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Em meio ao caos provocado por quase quatro anos de guerra civil na Síria, Damasco sedia uma feira de Saúde e Beleza, em um país onde mais da metade das pessoas vivem na extrema pobreza.

"É como se a guerra durasse cem anos. Todos os dias há mortos, desaparecidos. Isso é ruim", queixa-se Loubana Mourched, uma mulher 30 anos, ostentando uma pesada maquiagem e joias.

Para esquecer o que está acontecendo, "gosto de me cuidar, de cuidar da minha pele, da maquiagem", conta. "O que vem acontecendo no país nos dá rugas, parecemos mais velhas", afirma.

Mourched percorre os stands testando cremes, maquiagem e tratamentos estéticos que estão à disposição das sírias que ainda têm tempo e dinheiro para pensar em beleza.

"A questão da beleza é fundamental. Sempre haverá mulheres que compram sem olhar os preços", disse Nabil Mourtada, diretor de uma empresa que comercializa cremes elaborados com ouro e caviar.

Ele decidiu participar da feira porque o mercado sírio continua sendo atraente, apesar da guerra civil que causou mais de 200.000 mortes e obrigou cerca de 6,5 milhões de pessoas a deixarem suas casas, sendo que mais de 3 milhões fugiram para países vizinhos.

Três em cada quatro sírios vivem na pobreza e mais da metade (54,3%), na extrema pobreza, segundo um relatório da ONU apresentado em maio.

Tratamento psicológico

Em um contexto de inflação galopante (178% em três anos), as vendas de cosméticos estavam estagnadas desde o início da guerra. Mas "neste ano subiram, já que as pessoas se acostumaram com o aumento dos preços", declara Mohamad Meibar, diretor de vendas de várias marcas de cosméticos.

Iman Osman, uma esteticista com dez anos de experiência, confirma que os negócios vão bem. "A crise não afetou nosso trabalho porque as mulheres estão dispostas a tudo para manter a beleza", conta.

Johnny Bachour, diretor de vendas de uma empresa especializada em implantes de silicone e em injeções de Botox, também está otimista. "As clientes querem parecer mais jovens, querem se sentir bem para ganhar confiança", diz.

A vendedora Racha Ghoneim afirma que as vendas de Botox de sua companhia cresceram 30% em comparação ao ano passado.

"Aquelas que gostam de maquiagem continuarão usando", afirma Leila, que tem uma loja de produtos de beleza em Mazraa, um bairro do centro de Damasco.

Ihab al-Nawaquil é diretor de marketing de uma empresa que vende suplementos alimentares americanos para a pele e cabelos. Sua companhia "decidiu permanecer no mercado sírio", prevendo que "a crise não seria um obstáculo", porque "os sírios são um povo cheio de vida", explica.

Sentada em um salão de beleza, Siham considera que os cuidados estéticos são uma forma de tratamento psicológico em meio às atrocidades da guerra.

"A destruição não deve afetar nossas almas", afirma essa dona de casa que vive no subúrbio da capital.

O governo de Bashar Assad cometeu a maior parte das atrocidades durante a guerra civil na Síria de acordo com investigação feita pela Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). O chefe da comissão, Paulo Sergio Pinheiro, afirmou durante painel em Genebra nesta terça-feira, que os crimes contra civis cometidos pelo governo sírio excedem os crimes atribuídos aos militantes rebeldes e outros grupo armados.

Os extremistas do Estado Islâmico e os rebeldes dos grupos armados não são os "únicos responsáveis pelas mortes e destruição na Síria", disse o diplomata. "O governo do país permanece responsável pela maioria das mortes de civis", completou.

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Segundo o diplomata, os crimes contra civis são cometidos pelo governo da Síria a distância, por meio de bombardeiros, e individualmente, em postos de controle e salas de interrogatório. "Os postos de controle são, muitas vezes, o ponto de partida para uma viagem horrível de desaparecimento, tortura, abuso sexual e, para muitos, a morte", disse Pinheiro.

A comissão da ONU expressou sua frustração com a incapacidade da comunidade internacional em achar uma solução para o conflito que já fez cerca de 190 mil vítimas.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU autorizou a comissão a investigar todas as violações e crimes contra os direitos humanos denunciados desde março de 2011 cometidos na guerra civil da Síria e, quando possível, identificar o responsáveis.

O enviado da Síria Houssam El dine Alaa denunciou o trabalho comissão, alegando que a investigação foi "tendenciosa e pouco profissional", baseado em "testemunhos inacreditáveis". Fonte: Associated Press.

A guerra civil na Síria fez o número de refugiados do país subir para três milhões de pessoas, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (29) pela Organização das Nações Unidas (ONU). Mais de um milhão de pessoas conseguiram fugir sozinhas no ano passado.

O número significa que um em cada oito sírios escapou por meio das fronteiras do país e outros 6,5 milhões foram retirados da Síria por tropas de resgate. Metade dos refugiados são crianças, de acordo a agência de refugiados da ONU.

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"A crise na Síria se tornou a maior emergência humanitária da nossa era, mas o mudo está falhando na missão de cumprir as necessidades dos refugiados e dos países de hospedagem", disse António Guterres, alto comissário da ONU para Refugiados.

Em 2011, no estágio de pré-guerra, a população da Síria era de 23 milhões de habitantes. Quase metade foi obrigada a abandonar suas casas e fugir para outras localidades.

A ONU estima que 35 mil pessoas estão aguardando registro de refugiados e centenas de milhares ainda não foram cadastrados.

O Líbano é o principal país de hospedagem, com 1,14 milhões de sírios, seguido pela Turquia, com 815 mil, e a Jordânia, com 608 mil pessoas. Fonte: Associated Press.

Altos funcionários da ONU dizem que estão trabalhando com urgência com países-chave para determinar a melhor forma de implementar uma resolução do Conselho de Segurança que permite a entrega ajuda humanitária internacional às áreas controladas pelos rebeldes na Síria sem a aprovação do governo.

Os programas Humanitário, Alimentar Mundial e Unicef informaram em declaração conjunta nesta quarta-feira que a resolução aprovada sábado "representa um avanço nos esforços para se obter a ajuda que os sírios precisam" e que a medida poderia ajudar até 2,9 milhões de pessoas.

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Equipes do programa Alimentar Mundial estão na região implantando um sistema para monitorar as remessas de ajuda e a Unicef já preparou os suprimentos para os primeiros comboios que irão atravessar a fronteira, incluindo cobertores, purificadores de água, seringas e kits de higiene. Fonte: Associated Press.

Líderes cristãos no Iraque pediram nesta quarta-feira (9) que a União Europeia (UE) atue para evitar "uma guerra civil" que ameaça os cristãos, "uma minoria muito frágil". "Os europeus têm um dever moral com o Iraque", declarou o patriarca da Igreja Caldéia do Iraque, Luis Sako.

"Esperamos que se comprometam para salvar o que pode ser salvo", por meio de "uma solução política" à crise, acrescentou Sako, que viajou a Bruxelas para uma reunião com os líderes da UE, entre eles o presidente do Conselho (que representa os 28 Estados membros), Herman Van Rompuy.

Sako expressou sua inquietação sobre a situação dos cristãos que continuam fugindo das zonas conquistadas pelos jihadistas no norte do Iraque. "Por enquanto, os cristãos não estão na mira" do Estado Islâmico (EI), mas "temos que esperar e ver a evolução da situação", ressaltou.

Junto a Sako estava o bispo de Mossul da Igreja Católica Síria, Yohann Petros Mouche, que indicou que "quase não há mais cristãos em sua cidade", onde as igrejas caldéias e sírias ortodoxas foram ocupadas pelos insurgentes. Mossul registrava 35.000 cristãos em 2003, antes da invasão americana.

Em todo o Iraque, "se nada mudar, a presença cristã será apenas simbólica" devido à fuga dos cristãos para os países vizinhos (Turquia e Líbano), Europa e Estados Unidos" advertiu Sako. Estima-se que os cristão são entre 400.000 e 500.000, segundo o líder cristão, que recordou que antes de 2003 eram mais de um milhão.

"Somos uma minoria muito frágil, já que não temos exército nem milícias" diferentemente de outros grupos religiosos e étnicos do país, finalizou o patriarca.

Pela primeira vez em quase dois anos, milhares de sírios entraram no sábado em algumas partes da cidade de Homs destruídas pela guerra e muitos faziam planos para repovoá-la, poucos dias depois que os rebeldes entregaram suas posições às forças pró-Assad.

Homens, mulheres e crianças entraram nos antigos distritos de Homs, alguns de caminhonetes e bicicletas, enquanto a maioria o fez caminhando em um dia ensolarado.

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Uma banda juvenil que tocava tambores e portava fotografias do presidente Bashar Assad marchou pela região, somando-se ao ânimo festivo dos que apoiam o regime no conflito que começou há três anos.

A população recuperou o que pôde de suas casas no sábado, principalmente roupa, colchões e tanques de gás.

"Minha casa ficou completamente destruída e queimada, porém achei algumas fotos", disse Sarmad Musa, de 49 anos, ex-moradora do bairro de Hamidiye. "Fiquei recordando os belos dias que tive aqui."

Algumas pessoas acusaram os rebeldes de saquear e queimar suas casas. Um grupo menor de pessoas entraram na cidade na sexta-feira. Outro moradores fizeram planos para voltarem às suas casas e aproveitaram o dia para limpar os escombros.

"Se Deus nos permitir, dormiremos em nossas casas nesta noite", disse um homem à emissora de TV libanesa al-Mayadin. "Ainda assim as casas não estão prontas, mas nos ajudaremos uns aos outros a reconstruir."

Centenas de rebeldes entregaram suas posições em Homs às forças armadas do governo de Assad em troca de um salvo-conduto para os insurgentes do norte como parte de um acordo que começou na quarta-feira.

O acordo é visto como uma vitória pessoal para Assad a algumas semanas antes das eleições presidenciais de 3 de junho, que muitos imaginam que selará a vitória do atual presidente e lhe dará mais um mandato para seguir lutando contra os insurgentes, em uma guerra civil que matou mais de 150 mil pessoas. Fonte: Associated Press.

Tropas do governo capturaram um reduto rebelde e tomaram de volta o controle de outra cidade do Sudão do Sul, provocando a fuga de rebeldes na direção da fronteira com a Etiópia, disse um porta-voz militar do Sudão do Sul nesta segunda-feira. Entretanto, ainda havia relatos de combate no entorno da cidade.

Militares tomaram a base rebelde de Nasir e recapturaram Bentiu, capital do Estado Unity, importante produtor de petróleo, que estava sob controle rebelde, disse o coronel Philip Aguer. Bentiu foi tomada depois de trocas de tiros ao longo de todo o dia de domingo, mas não se sabe ainda o total de vítimas, afirmou Aguer. Contudo, um oficial de segurança do Sudão do Sul, que falou sob condição de anonimato, indicou que os embates na cidade persistem.

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Nasir era o quartel-general onde os rebeldes se mobilizavam para atacar a cidade de Malakal, assinalou Aguer. Segundo o coronel, o líder rebelde, o ex-vice-presidente Riek Machar, e suas tropas estão agora em algum lugar perto da fronteira entre Sudão do Sul e Etiópia. O porta-voz da equipe de negociação dos rebeldes na Etiópia Yohanis Musa Pouk disse que Machar ainda está dentro do Sudão do Sul, mas acrescentou que ele se reunirá com o primeiro-ministro etíope Hailemariam Desalegn "muito em breve".

A ofensiva do governo ocorre alguns dias depois que o presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, disse ao secretário de Estado norte-americano, John Kerry, estar pronto para realizar discussões de paz com Machar. O porta-voz dos insurgentes Pouk disse à Associated Press hoje que Machar quer antes de tudo um "programa", incluindo um prazo para a formação de um governo de transição e uma proposta de composição e estrutura. Machar disse a repórteres que não vê sentido em negociações de paz que levariam a um governo de transição antes das eleições. Kerry disse que estava ciente dos comentários, mas insistiu que Machar não rejeitou a proposta totalmente. "Ele deixou a porta aberta", disse Kerry. "Expressou algumas dúvidas, mas não disse que ele não iria."

O secretário assinalou hoje esperar que as negociações de paz no Sudão do Sul comecem de acordo com o previsto. Falando com repórteres na capital de Angola, Luanda, antes de voltar para os EUA, Kerry subiu o tom das ameaças de sanções ou envio de novas tropas das Nações Unidas para o Sudão do Sul se as conversas fracassarem. Fonte: Associated Press.

A mídia estatal síria e as forças rebeldes disseram neste sábado que gás venenoso foi usado em uma aldeia no centro do país, ferindo dezenas de pessoas, o que levou ambos a trocarem acusações sobre o autor do ataque.

O principal grupo de oposição apoiado pelo Ocidente, a Coalizão Nacional da Síria, disse que o ataque de gás venenoso ocorrido na sexta-feira feriu dezenas de pessoas na aldeia de Kfar Zeita, na província central de Hama. O grupo não disse que tipo de gás foi usado.

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Sem dar mais detalhes, o Observatório Sírio de Direitos Humanos informou que as pessoas sofriam de problemas de respiração e asfixia após o ataque, aparentemente conduzido durante operações aéreas que deixaram uma fumaça pesada sobre a área.

A televisão estatal síria culpou membros da Frente Nusra ligada a al-Qaeda pelo uso de gás em Kfar Zeita, matando duas pessoas e ferindo mais de 100.

Segundo a reportagem, a Frente Nusra está se preparando para outro ataque químico contra a área de Wadi Deif, na província de Idlib e contra outra área em Hama. A mídia estatal não explicou como obteve os planos da Frente Nusra.

Um vídeo amador publicado online por ativistas da oposição mostraram um quarto de hospital em Kfar Zeita, que estava lotado de homens e crianças, alguns dos quais respirando através de máscaras de oxigênio. Em uma cama, o vídeo mostrava seis crianças - alguns com aparente dificuldade em respirar -, enquanto outros choravam. Fonte: Associated Press.

Três milhões e 700 mil pessoas correm risco de sofrer com a fome extrema no Sudão do Sul, mergulhado, desde o fim do ano, em uma guerra civil, alertou a ONU nesta quinta-feira.

"Temos a 3,7 milhões de pessoas que já estão em grave risco de inanição", afirmou, em Genebra, Toby Lanzer, chefe das operações humanitárias das Nações Unidas no país.

"Se perdermos a temporada de semeadura, haverá um declive catastrófico na segurança alimentar", afirmou ainda, acrescentando que se a situação piorar, poderá afetar até sete milhões de pessoas em todo o país e virar a pior onda de fome no continente desde a da Etiópia nos anos 1980.

No Sudão do Sul, os agricultores devem começar a semear entre abril e maio, mas a guerra civil os impede de realizar suas atividades, cruciais para garantir a colheita em novembro e dezembro.

Os combates explodiram em 15 de dezembro de 2013 entre as forças leais ao presidente Salva Kiir e os partidários do ex-presidente Riek Machar.

Apesar do cessar-fogo acertado, os combates continuam, e mais de 800.000 pessoas tiveram que fugir dos confrontos.

l/apo/jmc/pc/jz/cn

O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) lançou uma investigação nesta quinta-feira sobre a guerra civil no Sri Lanka após a aprovação de uma resolução sobre o tema, liderada pelos Estados Unidos e sob os protestos do governo do Sri Lanka.

A resolução põe em marcha uma investigação de um ano que irá analisar "supostas violações graves e abusos de direitos humanos e crimes relacionados por ambas as partes no Sri Lanka". A votação da resolução dentro do conselho teve 23 votos a favor e 12 contra, com 12 abstenções, após um debate de dois dias. O conselho também rejeitou um pedido de remoção da convocação ao Sri Lanka para cooperar com os trabalhos investigativos.

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A investigação, que deve custar quase US$ 1,5 milhão, ocorre após a recomendação da Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, que criticou o Sri Lanka por fazer poucos progressos na punição dos responsáveis por atrocidades e crimes de guerra cometidos durante a batalha de 25 anos entre o governo e os rebeldes Tâmil.

A guerra terminou em maio de 2009 depois que forças do governo empurraram os combatentes Tâmil remanescentes para uma faixa de terra na costa nordeste do país. Um relatório da ONU destacou que até 40 mil pessoas podem ter sido mortas na fase final da guerra, mas o governo questiona esse número. A investigação busca esclarecer os fatos e circunstâncias "com uma visão para evitar impunidade e garantir punição dos responsáveis".

O enviado do Sri Lanka à ONU, Ravinatha Pandukabhaya Aryasinha, disse que a investigação constituiria "uma séria violação do direito internacional" pela interferência na soberania da nação. China, Paquistão e outros se opuseram à investigação por motivos semelhantes. Fonte: Associated Press.

A atriz Angelina Jolie, embaixadora da boa vontade do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), visitou nesta segunda-feira crianças sírias refugiadas no Líbano. O Líbano abriga quase um milhão de refugiados que fugiram da guerra iniciada há quase três anos na vizinha Síria, que provocou mais de 140.000 mortes.

A estrela considerou o encontro com os órfãos sírios na região de Beka, leste do Líbano, como "uma experiência que parte o coração", segundo o comunicado da Acnur. "Eles perderam suas famílias e a guerra roubou sua infância. São tão jovens, mas assumem o peso da situação como se fossem adultos", completou a atriz americana, que viajou ao Líbano pela terceira vez e que já visitou campos de refugiados na Jordânia e Turquia.

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Angelina Jolie destacou a resolução não vinculante aprovada sábado pelo Conselho de Segurança, que pede aos beligerantes o fim do cerco às zonas habitadas, o fim dos ataques contra os civis e a autorização de um acesso humanitário sem restrições. "São medidas que demoraram muito a ser adotadas, e que vão na direção correta para centenas de milhares de homens, mulheres e crianças inocentes bloqueados em zonas de difícil acesso em toda Síria", disse a estrela.

O governo da Síria ameaça se retirar das negociações de paz sobre a guerra civil no país se "negociações sérias" não começarem no sábado (25). A delegação escolhida pelo presidente Bashar Assad reuniu-se nesta sexta-feira (24) por menos de 90 minutos com o mediador da Organização das Nações Unidas (ONU), Lakhdar Brahimi, como parte da conferência de paz com a oposição.

A declaração foi feita depois de um importante representante da oposição ter dito na quinta-feira que o grupo não participaria das negociações diretas a menos que Damasco concorde em discutir a formação de um governo de transição, sem a participação de Assad, e insistiu que as delegações se reunissem em salas separadas com Brahimi. Em declarações feitas na abertura da conferência, na quarta-feira, a delegação do governo sírio disse que a saída de Assad não era uma questão a ser discutida.

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Em Genebra, o ministro de Relações Exteriores sírio, Walid al-Moallem, disse a Brahimi que se "conversações sérias não começarem no sábado, a delegação oficial síria terá de ir embora porque o outro lado não é sério ou não está preparado", segundo informações da televisão estatal síria.

As negociações diretas planejadas para esta sexta-feira entre o governo e a Coalizão Nacional Síria não aconteceram e a oposição se reuniu separadamente com Brahimi na sede da União Europeia (UE). O governo sírio responsabiliza a coalizão pela falta de negociações diretas, que eram vistas como a melhor esperança para um eventual fim da guerra civil, que já deixou pelo menos 130 mil mortos.

Os conflito desestabilizou toda a região e fez da Síria um local de atração para militantes inspirados na Al-Qaeda. Cada lado culpa o outro pelo caos que se instalou no país. "A transição para uma Síria livre é fundamental para enfrentar o terrorismo", disse Oubai Shahbandar, conselheiro sênior da oposição síria, que exige a saída de Assad.

Já Bouthaina Shaaban, conselheira de Assad que foi a Genebra para as negociações, questionou se a coalizão opositora, formada principalmente por exilados que estão na Turquia, está preparada para negociar o fim dos confrontos. "Nós viemos para cá com a Síria e o povo sírio em nossas mentes, enquanto eles chegaram com posições e postos em mente", afirmou ela. Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.

As tropas do presidente da Síria, Bashar Assad, assumiram controle neste domingo da estrada que liga Damasco ao norte da Síria. As forças do governo começaram no mês passado uma ofensiva para tomar a estrada e cortar a rota de oferta para os rebeldes.

Os confrontos na região deixaram a estrada bloqueada por quase três semanas, mas o governo a reabriu neste domingo, após ter assumido o controle de grande parte da cidade de Nabek, localizada nos arredores da rodovia, disse o diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, Rami Abdurrahman.

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"Ela está aberta, mas não segura", disse ele, acrescentando que a rota continua "perigosa" devido aos ataques dos rebeldes.

Enquanto isso, os cristãos sírios têm rezado por um grupo de mais de uma dúzia de freiras detidas por rebeldes há quase uma semana, o que intensifica o temor de que as minorias estão sendo hostilizadas por extremistas que tentam tirar Assad do poder. Um padre e dois bispos sequestrados por rebeldes continuam desaparecidos e os extremistas são acusados de destruir igrejas nas regiões capturadas por eles.

As freiras foram sequestradas na segunda-feira quando rebeldes chegaram a Maaloula, principal vilarejo ao norte de Damasco, cujo controle já mudou de mãos diversas vezes. A freira mais velha do grupo tem 90 anos.

Na sexta-feira, um vídeo foi divulgado no qual as freiras afirmam estar bem e alegam que os rebeldes as tiraram da zona do combate por estarem preocupados com sua segurança. O vídeo somente reforçou a preocupação dos cristãos que se reuniram para rezar neste domingo. "Eles estão vindo atrás de nós", disse Odette Abu Zakham, de 65 anos. "Tudo o que eles fazem é massacrar pessoas, eles só sabem matar." Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.

A oposição ao regime de Bashar al-Assad na Síria pede que o uso de mísseis e bombas aéreas também seja proibido no país. A Coalizão Nacional Síria emitiu nota neste domingo, após Estados Unidos e Rússia terem divulgado que chegaram a um acordo para combater a utilização de armas químicas no país do Oriente Médio.

A Coalizão repetiu seu pedido para que haja ajuda militar aos opositores para "forçar o regime a parar sua campanha militar e aceitar uma solução política". Os Estados Unidos e aliados recusaram o envio de armas aos rebeldes, temerosos de que as armas possam cair nas mãos de extremistas. Fonte: Associated Press.

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Amostras retiradas da Síria e examinadas na França confirmam que gás sarin foi usado muitas vezes no país, declarou nesta terça-feira o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius. O ministro afirmou que os testes realizados por um laboratório francês "comprovam a presença de sarin nas amostras que temos" e que a França "está certa agora que o gás sarin foi usado na Síria várias vezes e de forma localizada". O comunicado concluiu: "Será inaceitável que os culpados desses crimes saiam impunes".

Mais cedo, um comunicado da Organização das Nações Unidas (ONU) disse que "há motivos razoáveis" para acreditar que quantidades limitadas de produtos químicos tóxicos foram utilizados como armas em pelo menos quatro ataques em uma guerra civil na Síria, mas que mais evidências são necessárias para determinar os agentes químicos precisos utilizados ou, quem os usava.

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A Comissão de Investigação da ONU argumentou que resultados conclusivos podem ser obtidos somente após amostras de testes serem retiradas diretamente das vítimas, ou do local dos ataques alegados. O órgão pediu que a Síria permita a entrada de uma equipe de especialistas no país, afirmando que o bloqueio ao acesso continua a minar a capacidade da comissão de cumprir seu mandato.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou previamente o uso de armas químicas sua "linha vermelha" para uma intervenção forçada de seu país na Síria. Obama está sob pressão para adotar uma ação em meio a crescentes alegações que as forças do governo do presidente Bashar Assad cruzou essa linha. O comunicado da ONU pareceu fortalecer o argumento do governo Obama que a evidência existente é insuficiente.

O comunicado da comissão para o Conselho de Direitos Humanos sobre as violações no conflito da Síria acusa os dois lados de cometerem crimes de guerra. Em uma mensagem aparente para países europeus que consideram armar os rebeldes sírios, o comunicado alertou que a transferência de armas elevará o risco de violações, provocando mais civis mortos e feridos.

"Crimes de guerra e crimes contra a humanidade se tornaram uma realidade diária na Síria onde relatos angustiantes de vítimas queimam em nossa consciência", disse o relatório. "Há um custo humano no aumento da disponibilidade de armas." Fonte: Associated Press.

A Coalizão Nacional Síria, principal grupo de oposição apoiado pelos países ocidentais, disse nesta quinta-feira (30) que não vai participar das negociações de paz lideradas por Rússia e Estados Unidos enquanto massacres estiverem ocorrendo no país. A declaração enfraquece os esforços internacionais para colocar fim à devastadora guerra civil.

O porta-voz do grupo, Khalid Saleh, afirmou ainda que a oposição não apoiará qualquer esforço internacional de paz enquanto houverem interferências do Irã e do grupo libanês Hezbollah na Síria, que apoiam as forças do governo de Bashar Assad. O anúncio dos opositores veio apenas um dia após o ministro das Relações Exteriores sírio, Walid al-Moallem, declarar que o governo vai participar da conferência de paz prevista para acontecer em Genebra no mês de junho.

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Al-Moallem, no entanto, definiu termos para as negociações de paz que contrariaram a oposição. Segundo o ministro, Assad permaneceria no cargo de presidente pelo menos até as eleições de 2014 e poderia se candidatar a um novo mandato. A Coalizão Nacional Síria insiste para que Assad deixe o cargo e a carreira política. Além dessa exigência, o ministro sírio disse ainda que qualquer acordo alcançado seria submetido a um referendo. As informações são da Associated Press.

O Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) afirma que o número de cidadãos sírios que fugiram do país e estão buscando ajuda em outras nações já atingiu a marca de um milhão desde que o conflito começou há cerca de 2 anos.

Em um comunicado divulgado nesta quarta-feira em Genebra, António Guterres, chefe do Acnur, diz que o número é baseado em relatórios dos agentes de campo da ONU em países vizinhos que ofereceram refúgio para os cidadãos sírios. Com outros milhões deslocados na região, mas ainda dentro da Síria, Guterres adverte que o país está indo em direção "a um desastre completo".

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Ele alega que o número de refugiados aumentou dramaticamente desde o primeiro dia do ano, com a maioria dos sírios fugindo para o Líbano, Jordânia, Turquia, Iraque e Egito.

A presença deles sobrecarrega severamente os recursos dos países que os recebem e as comunidades internacional doadora inteira, de acordo com a ONU. As informações são da Associated Press.

A chefe de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Navi Pillay, afirmou nesta terça-feira que o número de pessoas mortas na guerra civil da Síria está provavelmente se aproximando de 70 mil.

Há menos de seis semanas, Pillay havia dito que o número de vítimas ultrapassou 60 mil, um nível "verdadeiramente chocante". Mas, segundo ela, já houve aproximadamente 10 mil novas mortes nas últimas semanas. Ela pressionou para que a Síria responda na Corte Penal Internacional. As informações são da Associated Press.

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Facções palestinas que lutam contra e a favor do presidente da Síria, Bashar Assad, fizeram nesta terça-feira um apelo por um cessar-fogo no campo de refugiados de Yarmouk, que fica na periferia de Damasco. Os combates ocorrem em Yarmouk desde o ano passado, mas nesta terça-feira deixaram pelo menos cinco pessoas mortas. O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, sediado em Londres mas que conta com redes de ativistas locais, disse que das cinco pessoas mortas hoje, quatro foram atingidas por um morteiro disparado na avenida Yarmouk, enquanto uma quinta foi abatida por um franco-atirador.

Em Taftanaz, na província nortista de Idlib, insurgentes sírios afirmam que derrubaram um helicóptero militar que se dirigia à base aérea do governo, que há semanas está cercada por insurgentes, inclusive combatentes do grupo fundamentalista Jabhat al-Nusra (Frente para a vitória).

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Em comunicado, representantes de 14 facções palestinas que têm sede em Damasco pediram um cessar-fogo imediato e uma suspensão das operações militares para permitir a entrada de equipes médicas e de alimentos em Yarmouk. Eles pediram que os franco-atiradores deixem Yarmouk "para não serem responsáveis pela contínua fuga de moradores" do local.

Cerca de metade dos 150 mil moradores de Yarmouk fugiram do campo, que na prática é mais um bairro da capital síria, desde que começaram os combates entre palestinos a favor e contra Assad. Uma parte dos palestinos, principalmente os mais jovens e muçulmanos sunitas, se juntaram aos insurgentes sírios que tentam derrubar Assad desde março de 2011; uma outra parte, formada por combatentes da Frente Popular para a Libertação da Palestina - Comando Geral (FPLP-CG), grupo aliado à família Assad, defende o governo. Muitos palestinos que fugiram de Yarmouk cruzaram a fronteira para o Líbano, onde já vivem 450 mil refugiados palestinos e mais de 120 mil refugiados sírios. Outros buscaram escolas e escritórios da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, pela sigla em inglês) em Damasco e outras cidades da Síria.

Dezenas de civis foram mortos em Yarmouk desde que a luta chegou ao campo. Khaled Abdul Majid, representante das facções palestinas que se enfrentam, afirma que os grupos "estão trabalhando para acabar com esses confrontos". Um porta-voz da UNRWA, Sami Mishasha, afirmou que o exército sírio continua a bloquear as entradas do campo, embora moradores possam entrar e sair com relativa facilidade, inclusive para retirar pertences. Todos os escritórios da UNRWA em Yarmouk estão fechados, afirmou.

Yarmouk é o maior dos nove campos de refugiados palestinos na Síria, onde vivem 500 mil refugiados palestinos e descendentes. Criado em 1957 fora de Damasco, hoje o campo fica a apenas oito quilômetros do centro da capital. Várias gerações de palestinos, das quais pelo menos as duas mais jovens, nasceram na Síria e vivem em Yarmouk.

As informações são da Associated Press.

A oposição política tolerada na Síria rechaçou nesta segunda-feira uma oferta feita ontem pelo presidente Bashar Assad para entrar em negociações e encontrar uma solução pacífica para a guerra civil que já deixou mais de 60 mil mortos, quase 500 mil refugiados e arrasou o país. O Comitê de Coordenação Nacional para uma Mudança Democrática na Síria rechaçou qualquer negociação, mesmo que o primeiro-ministro sírio, Wael al-Halaqui, tenha dito que o gabinete se reunirá em breve para montar um plano que estabeleça um mecanismo de um plano de paz.

"Nós não faremos parte de qualquer diálogo nacional enquanto a violência não for interrompida", disse o chefe do Comitê, Hassan Abdel Azim, em Damasco. Hassan pediu que antes de qualquer diálogo o governo liberte os prisioneiros políticos, como gesto de boa vontade, permita o envio de alimentos e ajuda humanitária às cidades mais deflagradas e publique um comunicado sobre o destino dos sírios desaparecidos. "Qualquer negociação" - ressaltou Hassan - "precisa ocorrer sob a égide da Liga Árabe e do enviado especial das Nações Unidas, Lakhdar Brahimi".

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"Assad deveria ter feito essas propostas logo após os protestos começarem em abril ou maio de 2011. Ao invés disso ele optou pela força", afirmou Raja al-Nasser, outro integrante da oposição tolerada em Damasco, à agência France Presse (AFP).

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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