Tópicos | setor automotivo

A prorrogação aos benefícios fiscais ao setor automotivo do Nordeste e do Centro-Oeste será incluída no texto da reforma tributária, que o Senado deve votar ainda esta semana. A informação foi divulgada, nesta terça-feira (7), pelo senador e vice-presidente nacional do PT, Humberto Costa, que anunciou a autorização dada pelo presidente Lula para extensão da política de apoio. A medida deve beneficiar diretamente o polo automotivo de Pernambuco, sediado em Goiana, na Mata Norte de Pernambuco.

“Para Pernambuco, a garantia dos benefícios fiscais é muito importante porque significa a permanência e a expansão da Stellantis, que terá o compromisso de acelerar a transição da produção de seus veículos para híbridos e elétricos. É uma grande vitória, uma grande conquista para todo o Nordeste e uma demonstração do apreço que Lula tem por Pernambuco e pela nossa região”, afirmou o senador.
Segundo Humberto, a articulação agora ganha uma nova etapa.  “O governo Lula garantiu a inclusão dos benefícios. Nossa batalha, agora, é aprovar esse acordo na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, que deverá votar o texto da reforma tributária ainda hoje”, afirmou.
O debate sobre a garantia de novos incentivos para empresas automotivas na reforma tributária se arrasta desde a votação do projeto na Câmara dos Deputados. Na época, foi apresentada uma emenda ao projeto original para a vigência do subsídio ir até 2032, mas o texto deixou de ser aprovado por apenas um voto.  
No Senado, o relator da proposta, senador Eduardo Braga (MDB-AM), previu em seu relatório inicial apenas o benefício para os veículos elétricos ou híbridos. A proposta, no entanto, dificultaria o plano de expansão da Stellantis em Pernambuco e prejudicaria outras empresas do setor instaladas no Nordeste e do Centro-Oeste. Por isso, a decisão de Lula de autorizar a extensão dos benefícios fiscais dá novo fôlego ao setor, a partir da concordância da base governista.
A Stellantis já investiu R$ 18,5 bilhões em Pernambuco. A garantia dos incentivos é essencial para a continuidade dos investimentos e a geração de novos empregos no polo automotivo. Segundo dados Ceplan Consultoria, a implantação do parque industrial da montadora ajudou Pernambuco a avançar e o estado saiu da 13ª posição do Produto Interno Bruto (PIB) nacional em 2010 (0,93%) para a 4ª posição em 2019 (5,17%).
“Garantir os incentivos é garantir o desenvolvimento de um setor tão importante e que gera tantos empregos de qualidade. É assegurar ao povo do nosso estado e a todo o Nordeste e o Centro-Oeste novas oportunidades que geram a melhoria da renda e transformam toda uma base social e econômica”, afirmou o senador.  

##RECOMENDA##

*Da assessoria de imprensa

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que vai conversar com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira, 24, sobre as medidas que estão sendo estudadas para impulsionar o setor automobilístico no País. O governo tem criticado o alto preço dos carros populares atualmente.

Lula e Haddad têm reunião marcada para às 11h30. "O presidente voltou e quer saber do estado da arte das discussões com o MDIC [Ministério do Desenvolvimento. Indústria, Comércio e Serviços]. Vamos apresentar os números."

##RECOMENDA##

O ministro, porém, disse que não sabe se as medidas já poderão ser anunciadas na quinta-feira e que há várias possibilidades sendo discutidas, mas algumas delas só poderiam ser implementadas no ano que vem devido a regras fiscais.

Ele não detalhou quais seriam. Há uma expectativa de que alguma medida seja anunciada em evento na Fiesp na quinta, com a presença de Lula.

O setor automotivo como um todo prevê queda de cerca de 40% na produção este ano em relação a 2019 em razão do fraco desempenho das vendas após o início da pandemia e do recuo das exportações. De quase 3 milhões de veículos previstos inicialmente, o número baixou para aproximadamente 1,8 milhão de unidades.

Em 12 meses, o setor fechou 6,3 mil vagas, das quais 4,1 mil na pandemia. Hoje emprega 121,9 mil trabalhadores, número que terá importante redução até o fim do ano diante de cortes aleatórios que vêm sendo promovidos pelas montadoras e pelos programas de voluntariado.

##RECOMENDA##

A General Motors encerrou na semana passada PDV em duas fábricas. Na de São Caetano do Sul, no ABC paulista, foram 294 inscrições, número que, segundo o sindicato local, ficou abaixo da expectativa da empresa, que ofereceu salários extras e um carro para quem aderisse. A planta tem ainda cerca de 700 funcionários em lay-off.

Em São José dos Campos (SP), foram 235 adesões e o sindicato local vai se reunir com a GM para avaliar se será necessária a reabertura do PDV. A unidade tem 3,6 mil funcionários, dos quais 1 mil estão em lay-off. A Renault, com fábrica no Paraná, também tem um PDV para cortar 747 vagas, número equivalente ao de demissões feitas em julho e que depois revogou após greve dos trabalhadores.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Símbolo de maturidade, status e autonomia desde que chegou ao Brasil, em 1891, o automóvel vem perdendo espaço entre os mais jovens. Identificada pelos governos, setor automotivo e por autoescolas, o crescente desinteresse dos jovens tem diversas causas. Entre os principais motivos apontados, estão a crise econômica, os inconvenientes do trânsito, os custos para manter um veículo próprio e a popularização de aplicativos móveis.

“Muitos jovens não consideram mais a CNH [Carteira Nacional de Habilitação] uma prioridade”, disse à Agência Brasil o presidente da Federação Nacional das Autoescolas e Centro de Formação de Condutores (Feneauto), Wagner Prado. Também presidente do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Mato Grosso do Sul, Prado afirma que o fenômeno se intensificou a partir de 2015, com o agravamento da crise econômica e o acesso aos serviços de aplicativos de transporte pago ou compartilhado.

##RECOMENDA##

“Muitos jovens estão adiando o momento de tirar a habilitação. As famílias têm optado por investir em outras coisas, como em cursos universitários para estes jovens. Com isso, muitos acabam desistindo de tirar suas carteiras”, comentou Prado.

“Antes, tudo que um garoto queria era completar 18 anos para poder dirigir o próprio carro. Hoje, eles veem os custos com IPVA, manutenção, seguro; o trânsito nas cidades; tem mais consciência sobre os riscos de acidentes. Somando a isso, aspectos como a Lei Seca, muitos acabam optando por outras formas de se deslocar, como os aplicativos de compartilhamento”, explicou o presidente da Feneauto.

Moradora do Distrito Federal, a universitária Aghata Ingridi de Sousa Sampaio, 22 anos, é um exemplo dos que dizem não ter interesse em tirar a primeira habilitação. “Quando eu estava prestes a completar 18 anos, meu pai se ofereceu para me pagar a autoescola. Só que eu me mudei para Foz do Iguaçu [PR] para fazer faculdade. Como eu morava perto do campus, ia às aulas de bicicleta. Além disso, a cidade não é tão grande e o transporte público lá funciona relativamente bem. Então, quando eu precisava, apanhava um ônibus”, contou Aghata.

De volta à capital federal, onde está concluindo o curso de geografia, a jovem continua preferindo se deslocar de carona ou de ônibus entre sua casa, em Planaltina, e o campus da Universidade de Brasília (UnB). Um percurso de cerca de 60 quilômetros que, considerando ida e volta, consome, em média, duas horas e meia de seu dia.

