Tópicos | problemas neurológicos

A cantora canadense Céline Dion anunciou nesta quinta-feira (8) que vai adiar sua turnê europeia, marcada para fevereiro, devido a um "problema neurológico muito raro" que afeta as suas capacidades vocais.

Em um vídeo de cinco minutos postado no Instagram, ela explicou emocionada a seus fãs, em francês e inglês, que sofria de "problemas de saúde de longo prazo".

##RECOMENDA##

"Recentemente fui diagnosticada com um problema neurológico muito raro, conhecido como 'síndrome da pessoa rígida' (stiff-person syndrome)", explicou.

Este problema implica uma rigidez progressiva ao nível muscular. Afeta principalmente os quadris e extremidades, e causa espasmos no paciente.

O problema impede "o uso das cordas vocais", explica Dion no vídeo. "Ainda não se sabe muito sobre esta doença rara, mas agora sabemos que é a causa dos espasmos musculares de que sofro", acrescenta.

A intérprete de "My heart will go on" já havia mencionado esses espasmos na primavera passada, o que a obrigou a adiar também seus shows europeus.

Como parte da turnê europeia "Courage World Tour", Dion planejava começar seus shows na República Tcheca em fevereiro.

"Lamento imensamente ter que dizer a vocês que não estarei pronta para retomar a minha turnê pela Europa em fevereiro", explicou Dion, que afirmou estar sendo tratada por uma "excelente equipe médica".

O festival francês de Vieilles Charrues, onde Dion se apresentaria no dia 13 de julho, decidiu cancelar totalmente o show e reembolsar 55 mil ingressos já vendidos. No momento, os shows agendados entre 26 de agosto e 4 de outubro de 2023 na La Défense Arena (perto de Paris) estão mantidos.

[@#podcast#@]

Uma em cada três pessoas que superam a Covid-19 são diagnosticadas com problemas neurológicos ou psiquiátricos nos seis meses posteriores à infecção, aponta o maior estudo feito até o momento sobre o balanço mental de ex-pacientes do novo coronavírus.

Ansiedade (17%) e alterações de humor (14%) são os diagnósticos mais frequentes, segundo o estudo, publicado nesta quarta-feira (7) pela revista especializada The Lancet Psychiatry.

##RECOMENDA##

A incidência de problemas neurológicos, como hemorragias cerebrais (0,6%), acidentes vasculares cerebrais (2,1%) e demência (0,7%), é globalmente inferior, mas o risco é, em geral, maior entre pacientes que estiveram gravemente doentes de covid.

Apesar do risco pequeno a nível individual da maioria dos problemas neurológicos e psiquiátricos, o efeito pode ser "considerável" para os sistemas de saúde devido à amplitude da pandemia, afirma o professor Paul Harrison (Universidade de Oxford, Reino Unido), principal autor do estudo. Muitos problemas são "crônicos", explica. Ele defende dotar os sistemas de saúde com recursos para "enfrentar as necessidades".

Ao analisar os prontuários eletrônicos de 236.379 pacientes afetados pela Covid, os autores concluem que 34% deles tiveram diagnóstico de doença neurológica ou psiquiátrica nos seis meses seguintes à infecção.

Para 13% das pessoas este foi o primeiro diagnóstico neurológico ou psiquiátrico.

O risco de desenvolver problemas a longo prazo cresceu nos pacientes que foram hospitalizados por Covid-19 grave. Assim, 46% dos pacientes que passaram por cuidados intensivos apresentaram problemas neurológicos ou psiquiátricos seis meses após a infecção.

Quase 7% dos pacientes que passaram por UTIs tiveram um acidente cardiovascular posterior, 2,7% uma hemorragia cerebral e quase 2% desenvolveram demência, contra, respectivamente, 1,3%, 0,3% e 0,4% dos não hospitalizados.

Os cientistas também cruzaram dados de mais de 100.000 pacientes que tiveram um diagnóstico de gripe e os mais de 236.000 pacientes com o diagnóstico de infecções respiratórias.

O risco de diagnóstico neurológico ou psiquiátrico é, em geral, 44% maior após a Covid que depois de uma gripe, e 16% maior que depois de uma infecção das vias respiratórias.

"Infelizmente, muitos problemas identificados no estudo têm uma tendência a se tornarem crônicos ou recorrentes, então podemos antecipar que o impacto da Covid-19 poderia perdurar durante muitos anos", escreve o doutor Jonathan Rogers da Universidade de Londres (UCL) em um comentário publicado na revista.

Provavelmente, as pessoas estudadas foram mais gravemente afetadas que a população em geral, afirmam os autores, que se referem às pessoas, numerosas, que não procuram consultas por sintomas leves ou inexistentes.

