O debate sobre “ideologia de gênero” tem sido bastante repercutido na sociedade, inclusive, na última terça (24), a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovou uma indicação do pastor Cleiton Collins (PP) pedindo ao Ministério da Educação (MEC) a retirada da Base Nacional Curricular Comum sobre qualquer referência ao termo. Um dia antes, a Câmara do Recife tinha aprovado a criação da Frente Parlamentar em Defesa da Cidadania LGBT.
A proposta da criação da Frente LGBT é da vereadora Marília Arraes (PT), que comemorou a “importante vitória” contra o preconceito. Em entrevista ao LeiaJá, a parlamentar falou sobre a frente e afirmou: “ideologia de gênero não existe”.
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“Ideologia de gênero é um termo preconceituoso que foi utilizado para designar certas condutas que sempre foram pautas da educação que é você procurar educar as crianças para que elas cresçam sem preconceito e sem estigma de gênero para que a criança, sendo menino ou menina, possa fazer o que ela quiser da vida dela e respeitar os outros. Acredito que essa pauta já deveria ser, na verdade, ultrapassada na sociedade da gente”, declarou a vereadora.
Marília lamentou o “clima de ódio” não apenas o Recife, mas no mundo inteiro. “Não só acontece aqui no Recife ou no Brasil e para isso temos que ter ações desse tipo que combatam o ódio e o desrespeito ao diferente, essa intolerância que precisa ser combatida”.
Dessa forma, ela acredita que a Frente LGBT será um espaço importante para esse enfrentamento. “É mais um instrumento e mais um recado para a sociedade de que a Câmara do Recife vai trabalhar contra essa onda de violência que está sendo instalada”.
A petista falou que a frente irá fiscalizar as políticas públicas para o segmento, que também será importante para poder escutá-los, bem como elaborar as proposições que cabem ao Poder Legislativo. “Estamos trabalhando na composição da Frente, mas Ivan Moraes (PSOL) e Jayme Asfora (PMDB) já se colocaram como interessados em participar. Isso vai ser decidido com a presidência da Casa”.
Ao todo, foram 19 votos a favor, seis contrários e duas abstenções. A neta de Miguel Arraes afirmou que respeitava os votos contra. Questionada se todos os parlamentares, independente das crenças particulares, não deveriam apoiar a ideia já que "a casa é do povo", ela respondeu: “Veja, essa é a minha opinião, mas eu tenho que respeitar a opinião alheia, então eu respeito o posicionamento de todos”, frisou.