“Não quero ter carro para não expor outras pessoas a riscos, me expor a engarrafamentos, ter que pagar todas as despesas. Também acho que é uma questão de consciência. Depender do transporte público pode ser cansativo, mas acho mais cômodo andar de ônibus que dirigir no trânsito de Brasília. Principalmente quando você consegue um assento para viajar sentado em um ônibus que não esteja completamente lotado – o que depende muito dos horários”, comentou a estudante.

Para a jovem, a falta de qualidade do transporte público motiva as pessoas a recorrer ao carro ou à moto particular como uma solução cômoda. “Só que dirigir no nosso trânsito é muito estressante. E quanto mais a pessoa utiliza o transporte público, mais ela vai cobrar do Poder Público um serviço de transporte coletivo de qualidade e melhorias na mobilidade urbana”, disse.

Mudança gradual

De acordo com o presidente da Feneauto, exemplos como o de Aghata são cada vez mais comuns. “Isso ajuda a diminuir ainda mais a procura por aulas, derrubando a margem de faturamento e forçando muitas autoescolas a reduzirem o número de funcionários e a frota de veículos”, disse Prado, ele mesmo dono de um centro de formação de condutores. Por esse e outros motivos, as autoescolas vivem um momento de incertezas”, admite Prado.

No Distrito Federal, onde a universitária voltou a residir, a emissão total de CNHs (incluindo novas, renovação, mudança de categoria e segunda via) vem caindo ano a ano desde 2015, quando foram emitidas 554.554 carteiras. Em 2016, foram 386.422; em 2017, 392.147 e, no ano passado, 333.952 CNHs. A diminuição atinge todos os grupos etários, mas sobressai entre os condutores de 18 e 24 anos. Em 2015, foram emitidas 26.537 primeiras habilitações para essa faixa etária. Em 2018, o número caiu para 14.581, retração de 45%.

“Temos recomendado cautela ao setor. Há cinco, seis anos, muitos não previam a popularização dos aplicativos. Hoje, veículos que não precisam de condutores estão sendo testados. Daqui a poucos anos, portanto, teremos novas surpresas e eu acredito que tendemos a perder ainda mais clientes entre esta faixa mais jovem do público”, complementou Prado.

Revisão

Em nota, a Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Economia, do Ministério da Economia, informou que “vê como uma tendência para os próximos cinco anos a diminuição do interesse pela propriedade de automóveis e o aumento da procura por compartilhamento de veículos e uso de soluções alternativas, como bicicletas e patinetes”. E que, ao fim deste prazo, o assunto pode ser tema da primeira revisão do Programa Rota 2030 – Mobilidade e Logística, a política industrial para o setor automotivo que entrou em vigor em dezembro do ano passado, com previsão de vigorar até 2030.

“A mudança do padrão de consumo de motoristas mais jovens não consta diretamente no texto do primeiro ciclo da política Programa Rota 2030”, acrescentou a secretaria. O órgão explicou que, pelos próximos cinco anos, os consumidores mais jovens “ainda deverão ter participação significativa no mercado dos veículos tradicionais”. A pasta também lembrou que o Rota 2030 contempla incentivos a novas tecnologias de propulsão e soluções estratégicas para a mobilidade e logística em consonância com “novos modelos de negócio”.

Pesquisa

Uma recente pesquisa analisou a relação das diferentes gerações com a mobilidade. Apresentado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) em novembro de 2018, o estudo contempla os resultados das entrevistas com 1.789 pessoas de 11 capitais: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Na ocasião da divulgação, o então presidente da Anfavea, Antonio Megale, classificou os resultados como “surpreendentes”.

Apenas 39% dos entrevistados entre 26 e 35 anos possuíam carro. O percentual entre os jovens de até 25 anos era ainda menor: 23%. Entre os do primeiro grupo, 31% responderam não desejar comprar um carro nos próximos cinco anos. Percentual idêntico ao dos entrevistados com 36 a 55 anos de idade. Já entre os mais jovens (até 25 anos), 30% não tinham interesse em adquirir um veículo automotivo.

Somente 35% da geração mais nova têm habilitação para dirigir, e 8% dos que não têm CNH disseram que não pretendiam tirar o documento. O que pode ser explicado pelo fato de que saber dirigir sempre foi visto como uma habilidade capaz de ampliar as chances de conseguir um emprego.

Na época, o presidente da Anfavea interpretou que os dados sugerem que, mesmo entre os mais jovens, o desejo de ter um veículo e a CNH se mantém, mas que, de fato, algumas mudanças começaram a ocorrer entre os indivíduos da chamada Geração Y (de 26 a 35 anos) e se potencializaram entre os da Geração Z (até 25 anos). Os dois grupos são os mais propensos a usar outros tipos de transporte, como a bicicleta e os veículos compartilhados por aplicativos (que 34% de todos os entrevistados acreditam representar o futuro do carro). Por outro lado, são estes dois grupos os mais críticos aos ônibus – o que, para a Anfavea, pode demonstrar a necessidade de modernização do modal.

O programa de incentivo ao setor automotivo, anunciado há três semanas pelo governo de São Paulo para permitir novos investimentos da General Motors tem informações insuficientes para que outras montadoras possam seguir o mesmo caminho e anunciar aportes adicionais, segundo as empresas.

Parte delas está com planos em curso e não seria um incentivo no ICMS que as faria aumentar a aposta. Para outras, a exigência mínima é alta para justificar novo investimento num momento em que o mercado se recupera gradualmente e está longe de chegar ao auge de 2012.

##RECOMENDA##

O principal fator para não aderir ao programa, no entanto, é a falta de detalhes. O que está no decreto publicado dia 9 é insuficiente para tomar uma decisão. A Secretaria da Fazenda, em nota, disse que o governo ainda trabalha na resolução que vai regulamentar os termos do decreto.

O IncetivAuto oferece descontos de até 25% no ICMS para montadoras que investirem a partir de R$ 1 bilhão e gerarem no mínimo 400 vagas diretas. Para obter o desconto máximo, o investimento tem de ser de pelo menos R$ 10 bilhões. As empresas que atenderem às exigências mínimas do programa terão desconto de 2,5% no ICMS. A cada bilhão a mais, o desconto cresce 2,5 pontos.

O incentivo foi anunciado após negociação de quase dois meses com a GM, que em janeiro ameaçou deixar de investir nas fábricas de São Caetano do Sul e São José dos Campos. Não por acaso, após o anúncio do programa a GM anunciou plano de R$ 10 bilhões até 2024.

A Volkswagen, com fábrica em São Bernardo do Campo e Taubaté, tem plano em curso de investir R$ 7 bilhões de 2017 a 2020. A empresa ressaltou que considera positiva a medida do governo e até avalia nova rodada de investimento para depois de 2020. Porém, disse que "é necessário maior entendimento dos detalhes da medida para uma visão mais clara sobre possíveis impactos para a empresa".

