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Dezenas de ambulâncias, todas com sirenes ligadas, carregavam feridos, enquanto helicópteros sobrevoavam Mina, perto de Meca, onde um gigantesco tumulto fez mais de 700 mortos nesta quinta-feira (24) entre os peregrinos muçulmanos.

O primeiro dia da festa muçulmana do sacrifício, o Eid al-Adha, foi ofuscado pela pior tragédia ocorrida nos últimos 25 anos na peregrinação anual (Hajj) na Arábia Saudita. Além das 717 mortes, de acordo com um balanço provisório, o tumulto fez 863 feridos.

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A bordo de veículos do ministério da Saúde, as equipes médicas correram para o local do desastre para transportar os feridos para quatro hospitais mobilizados desde os primeiros momentos do ocorrido. No Hospital de Emergência de Mina, um helicóptero pousou no momento em que dezenas de ambulâncias chegavam com novas vítimas.

Em um caos indescritível, os peregrinos foram transportados um após o outro em macas, com um crachá de identidade no peito, enquanto as autoridades tentavam manter afastados os espectadores.

Repórteres da AFP viram pelo menos duas mulheres, uma carregada por quatro homens, e outra, uma africana, aparentemente inconsciente, empurrada em uma cadeira de rodas em direção ao hospital onde receberam os primeiros socorros.

Um homem idoso, cujas duas filhas sofreram de vertigens por causa do calor abrasador, foi expulso da entrada do hospital. "Todo mundo sofre de tonturas no hajj. Procurem um outro centro de saúde", gritou um guarda de segurança, enquanto duas ambulâncias chegavam simultaneamente com novos feridos.

Alguns peregrinos discutiam a debandada que provocou cenas terríveis. Imagens de vídeo mostram muitos corpos sem vida no chão, cobertos ou não com lençóis brancos e pertences pessoais espalhados, sapatos e guarda-sóis, que os peregrinos utilizados para se proteger do sol.

'Alguma coisa vai acontecer'

Quase dois milhões de muçulmanos de todo o mundo vieram para o hajj, um dos maiores encontros religiosos do mundo, que já viveu uma tragédia em 11 de setembro, antes mesmo de começar, pela queda de um guindaste na Grande Mesquita em Meca (109 mortos).

O drama desta quinta-feira ocorreu perto da ponte Jamarat, construída durante a última década a um custo de mais de um bilhão e que deveria melhorar a segurança dos peregrinos e precisamente evitar que uma multidão entrasse em colisão com outra.

Ao longo de um quilômetro, parece uma garagem de estacionamento e permite que 300.000 peregrinos realize um ritual. No começo do dia, os jornalistas da AFP assistiram cenas de mal-estar. Uma mulher quase desmaiou ao subir as escadas, enquanto dois amigos espirravam água em seu rosto e gritavam por ajuda.

Um peregrino sudanês que estava na Mina considerou que este era o pior hajj já organizado entre os quatro que participou. "As pessoas já estavam desidratadas e desmaiavam. Os peregrinos tropeçavam uns sobre os outros", relatou.

Ele disse que um saudita que estava ao seu lado lhe disse antes da tragédia: "alguma coisa vai acontecer".

O número de peregrinos mortos na confusão nesta quinta-feira em Mina, a 5 quilômetros de Meca, aumentou para 717, com 863 feridos, a maior tragédia mortal na peregrinação anual, conhecida como hajj, em mais de 20 anos.

Muitas das vítimas foram esmagadas e pisoteadas até a morte. Dois sobreviventes entrevistados pela Associated Press disseram que a correria começou quando uma onda de peregrinos começaram a caminhar contra uma massa de pessoas que iam em outra direção.

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"Eu vi alguém tropeçar em uma pessoa que estava em uma cadeira de rodas e várias pessoas tropeçando sobre ele. As pessoas estavam subindo umas sobre as outros apenas para respirar", disse o egípcio Abdullah Lotfy, de 44 anos.

Lotfy disse que ter dois fluxos de peregrinos interagindo dessa maneira nunca deveria ter acontecido. "Não houve preparação. O que aconteceu foi algo que eles não estavam prontos", disse ele sobre as autoridades sauditas. O rei Salman, da Arábia Saudita, ordenou a criação de comissão para investigar o incidente.

