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Nesse mês, o mundo inteiro se volta para o Outubro Rosa com a intenção de relembrar a população da importância dos exames que detectam o câncer de mama em estágios iniciais. Com isso, é possível aumentar as chances de cura e reduzir as mortes causadas pela doença.
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O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres, no mundo todo, depois do câncer de pele não melanoma. Representa cerca de 25% de todos os casos novos. Há registro de 1,38 milhões de novos casos e 458 mil mortes pela doença por ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer) mostram que, em 2019, 59.700 mulheres devem desenvolver câncer de mama no Brasil. A Região Norte deve registrar 1.730 casos novos até o final de 2019, sendo 740 novos casos no Pará e 360 em Belém.
Como em quase todo o mundo, a incidência brasileira do câncer de mama vem aumentando ano a ano a uma taxa de cerca de 2% anuais. Mulheres entre 40 e 69 anos são as principais vítimas de câncer de mama.
O câncer é uma doença que resulta da interação entre fatores ambientais e genéticos do individuo. Entretanto, uma parcela pequena dos tumores malignos são considerados hereditários (até 10%). A maioria está relacionada à exposição a fatores ambientais.
A mamografia é o exame capaz de detectar o câncer de mama quando ele ainda está na fase inicial. “O autoexame é essencial para a mulher conhecer o próprio corpo e reconhecer se há algo de errado, mas não substitui a mamografia. Um tumor só pode ser sentido quando já está maior, a pessoa só consegue palpar nódulos com cerca de um centímetro ou mais. Já a mamografia é capaz de identificar tumores a partir de 2 a 3mm”, explica o mastologista Fábio Botelho.
Quem vê a bailarina Gemille Sales nem imagina o que ela já passou. Sempre com um sorriso no rosto, Gemille é daquelas pessoas que gostam de conversar e o otimismo está em tudo o que fala. “Quero passar sempre uma expressão positiva para as pessoas”, diz. E nem um câncer de mama a fez mudar.
No ano passado, ela foi diagnosticada com a doença. Gemille lembra que fez os exames de rastreamento em junho de 2017 e não tinha nada. Em fevereiro de 2018, ela percebeu um nódulo no seio, mas só procurou médicos em março. O diagnóstco foi confirmado em abril de 2018. A operação foi em junho, seguida de quimioterapia.
“Venho de uma família de cardíacos, acreditava que ia morrer do coração um dia, mas fui surpreendida pelo câncer de mama. A notícia foi inesperada e forte. Mas sempre enfrentei sempre pensando positivo”, garante.
“O câncer me ensinou que a gente não sabe o dia de amanhã. Sempre me cobrava demais, tinha que dar conta de tudo, era ansiosa demais. Hoje, sou mais calma, não me cobro excessivamente, mas vivo intensamente o hoje e não adio mais o que eu sinto vontade de fazer, meus sonhos. Se quero viajar, não espero pelo próximo ano, já programo e vou”, ensina.
“Ter que conviver com o câncer de mama não me limitou, apenas tenho cuidados especiais. Eu procuro levar uma vida normal. Eu quero mostrar para todo mundo que minha vida não parou por causa do câncer”, afirma.
Gemille tem dois filhos: Adriel, de 17 anos e Leonardo de 5. “Eu procuro levar uma vida normal. Eu quero mostrar para todo mundo que minha vida não parou por causa do câncer”, afirma.
Desde jovem, a advogada Ludmilla Bordalo sabia que o câncer era presente na família. O pai, Carlos José Soares, de 75 anos, já teve câncer de laringe. A mãe, Elizabeth Viana Ferreira Soares, de 73 anos, teve câncer de pulmão. Além de três tias maternas e a avó paterna, que também tiveram câncer, e uma irmã que teve câncer de intestino.
Por todo esse histórico, nunca se descuidou. Mas, depois do nascimento da filha, passou um ano sem fazer os preventivos. No dia das mães de 2018, ela percebeu um nódulo na mama. Mas hoje, considera a descoberta um presente, pois pode confirmar o diagnóstico e se tratar no começo da doença. “Precisei insistir com o médico para localizar o nódulo, mostrei o local e só então, ele conseguiu identificar e confirmar o tumor”, conta.
O diagnóstico oficial com resultado da biópsia foi no dia 22 de maio de 2018, aniversário da filha Isadora. Ela fez mastectomia dupla, com reconstrução, na mesma cirurgia e no dia 18 de junho, começou o tratamento quimioterápico. Foram 16 sessões de quimioterapia. A última foi no dia 5 de novembro.
Ela só lamenta que no tratamento teve que parar de fazer o que mais gostava: praticar kitesurf. Ludmilla conta que ela e o marido perderam uma viagem que já estava programada, em que fariam a travessia dos Lençóis Maranhenses até o Ceará, de kitesurf. “Seria uma expedição de dez dias. Mas os amigos fizeram uma homenagearam durante a viagem, escreveram o meu nome com as pranchas e foi emocionante. Agora, estou pronta para recomeçar”, comemora.
Com reportagem de Dina Santos, da assessoria do Centro de Centro de Tratamento Oncológico - CTO.