Após alguns embates judiciais e políticos, a quinta geração de redes móveis e de internet, o tão falado 5G, chegou ao Brasil, com operações iniciadas por Brasília. A nova tecnologia promete entregar velocidades de conexão muito maiores que o 4G e abre um grande leque de possibilidades de inovação e avanços em diversas áreas, como Internet das Coisas e até na Medicina. Sua implantação, no entanto, em um país continental como o Brasil, deve ser pautada pela inclusão, com vistas a não criar ou aumentar as diferenças sociais entre os grandes centros e cidades mais pobres.
Os detalhes técnicos do 5G não interessam tanto aqui, mas importa saber que essa nova geração da rede permitirá que diversas tecnologias e inovações sejam implantadas. Desde melhorias em cirurgias remotas por meio de robôs conectados à internet, passando pelos carros autônomos, até o uso de cada vez mais objetos com a chamada Internet das Coisas. A ideia que se apresenta é de um futuro não tão distante em que o desenho animado futurista “Os Jetsons” seja mais real. Uma série de benefícios devem surgir com o 5G, com possibilidade de melhorias em fábricas, empresas e sistemas, mais agilidade em processos, entre outras inovações. Prato cheio para empresas e profissionais que surfarem essa onda e souberem aproveitar o que a nova tecnologia tem a oferecer. É sempre importante lembrar que todo e qualquer negócio deve pensar a inovação não como diferencial, mas condição imperativa de sobrevivência. Quem sai na frente tem a vantagem da vanguarda, enquanto os demais precisam correr atrás.
Todos esses avanços são, sim, extremamente positivos. No entanto, se eles não forem disseminados pelo país, pode-se agravar diferenças sociais que já são tão arraigadas no Brasil. O cronograma de implantação do 5G prevê que todas as capitais recebam a tecnologia até setembro de 2022 e as demais cidades sejam contempladas até 2029. Um período extenso, embora compreensível. O cuidado dos órgãos públicos competentes deve ser para que os avanços nos grandes centros não tenham reflexos negativos em outras localidades. Temos milhares de cidades pequenas pelo interior do Brasil que mal possuem o 4G e podem ficar ainda mais para trás. Pensar uma distribuição mais igualitária da nova rede seria uma ótima alternativa para incluir mais os municípios mais afastados e evitar grandes discrepâncias. É natural que a expansão da rede siga critérios econômicos e de relevância, mas também é necessário um olhar social para a questão. Mais um desafio para as autoridades.
Trazer uma tecnologia nova como o 5G para um país tão grande e diverso, com tantos problemas sociais, realmente não é projeto fácil. Há, no entanto, que se ter disposição e boa vontade para lidar com a questão. O 5G promete ser uma grande revolução na vida das cidades e, se bem utilizado, pode promover grandes avanços. Imagine só o país inteiro conectado a internet de alta velocidade, quantas possibilidades de negócios e desenvolvimento podem surgir. O futuro bate à porta e é preciso estar pronto para recebê-lo.