A Scania, com fábrica em São Bernardo, disse que "aguarda mais detalhes do programa para entender os benefícios e obrigações previstas". A Honda tem duas plantas no Estado (uma delas inaugurada nesta semana), e já havia dito que a medida não teria impacto sobre seu negócio. O programa, além disso, não fez a Ford voltar atrás em sua decisão de encerrar a operação de São Bernardo destinada à caminhões e ao Fiesta. A fábrica está à venda e há três interessados. O programa pode beneficiar o possível comprador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Diplomatas do Mercosul deixaram o primeiro dia de negociações com a União Europeia frustrados com a postura dos europeus. O sentimento na delegação sul-americana é de que eles estão exigindo concessões da parte do Mercosul sem apresentar contrapartidas suficientes, principalmente no setor agrícola.

Em negociação há 18 anos, o acordo de livre-comércio entre Mercosul e Europa passou a uma fase crítica nesta semana. A UE teme que, com um novo governo no Brasil, as chances de entendimento sejam reduzidas e que os interesses americanos possam ampliar sua presença no Cone Sul.

##RECOMENDA##

A UE decidiu convidar uma delegação do Mercosul para tentar, nesta semana em Bruxelas, avançar na negociação, romper o impasse e oferecer, aos ministros dos dois blocos, a possibilidade de fechar um acordo a partir da semana que vem.

Mas, ao final do primeiro dia de encontros, o resultado foi considerado "decepcionante". Os europeus haviam solicitado concessões do Mercosul, principalmente no setor automotivo e na harmonização de normas para a venda de carros. Isso inclui desde segurança até meio ambiente, além de especificações sobre peças.

Para o Mercosul, essa harmonização é considerada delicada, já que colocar os padrões no mesmo pé de igualdade dos europeus significa fechar outros mercados consumidores. Ainda assim, o bloco esteve disposto a mostrar avanços.

Os europeus também querem medidas especiais para proteger produtos como vinhos, queijos e itens de alto valor agregado. Mas os negociadores sul-americanos sentiram que não foram correspondidos e que os europeus não mostraram sinais de que estão dispostos a fazer concessões em áreas de interesse do Mercosul.

Dificuldade

Diplomatas ainda aguardam para ver como serão os próximos dias de negociação. Mas se a posição europeia prevalecer, dificilmente haverá acordo. O Mercosul considera que o acesso oferecido para a exportação de carnes e de etanol está "longe" do que se imaginava que seria um acordo comercial. Para os europeus, porém, uma decisão nesse sentido seria "política" e apenas ministros poderiam fazer.

O temor do Mercosul é de que a UE esteja tentando extrair o máximo de concessões por parte do bloco sul-americano sem dar uma sinalização clara de como podem ganhar com o acordo. "Eles parecem plantados em suas posições originais", disse um negociador do Mercosul, na condição de anonimato.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, fontes em Bruxelas revelaram que a Comissão Europeia foi duramente freada por um grupo de países, depois que ficou claro que a parte executiva do bloco queria acelerar um acordo. Na sexta-feira,9, os comissários europeus receberam um alerta de algumas capitais de que concessões não seriam facilmente aceitas internamente. O governo da França, por exemplo, insiste que não se pode nem acelerar um processo negociador nem ceder, apenas para que um acordo seja atendido.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sem a aprovação da nova política industrial, batizada de Rota 2030, o setor automotivo iniciou o ano com as regras tarifárias que vigoravam antes da entrada em vigor do Inovar-Auto, programa encerrado em dezembro após cinco anos de vigência.

A principal alteração é o fim dos 30 pontos porcentuais extras de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos importados de fora do Mercosul e do México e da cota de até 4,8 mil carros para escapar dessa taxação. Com a volta do IPI normal de 7% a 25%, a Abeifa, que representa os importadores, espera alta de 35% nas vendas este ano, para cerca de 40 mil veículos.

##RECOMENDA##

No ano passado foram vendidos 29,7 mil carros importados, 16,5% menos que em 2016. Em 2012, último ano antes do Inovar-Auto, a venda chegou a 130,8 mil unidades. Além do imposto maior, várias marcas passaram a produzir localmente, como Mercedes-Benz e Audi.

Segundo o presidente da Abeifa, José Luiz Gandini, a projeção leva em conta também a alta do dólar, que encarece as importações. Para ele, o aumento de 35% esperado para 2018 é conservador pois a base anterior é muito fraca. A Abeifa acredita que as importações vão se concentrar em automóveis com preços a partir de R$ 80 mil a R$ 100 mil pois há pouco espaço para trazer modelos mais baratos.

A saída do ministro Marcos Pereira do Ministério da Indústria (Mdic) pode trazer mais complicações para a aprovação do Rota 2030, dependendo de quem for seu sucessor.

Pereira defendia a manutenção de subsídios para empresas que investirem em pesquisa e desenvolvimento. A resistência do Ministério da Fazenda em aprovar esse tipo de medida adiou para fevereiro (após a votação da reforma da Previdência) a decisão sobre o Rota.

O Inovar-Auto, por exemplo, previa redução de até 2 pontos porcentuais do IPI para quem superasse a meta de 12% de redução de emissões. Só Ford e GM conseguiram o incentivo maior, pois, na média, reduzirem as emissões de seus carros em até 18%. Audi, Honda, Mercedes-Benz, Nissan, PSA, Renault, Toyota e Volkswagen obtiveram 1 ponto de corte ao reduzirem até 15%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente mundial da MAN Latin America, dona da marca de caminhões Volkswagen, Andreas Renschler, disse na terça-feira (20), na Alemanha que já vê sinais de recuperação no mercado brasileiro, que vive uma das mais graves crises de sua história. "O mercado brasileiro chegou ao seu limite, mas começamos a verificar pequenas mudanças, como reações nas bolsas e no nível de confiança que vão levar a mudanças no cenário, mas sabemos que levará algum tempo."

O executivo participou da apresentação prévia de veículos da marca que estarão expostos ao público, a partir desta semana, no salão internacional de veículos comerciais, em Hannover, conhecido como IAA, o maior do mundo nesse segmento. Pela primeira vez, um caminhão produzido apenas no Brasil, e desenvolvido por engenheiros brasileiros e alemães, a nova versão do Constellation, é apresentado como destaque dos lançamentos da empresa no evento, realizado a cada dois anos e que está na 66.ª edição.

##RECOMENDA##

Outro lançamento do grupo alemão é o sistema de conectividade, batizado de Rio, "palavra em português que significa movimento, fluxo", disse o executivo. Nos últimos dias foram espalhados por vários pontos de Hannover, inclusive no aeroporto internacional, placas e cartazes com o slogan Rio, que na quarta-feira teve seu significado revelado.

O sistema Rio permite, por exemplo, que o motorista que saiu de um determinado local com 70% de carga possa ser informado, ao longo do trajeto, sobre uma carga disponível para transporte e, assim, completar a capacidade do caminhão, o que reduz custos.

O IAA reúne mais de 2 mil expositores, entre fabricantes de caminhões, ônibus, vans, de autopeças, implementos e serviços. Nessa edição, há um foco claro nos veículos conectados, elétricos e autônomos.

A partir de 2018, a Mercedes terá à venda, na Europa, os primeiros ônibus e vans 100% elétricos. Na sequência virão os caminhões de grande porte para entregas urbanas. Totalmente silencioso e livre de emissões, é uma das grandes apostas da marca para o que Bernhard chama de "a nova era do transporte sustentável".

Caminhões autônomos ou semiautônomos também estão em testes avançados pelas duas marcas alemãs, que aguardam definições da legislação para definirem prazos de lançamento.

