O Baile Perfumado, na Zona Oeste de Recife, foi tomado por fãs de várias gerações que foram conferir o novo trabalho do músico, “Abraçaço”. O álbum é o terceiro gravado com a banda Cê, formada por Pedro Sá (guitarra), Marcelo Callado (bateria) e Ricardo Dias Gomes (baixo), e finaliza uma parceria que começou com “Cê” (2006) e foi aprimorada com “Zii e Zie” (2009).
Perante um público caloroso, que desde muito cedo já assegurava o seu lugar à frente do palco, Caetano foi ele, distribuindo sorrisos, bom humor e performances. Com direito a rebolado e um início de striptease, Caetano levou o público ao delírio, pedindo coro enquanto deitava no chão do palco ou quando construía o grande abraço retratado do seu último clip, junto com os garotos da banda Cê.
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Essa última performance teve como trilha “A bossa nova é foda”, música de trabalho atual do grupo e que mostra bem o repertório dançante e jovem contido em “Abraçaço”, nome que segundo o cantor, em seu perfil pessoal do Twitter, diz respeito a “um abraço espalhado, abrangente ou múltiplo”. E foi justamente assim que a apresentação se desenrolou. Um imenso abraço do público no cantor, e do cantor no público, que, a propósito, conhecia muito bem esse trabalho mais recente.
Como já é de costume nas apresentações desse álbum, o músico homenageou os aniversariantes presentes, cantando “Parabéns”, que foi seguida em coro e aplausos pelos presentes. Depois de uma série de músicas mais agitadas, Caetano mostrou que o seu tom politizado nunca deixará de existir, apresentando “Um Comunista”, com um palco mais escuro, iluminado apenas por uma luz avermelhada, em homenagem a Carlos Marighella, político brasileiro líder de um dos principais grupos de resistência contra o regime militar.
Mas nem só de músicas novas se fez a apresentação. “Transa”, de 1972, álbum lançado logo depois do período de exílio pelo qual passou durante a ditadura militar, se fez presente com a música “Triste Bahia”. Já no final da noite, “A luz de Tieta” agitou todos os presentes, que correram, pularam e dançaram junto com os versos de uma das canções mais conhecidas do baiano.
E foi assim, com essa mistura de temas, de momentos e de ritmos, que Caetano emocionou o público e deixou todos com vontade de bis.