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Numa escalada em seu conflito com o Palácio do Planalto, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), usou há pouco as redes sociais para fazer um novo ataque ao governo. Ele afirmou que a sanção da "terceirização irrestrita" e que a "insistência" em promover uma reforma da Previdência "que pune o trabalhador e o Nordeste" mostram que o governo continua "errático". "E quem não ouve erra sozinho."

Conforme informa a Coluna do Estadão na edição de hoje do Estado, o Planalto preparou um "pacote" para provocar Renan. A sanção do projeto de lei que trata da terceirização, a que o senador se opõe, foi feita na última sexta-feira, mesmo dia em que o presidente Michel Temer nomeou para o Tribunal Regional Federal da 5ª Região um indicado do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), Leonardo Henrique de Cavalcante Carvalho.

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A escolha de um indicado de Eunício foi, segundo fontes, uma represália aos ataques que Renan vem fazendo ao governo nas redes sociais, ignorando os apelos de correligionários que tentaram acalmar os ânimos ao longo da semana.

Um grupo de senadores da base aliada e da oposição vai se reunir no início da próxima semana para discutir o lançamento de uma candidatura contra a reeleição de Renan Calheiros (PMDB-AL) como presidente do Senado. Os parlamentares querem lançar um outro peemedebista para se contrapor à Renan e não um nome de outro partido. Querem, assim, evitar a repetição das derrotas, em 2011 e 2013, quando as candidaturas dos senadores Randolfe Rodrigues (Psol-AP) e Pedro Taques (PDT-MT) foram fragorosamente derrotadas por José Sarney (PMDB-AP) e Renan.

A eleição para quem vai comandar o Senado e o Congresso ocorrerá daqui a dez dias e Renan - que ainda não oficializou seu nome - é franco favorito para permanecer mais dois anos no cargo. O Palácio do Planalto tem apoio a permanência do peemedebista no posto, desde que, até a eleição, não seja investigado ou denunciado pela Procuradoria-Geral da República por envolvimento na Operação Lava Jato.

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O atual presidente do Senado foi um dos 28 citados, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa em sua delação premiada.

A oposição e os independentes discutem o lançamento de um peemedebista como Ricardo Ferraço (ES), Luiz Henrique (SC) e Garibaldi Alves Filho (RN). Querem, ao indicar um nome do PMDB, respeitar a tradição do Senado segundo a qual a maior bancada tem a primazia de indicar o presidente para votação. As conversas, contudo, ainda são bastante embrionárias e a maioria delas têm ocorrido pelo telefone. Elas devem se intensificar nos próximos dias, mas ainda não está agendado nenhum ato conjunto para definir uma candidatura.

"Não dá para ser mais o Renan. Não é bom para o Senado, para a República, depois de todo o desgaste que temos tido. Nós estamos esperando que o PMDB lance um candidato. O PMDB tem bons nomes", afirmou o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).

Mesmo com chances reduzidas de prosperar, a intenção do grupo é que o candidato oficial do PMDB não seja o atual presidente do Senado. Mas, se a bancada peemedebista lançar Renan como candidato, tentar convencer outro nome do PMDB a sair avulso.

O ex-presidenciável tucano Aécio Neves tem conversado nos últimos dias com potenciais peemedebistas que poderiam ser candidatos, como Ricardo Ferraço e Luiz Henrique. Esse último, aliás, afirmou ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que está "muito sensibilizado" com o apelo que tem recebido para sair candidato de "quase todos os partidos".

"O que eu sinto é que não há um sentimento de ter uma candidatura de oposição ou de confronto contra o Renan, mas uma candidatura que represente uma nova construção, que não tenha outro jaez senão o de exprimir um anseio de mudança", afirmou Luiz Henrique.

A atual cúpula do PMDB, ligada a Renan Calheiros, deve retaliar um eventual candidato avulso do partido. A ameaça poderá não ser indicado para comissões importantes, amargando uma espécie de "geladeira política".

Randolfe Rodrigues (Psol-AP) afirmou que, se a estratégia de lançar um peemedebista não vingar, o grupo lançará uma candidatura para marcar posição. Ele disse que não deseja ser o candidato, mas, se ninguém topar, sairá mais uma vez postulante. "Prefiro que tenha algum nome, surja algum nome que não seja o meu, dos independentes, da alternativa. Se não nenhum topar, em último caso, apresentarei a minha candidatura", disse.

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