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A economia do setor de construção civil tem condições de continuar crescendo acima da média nacional nos próximos anos, sustentada pelo financiamento imobiliário e pelo ambiente de redução das taxas de juros, avalia o economista Eduardo Gianetti da Fonseca, professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper). "O setor pode se desenvolver em uma velocidade maior que a do PIB (Produto Interno Bruto) do País", afirmou na terça-feira, na capital paulista, durante encontro setorial promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat).

Neste ano, a previsão feita pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) aponta que o PIB da construção terá alta de 5,2%, enquanto as projeções do mercado financeiro para o PIB do País são de 2,7%, de acordo com a pesquisa Focus.

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Segundo Gianetti, existe uma combinação de fatores que deve sustentar o crescimento da construção civil nos próximos anos. O principal, de acordo com o economista, é a expansão do crédito imobiliário, que representa apenas 5% do PIB nacional, enquanto em países como o Chile, que tem um mercado imobiliário mais desenvolvido, esse nível atinge 18%. "Com a forte demanda por imóveis e os baixos níveis de inadimplência, ainda há muito espaço para o crédito crescer", observou.

Ele também destacou a necessidade de facilitar o acesso ao crédito para a baixa renda. "O excesso de exigências para comprovação de renda exclui muitos brasileiros desse mercado. Isso deve ser facilitado." Gianetti acrescentou que o ciclo de redução das taxas de juros também vai ajudar a desenvolver o funding do crédito imobiliário, atraindo investidores para os fundos imobiliários.

Bolha - Gianetti descartou a existência de uma bolha no preço dos imóveis. "A valorização que temos visto nos últimos anos não é artificial, não é resultante de uma procura de compradores com o objetivo de especular. Nós temos fundamentos sólidos", disse, lembrando que houve melhora nas condições de emprego e renda da população, permitindo a muitas pessoas a compra da casa própria.

Mesmo com o cenário favorável para o crescimento do setor da construção, o economista ponderou que é necessário mais planejamento para o setor. "É melhor termos um crescimento mais lento e moderado do que ciclos de euforia, com grande volatilidade", afirmou. Ele se referia aos problemas operacionais enfrentados pelas incorporadoras nos últimos anos, como a disparada nos preços de insumos e mão de obra somada à dificuldade de contratação e execução de muitas obras ao mesmo tempo. "As empresas deram um passo maior que as pernas e isso derrubou seu valor na Bolsa. Elas não podem se deixar levar pelos momentos de euforia da economia."

Gianetti defendeu que, para superar esses entraves, o segmento deve direcionar investimentos de longo prazo para melhorar a produtividade nos canteiros, por meio da formação de capital humano e inovação dos processos construtivos. "São investimentos de maturação lenta, mas vão servir para preparar o setor para o crescimento dos próximos anos".

As medidas de estímulo anunciadas mais cedo, após acordo entre bancos, governo e montadoras, podem levar o setor automotivo a manter a previsão de crescimento nas vendas em torno de 4% neste ano, segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini.

Até abril, o setor acumula queda de 4,5% nas vendas mas acredita que é possível compensar o resultado nos próximos meses. "Temos de esperar um pouco mais e ver a reação dos próximos meses. Nessa revisão, esperamos poder confirmar o crescimento em torno de 4% neste ano", afirmou, após acompanhar o anúncio feito pelo Ministério da Fazenda, em Brasília. "Com essas medidas devemos vender mais para compensar essa perda."

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Belini declarou ainda que há espaço para aumentar o número de veículos por habitante. O Brasil tem sete pessoas por veículo. A Argentina, cinco e os Estados Unidos, 1,5. Avaliou que as exportações continuam prejudicadas por conta da queda na demanda externa, de mercados que tradicionalmente compram do Brasil. Por isso, acredita que é preciso fortalecer o mercado interno.

Os veículos com motor 1.0 devem ficar cerca de 10% mais baratos com a redução de tributo e o desconto acertado entre governo e montadoras, conforme cálculo do presidente Anfavea. Para veículos com motor acima de 1.0 e de até 2.0 cilindradas, os preços devem cair 7%. Já veículos utilitários devem ficar cerca de 4% mais baratos.

Embora a taxa de vendas acumuladas em 12 meses no varejo venha desacelerando desde março de 2011, o horizonte é favorável para o comércio. As medidas tomadas pelo governo para reaquecer a demanda interna devem se refletir nas próximas leituras da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"O governo está tomando medidas para incentivar o comércio interno. Se derem certo, essa curva (das vendas em 12 meses) vai melhorar novamente no varejo restrito", avaliou Reinaldo Pereira, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE. "Como ainda estamos no início de 2012, a gente não sabe se a curva do varejo vai continuar caindo ou se vai se recuperar."

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Algumas atividades já mostram uma tendência de melhora, como o setor de hipermercados e supermercados. Desde dezembro de 2011, a taxa em 12 meses voltou a acelerar. Nos 12 meses encerrados em fevereiro, o volume de vendas de supermercados acumula uma alta de 5,1%. No mesmo período, a taxa acumulada do comércio varejista restrito aponta uma alta de 6,7%.

"A atividade de supermercados está se recuperando. O que percebemos é que houve melhora nos preços. Os preços dos alimentos estavam muito altos no ano passado. E, este ano, tivemos melhora nos preços dos produtos alimentícios. Isso revigorou a demanda por produtos e beneficiou a atividade", explicou Pereira. "A taxa de hipermercados parece que vai subir mais."

O gerente do IBGE lembrou que a redução no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos da linha branca - fogões, refrigeradores e máquinas de lavar - e agora também para mobiliário também devem acelerar o ritmo de alta nas vendas.

"O governo estendeu redução de IPI da linha branca, algumas medidas macroprudenciais foram retiradas, e agora teve redução de IPI também para móveis. Então vemos um incentivo do governo, e várias outras medidas podem ser tomadas, se necessário, para aumentar o consumo interno. Isso certamente deverá ser captado pela nossa pesquisa", previu Pereira.

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Camardelli, afirmou hoje que a receita das exportações da proteína registrará um aumento de 20% em 2012, passando dos US$ 6 bilhões pela primeira vez na série história da entidade, que começou em 1996.

Já em volume, haverá uma reversão da queda de 10,8% de 2011 em relação a 2010 para um crescimento de 10% em 2012. Desde 2007 o setor não registra crescimento anual das exportações em volume. "Nossas expectativas para 2012 são decorrentes de fatores que já estão acontecendo", disse o executivo durante coletiva de imprensa.

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Dentre os fatores citados por Camardelli estão a retomada de volumes embarcados à Rússia, a flexibilização das regras exigidas pela União Europeia - rastreabilidade, lista de fazendas habilitadas a exportar para o bloco e cota Hilton - e a abertura das importações de carne in natura pelos Estados Unidos.

A economia vai continuar a ser "o maior e mais importante" assunto do Canadá em 2012, disse o primeiro-ministro Stephen Harper nessa segunda-feira, em entrevista a uma emissora de TV.

Em 2011, a economia do Canadá saiu-se razoavelmente bem, enquanto a Europa, em particular, vem se esforçando para gerar crescimento. Harper alertou, porém, que seu país não está imune à estagnação das economias da Europa e dos EUA (seu maior parceiro comercial).

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Segundo o primeiro-ministro, 2012 "será um ano desafiador para a economia global" e para a do Canadá também. Harper elegeu os problemas das dívidas dos países da zona do euro como o maior risco para a economia mundial. Disse, ainda, que seu país precisa procurar novos parceiros comerciais para deixar de ser tão dependente dos EUA. As informações são da Dow Jones.

As expectativas dos empresários da indústria paulista pioraram em todos os aspectos, exceto para número de empregados, indicador que manteve estabilidade na passagem de setembro para outubro deste ano. Caíram as expectativas dos industriais paulistas para demanda, compra de matérias-primas e exportações, de acordo com análise feita pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com base em um recorte feito a partir da sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que foi divulgada hoje (05).

Para o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, a pesquisa confirma dados já divulgados anteriormente pela entidade em relação à atividade industrial e ao Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci). "Chama atenção essa freada na expectativa de demanda, muito forte, e a expectativa de exportação, que desabou", afirmou. "Ou seja, as indústrias enxergam uma panorama feio, que pode melhorar com as ações do governo adotadas nos últimos dias, mas que não será a salvação da lavoura. O ano de 2012 começa cheio de indefinições em relação à situação da Europa, ao cenário de crédito, com razoáveis inquietações."

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O indicador expectativas de demanda para os próximos seis meses caiu 2,3 pontos, ao passar de 48,9 pontos em setembro para 46,6 pontos em outubro. A queda foi puxada pelas pequenas indústrias, cujas expectativas de demanda recuaram 4,6 pontos.

O indicador compra de matérias-primas para os próximos seis meses diminuiu 2,2 pontos, para 44,1 pontos em outubro, ante 46,3 pontos em setembro. Mais uma vez, o decréscimo foi puxado pelas pequenas indústrias, cuja queda no indicador foi de 4,6 pontos.

O indicador de expectativas para exportações nos próximos seis meses recuou 2,9 pontos, ao passar para 46,3 pontos em outubro, contra 49,2 pontos em setembro. Foram as pequenas indústrias que mais influenciaram no resultado, com queda de 5,7 pontos.

Único indicador a registrar estabilidade, o número de empregados para os próximos seis meses permaneceu em 45,5 pontos de setembro para outubro. As grandes indústrias foram as únicas a apresentar recuperação, com crescimento de 2 pontos de um mês para o outro, enquanto as pequenas e médias empresas registraram queda.

Outubro

Os indicadores de atividade do mês de outubro também registraram resultados "deprimentes", segundo Francini. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) efetiva caiu 0,3 ponto, de 40,2 pontos em setembro para 39,9 pontos em outubro, o pior resultado desde janeiro de 2011.

O estoque efetivo se afastou ainda mais do planejado, de 55 pontos em setembro para 56,1 pontos em outubro, o que indica acúmulo de estoques indesejados, principalmente nas médias indústrias. O estoque de produtos finais também cresceu, de 54,6 pontos em setembro para 55,5 pontos em outubro, puxado pelas grandes indústrias. "Os dados dos estoques são preocupantes, porque estoques elevados sempre indicam uma frustração em relação ao que estava previsto", disse Francini.

O indicador de evolução do número de empregados cresceu 1,6 pontos, de 47 pontos em setembro para 48,6 pontos em outubro. E o indicador de volume de produção também aumentou, de 45 pontos para 46,9 pontos, puxado pelas grandes indústrias.

A sondagem foi feita com 288 indústrias de São Paulo, 138 pequenas, 105 médias e 45 grandes, entre os dias 1.º de novembro e 18 de novembro.

O vice-presidente da TAP, Luiz Mor, disse hoje que a companhia aérea portuguesa espera fechar 2011 com um aumento de 8% no volume global de passageiros, apesar da instabilidade econômica na Europa e nos Estados Unidos, em relação a 2010, quando transportou 9 milhões de pessoas. Segundo Mor, a desaceleração do crescimento da economia brasileira não alterou o crescimento da participação do Brasil nas receitas da TAP. Segundo ele, o Brasil já será o principal mercado da TAP em 2012, superando Portugal.

Atualmente, Portugal responde por 29% das vendas da TAP. O Brasil vem em segundo lugar, com 21%. Os outros 50% da receita da portuguesa são pulverizados em diversos mercados, o que para Mor é uma vantagem para a tentativa da companhia de repetir em 2011 o mesmo nível de resultados do ano passado, quando a TAP lucrou 62,3 milhões de euros.

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"A nossa previsão é de crescimento no volume de passageiros, mas ainda é muito cedo para falar de resultados. A situação econômica na Europa é mais complicada e temos dificuldades de crescer com a atual frota, já que nossa taxa de utilização é a mais alta do mundo. Dependemos muito de Portugal e Brasil, mas o crescimento na África tem nos ajudado muito, assim como na Europa do Norte. Na Alemanha e Suíça, crescemos 20% este ano", afirmou Mor, em entrevista coletiva no estande da TAP na Feira da Associação Brasileira das Agências de Viagens, no Rio. "Achamos que dá para manter o desempenho."

A companhia tem discutido planos de ampliação da frota para buscar novas rotas, mas Mor admite que os investimentos estão prejudicados pelas dificuldades financeiras do governo português, dono de 100% da companhia. O governo de Portugal já iniciou os estudos para a definição do processo de privatização da TAP, que o executivo acredita ver definido ainda este ano. A venda da companhia deverá ser concretizada no ano que vem.

O mercado brasileiro continua prioritário para a expansão da TAP, disse Mor, que lançou na Abav o novo canal de comunicação da empresa com consumidores brasileiros por meio do Facebook. Além de ter queixas e dúvidas respondidas no site, os brasileiros poderão comprar passagens da TAP por meio da rede social. Segundo Mor, em um ano o volume de vendas da TAP pela internet no Brasil saltou de 5% para 15% do total. No mundo, esse canal já representa 17% das vendas da TAP. "O crescimento da internet no Brasil é avassalador", disse Mor.

Segundo o vice-presidente da TAP, a companhia portuguesa transportou 1,16 milhão de passageiros nas rotas brasileiras entre janeiro e setembro deste ano, um crescimento de 8% em relação ao mesmo período do ano passado. A expectativa da companhia, mesmo com uma ligeira desaceleração do crescimento, é fechar o ano com 1,55 milhão de passageiros, alta de 7% em relação a 2010.

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