A debandada ocorreu no cruzamento das ruas 204 e 223, quando os fiéis estavam fazendo seu caminho em direção a uma grande estrutura com vista para as colunas de pedra, de acordo com a Defesa Civil. A estrutura história, conhecida como Ponte Jamarat, foi projetada para facilitar a pressão das multidões e evitar o pisoteamento dos peregrinos.

O porta-voz da Defesa Civil disse que as altas temperaturas e o cansaço dos peregrinos também podem ter sido um dos fatores do desastre. Ele disse que não havia nenhuma indicação de que as autoridades tiveram culpa do acontecimento, acrescentando que "infelizmente, esses incidentes acontecem".

Ao menos 89 peregrinos iranianos morreram e 150 ficaram feridos por esmagamento, de acordo com a agência de notícias oficial IRNA. O chefe iraniano da agência organizadora do hajj, Saeed Ohadi, culpou a Arábia Saudita por "erros de segurança" e disse em comentários à TV estatal iraniana que a "má gestão dos sauditas levou à tragédia".

Cem cidadãos egípcios morreram de acordo com relatos iniciais, mas o presidente da delegação do Egito, Sayed Maher, disse que apenas 30 egípcios foram feridos no tumulto mortal.

Os Estados Unidos expressaram suas profundas condolências às vítimas, dizendo que "a debandada foi de partir o coração". O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional disse que os EUA se juntaram no luto pela "trágica perda destes fiéis peregrinos".

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ficou "profundamente entristecido", disse seu porta-voz em um comunicado.

Ainda nesta quinta-feira, mais de mil fugiram de um incêndio em um hotel de 11 andares em Meca, que deixou duas pessoas feridas. Fonte: Associated Press.

Pelo menos 717 pessoas morreram nesta quinta-feira e 805 ficaram feridas em um tumulto em Mina, perto de Meca, durante a peregrinação anual dos muçulmanos, na segunda tragédia a atingir os fiéis em menos de duas semanas na região.

De acordo com uma fonte do ministério da Saúde, a correria provocada por um movimento pânico aconteceu no primeiro dia do Eid al-Adha, durante o ritual de apedrejamento de satã em Mina, que consiste em lançar pedras contra as colunas que representam o mal.

A tragédia aconteceu perto de uma das colunas quando várias pessoas que deixavam o local ficaram diante de um grande grupo de peregrinos que desejava ter acesso à mesma área.

A Defesa Civil revisou o balanço da tragédia diversas vezes e o mais recente cita 717 mortos e 805 feridos. As autoridades anunciaram que as vítimas são de várias nacionalidades.

As equipes de emergência tentavam retirar os feridos e os corpos das vítimas fatais, diante dos olhares de peregrinos atônitos.

Os fiéis têm acesso à área das pilastras por túneis e vias elevadas e, nos últimos anos, as autoridades realizaram obras importantes para facilitar o deslocamento das pessoas e evitar acidentes como o desta quinta-feira.

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O Irã anunciou que pelo menos 43 cidadãos do país faleceram na tragédia e culpou as autoridades sauditas pelo tumulto.

"Por motivos desconhecidos fecharam um acesso ao local no qual os fiéis cumprem o ritual de apedrejamento de satã", afirmou o diretor da organização iraniana do hajj (peregrinação), Said Ohadi.

"Foi isto o que provocou este trágico incidente", disse à televisão estatal iraniana.

"O incidente de hoje mostra a má gestão e uma falta de atenção séria para a segurança dos peregrinos. Não há outra explicação. As autoridades sauditas deveriam ser consideradas responsáveis".

Já o ministro saudita da Saúde atribuiu a tragédia na cidade de Mina à falta de disciplina dos peregrinos, que, segundo ele, ignoraram as instruções de comportamento durante o hajj.

"Se os peregrinos tivessem seguido as instruções, teria sido evitado esse tipo de acidente", declarou Khaled al-Faleh à televisão pública El-Ekhbariya.

Corpos inertes

Imagens divulgadas na internet mostram vários corpos inertes no chão e objetos pessoais, como os guardas-chuvas que os peregrinos usam para a proteção do sol.

As autoridades decidiram fechar os acessos ao local da tragédia, que aconteceu no cruzamento de duas vias que haviam sido construídas para facilitar o deslocamento dos fiéis.

