O Chevrollet Hall recebeu, nesta sexta-feira (11), dois grandes nomes da música popular brasileira. Ele, Caetano Veloso, consagrado ícone cujas músicas figuram no imaginário popular há décadas. Ela, Maria Gadú, recentemente descoberta pela mídia, mas dotada de uma voz aveludada capaz de encantar os corações mais duros. A junção não poderia ser mais feliz. O resultado desse encontro transparece delicadeza e emoção. E foi isso que o público pôde constatar na apresentação.
O show consiste no clássico “voz e violão”, que se divide em três partes: os momentos em que cantam juntos, o momento de Gadú sozinha e o momento de Caetano sozinho. O cenário simples e eficaz composto apenas por dois banquinhos, uma enorme bola branca que figura atrás do casal com bastante leveza e uma iluminação muito bem trabalhada que provoca a ilusão de mudar completamente a cada momento misturando cores como verde, laranja e vermelho. O ambiente não lotou, mas estava repleto de admiradores dos artistas que conseguiram arrancar suspiros, sorrisos, lágrimas, palmas e gritos – esses últimos mais nos momentos dela do que nos dele.
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Apesar do encantamento geral a noite não passou sem algumas falhas. A voz de Caetano, por exemplo, esteve baixa durante toda a apresentação. Ouvia-se bem a cantora e os dois violões, no entanto, o microfone dele não cooperou e seu estilo tranquilo de cantar não pôde ser bem apreciado pelo público. Além disso, o carinho e admiração mútua dos dois eram visíveis por meio de constantes beijos e abraços, mas a dupla não se mostrou propícia ao diálogo com o público, a não ser por pequenas pontuações de cumprimentos e agradecimentos. Por fim, esse definitivamente é um show para se assistir sentado, uma vez que se trata de uma apresentação calma e tranquila, ainda mais intensificada nesse sentido por muitas músicas cantadas de maneira mais lenta do que as gravações originais.
Apesar desses detalhes, tanto os fãs dele como os dela tiveram seus desejos atendidos, pois sucessos como Shimbalaiê, Altar Particular, Tudo Diferente, Laranja e Encontro, da parte dela, e Odara, Alegria Alegria, Leãozinho, Nosso Estranho Amor e Sampa, da parte dele, marcaram a noite e ecoaram por meio da voz do público que se juntou à da dupla em algumas horas de entrega musical.