A sobrevivência da petrolífera OGX, do empresário Eike Batista, poderá depender da venda de ativos do portfólio da companhia ou do exercício da opção da put de US$ 1 bilhão, o que significa, na prática, exigir que Eike aumente o capital da companhia. Se a empresa trilhar esse caminho, poderá ganhar um pouco mais de fôlego para seus compromissos imediatos e afastar, por ora, a desconfiança do mercado. A cotação dos títulos da dívida da OGX no exterior indica que os investidores estão prevendo calote da dívida, segundo analistas financeiros.
Ontem, 1º, a ação da OGX bateu a mínima histórica, caindo mais de 30%, por causa do anúncio do fim da produção dos poços no Campo de Tubarão Azul ao longo de 2014 e a suspensão do desenvolvimento dos campos de Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia.
##RECOMENDA##Além disso, a companhia terá de pagar US$ 449 milhões à OSX por quebra de contrato.
No exterior, a percepção de que a empresa pode renegociar sua dívida se aprofundou com o comunicado da companhia e os bônus de dívida da OGX passaram a valer menos de 20% do valor de face.
Para o Citi, a OGX poderia colocar à venda algumas participações obtidas na 11ª Rodada, como na Bacia do Parnaíba, a participação de 40% da OGX na Santos BS-4 ou mesmo a sua participação remanescente de 60% em Tubarão Martelo. A OGX adquiriu participação em 13 blocos exploratórios na Margem Equatorial e na Bacia do Parnaíba durante a 11ª Rodada de Licitações realizada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em maio.
A OGX tem outros ativos que podem ser interessantes, porém precisam de recursos para ser desenvolvidos, que neste momento não existem, afirmou, em relatório, o analista da corretora Planner, Luiz Francisco Caetano. Ele destaca o fato de ativos que todos esperavam que fossem produtivos, na verdade, serem agora declarados inviáveis. Nesse sentido, o analista diz que já há algum tempo deixamos de ter indicação para a ação, pela mais absoluta incapacidade de reunir dados confiáveis para realizar projeções.
O HSBC disse, em nota distribuída as clientes pela filial de Nova York, que ou Eike Batista executa (pelo menos parte) da opção de put de US$ 1 bilhão ou a companhia ficará sem caixa, informou uma fonte que opera no mercado de dívida. No relatório, o HSBC acrescenta que a saída de três membros independentes do Conselho de Administração da empresa, há dez dias, cria a suspeita de que Eike não quer ou não pode exercer a opção.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.