Recuperação

O presidente global para veículos comerciais da Daimler, dono da Mercedes-Benz, Wolfgang Bernhard, está mais cético sobre o País do que o executivo da MAN. "O mercado brasileiro está muito difícil e somente terá uma retomada mais consistente quando as questões políticas tiverem menos impacto nas econômicas." Para ele, as mudanças propostas pelo presidente Michel Temer agora precisam de fato serem colocadas em prática. Ainda assim, Bernhard disse que o grupo vê o Brasil como mercado potencial e que manterá os investimentos locais.

O presidente da MAN no Brasil, Roberto Cortes, disse que a empresa busca novos mercados externos para ajudar a reduzir a ociosidade da fábrica de Resende (RJ), que opera com menos da metade de sua capacidade, situação similar à da rival Mercedes-Benz em sua unidade de São Bernardo do Campo (SP). Em três anos, ele espera ampliar a participação das vendas externas de 15% para 30% a 35% As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após mais de 30 dias de paralisação, as fábricas da Volkswagen de Taubaté (SP) e de São José dos Pinhais (PR) retomaram parcialmente a produção na quinta-feira (15) com o fim das férias coletivas dos funcionários. A unidade de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, retoma atividades na terça-feira (20).

Após travar disputa comercial com a fabricante de componentes do Grupo Prevent, com a qual rompeu contrato, a montadora nomeou cerca de dez novos fornecedores de itens como estruturas de bancos e de carrocerias. Com isso, deixa de ficar dependente de apenas um parceiro.

##RECOMENDA##

No início da semana, o presidente da Volkswagen no País, David Powels, disse que a montadora vai acelerar a produção para um ritmo mensal superior a 50 mil carros entre outubro e novembro para repor os estoques consumidos durante a paralisação nas fábricas do grupo.

Antes de interromper a produção por falta de peças, a empresa fazia em média 35 mil automóveis por mês em suas três fábricas. Powels afirmou que, em razão da parada, a marca perdeu mercado pois ficou sem alguns modelos para venda.

"Nós tivemos durante os últimos 20 meses muitos problemas com um grupo de fornecedores. Agora, estamos resolvendo", disse o executivo. A direção do Grupo Prevent no Brasil afirma que já demitiu 700 trabalhadores em São Paulo e que poderá cortar mais, pois 85% de sua produção eram destinadas à Volkswagen.

A Volks alega que, desde 2015, quando o Prevent, de empresários da Bósnia, adquiriu várias fabricantes brasileiras com quem mantinha contratos, começou a ter problemas de desabastecimento. Por causa disso, a produção foi suspensa em 160 dias e 150 mil carros deixaram de ser produzidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As fabricantes de automóveis Volkswagen e a Fiat, além da MAN, montadora de caminhões, e a CNH Industrial, que produz tratores e também caminhões, relatam não terem alterado planos de ampliar as exportações, entrando até em novos mercados, depois que o dólar inverteu a curva de valorização sobre o real. "O dólar é uma variável incontrolável. Então, procuramos depender menos do que não podemos controlar", afirma Roberto Cortes, presidente da MAN, onde a meta é, em três anos, aumentar de 15% para mais de 30% a parcela da produção dedicada a mercados internacionais.

Na mesma linha, Francesco Abbruzzezi, diretor de operações comerciais da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), diz que reavaliações nas estratégias de exportação vão depender mais da trajetória do câmbio no médio e longo prazo.

##RECOMENDA##

Representante de uma indústria que está aumentando o quanto pode as exportações para diminuir a ainda acentuada ociosidade das fábricas, a Anfavea, associação das montadoras, considera que o setor tem condições de competir no exterior mesmo se o dólar voltar para R$ 3,10. Por outro lado, a Abimaq, associação que abriga os fabricantes de máquinas e equipamentos, avalia que o impacto negativo já se nota na queda de 13% das exportações do setor de junho para julho.

Câmbio ideal

Na Fundação Getulio Vargas (FGV), um núcleo de estudos coordenado pelo professor Nelson Marconi se debruçou sobre o tema e constatou que o dólar teria que valer R$ 3,67 para que as exportações da indústria de transformação do Brasil tivessem a mesma rentabilidade obtida por concorrentes do exterior. "Esse é o câmbio que permitiria compensar a diferença de custo de trabalho em relação a outros países", afirma Marconi.

Outra pesquisa, feita pelo Bradesco a partir das repostas de aproximadamente 4 mil empresas, coloca em R$ 3,61 a taxa de câmbio que, na média, permitiria uma competitividade mínima em 21 setores da economia brasileira. A resposta sobre qual patamar de câmbio viabiliza as exportações varia, não apenas de um setor a outro, mas também entre as empresas que participam de um mesmo segmento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A crise que levou à redução drástica nas vendas e na produção de veículos no Brasil provocou o fechamento, de 2014 até agora, de 31 mil vagas nas montadoras, onde normalmente os empregos são considerados de melhor qualidade. Na rasteira, foram demitidos mais de 50 mil trabalhadores nas autopeças e mais de 124 mil nas concessionárias, numa conta que supera 200 mil cortes.

Os números vão seguir em alta, pois ainda há ajustes a serem feitos em algumas fábricas, como as de Taubaté (SP) e São José dos Pinhais (PR), onde a Volkswagen deve seguir o mesmo procedimento realizado na unidade do ABC paulista, com abertura de programa de demissão voluntária (PDV), que atraiu pelo menos 1,2 mil funcionários nos últimos dias.

##RECOMENDA##

Na Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo (SP), 1.047 trabalhadores se inscreveram em um PDV nas duas últimas semanas, após a montadora oferecer R$ 100 mil como incentivo, além dos direitos da rescisão. Apesar disso, a empresa não obteve as 1,4 mil adesões que esperava e, por isso, demitiu mais 370 funcionários.

Alguns trabalhadores aderiram ao programa por não verem mais o futuro que esperavam no setor, até pouco tempo muito cobiçado. "O ambiente atual é de muita pressão", diz Gustavo, funcionário da Mercedes há cinco anos que pediu para não ter o sobrenome divulgado, por questão de segurança.

Ele vai aproveitar o salário extra e a rescisão para quitar as prestações do apartamento em Santo André (SP), onde mora com a esposa, que trabalha numa administradora de condomínios, e a enteada, de 12 anos. "Com isso, me livro da maior dívida que tenho."

Gustavo, de 39 anos, vai começar a distribuir currículos em indústrias, mas já dá "este fim de ano como perdido". Se não conseguir emprego nessa área, pretende voltar a dar aulas de história, área em que é graduado.

Outro funcionário que também pede para não ter o nome divulgado - e se identifica apenas pelas iniciais J.S. - quer aproveitar o dinheiro do PDV para fazer um curso de línguas fora do País e, quem sabe, uma pós-graduação. "Enquanto a situação não melhora, vou tentar investir nos estudos", afirma ele, que tem 38 anos e também trabalhou por cinco anos na Mercedes no setor de CKD (veículos desmontados).

A intenção do ex-metalúrgico é ir para o Canadá ou Austrália, mas ele se preocupa com a dívida que deixará no Brasil, de "muitas" prestações do imóvel adquirido em São Bernardo do Campo (SP) há poucos anos.

A esposa e os três filhos de 17, 10 e 7 anos ficarão no País. Ela faz bicos como manicure e em confecção de roupas.

No fim de 2013, as montadoras do País empregavam 157 mil trabalhadores, número que, em agosto, era de 126 mil. Desse total, 2,5 mil estão em lay-off (com contratos suspensos por cinco meses) e 19,8 mil no Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que reduz jornada e salários.

Retomada

A partir de 2014, quando as crises econômica e política se intensificaram, a produção nacional despencou de 3,7 milhões de veículos para as esperadas 2,3 milhões de unidades neste ano.

O mercado interno encolheu 1,7 milhão de veículos e caminha para chegar ao fim do ano com vendas de no máximo 2 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, retornando assim a volumes próximos aos de dez anos atrás.

Voltar a vender anualmente mais de 3 milhões de unidades, como ocorreu de 2009 a 2014, deve levar no mínimo quatro anos, prevê Rodrigo Custódio, diretor da área automotiva da consultoria Roland Berger para a América do Sul.

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale, também vê uma recuperação lenta. Neste ano, a entidade estima nova queda de 19% nas vendas em relação ao anterior, mas, para 2017, o executivo espera o início da retomada.

"Certamente vamos ficar acima dos 2 milhões de veículos deste ano, que é um número muito baixo", prevê Megale. "Pode ser até que o volume cresça pouco, mas não vai ser negativo."

Queda de vendas no Brasil causa prejuízo bilionário a fabricantes

Nos últimos dois anos e meio, apenas duas das quatro maiores montadoras do País - as americanas General Motors e Ford - somaram prejuízos de US$ 3,9 bilhões na América do Sul, região em que o Brasil responde por quase 60% das vendas. As duas marcas e a Fiat Chrysler são as únicas que divulgam balanços financeiros na região.

O grupo Fiat Chrysler teve lucro de US$ 218 milhões em 2014 e prejuízo de US$ 78 milhões no ano passado. No primeiro semestre deste ano, voltou a se recuperar e registrou ganho de US$ 10 milhões. A Ford, contudo, perdeu no período US$ 521 milhões, quase 40% a mais que em igual intervalo de 2015.

A GM, por sua vez, teve prejuízo de US$ 188 milhões, melhora significativa em relação ao resultado negativo de US$ 358 milhões no primeiro semestre de 2015. "Provavelmente a empresa adotou medidas de eficiência, redução de custos e de pessoal", afirma o diretor da Roland Berger, Rodrigo Custódio.

Ele acredita que o quadro de perdas se estenda para a maioria das demais montadoras. O setor opera com menos de 50% de sua capacidade produtiva, de 5,3 milhões de veículos, atingida nos últimos anos com a inauguração de novas fábricas.

Uma das novas construções, a unidade da Honda em Itirapina (SP), ficou pronta no fim de 2015, mas até hoje não ligou as máquinas. A fábrica com capacidade para 120 mil carros ao ano está fechada, à espera da retomada do mercado. Não há previsão de quando será inaugurada.

Competitividade

O único dado positivo das montadoras são as exportações, em parte ajudadas pela questão cambial.

No ano passado as vendas externas somaram 417 mil veículos, quase 25% a mais que em 2014. Neste ano, a previsão é de superar 500 mil unidades.

O problema é que o carro nacional só consegue chegar a países da América Latina, cuja demanda total é inferior ao mercado brasileiro. Além disso, para alguns deles, é mais barato importar da China ou dos Estados Unidos.

"O Brasil precisa sair para fora da América Latina, pois o mundo é muito maior que isso", diz Custódio. Mas a falta de acordos comerciais com outros países, e principalmente a falta de competitividade do produto nacional, torna esse caminho bastante difícil.

O consultor da Roland Berger cita, por exemplo, o nível de automação - que é um elemento de competitividade - na indústria local. "O Brasil tem 30 mil robôs nas fábricas e, para se equiparar à média mundial precisaria ter 200 mil".

Outro exemplo é a falta de escala de produção. Levando-se em conta a grande quantidade de modelos produzidos no País, a média brasileira é de 30 mil unidades ao ano por modelo. Nos EUA é de 110 mil, no México de 90 mil e na Alemanha de 80 mil. Segundo Custódio, o investimento em um novo carro é muito alto e, sem escala produtiva, pode ser inviável.

Outro fator citado por ele é a urgente necessidade de recuperação do parque de fornecedores, que passa por grandes dificuldades e muitas empresas estão quebrando ou entrando em recuperação judicial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com queda na produção em quase 8%, mais intensa do que a média nacional, e três mil demissões no último ano, a associação das indústrias automobilísticas que operam no sul do Estado do Rio de Janeiro discute com o governo estadual medidas para alavancar as vendas e melhorar a competitividade do setor. O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) prometeu avaliar a possibilidade de o próprio Estado adquirir ônibus escolares para os municípios e de incentivar a substituição da frota atual de táxis somente com veículos produzidos no Rio, já de olho nos Jogos Olímpicos 2016.

"Não sei se é possível, mas é uma maneira de melhorar e renovar a nossa frota, com o mote dos Jogos Olímpicos. Também podemos tentar comprar ônibus escolar, para ajudar municípios", disse Pezão ao participar de fórum promovido pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). "Temos que fazer os ajustes que são necessários na máquina pública, mas a gente não pode deixar de crescer, de pensar no emprego, nos trabalhadores."

##RECOMENDA##

O cluster automotivo do sul fluminense inclui cinco grandes montadoras (Nissan, PSA Peugeot Citröen, Hyundai, Jaguar e MAN Latin America) e mais de 20 empresas fornecedoras. Com a crise no setor, as fábricas já demitiram três mil pessoas em um ano. Dos 12 mil trabalhadores remanescentes, três mil estão em férias, licenças remuneradas ou lay-off (suspensão temporária de contratos).

"Esses outros três mil ainda estão ligados à empresa, mas nós estamos avaliando", afirmou Wesley Custódio, presidente do cluster automotivo. Ele não descartou novos ajustes na mão de obra das fábricas, caso o processo de retomada demore a acontecer.

Estímulos

Além de injetar demanda, Pezão destacou a necessidade de melhorar as condições de financiamento para o setor automotivo. Já do lado das empresas, os pedidos são por estímulos fiscais, como desoneração do IPVA (principalmente para taxistas), medidas de competitividade (como redução dos custos com energia elétrica e transporte) e melhorias na infraestrutura.

Hoje, as fábricas, sediadas nos municípios de Resende, Porto Real e Itatiaia, enfrentam dificuldades no escoamento da produção devido à capacidade insuficiente da Rodovia Presidente Dutra (BR-116), cuja concessão é da CCR. A renovação do contrato com a concessionária prevê a construção de vias marginais, para facilitar o trânsito na região. "Estamos fazendo investimentos ali, mas ainda tem muito a ser feito", reconheceu Pezão.

A criação de incentivos fiscais, por sua vez, está em estudo pela área econômica, mas o governador adiantou que a situação financeira do Estado do Rio é delicada. "A gente está sempre aberto a dar incentivos. Agora, o Estado tem seus limites, a gente já deu muito incentivo nessa área."

O argumento do setor, no entanto, é de que a desoneração serviria de alavanca às vendas e, consequentemente, à arrecadação do Estado. Hoje, as receitas com tributos estão minguando, justamente porque as vendas estão em queda. "Se o Estado vai adotar ou não, não sabemos. (Com o estímulo) Nós vamos vender mais, então o Estado vai arrecadar mais. Hoje, quando não vendemos, além de as empresas demitirem, não tem geração de recursos para o Estado", disse Custódio.

A incerteza política é outro fator prejudicial à indústria, que não consegue fazer seu planejamento. "Há um mês, a gente pensava que o dólar chegaria a R$ 4 talvez no fim do ano. Hoje a gente já pensa se ele vai chegar a R$ 4 no fim do mês", reclamou Custódio.

Brasil e Uruguai fecharam um novo acordo automotivo provisório para permitir um maior comércio de veículos e autopeças entre os dois países. O entendimento valerá até o fim do ano, quando os dois países esperam firmar um acordo permanente.

Até agora, o acordado era que o Brasil só poderia vender ao Uruguai, sem pagar imposto de importação, uma cota de 8.500 veículos e US$ 99,6 milhões em autopeças em um ano, que valeria entre junho de 2015 e julho de 2016. Com o novo acordo, a cota mais que dobra: valerá para este semestre (julho a dezembro de 2015) e passará a ser de 10.056 veículos e US$ 99,6 milhões em autopeças.

##RECOMENDA##

O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Daniel Godinho, comemorou o acordo provisório e disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que as perspectivas para o entendimento definitivo são excelentes. "Vamos buscar um acordo permanente para a ampliação do acesso de produtos brasileiros ao mercado uruguaio e do comercio bilateral entre os países", completou.

Cronograma

Foi estabelecido ainda um cronograma de negociações com quatro reuniões até o fim do ano para chegar a um acordo permanente. De acordo com fontes ouvidas pela Broadcast, o Brasil quer que a cota anual seja superior a 20 mil veículos, o que representaria quase metade do mercado uruguaio.

Pelo lado do Uruguai, que quer alavancar as exportações ao Brasil de autopeças, a principal reivindicação é flexibilizar a cota de nacionalização dos produtos vendidos. A exigência hoje é de que o bem exportado pelos uruguaios tenha pelo menos 50% de conteúdo local, mas eles tentam reduzir esse porcentual.

Atualmente, os veículos brasileiros ocupam 21% do mercado uruguaio, que tem ainda a China com 28%, Índia com 14% e México e Coreia do Sul com 11% cada. Em 2006, a participação dos carros brasileiros era de 60%.

Nas próximas semanas, o Brasil deverá anunciar ainda um acordo automotivo para a Colômbia O anúncio estava previsto para a semana passada, mas foi adiado por questões de agenda entre os ministros dos dois países. Deverá ser criada uma cota para a exportação de 12 mil a 13 mil veículos por ano sem o pagamento de imposto de importação.

Brasil e Uruguai fecharam um novo acordo automotivo provisório para permitir um maior comércio de veículos e autopeças entre os dois países. O entendimento valerá até o fim do ano, quando os dois países esperam firmar um acordo permanente.

Até agora, o acordado era que o Brasil só poderia vender ao Uruguai, sem pagar imposto de importação, uma cota de 8.500 veículos e US$ 99,6 milhões em autopeças em um ano, que valeria entre junho de 2015 e julho de 2016. Com o novo acordo, a cota mais que dobra: valerá para este semestre (julho a dezembro de 2015) e passará a ser de 10.056 veículos e US$ 99,6 milhões em autopeças.

##RECOMENDA##

O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Daniel Godinho, comemorou o acordo provisório e disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que as perspectivas para o entendimento definitivo são excelentes. "Vamos buscar um acordo permanente para a ampliação do acesso de produtos brasileiros ao mercado uruguaio e do comercio bilateral entre os países", completou.

Cronograma

Foi estabelecido ainda um cronograma de negociações com quatro reuniões até o fim do ano para chegar a um acordo permanente. De acordo com fontes ouvidas pela Broadcast, o Brasil quer que a cota anual seja superior a 20 mil veículos, o que representaria quase metade do mercado uruguaio.

Pelo lado do Uruguai, que quer alavancar as exportações ao Brasil de autopeças, a principal reivindicação é flexibilizar a cota de nacionalização dos produtos vendidos. A exigência hoje é de que o bem exportado pelos uruguaios tenha pelo menos 50% de conteúdo local, mas eles tentam reduzir esse porcentual.

Atualmente, os veículos brasileiros ocupam 21% do mercado uruguaio, que tem ainda a China com 28%, Índia com 14% e México e Coreia do Sul com 11% cada. Em 2006, a participação dos carros brasileiros era de 60%.

Nas próximas semanas, o Brasil deverá anunciar ainda um acordo automotivo para a Colômbia, como antecipou o Broadcast. O anúncio estava previsto para a semana passada, mas foi adiado por questões de agenda entre os ministros dos dois países. Deverá ser criada uma cota para a exportação de 12 mil a 13 mil veículos por ano sem o pagamento de imposto de importação.

É consenso que, em meio à recessão da economia, a restrição de crédito é um problema para as empresas. A forma de enfrentar isso, por outro lado, é objeto de divergência. Economistas ouvidos pelo jornal "O Estado de S. Paulo" fizeram análises distintas sobre a estratégia do governo de orientar os bancos públicos a socorrer empresas da cadeia produtiva de diversos setores com empréstimos em melhores condições.

Os dados mais recentes do Banco Central (BC) apontam alta de apenas 0,6% nas concessões totais de crédito para pessoas jurídicas nos 12 meses até junho - no acumulado do ano, houve queda de 0,4%.

##RECOMENDA##

Para o consultor Roberto Luís Troster, que foi economista-chefe da Febraban, entidade que representa os bancos, os números são sinal de que há uma "crise de crédito". "O Brasil está com problemas, isso está freando a economia. Uma reforma de crédito daria um gás na economia", afirmou Troster, crítico da estratégia anunciada nesta terça-feira, 18.

Na visão do economista Júlio Gomes de Almeida, professor do Instituto de Economia da Unicamp, "estamos perdendo o controle do tamanho da recessão". "Se o crédito for embora, a coisa fica muito difícil", afirmou Almeida.

Para o professor, oferecer linhas de crédito especiais para algumas cadeias produtivas que têm grande capilaridade na economia é positivo, mesmo que não resolva o problema. Em sua visão, o crédito apenas "dá fôlego" às empresas.

Mesmo assim, o modelo das linhas anunciadas pela Caixa hoje para o setor automotivo, que usam como garantia contratos de fornecimento com as montadoras, no caso do setor de autopeças, é positivo porque permite oferecer juros menores com menos subsídio. Na mesma linha, vai a oferta de capital de giro do BNDES, o Progeren, que teve as condições ampliadas na semana passada, com orçamento de R$ 7,7 bilhões até o fim do ano.

Almeida não vê problemas na seleção de alguns setores. Segundo o professor da Unicamp, cadeias de fornecedores das indústrias de bens de capital, eletroeletrônica, moveleira e química, além da automotiva, geram muitos empregos e movimentam a economia.

Troster discorda

"O governo poderia até fazer incentivos setoriais, mas, neste momento de crise de crédito e inadimplência, essas medidas só vão aliviar algumas empresas à custa de toda a sociedade", afirmou o economista, que defende uma reforma do crédito, começando pela liberação dos compulsórios, os recursos dos bancos depositados no BC, com baixíssimo rendimento e que não podem ser emprestados.

