi projetada para receber até 11 pacientes de forma simultânea em seu pronto-socorro. Nas últimas semanas, contudo, o volume tem sido muito superior, o que tem feito a unidade a atender fora das condições consideradas ideais.

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"Não é um fechamento efetivo. Hoje (segunda-feira, 24) mesmo chegaram dois novos pacientes. O que fizemos é um fechamento temporário para dar vazão aos internados", afirma José Pinhata Otoch, cirurgião e superintendente do HU.

"Temos 11 leitos no pronto-socorro - que nunca foram suficientes - e mais 11 macas, que não é o adequado. Na semana passada, tivemos de colocar pacientes em cadeiras. Pensando na segurança em saúde, isso é um absurdo." Conforme Pinhata, na semana passada o número de atendidos de uma vez chegou a 46.

A situação se agravou a partir do momento em que a Central de Regulação de Urgência e Emergência (CRUE), que é administrada pelo município, transformou a unidade em referência de urgência e emergência para toda a região oeste.

"O grande problema é que o sistema de urgência está atendendo a uma demanda muito maior do que pode receber. Somos, infelizmente, o único hospital de cuidados intermediários da zona oeste, uma região que tem 1,5 milhão de pessoas", afirma o superintendente.

Segundo ele, o aumento de atendimentos no pronto-atendimento é reflexo ainda da crise sanitária do novo coronavírus e da alta de casos de acidentes de motocicletas. "Estamos colhendo frutos ainda da pandemia de covid-19. São pessoas que tinham doenças pré-existentes, não tiveram atendimento adequado no período e suas doenças pré-existentes estão repercutindo agora", acrescenta o médico.

Além do fechamento parcial do pronto-atendimento, as cirurgias eletivas também estão suspensas. "Sou cirurgião por formação, e suspender uma eletiva é a última coisa que queremos. Mas se trata de uma situação complexa", diz.

Ele lembra que as cirurgias dependem da liberação de leitos, o que nem sempre ocorre na velocidade que deveria. "Temos casos de pacientes que estão há mais de uma semana aguardando transferência para hospitais de alta complexidade." Vale ressaltar que os setores de pronto-atendimento obstétrico e pediátrico permanecem aberto.

A Secretaria Municipal da Saúde, por meio da Secretaria Executiva de Atenção Hospitalar, informou que os atendimentos para ortopedia por meio do SUS são realizados em hospitais da rede pública ou em clínicas parceiras. O Hospital Universitário faz parte da grade de referência para casos de urgência e emergência na cidade.

A pasta ressalta que, na zona oeste, a cidade conta com o Hospital Mario Degni, Sorocabano, Hospital das Clínicas e o Hospital Universitário, sendo os dois últimos referência para o atendimento de ortopedia.

Maternidade sem restrição

O pronto-atendimento obstétrico e a maternidade, afirma o hospital, funcionam sem restrição. "Os demais pacientes adultos e pediátricos que chegam espontaneamente ao Pronto Socorro do HU estão sendo avaliados pela triagem médica e de enfermagem e os casos que não são de urgência ou emergência estão sendo orientados e encaminhados para a rede de atenção primária", informa a unidade, em nota.

Entre 2013 e o ano passado, o HU viu sua quantidade de leitos ativos reduzir de 233 para 145, segundo o Associação de Docentes da USP (Adusp), que cita números do Anuário Estatístico da instituição. O total de internações, por sua vez, caiu para menos da metade. E o total de funcionários foi de 1.853 para 1.393.

Entre 2015 e 2016, o HU reduziu os atendimentos e e o tamanho da equipe após um programa de demissão voluntária (PDV). As medidas foram tomadas por causa de uma grave crise orçamentária da universidade, que teve aumento grande dos gastos com a folha de pagamento.

Comitê de crise foi instalado

Um comitê de crise foi criado pela superintendência do HU na semana passada. Diariamente, o grupo se reúne para acompanhar o fluxo de pacientes na unidade e avaliar medidas a serem tomadas.

A reitoria da USP deverá se reunir com gestores de saúde do Estado e do Município para debater a situação. Procurada pela reportagem, a reitoria ainda não se manifestou.

Em nota, o Departamento Regional de Saúde da Grande São Paulo (DRS I), órgão vinculado à Secretaria Estadual de Saúde, informou ter sido comunicado sobre a criação do comitê de crise pela USP e que aguarda reunião para debater a situação do pronto-socorro.

"O DRS reforça estar à disposição para, em conjunto com a USP e com o Município de São Paulo, restabelecer a normalidade dos serviços prestados no hospital. Além disso, presta apoio à unidade no sentido de regularizar o fluxo de pacientes junto à regulação", diz o texto.

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Sem estrutura para dar conta da demanda de pacientes, o Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (CISAM) tem exposto recém-nascidos nos corredores e alocado gestantes e mulheres em puerpério no chão. As condições subumanas foram denunciadas pelo Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE). 

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Cadeiras e macas quebradas são disputadas entre pacientes nos últimos momentos da gravidez de alto risco e mães que acabaram de dar à luz. A agressão psicológica causada pela falta de dignidade também afeta os profissionais da unidade, que trabalham com quadro reduzido em uma rotina de extremo cansaço.

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Desde 2015 o Coren-PE denuncia a situação precária e a gravidade da superlotação do CISAM ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) através de relatórios produzidos em inspeções feitas na unidade. A persistência diante falta de soluções das autoridades gestoras culminou na interdição ética do serviço de enfermagem em 2017. 

Sem nenhum indicativo de melhoria na última década, o conselho mobilizou seu corpo jurídico para ingressar com representação de Ação Civil Pública junto à Justiça Federal já nos próximos dias. 

Em nota, o Cisam se defendeu afirmando que por ser um hospital de referência tem alta procura pela população e "quando há superlotação, não é possível deixar de realizar o atendimento aos usuários". Confira a nota na íntegra:

NOTA - CISAM/UPE 

A Gestão Executiva do Centro Universitária Integrado de Saúde Amaury de Medeiros da Universidade de Pernambuco (CISAM/UPE), esclarece que O CISAM, por ser referência para gestação e partos de alto risco no Estado, e no atendimento as mulheres em situação de violência sexual e aborto legal, cumprindo com sua responsabilidade sanitária e atendendo aos princípios básicos do Sistema Único de Saúde de equidade, universalidade e integralidade, recebe pacientes por encaminhamento de Central de Regulação de Leitos do Estado e por demanda espontânea, entretanto, quando há superlotação, não é possível deixar de realizar o atendimento aos usuários, o que ocorre de forma independente da regulação.

Informamos ainda que o CISAM está no processo de construção do Centro de Parto Normal (05 leitos), da Casa da Gestante, Bebê e puérpera (20 leitos), com o objetivo de ampliar leitos, de oferecer mais conforto e segurança às mulheres. Até que se conclua a obra, existem também transtornos decorrentes da construção. É importante ressaltar que, mesmo em estado de superlotação, o CISAM/UPE tem ofertado um serviço de saúde pública especializado, resguardando a vida, saúde e dignidade reprodutiva de todas as pessoas que buscam a instituição. Assim, reafirmamos nosso compromisso com a sociedade pernambucana.

A prisão de centenas de mulheres que participaram dos atos de depredação nas sedes dos Três Poderes, em Brasília, acabou por causar uma superlotação da Penitenciária Feminina do Distrito Federal, conhecida como Colmeia. Antes das prisões ligadas aos atos golpistas de 8 de janeiro, o contingente de mulheres presas era de 680 pessoas. Até esta terça (17), porém, com a chegada de 494 detidas, o número total saltou para 1.174 mulheres.

A capacidade da unidade prisional é de 1.028 mulheres, com divisão do número de detidas que variam conforme o tamanho de cada cela. "O presídio feminino está superlotado", confirmou ao Estadão a defensora pública federal (DPU) e secretária de atuação no sistema Prisional da DPU, Carolina Castelliano.

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Na segunda-feira (16), o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), assinou uma decisão para que 85 mulheres que estavam detidas em regime semiaberto possam progredir para o regime aberto, com uso de tornozeleira eletrônica, com o objetivo de liberar mais vagas no presídio.

Em sua decisão, Gilmar Mendes afirmou que as 85 beneficiadas "já dispõem do direito de deixar o estabelecimento durante o dia e retornar para pernoitar". A progressão da pena, dessa forma, permite o avanço do "processo de reinserção social".

O ministro do STF tomou a decisão a partir de um pedido feito pela DPU e pela Defensoria Pública do Distrito Federal, para que o magistrado apreciasse o pedido para "concessão de saída antecipada, mediante monitoramento eletrônico, das mulheres em regime semiaberto".

Até ontem, nenhuma pessoa tinha sido liberada. Nesta quarta, 18, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, converteu em preventivas as prisões de 140 radicais detidos em flagrante por atos golpistas. Outros 60 investigados foram liberados, mas terão de cumprir uma série de medidas cautelares, entre elas a colocação de tornozeleira eletrônica e a proibição de uso de redes sociais. Também foi decretado o cancelamento de passaportes e a suspensão do porte de arma e de "certificados de registro para realizar atividades de colecionamento de armas de fogo, tiro desportivo e caça".

As decisões foram dadas nesta terça-feira, após o ministro dar início à análise de atas de audiências realizadas entre os dias 13 e 17 referentes a 1.459 presos. Somente ontem, 200 casos foram analisados - veja abaixo a lista de presos e liberados. A expectativa é a de que o trabalho seja concluído até a sexta-feira, 20.

Pelos dados divulgados pelo gabinete de Alexandre de Moraes, 1.399 investigados permanecem presos - incluindo os 140 sob preventiva. Ao longo dos próximos dias, o ministro poderá converter em regime preventivo a prisão de outros investigados.

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) defendeu, nesta sexta-feira (11), o incremento da vacinação, a volta do uso de máscaras e outras medidas para evitar que o cenário atual de alta nos casos de Covid-19 traga um possível aumento de internações, superlotação nos hospitais e mais mortes no futuro. 

A entidade divulgou nota técnica de alerta, elaborada por seu Comitê Científico de Covid-19 e Infecções Respiratórias e assinada pelo presidente da SBI, Alberto Chebabo. 

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"Pelo menos em quatro estados da federação, já se verifica com preocupação uma tendência de curva em aceleração importante de casos novos de infecção pelo SARS-COV-2 quando comparado com o mês anterior", diz o texto, baseado nos dados divulgados ontem (10) no Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz. 

A SBI alerta que o cenário é decorrente da subvariante Ômicron BQ.1 e outras variantes e pede que o Ministério da Saúde, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tenham atenção especial às medidas sugeridas.   

O primeiro ponto levantado pela sociedade científica é que é preciso incrementar as taxas de vacinação contra a covid-19, principalmente nas diferentes doses de reforço. A SBI avalia que as coberturas se encontram, todas, em níveis ainda insatisfatórios nos públicos-alvo. 

Os infectologistas recomendam também garantir a aquisição de doses suficientes de vacina para imunizar todas as crianças de 6 meses a 5 anos de idade, independente da presença de comorbidades. Até o momento, a vacinação da faixa de 6 meses a 3 anos ainda está restrita a crianças com comorbidades, e o Ministério da Saúde iniciou ontem (10) a distribuição de 1 milhão de doses de vacinas destinadas a elas. 

A SBI também pede a rápida aprovação e acesso às vacinas covid-19 bivalentes de segunda geração, atualizadas com as novas variantes, que estão atualmente em análise pela Anvisa. Procurada pela Agência Brasil, a agência respondeu que os processos estão em fase final de análise, e é esperado que a deliberação ocorra em breve, embora não haja uma data fixada para isso. 

"A Agência Nacional de Vigilância Sanitária continua trabalhando na análise dos pedidos de uso emergencial das novas versões de vacina contra a covid-19 do laboratório Pfizer contendo as subvariantes BA.1 e BA.4 /BA.5. Os processos passaram pelas etapas de análise dos dados submetidos à agência, questionamentos da agência e esclarecimentos dos fabricantes, bem como discussão com sociedades médicas brasileiras. A equipe técnica da agência já recebeu os pareceres de especialistas das sociedades médicas sobre ambas as vacinas bivalentes da Pfizer", detalhou a Anvisa. 

O quarto ponto levantado pelos infectologistas é a necessidade de disponibilizar nas redes pública e privada as medicações já aprovadas pela Anvisa para o tratamento e prevenção da covid-19, como o paxlovid e o molnupiravir, medida que ainda não se concretizou após mais de seis meses da licença para esses fármacos no Brasil, ressalta a SBI. A Agência Brasil perguntou ao Ministério da Saúde se essas medicações já estão disponíveis, mas não recebeu resposta até o fechamento desta reportagem. 

O quinto ponto diz respeito às medidas de prevenção chamadas não farmacológicas. A SBI defende a volta do uso de máscaras e do distanciamento social para evitar situações de aglomeração, principalmente pela população mais vulnerável, como idosos e imunossuprimidos. 

A SBI pede que as medidas sugeridas sejam tomadas com brevidade, para otimizar as tecnologias de prevenção e tratamento já disponíveis e reduzir a chance de um possível impacto futuro de óbitos e superlotação dos serviços de saúde públicos e privados por casos graves de covid-19.

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O Sindicato Profissional dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Pernambuco (Satenpe) denuncia a situação vivida pelos pacientes do Hospital da Restauração, localizado na área central do Recife, por conta da superlotação.

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Imagens feitas pela entidade mostram os pacientes em macas colocadas nos corredores, alguns deitados em papelão - por conta da falta de leitos -, e até embaixo de um balcão, todos sem os cuidados adequados e vulneráveis à contaminação.

O diretor do Satenpe, Miguel Matias, revela que também fizeram vistoria no Hospital Barão de Lucena, Zona Oeste do Recife, e encontraram diversos leitos disponíveis na unidade.

"Dessa forma, entendemos que a situação pode ser revertida tendo a participação efetiva da Secretaria Estadual de Saúde no tocante a distribuição adequada dos pacientes pela Central de Leitos de Pernambuco", destaca Matias.

O Satenpe pontua que irá encaminhar a denúncia ao Conselho Estadual de Saúde e ao Ministério Público Estadual.

Com a superlotação no Hospital da Restauração, na área central do Recife, dezenas de pessoas estão ficando expostas à chuva, dormindo em papelões e macas deixadas em um corredor aberto da unidade de saúde. Segundo denúncia da Marco Zero Conteúdo, vários pacientes que estão nesta situação sofrem com o Acidente Vascular Cerebral (AVC) transitório ou hemorrágico.

Uma enfermeira que trabalha no hospital disse ao site que tanto a emergência quanto o trauma estão lotados e a Secretaria Estadual de Saúde maquiou os problemas escondendo pacientes nos andares. 

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A assessoria do HR confirmou ao Marco Zero que a maior parte desses pacientes vem do interior de Pernambuco, já que a unidade de saúde é praticamente o único serviço de emergência neurológica funcionando em Pernambuco. Além disso, leitos de retaguarda que o hospital podia contar nos hospitais Alfa e Tricentenário foram destinados à Covid-19.

Neste momento o HR espera que a secretaria disponibilize esses leitos novamente. "A administração entende que mesmo nessas condições precárias, ainda é melhor do que deixar pacientes na rua ou fazendo uma viagem de volta sem serem acolhidos", salientou a assessoria. 

A Emergência Clínica da unidade dispõe de leitos, estando todos ocupados. Além disso, a administração da Restauração informou que há pelo menos 60 pessoas nos corredores externos e internos.

Em entrevista coletiva realizada na noite deste domingo (17), o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) afirmaram que os alunos que não conseguiram entrar nas salas de aplicação de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 sob a justificativa de superlotação terão direito a solicitar a reaplicação.

Os pedidos deverão ser feitos a partir do dia 25 de janeiro, através da Página do Participante. Segundo o presidente do Inep, Alexandre Lopes, houve problemas em 11 locais de prova das cidades de Florianópolis, Curitiba, Londrina, Pelotas, Caxias do Sul e Canoas, o que representa um percentual mínimo diante dos 14.447 locais de aplicação espalhados por 1.689 cidades.

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Como há relatos de candidatos de outras regiões afirmando que sofreram com esse problema, Lopes alegou que é necessário fazer uma verificação entre a alegação dos estudantes e o registro feito em ata pelo aplicador. “A gente precisa olhar as atas da sala para entender o que aconteceu. (...) Não dá pra dizer a priori o que aconteceu, temos que fazer uma averiguação”, disse ele.

O presidente também alegou que os alunos não serão prejudicados e que a reaplicação é uma característica da prova. “A reaplicação é uma característica do Enem, casos previstos são de problemas de logística e esse ano, infecto contagiosas. Os que tiveram pedidos deferidos vão fazer, além de todos do Amazonas e Rondônia”, disse Alexandre Lopes.

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, o MEC e o Inep não foram “perfeitos”, mas a situação será apurada e não haverá persistência no erro. “Em termos de estatística, 99% ou mais dos locais foram ok. Claro que 1% é muito, mas comparativamente, a percentagem é pequena. Não fomos perfeitos, não foi 100%, foi 99 ponto alguma coisa. Nossa avaliação sobre esse fato isolado que vamos tentar consertar. Não somos perfeitos, não vamos persistir no erro.”

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Candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) relataram que foram barrados na entrada de locais de prova neste domingo, 17. Estudantes de Florianópolis e Porto Alegre dizem que os aplicadores alegaram superlotação de salas. Isso ocorre após questionamentos na Justiça sobre a capacidade do governo federal garantir o distanciamento de alunos durante o teste. O Estadão revelou que as os planos incluíam salas com até 80% de ocupação, acima dos 50% previstos pelo Ministério da Educação (MEC).

Dezenas de alunos que fariam o Enem na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foram orientados a voltar para casa. Houve formação de filas e funcionários da Cesgranrio, fundação que organiza a aplicação do exame, fizeram uma lista com os nomes de quem não pôde entrar nas salas com a promessa de que poderiam realizar o teste em fevereiro. Na terça-feira, 12, a UFSC comunicou o Inep e a Cesgranrio sobre o risco de lotação das salas e questionou o plano de aplicação das provas, com 80% de ocupação.

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Segundo a Universidade, a condição para ceder espaços no campus localizado no bairro Trindade previa um limite máximo de 40% de ocupação das salas. Na sexta, 15, a instituição reformou o comunicado e emitiu uma nota alertando para risco de aglomeração e permanência de muitas pessoas em um único espaço por longo período, no entanto, até este domingo, 17, a UFSC não recebeu respostas das instituições aplicadoras do exame.

O problema se repetiu no prédio da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul, um dos locais de Porto Alegre que mais recebem estudantes para prestar o exame. Helena Meira, 19 anos, chegou na sala onde deveria fazer a prova às 12h40, 20 minutos antes dos portões se fecharem. Entretanto, não pôde realizar o exame porque foi informada por um dos fiscais que o limite de pessoas da sala tinha sido extrapolado.

Pega de surpresa, ela se mostrou preocupada em não poder realizar a prova. "Me disseram que eu teria de ligar para o 0800 e informar que não pude fazer a prova, e então remarcar para fevereiro." Para Helena, a fiscal garantiu que ela não receberia falta, e não seria impedida de prestar o Enem em outra data. "Fui pega de surpresa, pois cheguei com antecedência e mesmo assim não pude fazer a prova", relata a jovem, que tenta a prova pela terceira vez.

Procurado pela reportagem, o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do MEC responsável pela prova, não se manifestou até as 15 horas.

O ator Murilo Rosa usou suas redes sociais, neste sábado (19), para reclamar da superlotação dos aviões nas companhias aéreas. Através de uma postagem em seu perfil no Instagram, Murilo compartilhou uma imagem do voo em que estava, no qual não existia o distanciamento recomendado pelos órgãos de saúde entre os passageiros.

"Acabamos a novela antes de ontem. Minha primeira viagem desde o início da pandemia para trabalhar. Inacreditável… em duas companhias aéreas que estive presente os protocolos são fracos. Sem nenhum distanciamento dentro do avião. Uma apenas falou sobre a pandemia no fone e outra ofereceu álcool gel. Uma pena. Se tudo mudou porque aqui não? Vocês sabem a resposta?", escreveu o ator, levantando o questionamento.

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A família de um jovem de 32 anos denuncia superlotação e mau atendimento no Hospital Otávio de Freitas, localizado no bairro de Tejipió, Zona Oeste do Recife. Daniel Antônio Dos Santos Filho deu entrada na unidade de saúde na manhã da última quinta-feira (29), com uma fratura exposta decorrente de um acidente de moto. Ele aguarda por uma cirurgia desde então.

Em entrevista ao LeiaJá, a esposa de Daniel, Janaína Chyna, contou que ele foi levado ao Otávio de Freitas após sofrer o acidente de trânsito. Ao chegar no hospital, o rapaz precisou aguardar por cerca de duas horas em um corredor lotado de outros pacientes, até que pudesse passar por um exame de raio-x. Em seguida, o homem voltou ao corredor e só foi examinado por um médico horas mais tarde. “É um monte de gente (no corredor), um calor insuportável, só as janelas abertas, não tem nem um ventilador”, disse Janaína. 

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Após conseguir transferência para um quarto, Daniel foi colocado à dieta zero, segundo sua esposa, para aguardar pela cirurgia. Ainda de acordo com ela, um médico da unidade informou que havia muitos outros pacientes aguardando para serem operados, além dos casos de emergência, e Daniel segue até o presente momento sem alimentação, água e previsão de entrar no bloco cirúrgico. “Está um absurdo esse hospital aqui”, reclamou Janaína.

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Imagens: Cortesia

O LeiaJá entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) através de e-mail e mensagem de WhatsApp. O órgão se posicionou através de nota enviada por sua assessoria de imprensa. Confira na íntegra. 

O Hospital Otávio de Freitas recebe diariamente dezenas de pacientes de diversas regiões do Estado, sendo uma unidade de referência para atendimentos de urgência nas especialidades de traumato-ortopedia, cirurgia geral, pediatria, urologia e clínica médica. O hospital está com as equipes atuando normalmente e abastecida de medicamentos e insumos. 

Apesar da alta demanda, o serviço não nega atendimento para os casos de urgência, acolhendo a todos e realizando os procedimentos necessários, como exames e cirurgias. Quando necessário, o paciente é reencaminhamento para outra unidade de referência ou serviço de retaguarda. É preciso ressaltar que casos de baixa complexidade ou ambulatoriais devem acessar a rede de saúde municipal, que é a responsável por esse tipo de demanda. Quando preciso um atendimento especializado, a rede municipal faz o encaminhamento do paciente por meio da Regulação Estadual.

É importante destacar, ainda, que todo paciente admitido na unidade, que apresente qualquer sintoma gripal ou relato contato com caso positivo para Covid-19, é notificado e encaminhado para uma área específica de internação que foi criada para este tipo de atendimento, ficando assim isolado dos demais pacientes que buscam o serviço. Este paciente é notificado como caso suspeito e passa a seguir todos os trâmites de acompanhamento médico, inclusive com a realização do exame RT-PCR. Portanto, no ambiente da emergência do Otávio de Freitas não há casos suspeitos para doença.

Por fim, a unidade destaca que orienta os pacientes e acompanhantes a tomarem as medidas de controle sanitário contra a proliferação do novo coronavírus, como o uso de máscaras, higiene das mãos e distanciamento físico. Os profissionais também são qualificados permanentemente para seguir as recomendações sanitárias. Sobre a cirurgia do paciente, a unidade informa que está em lista para realização do procedimento.   

 

Com a liberação da reabertura dos bares de Teresina, capital do Piauí, a primeira sexta-feira (21) de funcionamento autorizado pela prefeitura da cidade foi de tumulto e quebra de protocolos. A repercussão negativa foi tanta que o nome Teresina figura entre os mais comentados no Twitter.

Os bares e restaurantes da cidade ficaram fechados por cinco meses devido à pandemia da Covid-19. Nesta última segunda-feira (17), a prefeitura da cidade autorizou a retomada das atividades desse setor, com protocolos a serem seguidos. 

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Os estabelecimentos não podem passar da meia-noite, podendo funcionar de segunda a sexta, oito horas por dia. Além disso, álcool em gel deve ser disponibilizado, assim como o distanciamento de dois metros entre as mesas deve acontecer.

No entanto, o que se flagrou e foi compartilhado nas redes sociais mostra uma outra realidade. Pessoas aglomeradas, sem qualquer tipo de proteção.

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Após uma sequência de mortes de detentos, caiu o gerente  do Presídio Frei Damião de Bozzano (PFDB), o policial penal Arthur Henrique de Oliveira, que estava na função desde julho de 2017. Assume o posto o também policial penal Valdir Carneiro Moreira Filho.

Oliveira havia assumido a gerência após a unidade que fica localizada no Complexo do Curado, na Zona Oeste do Recife, registrar rebelião, fuga em massa, mortes e apreensão de armas de fogo. Sob o comando dele, o PFDB ficou mais de um ano sem homicídio.

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 Em janeiro deste ano, porém, houve uma confusão entre pavilhões e o preso John Lenon de Brito da Silva foi assassinado por arma de fogo. No dia 11 de abril, foi baleado e veio a óbito Gleison Estevão da Silva, detento que trabalhava como barbeiro na prisão. Após o ocorrido, uma vistoria recolheu dez armas de fogo na unidade.

Um dia depois, Greyton de Santana Nogueira foi morto asfixiado no pavilhão de segurança do PFDB. A unidade é uma das tantas que sofre de superlotação no Estado. Em fevereiro, a taxa de ocupação era de 399,34%, aproximadamente quatro presos para uma vaga.

 O novo diretor do PFDB já atuou como gerente prisional da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres). A exoneração de Arthur Oliveira teria ocorrido na segunda-feira (13), mas ainda não foi publicada em Diário Oficial. A saída dele, entretanto, foi confirmada pela Seres, que disse se tratar de uma medida administrativa.

  No último domingo (12), mais um detento faleceu dentro do Presídio Frei Damião de Bozzano (PFDB), no Complexo do Curado, no Recife. Greyton de Santana Nogueira, de 31 anos, chegou a ser socorrido para uma unidade hospitalar, mas não resistiu.

Um preso, que trabalhava como barbeiro na unidade, foi assassinado no último sábado (11) por arma de fogo. Na ocasião, cinco detentos também ficaram feridos. Após o ocorrido, uma vistoria recolheu dez armas de fogo no presídio. Não haveria relação entre os casos do sábado e do domingo.

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Greyton estava no setor de disciplina, onde ficam presos que receberam algum tipo de punição, estão ameaçados ou têm problemas de convívio no cárcere. Segundo informações recebidas pelo LeiaJá, o corpo do preso não tinha marcas de violência e a suspeita é que ele tenha sido asfixiado por outro detento.

"Todas as duas situações são um reflexo da falta de segurança nos presídios de Pernambuco, que são superlotados", diz a assistente social Wilma Melo, coordenadora do Serviço Ecumênico de Militância nas Prisões (Sempri). Segundo ela, Pernambuco tinha uma taxa de ocupação prisional de 241%, cerca de 2,4 presos para uma vaga, em fevereiro. Considerando só o PFDB, a taxa sobe para 399,34%, aproximadamente quatro presos por vaga. "A gente não tem uma estrutura de segurança nos pavilhões internos, porque há um déficit de agentes penitenciários. Tem lugares improvisados de forma artesanal, estruturas danificadas e um processo de favelização social grave", diz Melo.

A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) informou que o caso será investigado pela Polícia Civil. Greyton respondia pelo crime de roubo.

Compilação de imagens de dois hospitais da capital da Espanha mostram pacientes com coronavírus tossindo e em condições precárias.

Os locais mostrados são os hospitais Infanta Leonor e Severo Ochoa de Leganés, ambos em Madri.

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Desde doentes sentados em cadeiras com aparelhos respiratórios até infectados pelo coronavírus no chão dos corredores, sendo que o hospital Severo Ochoa está com lotação três vezes maior que sua capacidade, publicou o portal El Mundo.

"Tem gente sem cama, sentada em cadeiras de plástico faz mais de 30 horas [...] Vi uma pessoa no chão entre duas cadeiras", declarou à mídia o líder sindicalista Javier García.

O vídeo, feito pelos corredores de ambos os hospitais, foi publicado no YouTube.

Situação 'desumana'

A mídia também visitou o Hospital 12 de Octubre, também em Madri.

"Necessitamos de ajuda, isto é desumano [...] Não sei se as autoridades sabem o que está passando nos hospitais. Faz muito tempo que estamos indo para trás. Estamos em uma situação em que a demanda supera os recursos e, por isso, peço a intervenção dos militares, que têm experiência nestes temas", declarou um médico da unidade hospitalar.

Enquanto isso, o governo espanhol soma esforços para criar novos pontos de atendimento às vítimas do coronavírus no país.

Estes estão sendo preparados em hotéis, tais como o Marriott Auditorium e o Ayre Gran Hotel Cólon.

Propagação muito rápida

Hoje (24), o El País noticiou que a pandemia tem se espalhado pela Espanha mais rápido do que na Itália.

Nas últimas 24 horas mais 462 mortes foram registradas, elevando o número total de vítimas fatais para 2.182.

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Da Sputnik Brasil

Superlotação, pombas, falta de banheiros e lavanderias, percevejos em colchões estão entre os problemas encontrados pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo em abrigos de moradores de rua na capital paulista. O relatório, elaborado em dezembro de 2019, cobra da Prefeitura o aumento do efetivo de funcionários para os alojamentos, além de investimentos nas medidas socioeducativas.

Segundo o documento, o colegiado de vereadores visitou oito equipamentos de acolhimento para adultos em situação de rua conveniados com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social em 2019.

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As visitas se deram entre junho e novembro, e não foram divulgadas previamente.

A indicação de seis locais das diligências veio do Fórum da Cidade da População em Situação de Rua de São Paulo. Outras duas partiram de denúncias ao gabinete do vereador Eduardo Suplicy (PT).

A Prefeitura de São Paulo afirma que 'a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) recebeu e está analisando os apontamentos da Comissão Extraordinária de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania'. "Destaca-se que o atendimento a essa parcela da população exige atendimento multidisciplinar e a coparticipação de todas as esferas de governo".

Superlotação

Segundo o documento, o 'problema mais recorrente nas visitas foi a quantidade de pessoas por serviço e por quarto. "Tem equipamento, como o CTA Brigadeiro Galvão, que chega a ter 190 pessoas no mesmo quarto. Nos Complexos, chega-se a ter mais de 1.000 pessoas. Segundo a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, os Centros de Acolhida possuem um limite máximo de 50 (cinquenta) pessoas por unidade e de 4 (quatro) pessoas por quarto".

O colegiado conclui: "Sabemos que, para a realidade da cidade de São Paulo - em que se estima ter entre 20 mil e 30 mil pessoas em situação de rua, dificilmente essa resolução será cumprida. Entretanto, ter 1.210 pessoas acolhidas no mesmo espaço é um número extremamente superior ao limite de 50 usuários por serviço".

De acordo com os vereadores, 'no geral, nesses serviços com muitas pessoas por quarto, são comuns os relatos de presença de percevejos, as chamadas muquiranas, nos colchões'. "A propagação de doenças também é mais rápida e com alta frequência".

Pombos e percevejos

O relatório dá conta de que a 'alta concentração de leitos por quarto implica na falta de privacidade, na segurança dos conviventes e nos problemas de convivência entre eles, principalmente entre os que estão em vaga fixa e os que estão em vaga de pernoite'.

"Dentre os serviços visitados, alguns funcionam em estruturas do tipo galpão que, segundo relatos dos conviventes, acarretam em uma alta quantidade de pombos e em calor excessivo. Muitas vezes, a quantidade de ventiladores é insuficiente. Além disso, a quantidade de banheiros também costuma estar aquém nesses serviços maiores. Foram comuns os relatos de filas enormes para utilização de vasos sanitários e de chuveiros", diz a comissão.

O colegiado ainda afirma que 'outro ponto recorrente é a ausência de funcionários de operacional no período noturno'.

"Em alguns serviços chega a ter operacional noturno, mas em uma quantidade muito menor do que no período diurno. Isso compromete muito a higiene do serviço, principalmente dos banheiros, já que, na maioria dos serviços, a quantidade de conviventes à noite é muito superior do que no período do dia Problemas na lavanderia como baixa quantidade de máquinas de lavar ou acesso também apareceram com frequência". Em um deles, não há lavanderia.

Os vereadores revelam que foram frequentes 'os relatos de que as atividades socioeducativas, culturais e de formação para o mundo do trabalho ocorrem somente para os conviventes 24h'. "Quem se encontra em vagas 16h tem pouco acesso a essas atividades. Por parte dos funcionários, é comum nos serviços mais antigos o relato da dificuldade

em conseguir móveis novos, como, por exemplo, armários para bagageiros, beliches e colchões".

Os parlamentares fizeram uma lista com sugestões de melhorias. Confira:

> Transformação de vagas de pernoite em vagas fixas, deixando apenas uma pequena porcentagem de vagas nos serviços para pernoite;

> Substituição gradual dos serviços com alta quantidade de vagas para serviços menores, com baixa quantidade de conviventes;

> Substituição gradual dos serviços que funcionam em galpões para edifícios mais estruturados. Enquanto não for possível, fazer reforma ou reparos para colocação de forros nos galpões, evitando assim pombos e outros bichos. Além disso, incluir divisórias para melhorar a privacidade dos conviventes;

> Na abertura de novos serviços, não utilizar estruturas do tipo galpão e dividir ao máximo a quantidade de leitos por quarto;

> Aumento do número de assistentes sociais nos serviços, limitando a quantidade de conviventes por assistente social;

> Aumento do número de funcionários operacionais no período noturno;

> Aumento das atividades socioeducativas para as vagas 16h e flexibilização no horário de entrada e saída do equipamento;

> Instalação de lavanderias em serviços que ainda não há e aumento do número de máquinas de lavar naqueles em que foram verificadas baixas quantidades;

> Instalação e reformas dos bagageiros nos serviços;

> Estabelecimento de prazo para resposta das demandas dos serviços na substituição de móveis, como, por exemplo, novos colchões, beliches, armários etc;

> Aumento dos serviços do tipo porta de saída como Autonomia em Foco e Repúblicas;

> Parcerias com a Secretaria de Habitação (SEHAB) para a criação de mais vagas no Programa de Locação Social para pessoas em situação de rua, garantindo assim a saída digna da situação de rua.

COM A PALAVRA, PREFEITURA DE SÃO PAULO

A Prefeitura de São Paulo informa que a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) recebeu e está analisando os apontamentos da Comissão Extraordinária de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania. Destaca-se que o atendimento a essa parcela da população exige atendimento multidisciplinar e a coparticipação de todas as esferas de governo. Após a divulgação dos resultados da primeira etapa do Censo 2019, a Prefeitura de São Paulo anunciou um pacote de medidas que contemplam ações integradas entre diversas áreas: Assistência Social, Direitos Humanos, Saúde, Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Subprefeituras, Habitação, Educação, Cultura. (os detalhes estão no link: http://www.capital.sp.gov.br/noticia/prefeitura-de-sao-paulo-divulga-cen...).

Entre eles está um Plano de Trabalho da SMADS para aprimorar os atendimentos e serviços da rede de acolhimento para pessoas em situação de rua, adequando às necessidades apresentadas pela população, para fortalecer a saída qualificada e maior conquista de autonomia. O plano é pautado em um diagnóstico sobre os usuários dos serviços de acolhimento da SMADS, adequações da infraestrutura, contratação de profissionais e aumento de oficinas e atividades com os usuários, além de fortalecer os trabalhos intersecretariais.

A SMADS possui 136 serviços específicos para população em situação de rua. Destes, 90 são voltados ao acolhimento com 17,2 mil vagas. Entre os serviços estão os Centros de Acolhida 16 e 24h, Centros de Acolhida Especiais, Repúblicas, entre outros.

Acrescenta-se que a rede socioassistencial é regulamentada pela portaria nº 46/SMADS/2010, aprovada pelo Conselho Municipal de Assistência Social, que define as diretrizes e parâmetros dos serviços da assistência social da cidade de São Paulo. A tipificação municipal indica os objetivos, o quadro de recursos humanos, a caracterização dos serviços, funcionamento, forma de acesso, objetivos, provisões institucionais, físicas e materiais, o trabalho social e socioeducativo necessários à operacionalização dos serviços de acordo com a quantidade de usuários. Vale destacar que o quadro de recursos humanos dos Centros de Acolhida é proporcional a capacidade que será definida no lançamento do edital.

Importante reforçar que a SMADS está sempre à disposição para receber sugestões e reclamações sobre a Rede de Assistência Social pelos canais adequados, que são importantes meios de aperfeiçoar o trabalho desempenhado. As situações de denúncias são apuradas para que as providências sejam tomadas e os serviços possam ser otimizados. As contribuições podem ser efetuadas pela ouvidoria da Prefeitura de São Paulo, por seus diferentes canais, ou pelo telefone 156.

A calamidade em que se encontra o Hospital Getúlio Vargas (HGV), localizado na Caxangá, Zona Oeste do Recife, só vem piorando a cada dia. Em visita à unidade de saúde na última quarta-feira (14), o LeiaJá sentiu de perto a situação degradante do espaço: pacientes literalmente jogados pelos corredores da unidade, praticamente amontoados um em cima do outro. Com poucos leitos disponíveis no local, devido tamanha superlotação, as ambulâncias que chegam com os pacientes tem que deixá-los “acomodados” na maca que poderia ser usada para socorrer outras pessoas.

A superlotação do HGV obriga que os pacientes, seja em estado grave ou não, tenham que ficar em cadeiras e até em pé, sem essa de prioridade, para tomar as medicações na medida do possível. Quem procura o hospital reclama da situação e diz que isso não deveria ser a realidade nem dos cachorros. “Eu estou aqui com a minha mãe que caiu e fraturou o osso do pé. Agora você vê a situação dela, uma fratura exposta, com a carne aberta capaz de pegar uma infecção por conta da realidade desse hospital - absurdo”, exclamou uma acompanhante que não quis se identificar.

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Para além das dificuldades de leitos, macas e espaços para medicação dos pacientes, a unidade sofre de um mal cheiro muito grande, possivelmente por conta das feridas dos pacientes e a falta do ar-condicionado nos corredores que não deveriam estar tomados pelas pessoas. 

Dois vídeos mostram a realidade do HGV em 2018 e 2019, confira

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Procurando atendimento na última quarta (14), uma idosa de 70 anos precisou ser atendida no chão, já que não conseguia se locomover e não tinha maca necessária para atender a demanda dela. Enfermeiros e médicos, diante dessa situação, também tentam se virar como podem para que, pelo menos, os atendimentos sejam garantidos em meio ao caos.

Sem querer se identificar, um profissional do Getúlio Vargas apontou que esse problema de superlotação não é exclusividade do HGV. “Se você for em outros hospitais do Recife, com toda certeza vai ver essa dificuldade dos pacientes. Não tem leito para todo mundo em lugar nenhum porque a demanda está grande. Muito disso se deve porque as pessoas não estão tendo mais condições de pagar planos de saúde e toda a demanda começa a voltar para o SUS”, relata.

A afirmação do profissional não bate com a última atualização da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). De acordo com o órgão, no mês de junho deste ano o setor de planos de saúde contabilizou em todo o país mais de 47 milhões de beneficiários. Os dados apontam crescimento em número de clientes na segmentação médica, em comparação ao mês de maio de 2019 e ao ano de 2018 - o que mantém a tendência de estabilidade. Pernambuco, por exemplo, saltou de 1.339.690 em junho de 2018 para 1.343.527 em junho de 2019. Isso representa um acréscimo de 3.837 ao plano de saúde.

A triste situação do HGV não é de pouco tempo, há pelo menos 10 anos pacientes reclamam da superlotação no local que é referência no atendimento de ortopedia em Pernambuco. O governo do Estado garante que vem fazendo o possível para amenizar a calamidade instaurada no local. No início de julho deste ano, 28 leitos foram inaugurados, com a instalação das salas vermelha e amarela para o atendimento aos pacientes mais graves na unidade de saúde. No entanto, tal “novidade” já apresenta problemas. 

Nas redes sociais, um paciente compartilhou um vídeo que mostra uma queda de água vindo de um ar-condicionado na ala vermelha, recém entregue pelo governo. Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco aponta que o aparelho apresentou falha no sistema de congelamento. 

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Confira a nota, na íntegra, da Secretaria de Saúde de Pernambuco

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) reconhece a grande demanda na emergência do Hospital Getúlio Vargas (HGV), mas informa que, mesmo diante da situação, a unidade vem garantindo o atendimento à população, priorizando os casos mais graves. É importante destacar, ainda, que o HGV está funcionando em sua plena capacidade e não recusa atendimento, garantindo a assistência a todos. Todos os pacientes são acompanhados diariamente e ficam em observação contínua para reavaliação de seus quadros e definição de conduta terapêutica.  

É importante explicar também que os pacientes internados na emergência da unidade são acomodados de acordo com a gravidade do quadro de saúde nas alas vermelha e amarela. Diariamente, recebem visita de equipe multidisciplinar, que avalia a necessidade de transferência para leitos internos ou de convênio de acordo com a disponibilidade de vagas, priorizando de acordo com o quadro clínico e gravidade do caso. 

Sobre o ar condicionado, a direção da unidade esclarece que o aparelho, recém-instalado, apresentou falha no sistema de congelamento, por isso precisou ser desligado para troca dos filtros e descongelamento do equipamento. A equipe de manutenção foi acionada e já realizou os reparos necessários. Vale ressaltar também que os aparelhos da unidade passam, periodicamente, por manutenção preventiva.

O Governo do Estado vem investindo fortemente no reforço das escalas na rede hospitalar. Desde 2015, foram 6,6 mil profissionais concursados convocados - o maior chamamento da história de Pernambuco. Para suprir a crescente demanda, qualificar a assistência e manter as escalas completas no Hospital Getúlio Vargas, mais de 500 profissionais, entre médicos e outras categorias de saúde, foram convocados para a unidade nos últimos anos.

Sobre a nova emergência, o Governo de Pernambuco inaugurou, no início de julho, mais 28 leitos, com a instalação das salas vermelha e amarela para o atendimento aos pacientes mais graves – sendo 14 em cada uma delas. A primeira fase da reforma foi concluída e entregue ainda no final de setembro de 2018. Foi realizada também a modernização da subestação de energia, promovendo um aumento de 50% em sua capacidade elétrica.

Na última terça-feira (30), Pernambuco entrou na lista de estados em situação de equilíbrio entre o número de vagas e a população do sistema socioeducativo.  Com 817 vagas de internação para 809 adolescentes autores de atos infracionais, a Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), chegou a 99% na taxa de ocupação. O resultado é fruto do cumprimento de liminar do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que, em 23 de maio deste ano, determinou a Pernambuco, Rio de Janeiro, Bahia e Ceará adoção de medidas para que a ocupação não seja maior do que 119%.

O número não significa, entretanto, que não haja mais unidades isoladas superlotadas. As unidades do Cabo de Santo Agostinho, Caruaru, Arcoverde, Petrolina e Timbaúba estão com lotação acima de 100%. Os números foram apresentados nesta quarta-feira (31) em coletiva de imprensa com representantes do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Defensoria Pública, Funase e Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

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A partir da decisão do STF, foi montado no Estado o Grupo de Trabalho Interinstitucional (GTI), com o objetivo de otimizar o atendimento no Sistema Socioeducativo de Pernambuco. Foram reavaliados 310 socioeducandos pelo mutirão do grupo de trabalho e outros 162 em audiências concentradas, que já ocorriam no estado desde 2016. Desse total, 330 jovens deixaram a internação, tendo a medida socioeducativo sido extinta ou abrandada. Os demais 142 permanecem internados.

Antes do mutirão, a situação mais crítica era a do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) do Cabo de Santo Agostinho, na RMR, conforme explica o juiz Rafael Souza Cardozo, integrante do GTI: “O Cabo tinha o maior contingente de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de internação. Ele corresponde a quase 1/3 de toda a capacidade de toda a população infanto-juvenil no Estado de Pernambuco. Quando passamos a atuar no Cabo, existia uma superlotação de 222% e hoje entregamos a unidade com a capacidade de 131%”. O Case do Cabo recebe todos jovens infratores da Região Metropolitana do Recife (RMR) que têm entre 17 anos e seis meses a 21 anos. Especificamente nesta unidade, houve 135 extinções de medida, 20 progressões para regime de semiliberdade, sete progressões para regime de liberdade assistida cumulados com prestação de serviços à comunidade, duas progressões para regime de liberdade assistida e nove progressões para regime de prestação de serviços à comunidade, além de manutenção de medidas.

Durante a coletiva, os participantes destacaram reiteradamente que houve análise minuciosa dos processos. “Não liberamos por liberar”, repetiu o coordenador da Infância e Juventude, desembargador Luiz Carlos de Barros Figueiredo. “Definimos critérios objetivos com relação à gravidade do ato infracional. A primeira atuação nossa foi ‘quais são os crimes com violência e sem violência’, depois quanto tempo de internação tem cada adolescente e qual é, esse é o principal critério, a evolução do adolescente na compreensão do erro que ele cometeu e, sobretudo, diante do caráter pedagógico da medida”, complementa o juiz Rafael Souza Cardozo.

Reincidência

Segundo a presidente da Funase, Nadja Alencar, estão sendo buscadas mais condições para ressocialização dos egressos. “Nós já temos algumas tratativas com a Secretaria de Educação, para que o adolescente que está frequentando a escola dentro da Funase possa sair matriculado para uma escola da comunidade. A gente já faz isso no cotidiano, mas como esse volume de saídas foi maior, então a gente já tem uma reunião marcada com a Secretaria de Educação segunda-feira para que a gente possa agilizar e não tenha jovem com dificuldade de entrar na rede escolar. A outra medida que acho muito importante é o trabalho de prevenção. Esse adolescente precisa ser acompanhado para que não retorne. Já temos um fluxo com o projeto Governo Presente para acompanhar esses adolescentes onde eles moram, suas famílias, para que possa ter esse suporte e não reincidir. Fora isso, temos na nossa secretaria o programa Novas Oportunidades de colocação desses adolescentes em atividades profissionalizantes e de trabalho e vamos intensificar”, resume. A taxa de reincidência anual na Funase foi de 61,84% em 2016, 47% em 2017 e 40% em 2018. “Isso significa que este adolescente está sendo amparado pela sociedade de alguma forma”, avalia Najda Alencar.

Novas unidades

A Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ) anunciou as datas previstas para inauguração de duas novas unidades. O Case/Cenip Recife está com a obra pronta e tem previsão de inauguração para 30 de novembro de 2019. O Case Guararapes, em Jaboatão dos Guararapes, está com as obras em 90% e a previsão de inauguração é de 20 de dezembro.

Sem leitos para todos os pacientes e com superlotação, profissionais que atuam na Maternidade Barão de Lucena tem que trabalhar "do jeito que dá". Imagem Cortesia.

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"Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva." Esse é um trecho do juramento que os médicos fazem ao se formarem. No entanto, todo dia é uma luta para que esses profissionais consigam cumprir o juramento e, assim, auxiliar quem precisa de ajuda. Afinal, como dar conta de um hospital com leitos insuficientes, falta de medicamentos, infraestrutura inadequada e uma escala de profissionais defasada - sobrecarregando quem ainda insiste em cumprir o que foi prometido?

Essa é a realidade dos profissionais que atendem a rede materna pública de Pernambuco, que vive um caos diário com as unidades superlotadas e a falta da capacidade humana para atender toda a demanda. De acordo com os relatos de alguns médicos obstetras, existem maternidades no Estado com uma ocupação que chega a 400% do que poderia suportar. “Você vira para o lado e ‘pergunta meu Deus, o que é que está acontecendo? Quem é que eu vou poder priorizar aqui em detrimento das outras pessoas?.’ Isso mexe com o emocional do profissional”, relata Agostinho Machado, membro da câmara técnica de ginecologia e obstetrícia do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe).

Essa realidade faz com que esse profissional chegue ao final do plantão com o desgaste físico e mental. Machado diz que já viu médicos passarem no concurso público, começarem a atuar na área e, com pouco tempo de exercício, pedem para sair porque não aguentam a realidade do sistema. “O que muitas vezes deixa o profissional triste é que entra e sai secretário e não há um avanço. Isso causa uma aflição e o profissional adoece. Lidar com a saúde é uma responsabilidade muito grande. A obstetrícia (por exemplo) está lhe dando com duas vidas e tem uma responsabilidade dobrada. Está muito difícil atualmente”, aponta Agostinho Machado.

A Maternidade Bandeira Filho deveria atender apenas os casos de Alto Risco, mas por conta do colapso que o sistema materno vive, o cotidiano dos profissionais e pacientes é o que mostra a foto. Imagem Cortesia

Em 2017, o Conselho Federal de Medicina (CFM) entregou mais de 15 mil páginas impressas com os relatórios de fiscalização de quase 3 mil ambulatórios e postos de saúde distribuídos por todos os Estados e Distrito Federal do Brasil. As visitas foram realizadas entre janeiro de 2015 e junho de 2017; uma série de irregularidades foi encontrada. Com a realidade "em mãos", o órgão afirma que o Sistema Único de Saúde (SUS) está “abandonado”. No Manifesto, os profissionais destacaram as dificuldades que prejudicam o sistema ao longo dos anos. 

A falta de leitos é considerada um dos principais “gargalos” do SUS. De acordo com o CFM, de 2010 a 2015, o Brasil perdeu 23,6 mil unidades destinados aos pacientes que precisam ficar por mais de 24 horas internados. O efeito colateral apontado pelo órgão é a sobrecarga nos serviços de urgência e emergência. No Brasil, psiquiatria, pediatria cirúrgica, cirurgia geral e obstetrícia são as especialidades que mais sofreram o impacto do fechamento dos leitos de internação. O Conselho Federal de Medicina aponta que, em números absolutos, os estados das regiões Sudeste e Nordeste foram os que mais sofreram redução no período. 

À assessoria do CFM, Mauro Ribeiro, então vice-presidente do órgão, disse que  “Todos os dias nós, médicos, testemunhamos a morte de pessoas que poderiam ser salvas pela disponibilidade de um leito de UTI. Para os governos, quando um paciente morre, trata-se apenas de mais um número. Para a família, no entanto, é uma tragédia”, pontua.

Cláudia Beatriz, presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (SIMEPE), reforça que maioria das maternidades do Estado estão com as escalas de plantões defasadas. “A Barros Lima, por exemplo, era para estar trabalhando, a cada plantão de 12 horas, com 5 obstetras, 3 neonatologistas e 2 anestesistas. A Bandeira Filho e a Arnaldo Marques deveriam atuar com 4 obstetras, 3 neonatologistas e 2 anestesistas. Atualmente, nenhuma dessas 3  tem equipes completas os sete dias da semana”, diz Beatriz. 

Um levantamento do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (CREMEPE), obtido em primeira mão pelo LeiaJá, mostra a situação das maternidades de Alto Risco do Estado. Todas elas estão localizadas no Recife. 

Beatriz, que também atua como obstetra na Maternidade Barros Lima, localizada em Casa Amarela, Zona Norte do Recife, lembra que no dia 11 de março, a unidade contava com 2 obstetras, 2 neonatologistas e 2 anestesistas. Ou seja, só contando os obstetras, foram menos 3 profissionais para dar conta de todas as parturientes que procuraram a maternidade para terem o seu bebê.  

“A capacidade dos profissionais reduzida faz com que nós não consigamos dar conta, devidamente, de tudo. São esses hiatos que fazem com que tenham bebês morrendo na barriga da mãe. Não é porque o médico deixou de fazer uma cesariana, não. Eu já vi colegas chorando por perderem vidas de pacientes por conta das dificuldades que enfrentam no sistema público de saúde”, lamenta Cláudia.

Como ninguém está livre de doenças, esses profissionais médicos sobrecarregados estão desenvolvendo cada vez mais a Síndrome de Burnout. De acordo com o Ministério da Saúde, a principal causa da doença, conhecida também como "Síndrome do Esgotamento Profissional", é justamente o excesso de trabalho. Esta síndrome é comum em profissionais que atuam diariamente sob pressão e com responsabilidades constantes, como médicos, enfermeiros, professores, policiais, jornalistas, dentre outros.

Ainda não há um levantamento do órgão federal que demonstre a imensidade desse problema. Imagem Pixabay.

Estes profissionais médicos estão padecendo de estigmas e expectativas sociais. Por um lado é adorado e endeusado quando suas intervenções são imediatamente bem sucedidas. Por outro lado, são cobrados a nunca errar e sempre fazer viver, ou não deixar morrer ninguém. No entanto, mesmo sendo um interventor, esse profissional não tem o dom da vida. 

"Quem está na linha de frente é quem geralmente recebe essa cobrança e carga emocional. Algumas vezes, já me deparei com essa indignação e eu digo ao paciente que estou do lado dele. O que eu quero para ele é o mesmo o que ele quer para a esposa dele. Mas, muitas vezes, o desfecho desfavorável é porque faltou um leito, uma acomodação adequada”, exclama o doutor Agostinho Machado. Ele complementa que está faltando as pessoas irem aos órgãos públicos cobrarem para que os problemas sejam minimizados. 

“Os médicos, dentro desse cenário, são tão vítimas quanto eles (pacientes). Quando eu saio de casa e vou para o plantão, saio com a sensação de que vou querer ajudar alguém e oferecer o meu melhor. Mas há um limite para isso. Se não tem estrutura, não tem equipe, não tem acomodação que te permite fazer isso, você acaba tendo o risco de acontecerem os desfechos desfavoráveis que machucam demais. Nós cobramos, mas não temos as respostas à altura”, pontua o membro da câmara técnica de ginecologia e obstetrícia do Cremepe. 

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Já se tornou rotina encontrar as maternidades do Grande Recife superlotadas, muitas vezes sem leitos disponíveis e com as gestantes tendo os seus bebês no chão, na cadeira de rodas ou em qualquer lugar dos corredores das unidades de saúde. Isso se dá pela falta de maternidades em vários dos municípios pernambucanos. Para se ter uma ideia, de acordo com levantamento do LeiaJá, das 15 cidades da Região Metropolitana, oito não têm maternidades funcionando - além de Olinda e Jaboatão dos Guararapes que tem uma maternidade, cada, com obras paralisadas. Tal realidade faz com que a cidade do Recife viva sobrecarregada.

Dos mais de 104 mil partos realizados pelo SUS em Pernambuco no ano de 2018, 58 mil (56%) foram feitos na rede sob gestão estadual ou conveniada pelo Estado. Só nas maternidades de responsabilidade da Prefeitura do Recife, que são quatro, foram quase 13 mil partos realizados em 2018. Essa alta demanda faz com que as grávidas que moram na capital pernambucana enfrentem problemas para conseguirem um parto digno, ou até uma vaga na unidade.

Mesmo sendo a região mais populosa e desenvolvida, nem todos os municípios do Grande Recife contam com maternidades. Ilustração: João de Lima/LeiaJá

De acordo com a Secretaria de Saúde de Pernambuco, no Estado existem 75 maternidades de todas as esferas (estaduais, municipais, federais e rede conveniada). A secretaria não confirmou se todas essas maternidades estão em pleno funcionamento - atendendo adequadamente e realizando os partos. Para se ter uma ideia, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em Pernambuco existem 185 cidades. Se as 75 maternidades que existem no Estado correspondessem a um município, cada, ainda assim seriam 110 cidades pernambucanas sem maternidade alguma. 

Um levantamento do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (SIMEPE), juntamente com a confirmação do LeiaJá, mostra que, na RMR, as cidades de Igarassu, Itapissuma, Itamaracá, São Lourenço da Mata e Moreno não contam com maternidades atendendo às demandas das parturientes - os municípios de Araçoiaba e Paulista, por exemplo, nunca tiveram uma maternidade para chamar de sua. A Secretaria de Saúde do Estado confirma que muitas das cidades que fecharam as portas das maternidades, sequer informaram a paralisação dos serviços para a Comissão Intergestora Bipartite (CIB/PE), na tentativa de solucionar os problemas. É a CIB quem possibilita a articulação, negociação e pactuação entre os gestores municipais e estaduais no que diz respeito às questões do Sistema Único de Saúde do Estado.

Os municípios de Jaboatão dos Guararapes e Olinda tem obras paralisadas. Se concluídas, seriam mais duas maternidades para amenizar as dificuldades do sistema materno de Pernambuco. Ilustração: João de Lima/LeiaJá 

Luana Cristina, 25 anos, munícipe de Igarassu, sentiu na pele o desprazer da realidade materna da cidade. Ela conta que precisou "rodar" para conseguir ter sua filha. "Eu cheguei aqui (na Unidade Mista de Saúde de Igarassu) com 4 centímetros de dilatação e já em trabalho de parto. Os médicos me examinaram e eu fui encaminhada primeiro para a maternidade de Abreu e Lima. Chegando lá, eles disseram que não iam fazer o meu parto e fui levada para o Tricentenário, em Olinda", recorda Luana. Foi distante da cidade onde mora que nasceu Rhuana Yasmim, hoje com 3 anos de vida.

No Hospital e Maternidade Alzira Figueiredo de Andrade Oliveira, há quase duas décadas que as parturientes da Ilha de Itamaracá só conseguem ter o seu bebê quando estão em período expulsivo - momento em que o corpo trabalha sozinho para o nascimento do feto - sem intervenções externas. 

O coordenador da enfermagem do hospital, Ricardo José da Fonseca, pontua que a possível retomada da maternidade no município já está em pauta na Secretaria de Saúde de Itamaracá. Mas salienta que primeiro o órgão precisa fazer as adequações físicas do hospital que, segundo afirma, está prestes a passar por uma reforma. “Depois a gente entra no mérito das questões técnicas que é montar uma equipe de retaguarda (para a maternidade)”, observa.

Os coordenadores da unidade garantem que há estudos para a retomada da maternidade da Ilha de Itamaracá. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Danutta Brissamtt, coordenadora da média complexidade do hospital de Itamaracá, reforça que no local existe uma equipe médica pronta para atender as gestantes. Depois que a parturiente tem o bebê espontaneamente, ela é encaminhada para a maternidade de referência. “A nossa gestante tem portas abertas na maternidade de Abreu e Lima. As que precisam ser reguladas para outros hospitais, devido às suas causas específicas, são encaminhadas. Nós damos a assistência necessária para que elas possam ter os seus bebês”, garante Danutta.

Crise leva à peregrinação

A médica obstetra e presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Cláudia Beatriz, reforça que existe uma “lógica invertida” no Estado de que as mulheres não conseguem parir nos municípios onde vivem. Beatriz sinaliza que o pedido do sindicato não é que haja maternidade funcionando em todos os municípios, mas que esses serviços sejam regionalizados e as mulheres que residem em determinado território tenham a garantia de seu leito na maternidade de referência.  

“Hoje, a bem da verdade, as mulheres de Pernambuco não tem uma maternidade de referência para parir. O fenômeno é que as cidades, mesmo diante da municipalização da saúde, se desobrigam de fazerem o provimento de assistência ao parto. Estamos vivendo uma crise onde as mulheres peregrinam vários centros de assistência ao parto para conseguir serem atendidas”, acentua Cláudia. 

Antônia Gomes*, 29 anos, mora em Araçoiaba, município que não tem maternidade e fica a 40km de distância do Recife. Há 11 anos, a mulher precisou rodar algumas milhas para conseguir ter o seu bebê. Primeiro, foi levada para a Unidade Mista de Igarassu. Avaliado o seu quadro gestacional, Antônia foi transferida para o Hospital Tricentenário, em Olinda. Por ser uma paciente de alto risco, foi relocada para o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), maternidade que fica no centro do Recife. Só lá conseguiu ficar mais tranquila e alojada - na espera de seu primogênito. Essa dificuldade se repetiu com o segundo filho da jovem, há 3 anos. “Como minha pressão sempre dava 17, eu tinha medo de passar mal no momento em que eles estavam me transferindo. Situação complicada, né?! Era para ter uma maternidade lá (em Araçoiaba), ainda mais quando a gente vive assim, em alto risco”, lamenta a mulher. 

Construção da Maternidade Maria Rita Barradas paralisada no bairro de Sucupira, em Jaboatão dos Guararapes. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

André Soares Dubeux, 2º secretário do Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (Cremepe), salienta que todos os órgãos públicos envolvidos conhecem o problema, identificam o gargalo, sabem qual a solução, mas elas não são implementadas. 

De acordo com ele, tem meses que 70% dos partos realizados na Maternidade Professor Arnaldo Marques, no Ibura, Zona Sul do Recife, são de mulheres vindas da cidade do Cabo de Santo Agostinho. “O Cabo teria que pagar ao município do Recife os gastos que ele tem com os seus munícipes. O Cremepe afirma categoricamente que há uma desassistência à população, e isso não é por falta de empenho ou colocação de recursos humanos do Estado - é a demanda que é muito grande, amigo (sic). Não tem por que uma pessoa vir de lajedo (Agreste de Pernambuco) para ter o bebê em Recife”, exemplifica o representante do Cremepe.

 Dados da Secretaria de Saúde da Prefeitura do Recife mostram que, atualmente, 30% a 40% dos partos realizados nas maternidades de responsabilidade da prefeitura são de pacientes vindos de outras cidades, sobrecarregando a rede. "O ideal é que as gestantes dos municípios próximos tenham atendimento na maternidade da cidade onde moram, ou na unidade de referência para o seu município", reforça a Secretaria de Saúde do Recife.   

A cidade do Recife é a única que têm 4 maternidades e funcionando, mesmo com a precariedade do serviço. Por ser capital, acaba sofrendo com a demanda do Estado. Ilustração: João de Lima/LeiaJá

Rede Cegonha deveria ajudar

Em 2011, Pernambuco foi o primeiro Estado do Brasil a aderir à Rede Cegonha, ação do Governo Federal - instituída pelo Ministério da Saúde. Na época, o programa previa o fortalecimento da política nacional de atenção integral à saúde da mulher, garantindo a melhoria da qualidade dos diversos serviços de saúde que compunham a rede. Ainda em 2011, a Secretaria de Saúde de Pernambuco afirmou que o projeto buscava implantar ações que garantissem a humanização do atendimento, qualificando o planejamento reprodutivo e a atenção pré-natal. A Rede Cegonha está em funcionamento até hoje em Pernambuco, mas a melhoria na qualidade do atendimento parece que não rendeu frutos. 

A Gerente de Atenção à Saúde da Mulher da Secretaria Estadual de Saúde, Letícia Katz, defende que deve haver uma repactuação dessa rede, para que os problemas sejam diminuídos. “O Estado coordena o processo, mas o gestor municipal tem que assumir a sua gestante, ou seja, tem que haver a contrapartida municipal que não está sendo realizada. A gente não pode simplesmente dizer: ‘gestor, você tem que fazer isso”, salienta Letícia, que aponta o consenso entre a esfera municipal, estadual e federal, já que vem havendo uma redução drástica das maternidades municipais de Pernambuco, onde só se mantiveram as mais ‘robustas’ como as do Recife, cidade que vive uma situação financeira melhor que a maioria das outras.

“Se os municípios estão com dificuldades de recursos e o Estado, com a sua superlotação (das maternidades), também está com dificuldade, quem deveria nos ajudar era a esfera federal que não está fazendo a sua parte”, diz Letícia.

Essa dificuldade para encontrar vaga poderia ser sanada se outros municípios se estruturassem para dar conta da demanda local. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

A Gerente de Atenção à Saúde da Mulher aponta que quando foi criada a Rede Cegonha em 2011, o Ministério da Saúde só mandava recursos para o alto risco, não prevendo dinheiro para o risco habitual, deixando todo esse custeio para as cidades, com uma tabela de repasses com os valores defasados de anos.

Procurado para falar sobre, o Ministério da Saúde não pontuou sobre a defasagem dos repasses, informando apenas que o Brasil possui 4.600 estabelecimentos que realizam parto e que juntos possuem mais de 39 mil leitos obstétricos SUS. “O Ministério tem garantido a ampliação do acesso aos leitos por meio da regulação, gerenciado pela gestão local. A pasta informa ainda que foram destinados ao estado de Pernambuco até o momento R$ 2,2 bilhões em recursos com incentivos para a Alta e Média Complexidade.”

Ministério Público de Pernambuco 

O Ministério Público de Pernambuco, por meio do Centro de Apoio Operacional às Promotorias da Saúde (Caop Saúde), garante que tem como uma das suas prioridades de atuação a rede de assistência materno-infantil do estado, em vista dos casos de superlotação das maternidades.

“O fechamento das maternidades tem sido tratado pelo Caop Saúde de forma sistêmica, ou seja, dentro de um contexto regionalizado. Se alguma outra ação se apresentar necessária após a finalização do estudo, como por exemplo a interposição de ações civis públicas ou quaisquer outras medidas, assim aconselhará aos Promotores de Justiça das cidades, na condição de órgão de apoio técnico, deixando claro que o aconselhamento não tem nenhum caráter vinculativo”, salienta o MPPE.

Promotorias em resposta ao Mnistério Público

Paulista

A Promotoria de Saúde do Paulista possui o procedimento administrativo nº2018/253869 em aberto para acompanhar a atenção básica à saúde da mulher. No momento, o MPPE aguarda respostas da gestão municipal em relação às contratualizações com a rede de maternidades da região; as ações de pré-natal voltadas para reduzir os casos de sífilis congênita e sífilis em gestantes no município; as dotações orçamentárias e resultados dos programas Gerar Paulista e Humaniza Paulista; e as medidas que serão tomadas para resolver a falta de obstetras para atender às gestantes de alto risco.

São Lourenço da Mata

A Promotoria de Saúde de São Lourenço da Mata informou que o município possui maternidade no Hospital Petronila Campos. Essa unidade de saúde é fiscalizada como um todo por meio do procedimento administrativo nº15/2018.

Igarassu e Araçoiaba (estão juntos porque a cidade de Araçoiaba não tem Promotoria própria, sendo de responsabilidade da Promotoria de Igarassu)

A Promotoria de Justiça de Igarassu informou que não há procedimento referente à ausência ou fechamento de maternidade nas duas cidades.

Escada

A Promotoria de Justiça de Escada não possui procedimento referente à falta ou fechamento de maternidade no município.

Itamaracá

A Promotoria de Justiça de Itamaracá informou que o município não tem maternidade e que não há procedimento referente a esse assunto.

*Nome fictício

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A Justiça do Rio autorizou a liberação de 27 menores infratores devido à superlotação de unidades do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), órgão do Estado responsável pela internação dos adolescentes apreendidos. Vinte e três deles tiveram envolvimento com o tráfico de drogas (sem uso de armas) e quatro tiveram participação em casos de furto.

A liberação foi autorizada na terça-feira, 11, pela Vara de Execuções de Medidas Socioeducativas do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), e atendeu a determinação do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). No mês passado, o ministro decidiu que nenhuma unidade de internação poderia exceder 119% de sua capacidade de lotação. Além do Rio de Janeiro, a determinação é válida para Bahia, Ceará e Pernambuco.

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Dos 27 adolescentes que tiveram a liberdade autorizada, três são do Rio e os demais dos municípios de Nova Friburgo, Rio das Ostras, Cabo Frio e São Gonçalo. Segundo o TJ-RJ, os adolescentes do interior serão levados pelas famílias para suas cidades de origem e os juízes das Varas de Infância locais vão acompanhar a liberdade assistida. No caso do Rio, eles serão acompanhados pelos juízes das Varas de Infância da capital.

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