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O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) enviou um ofício para o Procurador-Geral do Estado, Francisco Dirceu Barros, e à corregedora de Polícia, Carla Patrícia Cintra Barros Cunha, denunciando que policiais militares têm se envolvido com atividade de investigação, uma função da Polícia Judiciária. Um documento semelhante já havia sido enviado em 2015. Segundo o sindicato, nenhuma postura foi tomada até então e novas situações ocorreram.

No novo ofício, os policiais citam dois casos ocorridos neste ano. O primeiro foi no dia 22 de abril em Goiana, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Conforme o documento, policiais civis da 5ª Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) realizaram uma operação para prender um traficante de drogas após meses de investigação. Eles descobriram através de escutas telefônicas que haveria uma transação entre o traficante e supostos compradores. No dia e local do encontro, o Denarc deteve o suspeito, momento em que desceram do carro dos supostos compradores vários policiais militares com armas em punho, inclusive fuzis, e renderam os policiais civis. "Neste momento instaurou-se um clima de apreensão e medo que, por exclusiva prudência e profissionalismo dos investigadores, não culminou em uma tragédia com danos às vidas de todos os envolvidos", diz o documento.

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Os policiais dentro do automóvel faziam parte da Radiopatrulha no Recife. Alguns, conforme o Sinpol, trajavam uniforme da corporação e outros estavam de bermuda, com intuito de prender o mesmo suspeito. Para o Sinpol, ficou evidente que os militares organizaram um flagrante.

O segundo evento se deu em 16 de janeiro em São Caetano, no Agreste pernambucano. Policiais do Denarc de Caruaru, município também no Agreste, faziam um monitoramento de traficante após longa investigação. O homem fugiu ao notar a presença policial. Durante a perseguição, o policial civil teria sido alvejado por um PM, quase indo a óbito.

Ao LeiaJá, Rafael Cavalcanti, vice-presidente do Sinpol, disse que o problema é histórico. “Primeiro, sempre foi uma vontade da Polícia Militar fazer as atribuições da Polícia Civil. Eles se aproveitam da nossa falta de efetivo e de serem mais numerosos para desviar das funções deles. Não há legalidade nas atitudes deles, nem garantias jurídicas”, comenta Cavalcanti.

Para o vice-presidente do Sinpol, ocorrências como as de Goiana e São Caetano poderiam ter sido evitadas. “Se a Polícia Civil não está tendo condições de honrar com seu trabalho, tem que haver investimento na Polícia Civil e não fazer vista grossa para essa prática ilegal e precária da Polícia Militar. Deveria haver responsabilidade da Secretaria de Defesa Social de exigir que as polícias cumpram suas atribuições dentro de seus limites. Os policiais militares podem apenas cumprir investigações sobre outros militares”, complementa. O Sinpol pede apuração e punição dos militares.

Por meio de nota, a PM informou que aguarda acionamento do Ministério Público e da Corregedoria para se posicionar sobre a denúncia.

O exame preventivo PCCU (Exame Preventivo do Colo Uterino) é um teste de rastreamento que detecta alterações celulares características do aparecimento de câncer do colo do útero. A enfermeira oncologista Renata Lopes informou que o preventivo eliminou a ocorrência desse tipo de câncer em vários países. 

Renata disse que, no Brasil, o câncer de colo do útero está em terceiro lugar dentre os que mais atacam as mulheres. No Pará, é o mais frequente. “Infelizmente o nosso Estado tem alta incidência de casos de câncer no colo uterino, por isso a importância de falarmos sobre PCCU e tornar isso rotina, para que a gente consiga pelo menos diminuir essa incidência”, explicou.

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A especialista disse que o exame deve ser uma rotina para a mulher que já tem a sua vida sexual ativa. A faixa etária indicada é a partir dos 25 anos e até os 64. “O exame é fácil e simples. É coletado o material do colo do útero, o qual fica no final do canal vaginal. Pra coletar essas células no colo uterino, é necessário um instrumento, que é um espéculo, também conhecido por bico de pato devido a seu formato. Esse espéculo descartável é introduzido no canal vaginal que dá acesso ao canal uterino. Através desse procedimento o profissional já vai fazer uma inspeção para ver como está este colo e também coletar o material através de uma espátula e escovinha. Não se sente dor e esse material é colocado em uma lâmina e levado para um laboratório para analisar as células recolhidas”, explicou a enfermeira.