Segundo Troster, são R$ 360 bilhões parados e liberar uma parte disso dinamizaria o crédito para todas as empresas. Outras medidas da reforma seriam mudar as exigências do BC em relação a provisionamentos para perdas (valores que os bancos separam no balanço para arcar com calotes), montar um cadastro de inadimplência "interativo" (usado por todos os bancos e com notas para cada tomador de crédito, empresa ou pessoa física, que funcionaria como os bônus do setor de seguros) e mudar o sistema de tributos.

Almeida e Troster discordam também sobre os impactos nas contas públicas. Para o professor da Unicamp, o custo em termos de recursos públicos é pequeno porque há boas garantias, no modelo usado no setor automotivo. Já Troster alerta para o risco de se "colocar dinheiro bom sobre dinheiro ruim", pois em vários dos setores citados a demanda na ponta está fraca, como no caso das vendas de automóveis, em queda desde o início do ano.

A crise não derrubou só as vendas do setor automotivo, mas também mudou os hábitos de consumo de quem ainda está disposto a fazer uma dívida para comprar um veículo. Pela primeira vez desde 2011 (início da série histórica), os carros com quatro a oito anos de uso passaram os novos nos financiamentos, segundo um levantamento da central de depósitos de ativos e títulos Cetip para o Estado.

No primeiro semestre, os "usados jovens" responderam por 35,51% dos financiamentos, ou 752,1 mil unidades, enquanto os novos representaram 35,1% do total. A vantagem, ainda que por margens estreitas, começou a ganhar impulso na virada do ano, com a volta da cobrança integral do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os veículos zero-quilômetro.

##RECOMENDA##

"O mercado de novos teve benefícios fiscais e de crédito enormes de 2010 para cá, mas isso acabou", diz Marcus Lavorato, gerente de Relações Institucionais da Unidade de Financiamentos da Cetip. Ele pondera que, mais do que uma franca expansão dos usados, o resultado mostra uma volta à normalidade do mercado.

Agora, o consumidor que precisa trocar de veículo olha para o tamanho da parcela do novo e acaba migrando para o usado. "Um veículo de 2010, por exemplo, foi fabricado ainda no contexto do IPI reduzido. Logo, tem um preço ainda mais competitivo em relação ao novo", diz Lavorato. Para Vitor Meizikas, analista da consultoria Molicar, outra questão que influencia é o fato de o veículo novo ter um preço mais rígido e com menos margem de barganha do que o usado.

O presidente da Fenabrave, associação que representa as concessionárias, Alarico Assumpção Junior, diz que há também evidências de que há menos seminovos na praça. "Grande parte dos donos dos seminovos não quer trocar de carro. Logo, cai o estoque desses veículos e o consumidor parte para unidades mais velhas", afirma.

Custos

As taxas de juros para aquisição de veículos variam entre 0,80% e 4,1% ao mês, segundo dados do Banco Central. O levantamento não separa as taxas por idade dos veículos, mas, segundo especialistas, o juro do usado é maior do que o do novo. Assim, o consumidor precisa levar em conta que o financiamento vai pesar mais no bolso.

"A possibilidade de retomar um veículo usado e conseguir um bom preço em leilão é menor do que no novo, então os bancos e financeiras embutem isso na taxa de juros", afirma Paulo Roberto Garbossa, consultor da ADK Automotive. O comprador ainda precisa ficar atento ao fato de que modelos muito procurados, como hatches, sedãs e utilitários esportivos (SUVs), podem ter o preço inflado pela demanda.

O preço médio de um Honda Civic 1.8 manual 2011, por exemplo, aumentou 2,4% de abril a julho deste ano, e hoje está em R$ 41 mil, segundo dados da consultoria Molicar. Meizikas afirma que foi justamente a partir do segundo trimestre que a preferência dos compradores pelos usados começou a ficar mais clara.

Seguro

O preço do seguro também deve entrar na lista de itens a serem considerados pelo comprador. Em veículos populares, por exemplo, costuma sair mais em conta contratar um seguro para os carros de "segunda mão". Uma simulação da corretora Minuto Seguros mostra que a diferença pode superar os 50% entre um veículo novo e outro com oito anos de uso. É o caso do Fiesta 1.6 nos anos 2007 e 2015, cujos preços dos seguros ficam, respectivamente, em R$ 1.672,27 a R$ 2.527,50.

Analistas do setor, contudo, dizem que a idade do veículo não é o único fator a determinar o valor do seguro. Índice de roubo e quilometragem são informações que também entram na análise. No fim das contas, o custo do seguro pode aumentar ou a seguradora pode até mesmo recusar o contrato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Mercedes-Benz vai interromper toda a produção de caminhões e ônibus na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, pela segunda vez num prazo de 20 dias. A montadora anunciou nessa sexta-feira (31) que dará licença remunerada aos 7 mil trabalhadores da produção entre os dias 7 e 21. Esse mesmo grupo de funcionários retornou de férias coletivas de 20 dias na semana passada. A empresa informou ainda que deverá promover demissões a partir de 1º de setembro.

A montadora alega ter 2 mil trabalhadores excedentes, de um total de 10 mil (250 deles já estão em lay-off). Sem detalhar números, afirmou que "está em estudo um ajuste no nosso quadro de colaboradores horistas e mensalistas". A Mercedes está com um programa de demissão voluntária (PDV) aberto desde o dia 14, com encerramento previsto para daqui duas semanas. Segundo fontes, a adesão, por enquanto, é baixa.

##RECOMENDA##

No início do mês, a empresa propôs aos trabalhadores a redução da jornada de trabalho em 20% e dos salários em 10%, por período de um ano. Em troca, oferecia estabilidade no emprego nesse período. A proposta, contudo, foi rejeitada por 74% dos funcionários.

Em razão da recusa, a empresa não tem planos de aderir ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), anunciado recentemente pelo governo e que prevê a redução da jornada e dos salários em até 30%, mas 15% dos salários são bancados pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). "O PPE já foi rejeitado por nossos trabalhadores", diz o diretor de Comunicação e Relações Institucionais da Mercedes, Luiz Carlos Moraes. Segundo ele, a proposta da empresa seria adaptada ao PPE após sua oficialização.

O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, disse que a entidade vai tentar negociar com a empresa uma alternativa aos cortes. "Reconhecemos o problema de queda na produção, mas precisamos encontrar formas para fazer a travessia até que o mercado volte a melhorar", diz ele, que é funcionário da Mercedes.

Nobre admite, contudo, que a rejeição da proposta que havia sido negociada entre a empresa e o sindicato, da redução de jornada e salários, "deixa a margem de negociação estreita". A entidade pretende procurar a direção da empresa a partir de Segunda-feira.

A Mercedes alega que vem adotando, há mais de um ano, medidas como lay-off, PDV, férias coletivas, licença remunerada e semana reduzida de trabalho. Afirma que, diante da manutenção da forte queda nas vendas de veículos comerciais, e sem outras alternativas no momento para gerenciar o excedente de pessoal, decidiu novamente interromper a produção.

No primeiro semestre, as vendas de caminhões da marca caíram 42,8% em relação ao mesmo período de 2014, para 9,5 mil unidades. As vendas de ônibus recuaram 14,2%, para 4,8 mil unidades. Em julho, o mercado de veículos comerciais seguiu em queda.

Em um ano, a indústria automobilística demitiu 14,5 mil trabalhadores, dos quais 7,6 mil nos últimos seis meses. Atualmente há quase 7 mil trabalhadores em lay-off (contratos suspensos por até cinco meses).

