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O deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP), o Mamãe Falei, desistiu de concorrer ao Governo de São Paulo. Em uma nota de desculpas assinada horas após voltar da Ucrânia, na manhã deste sábado (5), o parlamentar decidiu retirar a pré-candidatura para não atrapalhar o projeto da terceira via.

Do Val informou que já conversou sobre a decisão de abandonar a pré-candidatura com a presidente do Podemos, Renata Abreu.

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"Faço isso por entender que nesse momento delicado da política nacional é necessário preservar o árduo trabalho de todos aqueles que se dedicam na construção de uma terceira via. O projeto não merece que as minhas lamentáveis falas sejam utilizadas para atacá-lo", considerou.

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Pela declaração sexista em referência às refugiadas ucranianas, ele já havia sido repreendido pelo representante da sigla à Presidência, o ex-ministro Sergio Moro, que assegurou que não dividiria o palanque com o parlamentar.

O Movimento Brasil Livre (MBL) externou a insatisfação pelo posicionamento do seu integrante e também emitiu um comunicado oficial de repúdio.

A direção do grupo chegou a citar que do Val viajou à zona de conflito no leste europeu para doar R$ 250 mil aos refugiados, mas aproveitou a repercussão do caso para atacar concorrentes políticos.

"Aos aproveitadores, lulistas e bolsonarista, que viram nessa ocasião apenas um motivo para nos atacar, devemos reiterar que nada impedirá o MBL de continuar com seu trabalho em prol da terceira via, de uma alternativa aos projetos políticos e criminosos do PT e de Bolsonaro", apontou.

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Em todo o mundo, cerca de 47% de crianças refugiadas não foram matriculadas na educação primária, e 84% dos adolescentes refugiados (entre 15 e 17 anos) não frequentavam a educação secundária em 2016. As informações fazem parte da publicação Proteção do Direito à Educação dos Refugiados, lançada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). 

O documento analisa questões sobre o direito à educação de refugiados, o marco legal internacional do direito à educação e os instrumentos normativos que o garantem a todas as pessoas, incluindo refugiados e quem vive nessas condições. Segundo a publicação, mais de 65 milhões de pessoas procuram asilo, são deslocadas internamente ou são refugiadas.

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Metade dos refugiados do mundo são crianças menores de 18 anos. A duração média de exílio de um refugiado é de cerca de 20 anos, “o que é mais do que toda uma infância e representa uma fração significativa dos anos produtivos da vida de uma pessoa”, avalia o documento.

“Todos os indivíduos, os refugiados, os migrantes e os deslocados à força têm direito à educação, um meio considerado indispensável para a realização plena dos outros direitos humanos. De fato, a educação proporciona aos refugiados os instrumentos intelectuais para construir o futuro de seus próprios países ou para contribuir de forma significativa para os países que lhes oferecem abrigo, proteção e visão para o futuro", afirma a Unesco.

Segundo a publicação, o cumprimento do direito à educação para os refugiados enfrenta vários desafios, que se tornaram mais visíveis com a crise de refugiados no Oriente Médio e na Europa, mesmo quando a maioria dos refugiados do mundo está em regiões em desenvolvimento.

Além do acesso à educação, a publicação aponta a intolerância, xenofobia, agressão, tensões e conflitos nacionais e étnicos como outros fatores que afetam grupos de refugiados em muitos locais do mundo. De acordo com o documento, “pessoas deslocadas às vezes são detidas por longos períodos e sem razões legítimas”.

Para a Unesco, são necessários mais esforços dos países para assegurar educação de qualidade e, dessa forma, garantir sociedades pacíficas.

“A educação é um importante instrumento para assegurar sociedades pacíficas. A educação de qualidade é um meio importante para se contrapor à intolerância em atitudes individuais e para se conduzir a uma sociedade mais inclusiva. É um primeiro passo para impedir o racismo, a xenofobia e outros tipos de discriminação. Portanto, mais esforços precisam ser realizados em países de acolhimento para se ensinar sobre direitos humanos, respeito, tolerância e valorização da diversidade.”.

Acesso à educação

A publicação aponta que, entre os refugiados, apenas 50% das crianças frequentam a educação primária e apenas 25% estão na educação secundária.

“No Oriente Médio e no Norte da África, na última década, os países investiram recursos consideráveis para aumentar a frequência escolar das crianças. Entretanto, recentemente esse progresso parou. Milhões de crianças tiveram suas vidas destroçadas e suas escolas destruídas por conflitos”, afirma o documento.

O documento aponta o caso da Síria, que havia alcançado o acesso universal à educação primária em 2000, mas em junho de 2016, 60% das crianças frequentavam a educação primária e o primeiro nível da educação secundária, e 2,1 milhões de crianças e adolescentes estavam fora da escola

“Sem acesso à educação secundária, as crianças e os adolescentes refugiados ficam vulneráveis ao trabalho infantil, à exploração e a problemas de comportamentos negativos, como drogas e pequenos crimes, associados à ociosidade e à desesperança. A educação de meninas também pode protegê-las do casamento e/ou da gravidez precoce e dos riscos da exploração sexual”, indica a publicação.

Barreiras

Outro aspecto ressaltado pela publicação é a barreira linguística, que causa a redução de matrículas escolares de refugiados. Para a Unesco, medidas efetivas de inclusão de estudantes refugiados devem ser incluídas nos sistemas nacionais de educação.

“É preciso assistência aos refugiados, que pode ser fornecida de diversas formas, como bolsas de estudo ou isenção das taxas aplicáveis a estudantes estrangeiros, ou aumento do ensino à distância e de plataformas de e-aprendizagem. Entretanto, além de medidas direcionadas, a inclusão efetiva dos refugiados em sistemas nacionais de educação deve exigir uma abordagem abrangente que também considere as necessidades das comunidades locais de acolhimento”.

Para a Organização, a qualificação de professores também deve ser considerada por esses sistemas e deve incluir elementos para mantê-los, como remuneração, treinamento e recursos didáticos para o ensino e aprendizagem de crianças vulneráveis, incluindo aquelas que sofrem de traumas.

O governo concedeu hoje (4) a nacionalidade brasileira às primeiras pessoas reconhecidas como apátridas na história do Brasil. Maha e Souad Mamo foram naturalizadas brasileiras em Genebra, na Suíça, durante encontro da Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). A entrega do documento de nacionalidade foi feito pelo coordenador-geral do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), Bernardo Laferté, e pela representante permanente do Brasil junto à ONU, embaixadora Maria Nazareth Farani Azevêdo.

Em junho, as duas irmãs tiveram a condição de apátrida (em que o indivíduo não tem nacionalidade reconhecida) confirmada pelo governo brasileiro, no primeiro processo que teve como base a Lei de Migração, que entrou em vigor no ano passado. Antes da nova legislação, a designação de “apátrida” não existia no ordenamento jurídico do Brasil.

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Segundo o ministro da Justiça, Torquato Jardim, a primeira naturalização de apátridas simboliza um momento “histórico” para o país. “Ao conceder a nacionalidade brasileira a Maha e Souad Maho, o Brasil reafirma sua tradição de acolhimento aos vulneráveis e desassistidos e dá um exemplo ao mundo de que foi, e sempre será, um país comprometido com a erradicação da apatridia”, afirmou, durante a solenidade.

Nascidas no Líbano, as duas irmãs não puderam ser registradas no país, porque lá se exige que os nascidos sejam filhos de pais e mães libaneses. Seus pais, de nacionalidade síria, também não puderam registrá-las no país de origem. Na Síria, crianças só são registradas por pais oficialmente casados, o que não era o caso deles.

De acordo com a Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo não têm nacionalidade. Por isso, são consideradas apátridas. Por falta de uma certidão de nascimento e outros documentos de identidade, muitas vezes elas são impedidas de frequentar escola, consultar um médico, trabalhar, abrir uma conta bancária, comprar uma casa ou se casar.

A nova Lei de Migração dispõe sobre medidas protetivas para os apátridas, facilitando garantias de inclusão social e naturalização simplificada para os cidadãos sem pátria. A legislação segue convenções internacionais de respeito aos apátridas e busca, com o direito a solicitar nacionalidade, reduzir o número de pessoas nessa situação. Caso os apátridas não queiram solicitar naturalização imediata, terão residência no país aceita em definitivo. Mesmo que a condição de apátrida não seja reconhecida por algum motivo, que cabe recurso, o indivíduo não poderá ser devolvido para países onde sua vida, liberdade ou integridade pessoal estejam em risco.

As iraquianas refugiadas em Pernambuco Magina Darwish, 20 anos, e Ida Aman Heji, 24, solicitaram a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) nesta segunda-feira (29). Juntas com a criança Lavan Dawud, 4, elas foram interceptadas com passaportes falsos no Aeroporto Internacional do Recife na madrugada de 30 de dezembro enquanto tentavam fugir da guerra civil em seu país.

Os passaportes oficiais dos três já foram entregues e o pedido de refúgio no Brasil também já foi oficializado junto ao Comitê Nacional para Refugiados (Conare), que já expediu o protocolo que servirá como documento garantindo a legalidade no país provisoriamente. Além da Carteira de Trabalho, Magida e Ida também já têm registro no Cadastro da Pessoa Física (CPF).

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As mulheres pretendem aprender a língua portuguesa, conseguir emprego e, assim, darem continuidade a um novo projeto de vida em Pernambuco. O garoto Lavan, segundo a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, está frequentando a escola e já pronuncia algumas palavras em português como "obrigado", "bom dia" e "mosquito".

"Diferente de onde estávamos, a vida aqui tem sido tranquila e agradecemos a todos os envolvidos pelo que vêm nos proporcionando. Estamos nos estabelecendo aos poucos, mas não é uma situação fácil. Estamos longe das nossas famílias. Isso é muito doloroso", conta Magida. 

Os iraquianos permanecem abrigados na Comunidade Obra de Maria, em São Lourenço da Mata, até conseguirem se manter financeiramente no Estado. De acordo com o Conare, enquanto os trâmites processuais para legalização das iraquianas no país estão em andamento, elas não poderão ser extraditadas. O órgão possui cerca de 50 mil pedidos de refúgio e o prazo para julgamento é de pelo menos dois anos.

Com informações da assessoria

 

Os 12 refugiados sírios levados de Lesbos para Roma pelo papa Francisco vão aos poucos se adaptando a sua nova vida em Roma, e começaram a ter aulas de italiano, anunciou nesta segunda-feira (18) um porta-voz da comunidade de Sant'Egidio, onde estão abrigados provisoriamente.

As três famílias muçulmanas, com um total de seis filhos, dois deles adolescentes, dispõem cada uma de um pequeno apartamento em um prédio do bairro romano de Trastevere, não muito longe da sede da comunidade.

No total, 80 pessoas vivem nesse prédio, entre elas várias famílias de sírios recentemente chegadas do Líbano graças a um "corredor humanitário" colocado em andamento por Sant'Egidio e outras organizações religiosas, para trazer várias centenas de refugiados bloqueados no Líbano.

Em alguns dias, as três famílias convidadas pelo Papa serão transferidas para apartamentos mais espaçosos em preparação no Vaticano, onde se unirão às duas famílias de refugiados sírios cristão já acolhidas desde o ano passado.

Já no domingo, os membros das famílias já tiveram aula de italiano e foram passear pelo Trastevere, segundo o porta-vz Maxiliano Signifredi.

Dessa forma, começa uma nova vida.

Sua situação administrativa ainda não está resolvida. Chegados à Grécia antes da entrada em vigor do acordo entre a União Europeia e a Turquia, ao entrar em Roma tiveram suas identificações detidamente examinadas. É provável que peçam asilo à Itália.

"Francisco nos salvou a vida", afirmaram os refugiados à imprensa italiana no domingo.

"Ele é nosso salvador. Ficaremos à altura desta oportunidade", acrescentaram.

Em um gesto desafiador do pontífice em relação à Europa, Francisco reconheceu ante a imprensa que seu gesto "é uma gota no mar, mas, depois desta gota, o mar não será mais o mesmo", citando madre Teresa, durante o voo de volta de Lesbos.

Francisco, neto de migrantes italianos, contou que a ideia lhe foi sugerida na semana passada por um colaborador.

Depois de sua chegada à Roma, os refugiados sírios agradeceram ao papa "a sorte que deu a eles, com seu gesto de esperança que tanto os comoveu", segundo informou o jornal La Stampa.

Se no início pensavam em ir para a Alemanha ou o norte da Europa, agora se sentem totalmente agradecidos pelo gesto do Papa. "Somos os convidados do papa, ele nos salvou e devolveu a vida".

"Vimos amigos e parentes morrerem sob os escombros, fugimos porque na Síria não tínhamos qualquer esperança", explicou Hassan, engenheiro originário de Damasco, acompanhado por sua esposa, Nour, e seu filho de dois anos.

Com estas novas famílias, o Vaticano, que tem 1.000 habitantes, abriga 20 refugiados. Se os 300 milhões de europeus fizessem a mesma coisa, 6 milhões de refugiados seriam acolhidos.

No final do ano passado, o Papa convidou a todas as paróquias da Europa a abrigar uma família de refugiados, um pedido a que muitos não responderam devido à crescente desconfiança em relação aos muçulmanos.

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