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A Polícia Federal (PF) coletou diversas mensagens trocadas entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o empresário Meyer Joseph Nigri e, durante a investigação, constatou que Nigri compartilhava as tais conversas em grupos com outros empresários e abas privadas. A informação foi divulgada pelo colunista Aguirre Talento, do UOL, que teve acesso ao conteúdo da apuração policial.

--> Bolsonaro admite disparo de fake news: 'Qual o problema?'

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De acordo com a reportagem, as mensagens eram fake news, além de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e tratando sobre a instalação de uma guerra civil com a vitória do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições do ano passado.

As conversas teriam acontecido entre fevereiro e agosto de 2022. Uma das que descredibilizava o processo eleitoral e incentivava a guerra civil defendida nas conversas diz: "O STF será o responsável por uma guerra civil no Brasil", acompanhado de informações falsas sobre o STF e as eleições.

Já outra, pontuava: "Hackers impediram Bolsonaro de ganhar as eleições de 2018 no 1º turno. Mas não agiram da mesma forma no 2º turno porque o PT não lhes pagou a metade do prometido logo após o 1º turno". A informação é falsa.

Disseminador de fake news

O relatório da PF divulgado pela matéria aponta Jair Bolsonaro como “difusor de mensagens com conteúdo de notícias não lastreadas ou conhecidamente falsas”.

“O terminal identificado como utilizado pelo presidente da República Jair Bolsonaro encaminhou diversas mensagens contendo ataques às instituições, especialmente o Supremo Tribunal Federal, ao sistema eletrônico de votação e às vacinas desenvolvidas para combate à covid-19. Após receber o conteúdo, Meyer Nigri realizou a disseminação de tais mensagens para diversos grupos e chats privados de WhatsApp. Resumidamente, os fatos apontam para a atuação do presidente da República Jair Bolsonaro como difusor inicial das mensagens”.

Na última segunda-feira (21), o ministro do STF, Alexandre de Moraes, prorrogou por mais 60 dias as investigações contra Meyer Joseph Nigri. Ele é um dos empresários que integrava um grupo no WhastApp nutrindo ações golpistas caso o ex-presidente Jair Bolsonaro perdesse a disputa em 2022.

A PF também flagrou Bolsonaro mandando o empresário e outros aliados do ramo divulgarem uma mensagem falsa em aplicativo de conversas. Nessa terça (22), a PF intimou Bolsonaro a depor e esclarecer o pedido de disparo do texto. O ex-presidente, inclusive, já chegou a admitir o envio do conteúdo. 

Sobre as novas mensagens descobertas, a defesa de Bolsonaro se negou a comentar. Já a defesa de Nigri negou, em nota, a classificação de disseminador de fake news.

O texto da defesa aponta que Nigri "jamais foi disseminador de notícias falsas, mas apenas, de forma eventual e particular, encaminhou mensagens de terceiros no aplicativo WhatsApp para fomentar o legítimo debate de ideias. Inclusive, sequer possui contas em redes sociais como Twitter, Facebook, Instagram, nem em qualquer outra plataforma de disseminação em massa. Por fim, com serenidade e respeito, reforça confiar na Justiça e ter plena certeza de que ficará devidamente demonstrado que não praticou crime algum".

Os talibãs disseram neste domingo (5) que ganharam terreno no Vale do Panshir, último grande bastião da resistência armada ao novo governo do Afeganistão, onde, de acordo com Washington, uma guerra civil pode explodir.

Desde que as tropas americanas deixaram o país em 30 de agosto, as forças do movimento islâmico lançaram várias ofensivas contra este vale de difícil acesso, localizado a cerca de 80 km ao norte de Cabul.

O Vale do Panshir é um antigo reduto antitalibã, que ficou conhecido pelo lendário comandante Ahmed Shah Massud, no final dos anos 1990, assassinado pela rede Al-Qaeda em 2001. Hoje, abriga a Frente de Resistência Nacional (FNR, na sigla em inglês).

Liderada por Ahmad Massud, filho do comandante Massud, a FNR é composta por milícias locais e por ex-membros das forças de segurança afegãs que chegaram ao vale quando o restante do país sucumbiu aos talibãs.

De acordo com a ONG italiana Emergency, presente em Panshir, as forças talibãs chegaram na noite de sexta-feira (3) a Anabah, um povoado localizado dentro deste vale.

"Várias pessoas fugiram dos povoados da região nos últimos dias", relatou a ONG em um comunicado, acrescentando que atendeu "um número reduzido de feridos no centro cirúrgico de Anabah".

No Twitter, uma autoridade talibã anunciou, por sua vez, que várias partes do Panshir já estavam em poder do grupo, enquanto Ali Maisam Nazary, porta-voz da FNR, garantiu no Facebook que a resistência "nunca fracassaria".

- "Reconstrução da Al-Qaeda"

Estas declarações contrastam com as do ex-vice-presidente Amrullah Saleh, mais sombrio, segundo o qual Panshir passa por uma "crise humanitária em grande escala", com milhares de deslocados, após "um ataque talibã".

As comunicações com o Vale do Panshir são muito complicadas, e a AFP não pôde confirmar estas informações, ou o avanço real dos talibãs nesta área, com fontes independentes.

Diante deste quadro caótico, o chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, general Mark Milley, declarou ontem (4), em entrevista à rede Fox News, que o Afeganistão entrará, "provavelmente", em uma guerra civil. Ele também alertou que estas condições podem permitir o ressurgimento de grupos terroristas no país.

"Minha estimativa militar (...) é que é provável que se deem as condições para uma guerra civil", afirmou o general.

"Acho que, no mínimo, há uma probabilidade muito forte de uma guerra civil", que pode levar a "uma reconstrução da Al-Qaeda, ou ao crescimento do EI (o grupo Estado Islâmico), ou de outros grupos terroristas", avaliou.

"É muito provável que vejamos um ressurgimento do terrorismo procedente dessa região em geral dentro de 12, 24, ou 36 meses", acrescentou.

No plano político, o anúncio sobre a composição do novo Executivo talibã, inicialmente previsto para sexta-feira, continuava sendo esperado para este domingo.

Em diferentes oportunidades, a comunidade internacional advertiu que julgará o governo talibã por seus atos, e não por suas palavras. Desde que recuperou o poder em 15 de agosto, o movimento fundado pelo mulá Omar prometeu instalar um governo "inclusivo" e garantiu que respeitará os direitos das mulheres.

A desconfiança em relação ao cumprimento destas promessas é grande - tanto em casa, quanto no exterior. No sábado, pelo segundo dia consecutivo, dezenas de mulheres se manifestaram em Cabul para exigir que seus direitos sejam respeitados e que possam participar do futuro Executivo.

No âmbito humanitário, a situação continua sendo crítica, mas as ajudas começam a chegar.

Ontem, o Catar anunciou o envio de 15 toneladas de ajuda humanitária procedente do mundo todo para o Afeganistão e disse que os voos continuarão "nos próximos dias".

Quase três semanas se passaram desde que os talibãs assumiram o controle do país, e o vaivém diplomático já começou. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, visitará o Catar de segunda a quarta-feira. O país tem estado no centro do diálogo com o novo governo afegão.

O chefe da Inteligência militar do Paquistão, Faiz Hameed, foi visto em Cabul no sábado. Especula-se que tenha se reunido com autoridades talibãs, com as quais Islamabad mantém relações estreitas.

Também no sábado, a mais de 5.000 quilômetros de distância de Cabul, a crise afegã chegou ao Festival de Cinema de Veneza, onde duas cineastas afegãs denunciaram que a chegada do Talibã ao poder mergulhará o mundo das artes em uma situação dramática.

"Em apenas duas semanas, as figuras mais brilhantes do país partiram", relatou Sahraa Karimi, 38, a primeira mulher a chefiar a Organização de Cinema do Afeganistão.

"Imagine, um país sem artistas!", lamentou ela diante de um grupo de jornalistas e cineastas, entre eles o diretor do festival, Alberto Barbera.

A interferência da Turquia na guerra civil da Líbia vem aumentando a tensão no Mediterrâneo. Neste domingo (15) o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, prometeu enviar ajuda militar ao governo líbio que resiste em Trípoli ao avanço de forças rebeldes islâmicas apoiadas pela Rússia. "Estamos prontos para proteger os interesses da Turquia e da Líbia no Mediterrâneo Oriental", disse Erdogan em entrevista à TV A Haber.

Para entender como a disputa pelo poder na Líbia vem colocando o Mediterrâneo em pé de guerra é preciso primeiro voltar o conflito civil que dilacera o país desde a morte do ditador Muamar Kadafi, em 2011. Desde então, duas forças se estabeleceram no país.

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Em Trípoli, o Governo de União Nacional (GNA, na sigla em inglês). Chefiado pelo primeiro-ministro Fayez Sarraj, o GNA tem apoio de ONU, EUA, União Europeia e da maior parte da comunidade internacional, incluindo a Turquia.

Do lado oposto, ocupando a maior parte do território líbio e a maioria dos campos de petróleo, está o Exército de Libertação Nacional (LNA). Comandado pelo general Khalifa Haftar, o LNA tem apoio da Rússia e de alguns países árabes, como Egito e Emirados.

Nas últimas semanas, Haftar lançou uma ofensiva contra Trípoli que ameaça o governo do GNA. Em linhas gerais, o conflito na Líbia repete uma lógica geopolítica parecida com a guerra civil da Síria - de um lado, a Turquia, do outro, a Rússia, em apoio ao governo de Bashar Assad.

No entanto, no caso da Líbia, a tensão também tem relação com a exploração de gás natural nas águas do Mediterrâneo Oriental. Recentemente, o governo turco publicou um mapa que amplia seu espaço marítimo e sua zona econômica exclusiva, ignorando os direitos de Chipre, Israel e Grécia.

Parte do novo mar territorial turco foi negociado em um acordo fechado com o governo do GNA, em Trípoli, em novembro. O tratado foi levado ontem ao Parlamento da Turquia e deve ser analisado a partir de hoje.

A diplomacia agressiva da Turquia ressuscitou a velha rivalidade com a Grécia. No dia 6, o governo grego expulsou o embaixador turco e afirmou que o acordo assinado com o GNA é uma "flagrante violação do direito internacional". "Este acordo foi negociado de má-fé", disse o chanceler grego, Nikos Dendias.

Grécia e Turquia são membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e uma crise entre dois países-membros é mais um desafio enfrentado pela já combalida aliança atlântica.

Neste domingo, a Marinha da Turquia interceptou e expulsou um navio israelense nas águas do Chipre. A embarcação, da Instituição de Pesquisa Oceanográfica e Limnológica de Israel, estava conduzindo pesquisas na região em conjunto com autoridades cipriotas. "Outros atores internacionais não podem realizar operações de exploração nessas áreas sem o consentimento da Turquia. Chipre, Egito, Grécia e Israel não podem estabelecer uma linha de transmissão de gás sem antes obter a permissão da Turquia", afirmou Erdogan. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um grupo de assessores com funções militares foi enviado em 1975 pelo Brasil para apoiar na guerra civil a ofensiva da Frente de Libertação Nacional de Angola (FNLA). Comandada por Holden Roberto, a FNLA lutava no norte do país contra o governo do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), de orientação marxista, que controlava a capital Luanda.

Os assessores seriam precursores. Em caso de vitória de Roberto, o governo brasileiro enviaria tropas para Angola. Mas, liderado por Agostinho Neto, o MPLA venceria a guerra civil com o apoio de tropas cubanas e de assessores soviéticos. Presidido pelo general Ernesto Geisel, o Brasil seria o primeiro país a reconhecer o governo do MPLA, em 11 de novembro de 1975, dia da independência de Angola, então colônia de Portugal.

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A ação brasileira na África permaneceu em sigilo por mais de 30 anos. EUA, Zaire (atual República Democrática do Congo) e África do Sul também apoiaram militarmente com homens, dinheiro e equipamentos a ofensiva do FNLA nos meses anteriores à independência.

A ajuda brasileira ao FNLA foi feita por 12 especialistas em explosivos arregimentados pelo Serviço Nacional de Informações (SNI). Eles trabalharam dando instrução às tropas de Roberto - que era cunhado do presidente do Zaire, Mobuto Sese Seko -, desminando terreno e preparando explosivos.

Seis deles permaneceram até a ofensiva final a Luanda e participaram da Batalha de Quifangondo, que decidiu a primeira fase da guerra civil. Liderados pelo policial civil carioca José Paulo Boneschi, o grupo contava com agentes que receberam instrução de contraguerrilha no Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha, no Rio, em 1973.

"Eles fizeram o curso (no Corpo de Fuzileiros) comigo. Conheci toda a turma. A ordem para operação em Angola veio do Geisel", afirmou o Doutor Pimenta. Capitão de Mar e Guerra reformado, Pimenta trabalhou por quase duas décadas no Centro de Inteligência da Marinha.

Quem desenrolou o novelo da participação brasileira na guerra civil foi a pesquisadora Gisele Lobato, do Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa. Ela localizou no arquivo público do Rio o único documento oficial, por enquanto, que se tem notícia sobre a missão. Feito pela Brigada Paraquedista, em janeiro de 1976, ele afirma que Boneschi estava preparando um relatório sobre o tema para o SNI. O Estado refez os caminhos da pesquisadora e confirmou com três antigos integrantes dos órgãos de informações militares brasileiros e com um veterano da guerra em Angola a existência da missão.

Pedro Marangoni, veterano dos combates às portas de Luanda, mantém fotos que atestam a presença dos brasileiros em Angola. Marangoni encontrara os homens de Boneschi por acaso. Ele se havia reunido a uma companhia de 155 portugueses liderada pelo coronel Gilberto Santos e Castro e pelo major Álvaro Alves Cardoso, que deixaram o Exército do país após a Revolução dos Cravos, em 25 de abril de 1974, para continuar a combater grupos marxistas nas colônias do império lusitano.

"Quando cheguei, em agosto, a Ambriz (norte de Angola), Boneschi já estava lá", diz Marangoni. Quem também testemunhou a presença dos brasileiros foi o então agente da CIA, John Stockwell, que a registrou em seu livro Em Busca de Inimigos, publicado em 1978.

CIA

Quando Stockwell publicou a foto de "um major brasileiro" ao lado de Holden Roberto, o Exército brasileiro negou que tivesse enviado a Angola qualquer grupo militar para intervir na guerra civil. De fato. O "major" na foto não era major. Era Boneschi, um policial da Guanabara, ligado ao um grupo de elite da Secretaria da Segurança Pública, que participava da repressão política de então.

"Ele (Boneschi) que prendeu o Cesar Benjamin, do MR-8", contou ao Estado o Doutor Pirilo, agente do Centro de Informações e Segurança da Aeronáutica (Cisa). Pirilo morreu em 2018. Tanto na foto de Stockwell quanto nas imagens guardadas por Maragoni, Boneschi veste uma farda militar.

Stockwell estava em Angola como representante da CIA, que pôs US$ 16 milhões nas mãos de Mobutu para serem repassados à FNLA. A ideia era que a guerrilha tomasse a capital antes da data marcada por Portugal para conceder a independência, em 11 de novembro, e assim impedir que o país entrasse na órbita soviética.

Pirilo confirmou a existência da missão e, embora não tivesse provas, acreditava que ela havia sido uma iniciativa do SNI, chefiado pelo general João Baptista Figueiredo, que sucederia a Geisel na Presidência.

O coronel Paulo César Amendola, secretário municipal de Ordem Pública do Rio, fundador do Bope e homem ligado a Boneschi e ao DOI (Destacamento de Operações de Informações), do 1.º Exército, confirmou que a missão era do conhecimento do SNI. "O Brasil não poderia se comprometer de início. Por isso, enviou a missão de forma clandestina. Eram precursores. O Boneschi me disse que, se a FNLA entrasse em Luanda, o Brasil enviaria tropas, com apoio americano, a Angola."

Boneschi estava am Ambriz desde julho de 1975. Em agosto, Marangoni e os comandos portugueses chegaram. Um mês depois, era vez da equipe de Boneschi. Metade voltou ao Brasil em outubro. O restante ficou até alguns dias após a independência, quando recebeu um rádio com a ordem de retirada. Maragoni conta que conversava com Boneschi, quando a ordem chegou. "Vi seu desgosto." O Brasil havia reconhecido o governo do MPLA. A missão secreta de ajuda ao FNLA chegara ao fim.

Grupo brasileiro enfrentou cubanos e foguetes soviéticos

A equipe de assessores brasileiros chegou em Angola pouco depois de as tropas de Holden Roberto (FNLA) terem conquistado Libongos, em Barra do Dande, a 32 km de Luanda. Roberto contava com 2 mil combatentes, divididos entre 156 comandos portugueses, dois batalhões do Exército do Zaire com artilharia e blindados Panhard, com canhões de 90 mm e 60 mm, 56 soldados do Exército da África do Sul com obuses e cerca de mil homens da Frente de Libertação Nacional de Angola (FNLA).

Ao lado do líder rebelde, o agente da CIA John Stockwell encontrou o policial brasileiro José Paulo Boneschi, que se identificava como major do Exército brasileiro. Boneschi era o chefe da equipe de brasileiros. Ele chegara em julho e recebeu os colegas em setembro, pouco antes do início do avanço para Luanda. A capital era controlada pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) desde julho, quando expulsou de lá os rivais do FNLA e da União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita).

Roberto marcou a ofensiva final sobre Luanda para coincidir com as vésperas da declaração da independência, em 11 de novembro. Duas pontes e dois morros separavam as tropas do FNLA da planície que os conduziria até Luanda. A primeira das pontes, sobre a Lagoa de Panguila, foi tomada em 6 de novembro.

Nesse dia, um dos brasileiros comandados por Boneschi foi ferido pelo estilhaço de uma granada disparada pela artilharia do MPLA. Boneschi e outro brasileiro - Theobaldo Lisboa - permaneceram ao lado da ponte com os portugueses, enquanto os blindados do Zaire lideravam o primeiro ataque ao Morro Quifangondo - repelido pelo MPLA e os cubanos. Estes haviam começado a desembarcar em Luanda. Era a Operação Carlota, o envio de tropas de Cuba que salvou o MPLA.

"Há duas causas para a derrota em Quifangondo: os lançadores múltiplos BM-21 colocados pelos soviéticos em posição de combate nas vésperas da batalha e usados em força máxima, provocando o pânico nas tropas africanas, e a traição dos sul-africanos, que se retiraram em pleno combate", contou o piloto brasileiro Pedro Marangoni, que lutou com o FNLA. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Jihadistas atacaram nesta terça-feira forças do regime no noroeste da Síria, e os combates mataram 26 soldados e 18 membros do grupo agressor, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

O ataque ocorreu em Hama, vizinha à Idlib, província dominada pelos jihadistas do Hayat Tahrir al-Cham (HTS, aliado à Al-Qaeda) e último bastião jihadista fora do controle do regime sírio, objeto de um acordo entre Rússia e Turquia para uma "zona desmilitarizada".

No final de abril, forças ligadas ao regime e a Rússia intensificaram seus ataques contra alguns setores em poder do HTS em Idlib e em Hama.

O contra-ataque desta terça ocorreu no norte de Hama, em Kafr Nabuda, tendo como alvo as forças do regime que recuperaram a cidade no dia 8 de maio, segundo o OSDH.

Os confrontos mataram 18 jihadistas, entre eles o motorista de um carro-bomba que explodiu liquidando cinco soldados sírios.

A ação provocou a morte de 26 membros das forças do regime, precisou o OSDH.

Ao menos 180 civis morreram desde o dia 30 de abril por causa dos confrontos na região, e os bombardeios no sul de Idlib e no norte de Hama já causaram a fuga de 150 mil pessoas, segundo a ONU.

A guerra civil na Síria, iniciada em 2011, já deixou mais de 370 mil mortos e milhões de deslocados.

Um bombardeio contra um ônibus que transportava crianças na província de Saadam, no noroeste do Iêmen, deixou dezenas de mortos e feridos. A TV Al-Masirah, controlada pelos líderes rebeldes houthis, divulgou que 39 pessoas morreram e 51 ficaram feridas.

A coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita afirmou em comunicado que os rebeldes dispararam um míssil e classificou o ataque como uma “operação militar legítima”.

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O chefe da Cruz Vermelha no país, Johannes Bruwer, informou em sua conta no Twitter que a maioria das vítimas são menores de dez anos de idade. "Dezenas de mortos, mais feridos, a maioria com menos de dez anos. A Cruz Vermelha está enviando suprimentos adicionais para os hospitais para lidar com o problema", diz a publicação.

O Iêmen enfrenta uma guerra civil que já deixou pelo menos 10 mil mortos desde o início de 2015. De um lado da guerra estão os houthis, rebeldes xiitas apoiados pelo Irã, e do outro lado, a Arábia Saudita lidera uma aliança com o apoio dos Estados Unidos para conter o avanço dos rebeldes. As tribos sunitas, a Al-Qaeda e o Estado Islâmico também estão envolvidos no conflito.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), diversas violações de direitos humanos vêm sendo observadas no país e a situação humanitária está piorando rapidamente. Entre os abusos estão o bombardeiro de hospitais, escolas e casas e o recrutamento de crianças-soldado.

A presidenciável Marina Silva (Rede) declarou, nesta quinta-feira (24), que é contra a flexibilização do porte de armas, pauta defendida pelo também pré-candidato à Presidência, Jair Bolsonaro (PSL-RJ). Para Marina, não é papel do cidadão “fazer justiça com as próprias mãos”. 

“Liberar armas é insanidade, não resolve o problema da violência”, argumentou, durante sabatina do jornal Folha de São Paulo. “Distribuir armas para a população vai criar uma guerra civil. Estamos em pleno século XXI, pelo amor de Deus, todas as democracias evoluídas estão indo contra”, completou.

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A ex-senadora também chegou a dizer que na casa dela já teve uma espingarda, quando ela era criança, como "ferramenta" e a flexibilização poderia piorar a violência doméstica. “Se já há discussões dentro de casa, o que era uma voz alterada, uma chinelada, com uma arma vai virar uma loucura”, frisou.

Para Marina, a melhor solução para a violência no país é um plano de segurança nacional, com a valorização dos policiais e integração entre as polícias.

As iraquianas refugiadas em Pernambuco Magina Darwish, 20 anos, e Ida Aman Heji, 24, solicitaram a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) nesta segunda-feira (29). Juntas com a criança Lavan Dawud, 4, elas foram interceptadas com passaportes falsos no Aeroporto Internacional do Recife na madrugada de 30 de dezembro enquanto tentavam fugir da guerra civil em seu país.

Os passaportes oficiais dos três já foram entregues e o pedido de refúgio no Brasil também já foi oficializado junto ao Comitê Nacional para Refugiados (Conare), que já expediu o protocolo que servirá como documento garantindo a legalidade no país provisoriamente. Além da Carteira de Trabalho, Magida e Ida também já têm registro no Cadastro da Pessoa Física (CPF).

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As mulheres pretendem aprender a língua portuguesa, conseguir emprego e, assim, darem continuidade a um novo projeto de vida em Pernambuco. O garoto Lavan, segundo a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, está frequentando a escola e já pronuncia algumas palavras em português como "obrigado", "bom dia" e "mosquito".

"Diferente de onde estávamos, a vida aqui tem sido tranquila e agradecemos a todos os envolvidos pelo que vêm nos proporcionando. Estamos nos estabelecendo aos poucos, mas não é uma situação fácil. Estamos longe das nossas famílias. Isso é muito doloroso", conta Magida. 

Os iraquianos permanecem abrigados na Comunidade Obra de Maria, em São Lourenço da Mata, até conseguirem se manter financeiramente no Estado. De acordo com o Conare, enquanto os trâmites processuais para legalização das iraquianas no país estão em andamento, elas não poderão ser extraditadas. O órgão possui cerca de 50 mil pedidos de refúgio e o prazo para julgamento é de pelo menos dois anos.

Com informações da assessoria

 

O bombardeio dos Estados Unidos contra uma base militar na Síria representa o primeiro ataque do país diretamente contra o regime de Bashar al Assad. Até então, Washington havia mirado apenas alvos do grupo terrorista Estado Islâmico (EI). Confira abaixo uma cronologia da guerra na nação árabe, que já contabiliza mais de 400 mil mortos e 5 milhões de refugiados.

2011 - Em fevereiro, estudantes de uma escola de Daraa são presos sob a acusação de terem escrito slogans contrários ao regime. Em 15 de março, ocorre a primeira grande manifestação em Damasco contra Assad, além de um protesto em Daraa. Os atos ganham força e são reprimidos duramente pelo governo.

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Em junho, os primeiros desertores das Forças Armadas dão vida ao Exército Livre da Síria (ELS). Em agosto, o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a União Europeia pedem que Assad deixe o poder. Em outubro, Rússia e China vetam uma resolução das Nações Unidas (ONU) condenando o regime.

2012 - Em maio, começam a chegar à Síria os primeiros jihadistas estrangeiros para lutar na rebelião contra Damasco. O movimento xiita libanês Hezbollah envia militantes para defender o regime.

Em julho, um atentado em Damasco mata o ministro da Defesa Daud Rajiha. Em agosto, os rebeldes avançam sobre Aleppo, uma das principais cidades do país. Três meses depois, as potências ocidentais reconhecem a oposição exilada como "única representante do povo sírio".

2013 - Em janeiro, as forças legalistas se retiram de Raqqa, que é ocupada pelas primeiras células do Estado Islâmico. Em agosto, subúrbios de Damasco controlados por rebeldes são atacados com armas químicas. Estados Unidos e Rússia chegam a acordo para eliminar o arsenal tóxico do regime.

2014 - Em janeiro, rebeldes islâmicos iniciam ofensiva contra o EI. A conferência "Genebra 2" se encerra sem avanços. Em fevereiro, 1,4 mil pessoas são evacuadas de Homs, que é assediada pelas forças de Assad. Em maio, Damasco reconquista a cidade, com a ajuda do Hezbollah. Em agosto, o Estado Islâmico proclama um "califado" englobando seus territórios na Síria e no Iraque. Em setembro, começam os ataques aéreos da coalizão liderada pelos EUA contra o EI.

2015 - O ano começa com os curdos avançando contra os jihadistas em Kobane. Em maio, o EI conquista a cidade histórica de Palmira. Em setembro, a Rússia inicia operações em apoio a Assad. No último mês do ano, após os atentados de Paris, o Reino Unido se junta à coalizão norte-americana.

2016 - Em fevereiro, os exércitos russo e sírio avançam sobre a província de Aleppo. Dezenas de milhares de pessoas fogem para a Turquia. EI promove novos massacres em Homs e Damasco, totalizando quase 200 mortos. Moscou e Washington acertam um cessar-fogo a partir do dia 27. Em março, começa a enésima tentativa de negociações entre governo e oposição mediadas pela ONU, também sem sucesso.

Em outubro, o ELS, apoiado por Ancara, tira do Estado Islâmico as cidades de Dabiq e Soran. Em dezembro, a situação humanitária em Aleppo se agrava, e o regime de Damasco anuncia sua retomada total. No dia 30 de dezembro, entra em vigor um novo cessar-fogo que exclui apenas o combate a grupos terroristas.

2017 - Logo em janeiro, a Rússia começa a diminuir sua presença militar na Síria, e a cidade de Astana, no Cazaquistão, sedia uma nova tentativa de negociações de paz entre rebeldes e o governo, mas as tratativas não avançam. Em 30 de março, a Casa Branca diz que sua prioridade na Síria é combater o terrorismo, e não derrubar Assad.

Na semana seguinte, um ataque químico atribuído a Damasco mata mais de 80 pessoas na província de Idlib, dominada por rebeldes e pelo grupo terrorista Fatah al Shan, antiga Frente al Nusra e ligado à Al Qaeda. Na madrugada de 7 de abril, o presidente Donald Trump volta atrás em sua postura sobre Assad e bombardeia a base militar de Shayrat, de onde teria partido a ação com armas tóxicas.

Especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) concluíram, em relatório, que o governo da Síria foi o responsável pelo ataque químico contra a cidade de Qmenas, na província de Idleb, no dia 16 de março de 2015.

O time do Mecanismo de Investigação Conjunta (JIM, na sigla em inglês) concluiu, no entanto, que não há evidências suficientes para determinar a responsabilidade pelo ataque de 18 de abril de 2014, em Kfar Zita, na província de Hama, e de 24 de março de 2015 em Binnish, também na região de Idleb.

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"É crucial responsabilizar pelos seus atos aqueles que usaram ou pretendem usar armas químicas e é fundamental deter todos aqueles que continuam a acreditar que há algo a ganhar ao usar produtos químicos tóxicos como armas", ressaltou a ONU.

Os Estados Unidos, Grã-Bretanha e França pedem que o Conselho de Segurança da ONU imponha sanções contra o regime de Bashar Al-Assad por usar armas químicas. Rússia e Síria, por outro lado, alegam que as evidências apresentadas no relatório não são conclusivas. O diplomata russo Vitaly Churkin já indicou que a Rússia irá se opor à qualquer sanção.

O Conselho de Segurança da ONU volta a discutir o relatório na próxima quinta-feira.

O JIM foi criado há um ano pela Organização Para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) exatamente para identificar a responsabilidade pelos ataques na Síria.

O grupo investigou nove casos em sete cidades. Além do ataque em Qmenas, o JIM atribuiu a responsabilidade ao governo, em relatório publicado em agosto, por dois ataques de gás de cloro, um em Talmenes, em 21 de abril de 2014, e outro em Sarmin, em 16 de março de 2015. Fonte: Associated Press.

O Papa Francisco falou neste domingo sobre a guerra civil na Síria. Segundo o pontífice, as vítimas civis pagam o preço pela falta de desejo de paz dos poderosos.

"É inaceitável que tantos inocentes, incluindo tantas crianças, paguem o preço do conflito. O preço de corações fechados e da falta de desejo de paz dos poderosos", disse o Papa Francisco, após a sua tradicional bênção do Angelus na Praça de São Pedro.

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O pontífice citou, em particular, o sofrimento na cidade de Aleppo, na Síria, que é o centro da batalha entre rebeldes e forças leais ao governo de Bashar Assad.

Ontem, o governo fechou a única estrada que liga partes controladas pelos rebeldes, ao norte da cidade de Aleppo, com o restante do país. Segundo alerta da ONU, cerca de 300 mil pessoas estão sitiadas na região. Fonte: Associated Press.

Um ataque aéreo atingiu um hospital no sul da Síria neste domingo, em uma região controlada por opositores do governo. O bombardeio ocorre ao mesmo tempo em que um alto oficial da Organização das Nações Unidas (ONU) se encontrava com o ministro de Relações Exteriores sírio na capital, Damasco, para pedir a retomada de conversas de paz entre governo e opositores.

O hospital em Jasem foi alvo de um entre uma série de ataques aéreos que atingiram a província de Deraa, localizada 57 quilômetros ao sul de Damasco. Seis pessoas morreram nos ataques, de acordo com uma rede de ativistas locais, que culpa o governo pelo ataque.

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De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, entidade sediada no Reino Unido, o ataque matou um farmacêutico e colocou o hospital fora de serviço.

Hospitais são alvos frequentes na guerra da Síria, o que tem sido condenado pela ONU e a comunidade internacional. Segundo a organização nova-iorquina Médicos pelos Direitos Humanos, mais de 90% dos ataques a instalações médicas na Síria foram promovidos por forças pró-governo.

Em Damasco, o vice enviado especial para a Síria da ONU, Ramzy Ramzy, reiterou o desejo das Nações Unidas de retomar conversas de paz entre o governo e a oposição ao final de Agosto. Ele disse que discutiu o processo de transição política com o ministro de Relações Exteriores Walid Moallem. A oposição tem demandado que o presidente Bashar Assad renuncie depois que a repressão do governo a protestos em 2011 deu início a uma catastrófica guerra civil.

O ponto central das negociações é se a oposição e a comunidade internacional devem concordar ou não em ter Assad no comando durante um período de transição. "O ministro confirmou a intenção do governo sírio de participar nessas conversas assim que elas forem promovidas", disse Ramzy. Fonte: Associated Press.

A Guerra Civil 2 vai ter mais perda, na Marvel Comics. A terceira edição, que sairá nesta quarta-feira (6), terá a morte de mais super-herói, que ainda não foi revelado, mas que poderá dividir as opiniões do público nos próximos anos. Pelas ilustrações, a Marvel já mostra o Hulk quebrando a máscara do Homem de ferro, o que leva a crer que o Tony Stark será o próximo.

Na última semana, a editora divulgou  último teaser da nova fase. Nas imagens é possível observar que os heróis e vilões ainda vão estar divididos, mas ao final o personagem Tony Stark não está presente e para completar, o Doutor Destino, que teve rosto curado no último episódio, surge com a máscara do Homem de Ferro. 

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Programa F5 traz mais uma história para os fãs do mundo nerd. Desta vez, o apresentador Adonis Júnior traz uma análise detalhada sobre o “Capitão América: Guerra Civil”, dos quadrinhos da Marvel.

Para quem assistiu ao filme e ficou interessado em saber mais sobre a história que baseou o longa e fez sucesso nas HQ’s? Então, confira a seguir os detalhes do programa:

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Insurgentes sírios derrubaram um avião de guerra do governo no norte do país e cercaram um bairro predominantemente curdo na cidade de Aleppo, deixando ao menos nove mortos, segundo informações de grupos de monitoramento e da imprensa estatal.

A rede de televisão estatal informou que o avião foi derrubado por um míssil enquanto estava em missão de reconhecimento na província de Aleppo. O piloto teria se ejetado e equipes de resgate estão a procura dele. Já o Observatório de Direitos Humanos, com sede no Reino Unido, afirmou que o piloto foi capturado por membros da Frente Nusra. Um vídeo amador postado na internet mostra um homem, aparentemente piloto do avião, sendo capturado por militantes na região. O vídeo parece genuíno.

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Ativistas de oposição disseram que o avião foi derrubado perto da vila de al-Ais que foi capturada no sábado por insurgentes liderados por membros da Frente Nusra - um braço da Al-Qaeda na Síria. A derrubada do avião de guerra e os mais recentes bombardeios em Aleppo, a maior cidade síria e um antigo centro comercial, ameaçam minar o cessar-fogo promovido pelos EUA e pela Rússia iniciado em 27 de fevereiro.

Em Moscou, o ministro da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, afirmou que nenhum avião de guerra russo voou sobre Aleppo hoje. Aviões russos têm realizado ataques aéreos sobre a Síria desde 30 de setembro, mas nenhum foi derrubado até agora por militantes locais. A vizinha Turquia, porém, derrubou uma aeronave da Rússia no ano passado.

Ainda nesta terça-feira, o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, irá para Moscou se reunir com o ministro de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, antes da retomada das negociações indiretas de paz entre o governo de Bashar al-Assad, apoiado pelos russos, e grupos de oposição na próxima semana em Genebra. Fonte: Associated Press.

O enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Síria anunciou oficialmente o início das negociações de paz entre o governo sírio e líderes oposicionistas, nesta segunda-feira, na esperança de manter o processo vivo e incentivar as potências mundiais a fazerem mais pelo cessar-fogo.

Staffan di Mistura disse que a mera chegada da delegação do principal grupo opositor sírio nas instalações da ONU em Genebra foi suficiente para poder declarar formalmente que as negociações estão abertas. Ele se reuniu com uma relação do governo na sexta-feira.

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De Mistura disse que planeja novas reuniões com representantes do governo na terça-feira de manhã, antes de receber os oposicionistas novamente, à tarde. Ele disse que, à princípio, seu primeiro objetivo é simplesmente manter as conversações em curso, e que seu principal objetivo é ajudar a mostrar progresso concreto para os sírios. Fonte: Associated Press.

O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) sequestrou cerca de 400 civis, entre os quais mulheres e crianças, depois de um ataque no sábado (16) à cidade de Deir Ezzor, no Leste da Síria. A ofensiva deixou 135 mortos.

O diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahmane, disse que os cerca de 400 civis foram levados do bairro de Al-Baghaliyeh e de zonas próximas para regiões controladas pelo Estado Islâmico (EI). Entre os sequestrados, estão mulheres, crianças, famílias e combatentes pró-regime, informou o responsável da organização não governamental.

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As pessoas raptadas foram levadas para outras regiões sob o controle dos jihadistas no oeste da província de mesmo nome (Deir Ezzor) e para província vizinha de Raqqa, acrescentou Rahmane.

No sábado, o EI lançou uma grande ofensiva em várias áreas da cidade, tomando o controle do bairro de Al-Bagheliyeh. De acordo com o OSDH, pelo menos 85 civis e 50 combatentes pró-regime foram mortos, a maior parte executados.

A agência oficial de notícias síria Sana citou moradores que denunciaram um massacre com 300 civis mortos. Segundo o OSDH, a ofensiva permitiu que a organização jihadista avançasse no norte da cidade de Deir Ezzor, controlando cerca de 60% da área.

Esta manhã, as forças do regime combatiam no noroeste da cidade, enquanto os subúrbios de Al-Bagheliyeh foram alvo de ataques aéreos noturnos de aviação da Rússia, aliada do regime do presidente Bashar al-Assad. O regime mantém o controle de zonas de Deir Ezzor e de um aeroporto militar nas proximidades.

Da Agência Lusa

O presidente da China, Xi Jinping, e o presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou apertaram as mãos em encontro histórico neste sábado, em um hotel em Cingapura. Esta é a primeira vez que líderes da China continental e da Ilha Formosa se reúnem desde que as tropas comunistas de Mao Zedong expulsaram o governo nacionalista de Chiang Kai-shek de seu território, em 1949. O encontro, porém, promete ter caráter mais simbólico que pragmático. Em comunicado conjunto, ambos os líderes afirmam que não vão assinar acordos.

Xi e Ma abriram largos sorrisos enquanto apertavam as mãos por mais de um minuto para as câmeras. Nenhuma bandeira nacional estava à mostra no encontro, uma estratégia para escapar à recusa da China em reconhecer a soberania de Taiwan e vice-versa. Os dois representantes falaram à imprensa pouco antes do encontro privado agendado, que durou uma hora.

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Em sua fala, Xi fez referência ao antigo desejo chinês de reunificação com Taiwan. "Somos uma única família", disse. "Nenhuma força pode nos separar", acrescentou. Por sua vez, Ma ressaltou a preferência por manter o status quo. "Ambos os lados devem respeitar seus valores e modos de vida", afirmou. Boa parte dos chineses considera que a unificação do território chinês é uma questão de tempo, embora os esforços políticos para isso estejam em ritmo lento. Por outro lado, os cidadãos de Taiwan prezam pela independência, sobretudo por questões políticas. Enquanto a China continental é governada por um partido único, em Formosa há democracia pluripartidária com sufrágio universal.

Críticos de Ma em Taiwan temem que a aproximação com o Partido Comunista abra caminho para que Pequim tome o controle da ilha. Neste sábado, centenas de manifestantes se reuniram na frente do Ministério da Economia em Taipei, erguendo faixas que alertavam que Ma pretendia "vender Taiwan". Por outro lado, parte da população acredita que a disposição de Xi em se encontrar com o líder de Formosa em território estrangeiro é um sinal de respeito ao governo insular, ainda que o protocolo diplomático demande que eles se refiram um ao outro como "senhor", e não como "presidente".

Ma deve deixar o cargo após dois mandatos em 2016. Seu sucessor será escolhido em janeiro e especula-se que o encontro com o líder chinês teve por objetivo tentar impulsionar a popularidade do seu partido - algo que o presidente negou durante o encontro com seu contraparte. Fonte: Associated Press.

A Justiça e o Itamaraty tentam repatriar uma criança brasileira que está retida em Damasco, na Síria, país que vive uma guerra civil. O menino, Yakoub Obaied, de dois anos e seis meses, é filho de pais sírios, nasceu em São José do Rio Preto (SP), em 3 de abril de 2013, mas seu passaporte venceu e os pais não conseguem retornar ao País.

Ele foi levado de volta à Síria há um ano e dois meses pela mãe, Rania Alsahhoum, que retornou ao país para buscar o pai da criança, Chain Obaied, e dar baixa em seu emprego de funcionária pública do governo sírio. A intenção era de que a família retornasse o mais rápido possível e se juntasse aos sete irmãos de Obaied que moram em Rio Preto. No entanto, a guerra impediu que a família voltasse ao Brasil e o passaporte da criança, vencido, dificulta o retorno.

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Na quarta-feira, 23, o Itamaraty informou à Vara da Infância e da Juventude de São José do Rio Preto que está tomando as medidas para cumprir a sentença do juiz Evandro Pelarin, que determinou a repatriação imediata da criança por meio de ações junto à embaixada brasileira em Beirute, no Líbano, uma vez que a embaixada brasileira em Damasco está fechada por causa da guerra civil.

"A Divisão de Assistência Consular do Ministério das Relações Exteriores está tomando as medidas necessárias junto à Embaixada do Brasil em Beirute para a concessão de passaporte ao menos Yakoub", informou o chefe da divisão, Aloysio Marés Dias Gomide Filho, em nota enviada a Pelarin.

"É uma criança brasileira, de pais sírios, mas brasileira, e que está correndo sérios riscos de vida com a guerra", afirmou Pelarin. Em sua decisão, atendendo pedido do Ministério Público, Pelarin determina "em caráter de emergência, que a repartição consular brasileira em Beirute atenda, pelo direito de primazia, à criança brasileira para emissão de novo passaporte ou Autorização de Retorno ao Brasil (ARB), cabendo a mesma determinação à representação em Damasco, na Síria, se ainda regular o serviço", diz o despacho do juiz, de 17 de setembro.

Pelarin esclareceu nesta quinta-feira, 24, que a representação brasileira em Damasco teve de ser fechada por causa da guerra.

Burocracia

A tia do menino, Sanaa Obaied, que há alguns anos trouxe os seis irmãos ao Brasil e depois a cunhada Rania, ainda grávida, diz que há meses tromba com a burocracia para trazer o sobrinho e os pais dele ao Brasil. Para Sanaa, o retorno não será fácil, porque os pais estão sem dinheiro e a viagem dentre Damasco e Beirute está cada vez mais perigosa.

"É uma viagem de três horas que está demorando 12 horas por conta dos riscos com explosões e ataques inimigos", diz. Segundo ela, os pais terão de fazer o percurso de ida e volta pelo menos três vezes e depois tentarem entrar no Líbano como refugiados e retornar ao Brasil com vistos de turistas.

No entanto, a maior preocupação é com a criança. "Até agora só foi burocracia. Eles não perguntam como está a saúde desta criança, se ela está comendo, se ela está viva, como ela está no meio de tantas explosões. O que conta é burocracia", desabafa. "Eles ainda terão de abrir contas e depositar uma quantia em dinheiro, mas não existem bancos em Damasco. Por que eles não são levados para Beirute e ficam lá até a embaixada conseguir os documentos que vão liberá-lo para retornar?", comenta Sanaa.

Medida

Questionada se a embaixada brasileira no Líbano pode dar abrigo à família da criança brasileira, a assessoria de imprensa do Itamaraty informou que não pode especificar quais medidas estão sendo tomadas para repatriar o garoto brasileiro, mas que, apesar da embaixada estar fechada em Damasco, funcionários estabelecidos em Beirute viajam regularmente à Síria para resolver problemas de cidadãos brasileiros e que o caso do garoto será resolvido conforme determina a sentença da Vara da Infância e da Juventude de Rio Preto.

Segundo a assessoria, o Ministério de Relações Exteriores também agilizou o processo de concessão de vistos para entrada no Brasil por meio da Resolução Normativa 17, do Comitê Nacional para Refugiados (Conare), que concede visto especial com validade de 90 dias. A norma tinha validade de dois anos e deveria se encerrar neste mês, mas foi prorrogada nesta segunda-feira e agora tem validade até 2017.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou no sábado que os Estados Unidos poderiam aceitar uma solução para a guerra da Síria que permitisse ao presidente Bashar al-Assad ficar um tempo no poder antes de deixá-lo. Segundo ele, Assad funcionaria como um polo de atração para combatentes estrangeiros que entram no Estado Islâmico.

"Por isso, há uma falta de lógica", disse Kerry, para o fato de que os russos estejam levando mais equipamento para ajudar Assad, enquanto ao mesmo tempo dizem que combaterão os militantes.

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Os EUA mostram-se preocupados com o movimento da Rússia de enviar material bélico para a Síria, disse Kerry. Segundo ele, os jatos podem representar uma ameaça para as forças norte-americanas e aliadas no país. Autoridades dos EUA disseram que a Rússia enviou um pequeno número de jatos a uma base na Síria na sexta-feira, horas após o secretário de Defesa dos EUA, Ash Carter, conversar com o ministro russo da Defesa, Sergei Shoigu.

Kerry tratou do tema após uma reunião com o ministro das Relações Exteriores britânico, Philip Hammond.

A Rússia argumenta que seu reforço militar na Síria tem como alvo combater o Estado Islâmico. Kerry disse que o diálogo militar entre EUA e Rússia tem como objetivo evitar incidentes entre as forças dos dois países. Washington vinha resistindo a uma escalada da presença militar russa na Síria.

Kerry e Hammond disseram que também discutiram Iêmen, Líbia e Ucrânia. Kerry afirmou ainda que é preciso acalmar a situação entre israelenses e palestinos, após dias de confrontos em uma área de Jerusalém considerada sagrada por muçulmanos e judeus. "Todos nós nos unimos para pedir que todos mantenham a calma", afirmou Kerry. Fonte: Associated Press.

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