A General Motors ainda não definiu o que fará com o grupo de 778 funcionários da fábrica de São José dos Campos (SP), que está em lay-off, com retorno previsto para o dia 10. A empresa já manifestou interesse em aderir ao PPE, mas não oficializou a medida. Em São Bernardo do Campo, pelo menos três empresas de autopeças estão perto de fechar acordo de adesão.

Contratações

Em meio aos anúncios de cortes de produção, na quinta-feira a Toyota anunciou que vai contratar 500 trabalhadores para suas fábricas de São Paulo. Para a fábrica de Sorocaba irão 320 novos funcionários. Ela produz o compacto Etios e terá a capacidade ampliada de 74 mil para 108 mil unidades ao ano. A filial de Porto Feliz, que fará motores, será inaugurada no primeiro semestre de 2016 e os 180 funcionários que serão contratados agora vão passar por treinamentos nesse período. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em mais uma ação para tentar adequar o nível de produção à baixa demanda do mercado automotivo, a General Motors (GM) vai paralisar toda a produção de veículos na fábrica de São José dos Campos (SP), de 15 e 26 de junho, informou na tarde desta sexta-feira, 29, o sindicato dos metalúrgicos da cidade. Segundo a entidade, durante esse período, a montadora vai conceder férias coletivas aos quase 1,7 mil funcionários que trabalham na fabricação de automóveis. A montadora confirmou a paralisação, mas não comentou detalhes

De acordo com o presidente do sindicato, Antônio Ferreira Barros, a empresa informou a decisão aos trabalhadores por meio de comunicado oficial enviado na tarde de quinta-feira, 28. Ele ressaltou que a paralisação não afetará a produção nas outras fábricas de motores, câmbio e injetores que compõem o complexo industrial de São José, onde trabalham ao todo cerca de 5,2 mil pessoas. Com a parada, o sindicalista estima que até 1,7 mil veículos deixarão ser produzidos na unidade, onde são fabricados em média 170 veículos por dia atualmente.

##RECOMENDA##

Os 1,7 mil trabalhadores que entrarão em férias coletivas se juntarão aos 798 metalúrgicos que estão em lay-off (suspensão temporária dos contratos) até agosto em São José. A GM tem ainda 1.719 trabalhadores com contratos suspensos em São Caetano do Sul (SP), dos quais deve demitir 819 que deveriam retornar do lay-off em 9 de junho, segundo o sindicato da região. Na unidade, a montadora concederá férias coletivas a todos os trabalhadores da produção de 1º a 26 de junho.

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, avaliou que a crise pela qual passa o setor automotivo nacional é "conjuntural" e "pontual". Durante fala na abertura do VI Fórum da Indústria Automobilística, na capital paulista, ele previu que, após enfrentar um primeiro trimestre extremamente difícil, o setor pode ter uma retomada no segundo semestre de 2015.

Moan reconheceu que, diante desse período difícil, o Brasil poderá terminar 2015 como o quinto maior mercado automotivo vendedor do mundo e não como quarto, como em 2014. Para ele, ainda que caia no ranking, a quinta colocação ainda é importante. O executivo defendeu que, diante do dólar mais valorizado ante o real, é preciso incentivar a cadeia de autopeças nacional, pois, caso contrário, será mais fácil importar.

##RECOMENDA##

O presidente da Anfavea informou que o governo e as entidades representativas das montadoras trabalham no sistema informatizado de rastreabilidade de autopeças, que deverá entrar em vigor em maio ou junho deste ano. O sistema estava previsto no Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto), criado pelo governo federal em 2012.

Moan comentou ainda que, após a reunião dos associados da Anfavea com a presidente Dilma Rousseff, na última quarta-feira, 1, ficou acertado a criação de um grupo interministerial para estudar um programa de renovação da frota de caminhões. O executivo, no entanto, não deu mais detalhes, nem previsões de quando esse programa deverá ser implantado.

Brasil e México assinam nesta segunda-feira, 9, a renovação por mais quatro anos do acordo automotivo bilateral, que vence no próximo dia 18 de março. A vontade do governo brasileiro acabou prevalecendo, apesar da pressão dos negociadores mexicanos, que defendiam o livre-comércio. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o acordo será renovado com uma cota de importação menor que a atual e volta a subir gradualmente a partir do segundo ano.

O novo regime automotivo vai permitir que cada país exporte para o outro até US$ 1,56 bilhão nos próximos 12 meses, sem o pagamento do Imposto de Importação. O que exceder esse valor será taxado à alíquota de 35%. A partir de março de 2016, a cota subirá 3,0% a cada ano.

##RECOMENDA##

O acordo significa uma restrição maior do governo brasileiro à entrada de automóveis mexicanos no País num momento em que a balança comercial opera no vermelho e o mercado interno para carros está desaquecido. O acordo em vigor foi assinado em 2012. No ano passado, a comercialização foi de US$ 1,64 bilhão de veículos leves para ambos os lados sem pagamento de Imposto de Importação. O México chegou a usar toda a cota permitida para vender ao Brasil e, por isso, estava pressionando para que o comércio bilateral no setor automotivo fosse sem limitações.

Livre-comércio

O Brasil não usou a cota do último ano, mas as montadoras instaladas no País também gostariam de ver entrar em vigor o livre-comércio. Com o mercado interno patinando e precisando ampliar as exportações para melhorar o desempenho do setor, as empresas avaliam que qualquer restrição de comércio com o México e a Argentina neste momento é ruim.

Os negociadores brasileiros, no entanto, acreditam que o livre-comércio deve ser negociado dentro de uma discussão mais ampla de abertura de mercado para outros produtos. O anúncio do novo acordo automotivo será feito hoje pelos ministros brasileiros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, e pelo secretário de Economia do México, Ildefonso Guajardo Villareal.

Atendendo às montadoras brasileiras, o acordo manterá em 35% o porcentual de peças nacionais exigido na produção dos veículos. Na negociação do acordo em 2012, os dois países tinham acordado aumentar o conteúdo regional dos veículos fabricados para 40% em 2016.

A cota de US$ 1,56 bilhão significa voltar ao patamar permitido pelo acordo em 2013. O acordo foi negociado em 2012 tanto pelo Brasil quanto pela Argentina após registrarem grandes déficits comerciais em favor do México. No caso do Brasil, as importações de carros mexicanos ficaram restritas a US$ 1,45 bilhão, em 2012; US$ 1,56 bilhão, em 2013; e US$ 1,64 bilhão, em 2014 (cota que vale até 18 março deste ano).

Caminhões

Além do acordo de importação de veículos, o Brasil começou a negociar com o México um acordo comercial na área de caminhões. As negociações, contudo, ainda estão no âmbito das associações do setor brasileira e mexicana. Uma primeira reunião para debater o assunto foi realizada em novembro do ano passado, no México. Uma nova reunião deve ser realizada em maio. A ideia é apresentar uma proposta de acordo aos governos dos dois países até o fim deste ano.

Em 2014, segundo dados da Organização Internacional de Construtores de Automóveis (Oica), o Brasil foi ultrapassado pelo México como o maior produtor de automóveis da América Latina e, neste ano, pode deixar de ser o quarto maior mercado de carros do mundo, perdendo o posto para a Alemanha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando