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Facções palestinas que lutam contra e a favor do presidente da Síria, Bashar Assad, fizeram nesta terça-feira um apelo por um cessar-fogo no campo de refugiados de Yarmouk, que fica na periferia de Damasco. Os combates ocorrem em Yarmouk desde o ano passado, mas nesta terça-feira deixaram pelo menos cinco pessoas mortas. O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, sediado em Londres mas que conta com redes de ativistas locais, disse que das cinco pessoas mortas hoje, quatro foram atingidas por um morteiro disparado na avenida Yarmouk, enquanto uma quinta foi abatida por um franco-atirador.

Em Taftanaz, na província nortista de Idlib, insurgentes sírios afirmam que derrubaram um helicóptero militar que se dirigia à base aérea do governo, que há semanas está cercada por insurgentes, inclusive combatentes do grupo fundamentalista Jabhat al-Nusra (Frente para a vitória).

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Em comunicado, representantes de 14 facções palestinas que têm sede em Damasco pediram um cessar-fogo imediato e uma suspensão das operações militares para permitir a entrada de equipes médicas e de alimentos em Yarmouk. Eles pediram que os franco-atiradores deixem Yarmouk "para não serem responsáveis pela contínua fuga de moradores" do local.

Cerca de metade dos 150 mil moradores de Yarmouk fugiram do campo, que na prática é mais um bairro da capital síria, desde que começaram os combates entre palestinos a favor e contra Assad. Uma parte dos palestinos, principalmente os mais jovens e muçulmanos sunitas, se juntaram aos insurgentes sírios que tentam derrubar Assad desde março de 2011; uma outra parte, formada por combatentes da Frente Popular para a Libertação da Palestina - Comando Geral (FPLP-CG), grupo aliado à família Assad, defende o governo. Muitos palestinos que fugiram de Yarmouk cruzaram a fronteira para o Líbano, onde já vivem 450 mil refugiados palestinos e mais de 120 mil refugiados sírios. Outros buscaram escolas e escritórios da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, pela sigla em inglês) em Damasco e outras cidades da Síria.

Dezenas de civis foram mortos em Yarmouk desde que a luta chegou ao campo. Khaled Abdul Majid, representante das facções palestinas que se enfrentam, afirma que os grupos "estão trabalhando para acabar com esses confrontos". Um porta-voz da UNRWA, Sami Mishasha, afirmou que o exército sírio continua a bloquear as entradas do campo, embora moradores possam entrar e sair com relativa facilidade, inclusive para retirar pertences. Todos os escritórios da UNRWA em Yarmouk estão fechados, afirmou.

Yarmouk é o maior dos nove campos de refugiados palestinos na Síria, onde vivem 500 mil refugiados palestinos e descendentes. Criado em 1957 fora de Damasco, hoje o campo fica a apenas oito quilômetros do centro da capital. Várias gerações de palestinos, das quais pelo menos as duas mais jovens, nasceram na Síria e vivem em Yarmouk.

As informações são da Associated Press.

A explosão de um carro-bomba nesta segunda-feira em um ataque suicida deixou pelo menos 50 mortos na província de Hama, na região central da Síria, informaram ativistas do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede em Londres. O atentado, ocorrido no vilarejo de Ziyara, tinha como alvo um posto de segurança do Exército sírio, de acordo com a TV estatal local. Um outro carro-bomba que tinha como alvo forças do governo explodiu em Damasco, matando mais 11 pessoas, confirmou a televisão estatal Sana. Também ocorreram confrontos nesta segunda-feira entre rebeldes sírios de facções diferentes pelo controle de um posto na fronteira com a Turquia, o que evidenciou mais uma vez a falta de união dos insurgentes que tentam derrubar o governo do presidente Bashar Assad.

Também nesta segunda-feira, prosseguiram as reuniões do Conselho Nacional da Síria (CNS) no Catar. Na semana passada, o governo dos Estados Unidos declarou que o CNS é "ineficaz" e precisa ser ampliado para ter uma participação efetiva nos eventos que ocorrem atualmente na Síria. Formado em grande parte por professores universitários e políticos exilados, o CNS funciona em grande parte na Turquia e no Catar. "O CNS está vivendo uma luta existencial no momento" disse o analista político Salman Shaihkh, no Catar. O CNS se reunirá novamente na terça-feira, quando deve votar a proposta de Riad Seif, um dissidente sírio que apoia o plano dos Estados Unidos para o CNS. Segundo esse plano, o CNS manterá apenas 15 das 50 cadeiras que detém atualmente e o restante será distribuído a dissidentes sírios que lutam contra Assad dentro da Síria.

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Ativistas também relataram nesta segunda-feira a ocorrência de pesadas batalhas entre rebeldes oposicionistas e forças do governo apoiadas por combatentes palestinos na capital síria, Damasco. Segundo Rami Abdul Rahman, presidente do Observatório Sírio, as lutas estão concentradas no bairro de Tadamon, na região sul da cidade, e nas cercanias do campo de refugiados palestinos de Yarmouk.

O ativista damasceno Abu al-Shami afirmou que os palestinos estão divididos na guerra civil síria. Enquanto uma parte, chefiada por Ahmed Jibril, da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) apoia Bashar Assad, outra parte aderiu aos insurgentes. Combates pesados entre grupos palestinos contra e a favor de Assad ocorreram nesta segunda-feira perto de Yarmouk, reportaram ativistas. O Observatório não tem informações sobre quantas pessoas foram vitimadas nesses combates, mas na noite de domingo morteiros foram disparados contra Yarmouk, matando oito pessoas.

A FPLP, que controla parcialmente Yarmouk, disse que o campo de refugiados foi atacado no domingo por "gangues de terroristas".

Segundo a Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA, pela sigla em inglês) cerca de 486 mil refugiados palestinos e descendentes vivem na Síria em doze campos de refugiados. Na Síria, ao contrário de certos países árabes, os palestinos tinham acesso aos serviços sociais, escolas e geralmente recebiam um tratamento digno antes do começo da guerra civil. Os dados da UNRWA são de janeiro de 2012.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

A mídia estatal da Síria moveu um violento ataque contra o líder do grupo palestino Hamas, Khaled Meshal, ao qual acusou de trair o presidente sírio Bashar Assad, ser ingrato e ignorar seu protetor em um momento difícil. Em editorial levado ao ar na noite da segunda-feira, a televisão estatal síria disse que Meshal, que retirou o quartel-general do Hamas de Damasco após mais de uma década na cidade, abandonou o movimento da resistência palestina contra Israel e os Estados Unidos. O editorial mostrou o grau de inimizade que existe atualmente entre o governo sírio e o Hamas, antes aliados comprometidos.

"Lembre-se quando você era um refugiado que vivia a bordo de aviões. Damasco lhe deu abrigo. Ninguém queria apertar a sua mão, como se você fosse um cão raivoso", disse o editorial, lembrando o ano de 1999, quando Meshal, que tem cidadania jordaniana, teve que fugir de Amã acusado de "atividades ilícitas" e buscou refúgio na Síria. Nenhum país quis dar abrigo a Meshal, com exceção da Síria.

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No mês passado, Meshal fechou o escritório do Hamas em Damasco e agora passa a maior parte do tempo no Catar, país que é inimigo jurado de Assad e fornece armas e dinheiro aos insurgentes sírios.

Quando a revolta popular contra Assad estourou em março de 2011, os 500 mil palestinos que vivem na Síria como refugiados primeiro tentaram se manter à margem do conflito civil. Mas nos últimos meses, jovens palestinos tem começado a protestar e alguns até se juntaram aos rebeldes sírios que tentam derrubar Assad.

Nesta terça-feira, ativistas reportaram confrontos entre tropas do governo e insurgentes perto do campo de refugiados palestinos de Yarmouk, nos subúrbios de Damasco, bem como nos bairros de Qadam e Assaly. O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, grupo opositor sediado em Londres, disse que pelo menos cinco pessoas foram mortas e várias ficaram feridas quando tropas do governo atiraram contra o campo de refugiados palestinos de Naziheen, perto da cidade de Deraa, no sul da Síria.

As informações são da Associated Press.

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