O novo coronavírus afeta não só pacientes em estado grave ou moderado, como também pessoas que têm casos leves e ainda não precisam de tratamento hospitalar, segundo uma pesquisa publicada no jornal de pré-impressão medRxiv.

De acordo com o estudo realizado por pesquisadores brasileiros, que coletaram 26 amostras em autópsias minimamente invasivas em pacientes que morreram da doença, o SARS-CoV-2 infecta a estrutura do córtex e os astrócitos, regiões do cérebro ricas "em neurônios e responsáveis por funções complexas como memória, atenção, consciência e linguagem", e no sistema nervoso central, indica o estudo.

##RECOMENDA##

Estudos anteriores já demonstraram que o novo coronavírus entra no cérebro e o ataca, mas não descobriram uma propagação nos astrócitos.

O mecanismo de ataque do coronavírus consiste em atacar uma espécie de célula responsável pelos processos metabólicos, impedindo a produção de energia e a nutrição dos neurônios, levando, assim, à morte do tecido cerebral. Além disso, o patógeno usa o nariz para entrar no cérebro.

Apesar de muitos casos da COVID-19 registrarem cérebros com espessura menor que os não afetados pela doença, outros verificaram um aumento de tamanho, onde foram observadas atrofias, e em quais também foi indicado algum grau de edema.

Mais complicações

Outro problema é a possibilidade de o novo coronavírus estar ativando doenças genéticas como esquizofrenia, Parkinson e Alzheimer, devido a 30% dos infetados revelarem sintomas neurológicos ou psiquiátricos.

"O que nós ainda não sabemos é a gravidade destas lesões, se são passageiras ou se podem ser irreversíveis, por isso vamos acompanhar esses pacientes pelos próximos três anos para saber se o vírus desencadeia doenças degenerativas em quem tem algum potencial genético", explica a pesquisadora Clarissa Lin Yasuda, da Unicamp.

Como resultado, uma pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas relatou que mesmo pacientes curados continuaram sentindo os efeitos do vírus.

"Nós encontramos muitos pacientes que, mesmo já tendo se curado da COVID-19 há cerca de dois meses, continuavam apresentando sintomas neurológicos, como fortes dores de cabeça, sonolência excessiva, alteração da memória, além de perda de olfato e paladar. Em alguns casos raros, até convulsões, e esses pacientes nunca tinham sentido isso antes", conta a pesquisadora Clarissa Lin Yasuda.

A utilidade do estudo, defendem os cientistas, é de destacar a importância de criar medicamentos para evitar que o SARS-CoV-2 entre nos astrócitos e através do nariz.

Da Sputnik Brasil

Seis casos de problemas neurológicos em Pernambuco foram causados por zika vírus. A confirmação foi feita nesta sexta-feira (27) pela Doutora Lúcia Brito, chefe de neurologia do Hospital da Restauração (HR) e representante no Nordeste da Academia Brasileira de Neurologia. O estudo sobre os efeitos neurológicos do zika é considerado pioneiro no mundo.

De janeiro a junho, Pernambuco registrou 131 casos de complicações neurológicas, contra só nove casos em 2014. Foram convocados 69 dos 131 pacientes para serem reavaliados. Desses, 42 foram confirmados com a Síndrome de Guillain-Barré (SGB), que afeta o sistema nervoso, causando fraqueza nos membros e pode ocasionar problemas respiratórios. Os demais 27 apresentam outras seis doenças neurológicas.

##RECOMENDA##

LeiaJá também

>> Zika vírus foi descoberto em 1947 em floresta da África

Os testes ainda estão em andamento, mas seis deles que já foram concluídos e apontam a origem das manifestações neurológicas como sendo zika vírus. Quatro casos são da Síndrome de Guillain-Barré e dois de encefalomielite aguda disseminada, que é muito mais grave, causando, entre outros sintomas, alteração da consciência e déficit motor. Segundo a Dra. Lúcia Brito, dois pacientes foram totalmente recuperados, três sofreram sequelas moderadas e uma sequela grave.

“Eles geralmente respondem bem ao tratamento clínico e têm uma recuperação completa. Cerca de 20% dos casos têm sequelas mais graves, com o paciente podendo vir a ter insuficiência respiratória”, explica a especialista. O grupo mais suscetível a ter complicações é o de crianças e idosos. “Provavelmente porque o sistema imunológico não responde tão rápido”, comenta Brito.

O número de pessoas com doenças neurológicas devido ao zika vírus em 2015 pode ser muito maior, visto que ainda não foi divulgada a quantidade de ocorrências de julho até o momento. Os reavaliados são de 16 municípios, sendo nove são do Recife, 12 de Jaboatão dos Guararapes e cinco de Olinda. 

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando