Tópicos | projeto de ditador

O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou, nesta segunda-feira (8), que as  manifestações que ocorreram nesse domingo (7) contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) mostraram que boa parte da população defende o impeachment do presidente. “Em uma ponta, vimos a maioria da população  defendendo a democracia e o impeachment de Bolsonaro e apoiando as  instituições. Do outro lado, estava a minoria bolsonarista, que  quer a volta da ditadura, o fechamento do STF e do Congresso e a  censura da imprensa”, resumiu. 

Para o senador, o ideal seria ir para as ruas apenas depois  que o período de isolamento acabar, mas que os avanços inconstitucionais  de Bolsonaro geram um clima incontrolável de revolta. “E o povo na rua  também mostra que o asfalto não  pertence à extrema-direita e a Bolsonaro. Isso, inclusive, intimidou os bolsonaristas, porque eles estavam se sentindo os donos da rua, numa  postura até oportunista, porque sabiam que ninguém iria sair de casa na  pandemia. Mas isso mudou”, disse. 

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Na ótica do petista, Bolsonaro quer a radicalização e o enfrentando nas  ruas para justificar sua escalada autoritária no Brasil. “O único projeto de Bolsonaro é se tornar ditador, a partir de um golpe de  Estado. Mas, para azar dele, as instituições e o povo não estão permitindo que isso aconteça”, observou.

De  acordo com Humberto, o presidente acha  que ganhou um cheque em branco nas urnas para fazer o que bem entender e  que, até hoje, não começou a governar.  “Bolsonaro precisa esquecer o PT e começar a governar. Estamos há três  semanas sem um ministro da Saúde, por exemplo. Enquanto isso, a Covid-19  avança em todo o território matando milhares e milhares de cidadãos, ao  tempo em que o governo se esforça é para ocultar os dados”, comentou. 

O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e ex-presidenciável Guilherme Boulos (PSOL) disse, nesta segunda-feira (22), que o discurso do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) desse domingo (21) revelou o “projeto de ditador” que lidera as pesquisas de intenções de votos tem para o país. Na ótica de Boulos, o tom da fala de Bolsonaro deixa claro que ele “não vai tolerar oposição” a um eventual governo seu e recorda “tempos sombrios” da época de ditadura militar vivido no país.

“O discurso que Bolsonaro mais se revelou como projeto de ditador. Nesse discurso Bolsonaro declarou que quem é contra ele, a quem chamou de vermelhos, tem duas opções: ou sair do país ou ir para a cadeia. Ou seja, não há espaço para a oposição. É isso que ele está dizendo com todas as letras. Isso lembra um lema da ditadura, nos anos mais duros, 'Brasil, ame-o ou deixe-o'. É isso que ele diz que quer fazer. Essa é a gravidade”, comentou Boulos.

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O psolista também criticou o fato de o candidato ter projetado a prisão do adversário na disputa, Fernando Haddad (PT). “Nominalmente ele ameaçou de prisão os seus adversários. Disse que Fernando Haddad será preso. E disse que vai tipificar a atuação de movimentos sociais como terrorismo… Os movimentos sociais foram responsáveis por conquistar a democracia”, observou.

Diante das falas de Bolsonaro, Guilherme Boulos questionou o silêncio das instituições. “Já fazem mais de oito horas desse discurso e não ouvimos o TSE dizer uma palavra, o Supremo Tribunal Federal e o Ministério Público dizerem uma única palavra. Cadê as instituições democráticas? Estão silenciando agora e depois vão ser as vítimas”, argumentou.

“Assim começam as ditaduras, os regimes autoritários. Há uma semana ele disse a que veio e o que quer. Coloquei no período eleitoral as críticas que tenho ao PT e os erros que eles cometeram, mas qualquer diferença não é maior do que o desejo pela democracia. Temos uma semana para evitar que o país volte a tempos escuros”, acrescentou.

Tratamento psiquiátrico

Boulos ainda comentou a frase do filho de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), que ameaça fechar o Supremo Tribunal Federal caso tivesse impossibilitado à candidatura do pai. "Se quiser fechar o STF [...] manda um soldado e um cabo", afirmou Eduardo. A declaração causou polêmica e diversos políticos se posicionaram contra, inclusive Jair Bolsonaro recomendou que o filho procurasse um psiquiatra.

Para Guilherme Boulos, o tratamento tem que ser familiar. “Primeiro ele disse que não se responsabilizava pelo que dizia Mourão, depois por apoiadores seus que estão tocando terror, assassinando pessoas; depois que não podia responder pelas empresas que gastaram milhões para beneficiá-lo e agora recomenda o filho procurar um psiquiatra. Cabe um psiquiatra de atendimento familiar, para ver como se resolve essa história. É impressionante como ele se esquiva”, disparou.

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