A Arábia Saudita mobilizou 100.000 policiais para garantir a segurança durante a peregrinação, depois que, no dia 11 de setembro, uma grua desabou na Grande Mesquita de Meca e matou 109 pessoas, além de ter deixado mais de 400 feridos.

O acidente anterior durante a peregrinão aconteceu em 2006. No dia 6 de janeiro daquele ano, 76 pessoas morreram no desabamento de um hotel em Meca. Seis dias depois, 364 peregrinos faleceram em outro tumulto durante o ritual de apedrejamento das pilastras de satã, em Mina.

Após o ritual, que pode durar entre dois e três dias, os peregrinos concluem o hajj com as cerimônias ao redor da Kaaba, a construção com forma de cubo no centro da Grande Mesquita de Meca, para a qual os muçulmanos se dirigem durante a oração.

O vale de Mina fica a poucos quilômetros de Meca, o principal local sagrado do islã.

Quase 1,5 milhão de muçulmanos de todo o mundo celebram o Eid al-Adha, a festa do sacrifício.

Antes de seguir para Mina, os peregrinos passaram a noite na planície de Muzdalifa, aos pés do Monte Arafat, para sacrificar um animal em memória de Abraão. De acordo com a tradição, o patriarca esteve a ponto de sacrificar o filho antes da intervenção do arcanjo Gabriel, que propôs o sacrifício de um cordeiro em seu lugar.

Segundo as autoridades sauditas, o hajj, um dos cinco pilares do islã, reuniu 1,4 milhão de pessoas do exterior e quase 600.000 peregrinos que vivem na Arábia Saudita.

Por ocasião da peregrinação, as autoridades anunciaram que estavam em alerta por possíveis atentados, depois que o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) atacou as forças de segurança e várias mesquitas xiitas na Arábia Saudita nos últimos meses.

Também haviam sido mobilizados muitos médicos e enfermeiros para enfrentar uma possível epidemia de coronavírus MERS, do qual a Arábia Saudita é um dos principais focos no mundo.

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Uma debandada durante a peregrinação anual a Meca, a cidade mais sagrada do islamismo, deixou mais de 450 mortos nesta quinta-feira e cerca de 700 feridos, de acordo com autoridades sauditas.

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As pessoas foram pisoteadas durante uma fuga desordenada, causando pânico geral, disse um porta-voz da Defesa Civil da Arábia. O número exato de mortos é de 453, mas deve subir, segundo as autoridades.

O incidente aconteceu em Mina, um grande vale que fica a 5 quilômetros de Meca e abriga mais de 160 mil tendas onde os peregrinos passam a noite durante a peregrinação. Mina é onde os peregrinos realizam um apedrejamento simbólico ao diabo, jogando pedras contra três colunas de pedra.

A debandada ocorreu no cruzamento das ruas 204 e 223, quando os fiéis estavam fazendo seu caminho em direção a uma grande estrutura com vista para as colunas de pedra, de acordo com a Defesa Civil. A estrutura história, conhecida como Ponte Jamarat, foi projetada para facilitar a pressão das multidões e evitar o pisoteamento dos peregrinos.

Mais de 220 veículos de resgate e cerca de 4 mil membros dos serviços de emergência foram destinados ao local logo após a debandada para socorrer as pessoas e fornecer rotas alternativas de saída, de acordo com a diretoria da Defesa Civil. No vídeo abaixo é possível ver cenas (fortes) da tragédia.

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As autoridades sauditas já tinham tomado precauções para garantir a segurança das pessoas. Cerca de 100 mil forças de segurança foram implantadas este ano para supervisionar a multidão e garantir a segurança dos peregrinos durante a peregrinação de cinco dias.

Estima-se que dois milhões de muçulmanos de todo o mundo estavam na cidade santa para participar da peregrinação, que começou na terça-feira.

A cada ano, a peregrinação coloca um grande desafio logístico às autoridades sauditas, uma vez que a multidão de adoradores realizam os rituais em locais específicos e em torno de Meca.

O desastre desta quinta-feira foi o mais mortífero do ritual do Hajj desde 2006, quando mais de 346 peregrinos foram mortos em um tumulto na mesma área. Em 1990, um momento de pânico dentro de um túnel de pedestres deixou 1.426 pessoas mortas. Outro tumulto em Mina, em 2004 deixou 244 mortos e centenas de peregrinos feridos.

Esta temporada do Hajj tem sido manchada pela tragédia. No início deste mês, um guindaste desabou na Grande Mesquita de Meca, matando pelo menos 111 pessoas. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.

O Irã suspendeu todas as viagens à Arábia Saudita para o período do hajj menor, quando muçulmanos fazem peregrinação ao Monte Arafat em busca de perdão por seus pecados.

O anúncio feito pelo ministério da Cultura chega em um momento de recrudescimento das relações diplomáticas entre os dois países. Para a mídia estatal iraniana, o ministério alegou que peregrinos do país sofreram abusos ao desembarcar no aeroporto saudita no ano passado.

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Segundo o porta-voz do órgão, Hossein Nooshabadi, a proibição continuará até que o governo saudita "aplique fortes medidas" contra os incidentes.

Cerca de 500 mil peregrinos iranianos visitam todo ano a Arábia Saudita para o hajj menor, que envolve peregrinações a Meca e Medina, dois dos locais mais sagrados para os muçulmanos. Cerca de 100 mil iranianos vão ao país todos os anos para a comemoração principal. Como os feriados seguem o calendário islâmico, que é lunar, as datas variam de ano para ano.

As tensões entre o reino sunita da Arábia Saudita e a república xiita do Irã se deterioraram após o começo da ofensiva aérea saudita no Iêmen, que tenta desestabilizar o poder do grupo rebelde xiita Houthis no país. Os Estados Unidos e a Arábia Saudita acusam o governo iraniano de apoiar o grupo iemenita, o que Teerã nega. Fonte: Associated Press.

Centenas de milhares de fiéis iniciaram nesta terça-feira o ritual de apedrejamento de Satã, em Mina, perto da cidade sagrada de Meca, no primeiro dia do Eid al-Adha, a festa muçulmana do sacrifício.

Este ritual marca o final do Hajj, a peregrinação à Meca, que este ano reuniu apenas 1,5 milhão de pessoas, contra 3,2 milhões em 2012. Homens vestidos de branco e mulheres com uma túnica longa e véu na cabeça ocuparam o vale de Mina.

Os fiéis participaram do ritual, que consiste em lançar pedras contra as pilastras que representam Satã, uma cerimônia que pode durar até três dias. Os peregrinos passaram a noite no vale de Muzdalifa, depois de um dia de oração na segunda-feira no Monte Arafat, considerado o momento mais importante do Hajj.

Este ano, a Arábia Saudita decidiu reduzir em 20% o número de peregrinos estrangeiros e em 50% o de peregrinos do próprio país. A decisão foi motivada pelos temores provocados pela doença do coronavírus MERS e pelas obras de ampliação dos locais sagrados.

As autoridades sauditas afirmam que nenhum caso de contaminação pelo vírus foi registrado entre os peregrinos.

Dois milhões de muçulmanos, um número menor que o registrado no ano passado, começaram a se reunir neste domingo em Mina, perto da cidade sagrada de Meca, no início da peregrinação anual, que até o momento não está sendo afetada pela epidemia do coronavírus MERS.

O ministro saudita da Saúde, Abdullah al-Rabia, declarou à imprensa que não foi observado nenhum caso de contaminação por este vírus entre os peregrinos.

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O MERS deixou até o momento 60 mortos em todo o mundo, 51 deles na Arábia Saudita. Os peregrinos chegavam a Mina por via rodoviária, de trem ou a pé. Seguindo a tradição, os homens vão vestidos com duas peças de tecido branco sem costura e as mulheres cobertas, com exceção do rosto e das mãos.

No Vale de Mina, onde estão instaladas 45.000 barracas, os peregrinos rezarão e descansarão antes de se reunirem na segunda-feira no Monte Arafat, perto de Meca, no que será o momento mais intenso da peregrinação.

A Arábia Saudita impôs neste ano uma redução de 20% no número de peregrinos estrangeiros, por medo de que os visitantes se contagiem com o coronavírus e o carreguem para seus países, e também reduziu à metade o número de peregrinos locais.

No entanto, as autoridades anunciaram que um trem elétrico colocado em serviço recentemente transportará ao menos 400.000 peregrinos. Por outro lado, mais de 20.000 ônibus conduzirão os peregrinos a Mina, através dos 58 túneis cavados sob as montanhas que cercam Meca.

Mas alguns, como o egípcio Mustafá Abu al-Wafa, decidiram percorrer a pé os 10 km que separam Meca de Mina, desafiando o calor e a umidade. "Estou tão motivado que finalmente pude vir à peregrinação e às zonas nas quais o profeta (Maomé) esteve", contou al-Wafa a caminho de Mina.

Em 2012, cerca de 3,2 milhões de fiéis (1,75 milhão deles procedentes do resto do mundo) realizaram a peregrinação a Meca. A peregrinação é um dos cinco pilares do Islã, que todos os muçulmanos devem cumprir ao menos uma vez na vida se possuírem os meios financeiros e estiverem em bom estado de saúde.

O país mobilizou mais de 100.000 soldados e policiais para garantir a segurança dos peregrinos e advertiu contra qualquer instrumentalização política da maior peregrinação do mundo."Não autorizaremos nenhuma ação que atente contra a segurança do Hajj, ou perturbe seu funcionamento", reiterou neste domingo em uma coletiva de imprensa o porta-voz do ministério saudita do Interior, o general Mansur al Turki.

As forças de segurança também contam com 4.200 câmeras de alta tecnologia, algumas delas capazes de cobrir uma distância de 60 quilômetros.

Milhares de peregrinos enfrentaram chuva, frio, depois sol e novamente chuva nos 9,5 km de caminhada entre a estação ferroviária Central do Brasil (Centro) e a praia de Copacabana (zona sul). Tiveram de resignar-se à falta de banheiros químicos e, em alguns pontos, a tomar cuidado com ônibus, caminhões e carros, já que a prefeitura não cumpriu a promessa de interditar todo o percurso ao tráfego para a passagem dos fiéis. Foram problemas menores que parecem não tê-los afetados. A marcha teve como marca a alegria dos peregrinos.

A peregrinação é uma das formas tradicionais de manifestação da religiosidade popular dos católicos. Ela tem um sentido simbólico de "caminhada pela terra em direção ao céu" e é um exercício de orações em grupos e de penitência. Nas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJs), as peregrinações têm sido os momentos de confraternização e festa que antecedem a noite de vigília de orações.

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No Centro do Rio, os problemas aconteceram em dois locais: na saída da Central e na avenida Presidente Wilson, quando os peregrinos precisaram cruzar para o Aterro do Flamengo. Apenas em dois locais havia banheiros químicos; num deles, só dois, um masculino e um feminino, gerando filas enormes.

A aglomeração maior de peregrinos em filas foi em frente ao Museu de Arte Moderna (MAM), no início do Aterro do Flamengo, onde eram entregues os chamados kit's Vigília, que têm de salada de atum a chocolate, com opções para lanche e janta. Muitos demoraram até duas horas para conseguir pegar o kit. A fila chegou a 3 quilômetros.

A enfermeira Elisângela Czekalski, de 27 anos, é cadeirante, veio de Recife para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e fez a peregrinação acompanhada da irmã e de amigos. Era ela, sozinha, quem empurrava a cadeira. "Tenho de fazer algumas paradas porque dói o ombro, os braços e as mãos, mas vou até o fim", disse Elisângela, abrigada em uma paróquia no complexo de favelas da Maré (zona norte). "Estou amando! Vivenciando cada momento!", falou.

Elisângela estava preparada para passar a noite na praia de Copacabana. "Trouxe tudo: saco de dormir, colchonete, uma manta para não passar frio". Para chegar à praia nos dias de eventos, ela tem usado o ônibus. "Muitos não têm elevador para cadeirantes, mas os motoristas têm sido muito atenciosos".

Um animado grupo de duas equatorianas, três bolivianas (todas freiras, de hábito) e duas peruanas seguia pelo Aterro. "Queremos ver o papa, escutar sua palavra. A peregrinação faz parte disso", disse uma das equatorianas, a professora Irene Uchoa, de 48 anos, que ensina crianças em Quito. "Vamos passar a noite na vigília", garantiu, mostrando um saco de dormir. Mesmo com sapatos, e não tênis (como a maioria dos peregrinos), as freiras não pareciam estar incomodadas com os quase 10 km de percurso até a orla.

Durante a peregrinação, grupos cantavam músicas religiosas - com direito a hits antigos do padre Marcelo Rossi ("o Senhor tem muitos filhos, muitos filhos Ele tem...") -, outros faziam orações. Sempre com muito bom humor. Ao cantar "Garota de Ipanema" com seu grupo, um padre brincou: "Ó, por que estou tão sozinho? Porque sou padre, oras!", provocando gargalhadas ao redor. Quando faltavam 2 km para o fim da peregrinação, um fiel olhou para cima e brincou: "Cadê meu carro, Deus?"

Também muito bem humorada, Evanete Vieira, de 50 anos, carregava os sacos de dormir dela e do sobrinho de 15 anos, enquanto segurava uma bandeira de seu grupo, de Uberlândia (MG). Mas era ele quem deveria estar carregando tudo, não? "Ah, deixa ele, está segurando o bandeirão, olha lá", sorriu. "Além disso, aqui me sinto parte dessa juventude. É como se tivesse 20 anos de novo". Ela viu o papa Francisco ontem em Copacabana. "Fiquei muito emocionada, valeu demais a pena".

Nem todos seguiram a peregrinação até o fim. A aposentada Marileia Rukuiza, de 63, deixou o percurso na altura da Glória (zona sul), praticamente no meio. "Não consigo ir até o final, mas acho que já fiz a minha parte. Mais tarde, vou para Copacabana ver o papa de perto", disse ela, que é voluntária na Jornada. "Na nossa paróquia, já recebemos até 150 peregrinos, a maioria de países sul-americanos. Não falo espanhol, mas tento, e a gente se entende".

Mais de três milhões de muçulmanos cumpriam neste sábado o último rito da peregrinação a Meca ou "hadj", que consiste em apedrejar três colunas que simbolizam Satã.

Avançando em grupos separados de acordo com sua nacionalidade, homens, mulheres e crianças se reuniram no vale de Mina, perto de Meca, na Arábia Saudita, ao redor das três colunas, gritando "Alá Akbar" (Deus é grande) e atirando pedras contra elas.

Segundo números oficiais, 3,16 milhões de peregrinos, dos quais mais de 2,7 milhões de estrangeiros, realizam a peregrinação neste ano.

No entanto, outras centenas de milhares, provenientes, sobretudo, do interior do reino, realizam sem permissão e sem terem sido contabilizados a peregrinação, que começou na quinta-feira.

Alguns rezavam em voz alta e outros tiravam fotos com seus telefones celulares, o que irritou as forças de segurança mobilizadas no local para garantir o desenvolvimento deste ritual dentro da calma.

"Como vocês podem ao mesmo tempo apedrejar Satã e tirar fotos?", repetiam os membros das forças de segurança através de alto-falantes.

O ritual simboliza o apedrejamento que Abraão fez contra os três locais nos quais o diabo apareceu, segundo a tradição, para tentar dissuadi-lo de oferecer seu filho a Deus como sacrifício.

O apedrejamento de Satã, uma atividade muito perigosa devido aos muitos peregrinos que convergem em direção ao mesmo local, foi marcado nos últimos anos por avalanches mortais, até que as autoridades realizaram obras na região.

Agora os fiéis chegam ali através de uma ponte de vários níveis e a polícia se encarrega de manter a fluidez da circulação.

No total, segundo as autoridades, cerca de 168 mil agentes da polícia e da defesa civil foram mobilizados nos locais santos para garantir o bom desenvolvimento do hadj, que terminará no domingo.

A peregrinação é um dos cinco pilares do islã que todo fiel deve cumprir ao menos uma vez na vida se tiver os meios necessários para isso.

Mais de dois milhões de muçulmanos começaram nesta quarta-feira a convergir para Mina, perto de Meca, no primeiro dia da peregrinação ritual que transcorrerá sob rígidas medidas de segurança.

A pé, de ônibus ou de trem, cerca de 1,7 milhão de peregrinos pernoitarão em um gigantesco acampamento instalado em Mina, uma planície nas imediações da cidade santa.

"São momentos memoráveis. Marchamos sobre os passos do profeta Maomé, para cumprir com os ritos do hadj", afirmou um emocionado Akram Hussein, um iraquiano de 42 anos que realiza sua primeira peregrinação.

A peregrinação à Meca, ou o "hadj", é um dos cinco pilares do Islã, que todo fiel muçulmano deve cumprir pelo menos uma vez na vida se tiver meios para fazê-lo.

Suando sob um forte calor, Laila Suhartu, uma indonésia de 55 anos, acelera o passo para chegar a Mina e participar da oração. "A circulação é densa e difícil, mas minha alegria é grande", afirmou.

A quantidade de peregrinos provenientes do exterior caiu 4% em relação ao ano passado, segundo as autoridades, que não informaram as razões desta queda. O reino autoriza a cada país muçulmano a chegada de um peregrino para cada mil habitantes.

Mais de 17.000 policiais foram mobilizados para garantir a segurança dos peregrinos e guiá-los em direção às tendas distribuídas de acordo com o país de origem, anunciaram as autoridades.

Enquanto isso, cerca de cem de equipes da defesa civil e por volta de 20.000 integrantes das equipes médicas estão disponíveis para responder a qualquer eventualidade.

Na quinta-feira, os fiéis se dirigirão ao monte Arafat para um dia de oração e meditação, às vésperas da festa do Eid al-Adha, ou festa do sacrifício, que será realizada a partir de sexta-feira.

Depois voltarão para Mina, onde cumprirão o rito do apedrejamento dos pilares que representam Satã.

Até o momento não foram registrados incidentes maiores nos locais santos, onde há vários dias chegam milhares de fiéis.

"Não tivemos nenhuma atividade anormal ou contrária à peregrinação", afirmou em uma coletiva de imprensa o ministro saudita do Interior, o general Mansur al-Turki.

Em 1987, uma manifestação de peregrinos iranianos a Meca, batizada como "A aversão dos ateus" contra Estados Unidos e Israel, provocou violentos confrontos com as forças de segurança que deixaram 402 mortos, 275 deles iranianos.

Desde então, os peregrinos iranianos começaram a protestar discretamente em seus acampamentos durante o hadj para evitar qualquer contato com as forças de ordem sauditas.

O ministro saudita da Saúde, Abdullah al-Rabia, destacou a "ausência de qualquer epidemia", em referência a um novo misterioso vírus pertencente à família dos coronavírus que matou recentemente uma pessoa na Arábia Saudita.

Uma série de explosões de carros-bomba, cujo alvo eram peregrinos xiitas, foi registrada nesta quarta-feira em várias cidades do Iraque, matando pelo menos 65 pessoas e deixando mais de 200 feridas. Trata-se de um dos piores ataques desde a saída das tropas norte-americanas do país.

A violência é um lembrete sobre as tensões políticas que podem levar a uma nova rodada de conflitos sectários, que anos atrás deixaram o Iraque à beira de uma guerra civil. Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelos ataques, mas eles apresentam características de ações realizadas por insurgentes sunitas que atacam xiitas.

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As explosões desta quarta-feira representam o terceiro ataque nesta semana contra participantes da peregrinação anual durante a qual centenas de milhares de xiitas seguem para Bagdá para celebrar o imã Moussa al-Kadhim, morto no século 8, e que está enterrado num templo no bairro de Kazimiyah, norte da capital.

A maioria das 16 explosões registradas no país teve como alvo peregrinos xiitas, mas dois foram contra escritório de partidos políticos ligados à minoria curda.

As autoridades já haviam intensificado a segurança antes do início da peregrinação, com o bloqueio das principais áreas sunitas de Azamiyah, onde fica a mesquita de dois domos onde o imã teria sido enterrado.

O nível de violência caiu dramaticamente no Iraque desde que atingiu o ápice, entre 2006 e 2007, quando ataques de insurgentes sunitas, retaliados por xiitas tiveram início após a invasão que derrubou Saddam Hussein.

Mas as divisões políticas se aprofundaram, paralisando o país desde que os norte-americanos retiraram suas tropas, em meados de dezembro.

O primeiro-ministro xiita Nouri al-Maliki é acusado de monopolizar o poder e as tensões aumentaram depois que o vice-presidente Tariq al-Hashemi - o sunita que ocupava o mais alto cargo no governo - foi acusado de comandar esquadrões da morte. O governo iniciou seu julgamento à revelia, já que Al-Hashemi está fora do país, o que deu início a suposições de que as acusações são parte de uma vingança do governo, liderado por xiitas.

O porta-voz do comando militar de Bagdá, coronel Dhia al-Wakeel, disse que os ataques tiveram como objetivo provocar a retomada da violência sectária, "mas os iraquianos têm plena ciência da agenda terrorista e não cairão num conflito sectário". As informações são da Associated Press.

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