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Duas pessoas foram presas durante a Operação Van Gogh, deflagrada hoje com o objetivo de desarticular uma quadrilha de fraudadores da Previdência Social, envolvendo a concessão de benefícios de auxílio-doença por transtornos mentais (depressão), em Passo fundo, no Rio Grande do Sul. A Previdência Social estima que a quadrilha tenha sido responsável por um prejuízo da ordem de R$ 4 milhões aos cofres públicos.

Em cumprimento a mandados judiciais foi preso o médico psiquiatra L.K.C., de 38 anos, e o despachante previdenciário A.E.R., de 53 anos. Outras nove pessoas foram levadas para prestar depoimento. Foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão e um mandado para afastamento do exercício das funções de três servidores da Previdência e um vigilante. O material apreendido será submetido à pericia e os presos, encaminhados ao Presídio Regional de Passo Fundo, onde ficarão à disposição da Justiça Federal.

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Participaram da Operação 41 policiais e oito Auditores da Previdência Social. A ação foi resultado de uma Força Tarefa composta pela Policia Federal, Ministério Público Federal e Ministério da Previdência Social.

Em ação conjunta com a Controladoria Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE), a Polícia Federal de Pernambuco (PF-PE) cumpriu hoje três mandados de busca e apreensão em Araçoiaba para investigar denúncias de irregularidades, licitações fraudulentas e notas frias em três programas governamentais - Fundo de Previdência dos servidores, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). A estimativa é de um rombo total de cerca de R$ 8 milhões.

Sob a coordenação do delegado regional de combate ao crime organizado, Denílson Antunes da Silva, a investigação teve início a partir de denúncias de um desfalque milionário no fundo destinado ao pagamento dos pensionistas e aposentados do município - calculado em mais de R$ 2 milhões e produzido ao longo de 10 anos.

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A polícia também vai ouvir sete pessoas que ocupam cargos e funções públicas ligadas às finanças de Araçoiaba. A PF decidiu realizar as diligências em caráter de urgência, a fim de preservar informações úteis em documentos e arquivos digitais, evitando a perda de provas importantes.

COLARINHO

As denúncias foram feitas pelo atual prefeito, Carlos Jogli Uchoa (PSDB), contra o ex-prefeito Severino Sobrinho (PMDB). Uchoa tomou posse no lugar de Sobrinho no final de julho, quando este foi afastado por decisão da Justiça, a pedido do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), acusado de fraude em processos licitatórios e desvio de merenda escolar. Cinco dias depois Sobrinho reassumiu a prefeitura por decisão judicial. No dia 25 de agosto, Uchoa retomou a prefeitura ao derrubar, na justiça, a liminar que mantinha o ex-prefeito no posto.

De acordo com a PF, o Fundo de Previdência de Araçoiaba é uma instituição financeira e sua má gestão pode ser enquadrada na Lei dos Crimes contra o colarinho branco (Lei n. 7.492/86), que podem levar a penas de até 12 anos de reclusão.

Para mostrar rigor fiscal e impedir pressão por aumento de gastos, a presidente Dilma Rousseff vetou artigo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que previa reajuste acima da inflação a aposentados e pensionistas do INSS que recebem benefício com valor superior ao do salário mínimo.

Esse foi apenas um dos 32 artigos que a presidente retirou da LDO, atendendo recomendação da equipe econômica. Outros artigos vetados estabeleciam limites aos gastos públicos. "Não há como dimensionar previamente o montante de recursos a serem incluídos no projeto de Lei Orçamentária anual para 2012, uma vez que, até seu envio, a política (de reajuste) em questão poderá ainda não ter sido definida", justificou o Palácio do Planalto, ao vetar o artigo do INSS.

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Com o veto, os aposentados e pensionistas do INSS receberão a variação da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

A decisão, publicada ontem no Diário Oficial da União (DOU), foi aplaudida por alguns, pois segura o aumento dos gastos em um ano que promete ser mais difícil para o País por causa da crise em países ricos.

"Achei a decisão correta. Tem de preservar o poder de compra, mas não repassar ganho real. Não tem como sustentar isso no logo prazo", disse o economista Marcelo Caetano, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e especialista em previdência. Ele ressaltou que, num cenário de instabilidade econômica, a presidente Dilma precisa mostrar compromisso fiscal.

Sensibilidade

Para o senador Paulo Paim (PT-RS) e para o presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), Warley Martins, o veto à negociação de um aumento real só demonstra a falta de sensibilidade política.

Martins frisou que foi pego de surpresa com a notícia. "Os aposentados estão de luto. Na LDO havia a previsão de negociação, mas não estava nada definido. Na era Collor, os caras pintadas iam para rua. Na era Dilma, será a vez dos caras enrugadas", disse o presidente da Cobap.

A LDO de 2011, formulada no ano eleitoral de 2010, também foi aprovada com um artigo que permitia a negociação de ganho real para os aposentados e pensionistas que recebem mais que um salário mínimo.

Na ocasião, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vetou o artigo, mas, apesar das pressões dos beneficiários do INSS, o reajuste dado foi de apenas 6,47% - a variação do INPC em 12 meses. Desde 1997, o governo tem garantido ao aposentado a correção do benefício pela inflação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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