Segundo a Sesma (Secretaria Municipal de Saúde), no Estado do Pará estima-se para 2019 a ocorrência de 860 novos casos de câncer no colo do útero (21,25%). Dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio do Núcleo de Apoio à Gestão na Atenção à Mulher (NAGAM), apontam que, em 2018, 321 mulheres morreram com câncer do colo de útero no Estado do Pará - 81 desses casos eram de Belém.

A Secretaria Municipal de Saúde informa que recebe 960 mulheres mensalmente, na URE Mulher, de diversas faixas etárias, e 20% são mulheres da região das ilhas. A URE Mulher possui quatro médicos mastologistas e dois de patologia cervical.

“Esse exame já deu certo em tantos países, tem que dar certo no nosso Estado. É um câncer prevenível, um câncer que pode ser detectado no início e ter cura. Eu convido todas as mulheres a aproveitar o Março Lilás. Vamos aproveitar o mês de março e fazer o nosso preventivo e nos proteger contra essa doença”, convidou Renata.

 

 

Durante o Seminário Estadual de Enfrentamento ao Câncer de Mama e do Colo de Útero, que ocorre na manhã desta quinta-feira (14), no Centro de Convenções, em Olinda, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, afirmou que a procura pelos os exames que previnem as doenças ainda é muito baixa no Estado.

De acordo com o gestor, as doenças são as que mais matam mulheres jovens no País. No entanto, mesmo com a oferta dos exames, a procura ainda é muito baixa. Segundo ele, falta divulgação da disponibilidade da prevenção. “Nós temos mais ofertas de exames do que chegam mulheres para fazer na mamografia. De cada quatro consultas uma fica esperando a chegada da mulher. No citopatológico chega à metade. De cada duas consultas, uma fica esperando”, afirmou.

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Ainda de acordo com o governador, o seminário serve para orientar os profissionais de saúde, bem como divulgar a possibilidade de fazer o exame, já que muitas vezes as mulheres vêm do interior do Estado para realizar o preventivo. “Esse resultado era muito pior no passado porque não tinha os exames. Hoje em dia, todas as regiões do Estado a mulher pode fazer os exames pelo SUS e se tiver o resultado de algum diagnóstico garantir em até 90 dias o procedimento indicado pelo médico que muitas vezes tem cura”, alertou.

O secretário de saúde do Estado, Antônio Carlos Figueira, afirma que ainda há uma tendência cultural forte na região Nordeste e muito machismo que precisa ser ultrapassado para que as mulheres atentem para a necessidade de fazer os exames. “O fundamental é o diagnóstico precoce, com ele 100% dos casos de câncer do colo de útero são curados. No caso da mama, melhora em 90% das vezes. É preciso que tenha essa mobilização”, afirmou.

A partir do seminário será lançada uma campanha publicitária em rádios, TVs, jornais e em portais para orientar as mulheres a procurarem os exames que são gratuitos e se descobertos a tempo tem quase 100% de chances de cura. 

Com colaboração de Élida Maria

A Secretaria de Saúde do Cabo de Santo Agostinho vai realizar nesta terça-feira (19), diversas ações para prevenção ao câncer de mama e colo do útero, com o objetivo de sensibilizar as mulheres sobre importância da realização dos exames preventivos.

A população poderá participar das atividades no Auditório Padre Antônio Carlos Vander Velden, localizado por trás da Escola Modelo em Pontezinha, a partir das 15h. Até o final da semana, outras localidades do município serão beneficiadas.

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Durante a ação, as mulheres vão poder participar de palestras de orientação, rodas de conversas e receber encaminhamento para realizar os exames clínicos de mama e testes citopatológicos (papanicolau) nas unidades de Referência em Saúde da Mulher.

As interessadas pelo serviço devem procurar o Centro, localizado na Rua Manoel Queiroz, s/n, no bairro da Torrinha. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone 3524-9080 ou pelo 3522-1669.

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