Tópicos | Aleppo

O aeroporto internacional de Aleppo, no norte da Síria, foi fechado nesta segunda-feira (28) após um ataque de Israel, informou a imprensa estatal síria.

Desde o início da guerra civil na Síria em 2011, Israel executou centenas de ataques aéreos em território sírio contra as forças apoiadas pelo Irã e contra o Hezbollah xiita libanês, ambos aliados de Damasco e inimigos do Estado hebreu. Também atacou posições do exército sírio.

"Às 4h30 (22h30 de Brasília, domingo), o inimigo israelense executou uma agressão aérea a partir de Latakia, no Mediterrâneo ocidental, contra o Aeroporto Internacional de Aleppo", a segunda maior cidade da Síria, informou a agência oficial de notícias SANA, que citou uma fonte militar.

O ataque provocou "danos materiais na pista, o que deixou o aeroporto fora de operação", acrescentou a agência.

Um funcionário do ministério sírio dos Transportes, Sleiman Khalil, disse à AFP que "as equipes técnicas farão os reparos ainda hoje para que o aeroporto volte a operar o mais rápido possível". Os voos previstos para Aleppo foram desviados para a capital, Damasco, e Latakia, no oeste do país.

De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede no Reino Unido, os ataques de segunda-feira atingiram o aeroporto de Aleppo e depósitos de armas na base militar de Nayrab.

Procurado pela AFP, um porta-voz militar israelense se recusou a fazer comentários.

Israel, país vizinho da Síria, raramente comenta os ataques neste país, mas alega que seu objetivo é impedir que o Irã e seus aliados reforcem as posições perto de seu território.

Dezesseis pessoas morreram, e quatro foram resgatadas, neste domingo (22), no desabamento de um prédio em Aleppo, a segunda maior cidade da Síria — disseram autoridades e a imprensa local.

A tragédia aconteceu às três da manhã (22h no horário de Brasília), enquanto os moradores deste prédio de cinco andares dormiam. De acordo com a agência oficial de notícias Sana, o desabamento foi causado por "infiltrações de água".

Sete famílias moravam no prédio, conforme o Ministério do Interior. Segundo moradores, cerca de 35 pessoas viviam ali.

Socorristas e bombeiros continuam as buscas pelos desaparecidos entre os escombros, neste bairro de maioria curda.

A agência de notícias curda Anha divulgou, por sua vez, um balanço provisório de 12 mortos, incluindo cinco crianças. Em seu primeiro informe, a agência Sana havia mencionado um menor morto.

O desabamento de prédios residenciais é frequente em Aleppo, por causa das construções ilegais e malfeitas, assim como das rachaduras deixadas pelos combates nesta cidade durante a guerra da Síria.

A cidade de Aleppo está nas mãos do governo, que a recuperou dos rebeldes. A segurança no bairro de Sheikh Maqsud é, no entanto, fornecida pelas forças curdas.

Um voo civil com ministros sírios e jornalistas a bordo pousou nesta quarta-feira (19) no aeroporto de Aleppo, procedente de Damasco, o primeiro em oito anos de conflito.

O voo aconteceu alguns dias após a reconquista pelas forças governamentais dos setores ao redor de Aleppo, garantindo a segurança da segunda maior cidade do país após a expulsão de jihadistas e rebeldes que lançaram foguetes na grande metrópole do norte.

A reabertura do aeroporto de Aleppo, assim como a recente conquista da autoestrada M5 que liga a cidade à capital Damasco, representam uma vitória simbólica e econômica para o governo de Bashar al Assad.

Os ministros dos Transportes e do Turismo viajaram no Airbus A320 da empresa nacional Syrian Air, que decolou da capital com um grupo de jornalistas convidados pelo ministério da Informação.

Após um voo de 40 minutos, o avião pousou às 11h22 (6h22 de Brasília) em Aleppo, onde autoridades e funcionários se reuniram em um ambiente festivo para receber passageiros.

“É uma vitória significativa realizada graças aos sacrifícios heroicos do exército sírio e à determinação do povo sírio”, afirmou o ministro dos Transportes, Ali Hamud, citado pela agência oficial Sana.

O aeroporto de Aleppo suspendeu todos os voos comerciais em 2012, quando grupos rebeldes assumiram o controle desse setor da cidade.

Capital da província de mesmo nome, Aleppo foi completamente reconquistada no final de 2016 pelo regime de Bashar al Assad.

Os primeiros testes de voo foram realizados em 2017.

A reconquista da região de Aleppo ocorre no âmbito de uma ofensiva lançada em dezembro, com o apoio da Rússia, contra a última grande fortaleza jihadista e rebelde no noroeste da Síria, região de Idlib e arredores.

Os jihadistas do grupo Hayat Tahrir al Sham (HTS, ex-braço sírio da Al-Qaeda) ainda dominam mais da metade da província de Idlib e setores dos arredores de Aleppo, Hama e Lataquia.

Segundo a ONU, desde dezembro mais de 900.000 pessoas fugiram da violência. Desde o início da guerra, em março de 2011, mais de 380.000 pessoas morreram no país.

Onze pessoas morreram neste domingo na Síria em um bombardeio com foguetes contra a cidade de Aleppo, controlada pelo regime de Bashar al-Assad, anunciou a agência de notícias oficial Sana.

A segunda maior cidade da Síria fica perto do reduto jihadista de Idlib, província dominada pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS, antigo braço da Al-Qaeda).

##RECOMENDA##

Desde que o regime a recuperou, em 2016, Aleppo é alvo de ataques esporádicos jihadistas ou rebeldes.

Segundo a Sana, 11 pessoas foram mortas por foguetes de "grupos terroristas", terminologia habitual do regime para se referir tanto aos jihadistas quanto aos rebeldes. Onze civis ficaram feridos.

A agência acusou grupos rebeldes apoiados pela Turquia de estarem por trás do bombardeio, enquanto o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) apontou para grupos jihadistas, incluindo o HTS.

Os trens voltaram a circular em Aleppo nesta quarta-feira, pela primeira vez em quatro anos, um mês após o Exército sírio retomar toda a cidade, constatou um fotógrafo da AFP.

A medida em que avançava a primeira composição, homens, mulheres e crianças observavam pelas janelas os bairros devastados que as forças do regime retomaram dos rebeldes em dezembro passado.

Os trens não circulavam em Aleppo desde o verão de 2012, quando os rebeldes invadiram a cidade, que ficou dividida entre as forças do regime, no norte e em parte de oeste, e os insurgentes, no leste. O primeiro trem seguiu da estação de Jibreen, no subúrbio leste da cidade, até a estação estação Bagdá de Aleppo, passando pela antiga linha de frente do conflito.

Na parte leste da cidade, repleta de escombros produzidos por anos de guerra, as pessoas se reuniram na margem da ferrovia para ver o trem passar. A composição carregava fotos do presidente Bashar al Assad em seus diversos vagões, constatou o fotógrafo da AFP. Devido ao conflito sírio, o serviço ferroviário permanece suspenso entre Aleppo e outras cidades importantes.

Aleppo, no passado a capital econômica da Síria, foi devastada durante a guerra que há seis anos atinge o país e já causou a morte de 310 mil pessoas, além de milhões de deslocados.

Aproximadamente 400 ativistas pela paz saíram da periferia de Berlim, em direção à destruída cidade síria de Aleppo, na noite de segunda-feira (26), em solidariedade à população, vítima da guerra que ocorre há mais de cinco anos neste país do Oriente Médio.

A "marcha civil por Aleppo", foi proposta por Anna Alboth, jornalista polonesa residente em Berlim. A intenção do ato consiste em exercer pressão política para ajudar civis que são vítimas do conflito existente na Síria.

Para percorrer os 3.000 quilômetros que separam as duas cidades, será necessário caminhar por três meses e meio. Os participantes pretendem fazer de 15 a 20 km de deslocamento diário, movendo-se no sentido inverso ao do itinerário dos imigrantes que chegam à Europa, passando por Turquia, Grécia, e pela "rota dos Bálcãs".

Anna, 30 anos, afirma que "o objetivo dessa marcha é que os civis sírios tenham acesso à ajuda humanitária", relatou esta blogueira, que pretende atrair para a sua causa um público mais amplo.

Ainda assim, Alboth não acredita que a marcha consiga chegar até a cidade síria, retomada pelo governo na última semana, declarou à imprensa. Ela acredita que possam ser impedidos de completar o trajeto ainda em território turco.

No dia 20 de dezembro, a idealizadora da marcha publicou em seu Facebook: "se pudéssemos mudar as coisas com uma multidão de europeus e ocidentais marchando até Aleppo, vocês viriam comigo?". A ideia teve aceitação positiva, e então, a iniciativa se concretizou.

Desde 2012 dividida em um setor sob controle do regime sírio de Bashar al Assad (oeste) e outro sob domínio dos rebeldes (leste), a antiga capital econômica e a segunda maior cidade do país foi reconquistada pelo exército sírio, com apoio da Rússia e do Irã.

O regime sírio retomou nesta quinta-feira (22) o controle total de Aleppo, a segunda cidade do país, conquistando a sua maior vitória frente aos rebeldes desde o início da guerra, em 2011. As informações são da Agência France-Presse (AFP).

"Graças ao sangue dos nossos mártires e aos sacrifícios das nossas valorosas forças armadas, assim como das forças auxiliares e aliadas (...), o Estado-Maior das Forças Armadas anuncia o retorno da segurança a Aleppo, após sua libertação do terrorismo e dos terroristas e da saída daqueles que ali permaneciam", informou o Exército sírio em comunicado.

##RECOMENDA##

"Esta vitória representa uma guinada estratégica (...) na guerra contra o terrorismo (...), reforça a capacidade do Exército e de seus aliados de vencer a batalha contra grupos terroristas e estabelece as bases de uma nova fase para tirar o terrorismo de todo o território da República Árabe Síria", diz a nota.

O anúncio foi feito depois da saída do último comboio de rebeldes e civis do leste de Aleppo, ex-reduto rebelde da metrópole, que caiu após um mês de uma violenta campanha de bombardeios aéreos e terrestres.

Ao perder seu bastião (trincheira), transformado em ruínas após os violentos bombardeios, os rebeldes sofreram o pior revés desde o início da guerra.

A menina síria Bana al Abed, conhecida por seus tuítes sobre o inferno diário de Aleppo, foi evacuada junto com sua família durante o cessar-fogo decretado na cidade síria, indicaram várias ONGs nesta segunda-feira.

Bana, de sete anos, "foi evacuada nesta manhã de Aleppo junto com sua família", indicou no Twitter a ONG islâmica turca IHH, e publicou uma foto que mostra a menina, com um gorro, junto a um de seus funcionários. "Fazia parte do primeiro grupo que foi evacuado nesta manhã e agora se encontra na região de Rashidin", uma zona campestre de Aleppo, disse à AFP um porta-voz do IHH.

Ahmad Tarakji, chefe da ONG médica síria American Medical Society (SAMS), também anunciou no Twitter, com uma foto, a evacuação da menina e sua chegada "com muitas outras crianças" ao campo de Aleppo.

A agência de notícias turca Anatolia exibiu pouco depois uma breve entrevista com Bana Al-Abed após sua evacuação, na qual ela aparece com um casaco e um toca para se proteger do frio do inverno. "Em Aleppo, há bombardeios em todas as partes. Saímos das ruínas porque nossa casa foi bombardeada", declarou timidamente em árabe, antes de se voltar para a sua mãe.

O ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, anunciou que a menina e sua família seriam acolhidos na Turquia, segundo Anatolia. Desde setembro, Bana Al Abed (@AlabedBana) tuitava junto a sua mãe sobre a vida sob as bombas no leste de Aleppo, cercado pelo regime sírio. Sua conta é seguida por mais de 323.000 pessoas.

Em um de seus últimos tuítes, no domingo, havia implorado ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e ao seu ministro das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, que garantissem que o cessar-fogo apadrinhado por Turquia e Rússia funcionasse para que os habitantes dos bairros rebeldes fossem evacuados. "Estamos tão cansados", escreveu.

Cavusoglu respondeu no Twitter, afirmando que "as dificuldades em terra não nos dissuadirão". "Deve estar certa de que fazemos todo o necessário para te tirar dali, você e milhares de outros, para um lugar seguro".

A evacuação que deveria ter acontecido neste domingo (18)na cidade de Aleppo (Síria) e nas localidades xiitas de Fua e Kafraya foi adiada até nova ordem, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). As informações são da AFP.

O diretor do Observatório, Rami Abdel Rahman, indicou que a suspensão se deveu a um ataque de homens armados a 20 ônibus enviados para a evacuação das localidades xiitas. Yasser al-Yussef, do grupo rebelde Nurredin al-Zinki, confirmou à AFP o "adiamento momentâneo" da operação, assinalando que o incidente não terá impacto na retomada da mesma.

##RECOMENDA##

Yasser al-Youssef, do grupo rebelde Nurredin al-Zinki, confirmou à AFP o "adiamento momentâneo" da operação, assinalando que o incidente não terá impacto na retomada da mesma.

Neste domingo, 20 ônibus que deveriam entrar em Fua e Kafraya, localizadas na península de Idlib, controlada pelos rebeldes, foram atacados e incendiados por homens armados. O motorista de um dos veículos morreu no ataque, segundo o OSDH.

Segundo a mesma fonte, o acordo entre os beligerantes determinava que as evacuações acontecessem de forma sincronizada, primeiro em Fua e Kafraya e, depois, em Aleppo.

Segundo a ONU, na antiga capital econômica da Síria restam 40 mil civis e entre 1,5 mil e 5 mil combatentes e suas famílias.

Milhares de civis e rebeldes enfrentam a fome e o frio, enquanto aguardam a retomada das operações de retirada dos últimos redutos controlados pelos insurgentes em Aleppo, na Síria. Um deputado da oposição afirmou hoje (17) que um novo acordo para a evacuação havia sido negociado, mas as autoridades do regime sírio não confirmaram a informação.

Pelo menos 40 mil civis e entre 1.500 e 5 mil combatentes com suas famílias continuam cercados no ponto rebelde da segunda maior cidade síria, de acordo com o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura.

##RECOMENDA##

No bairro de Al-Amiriyah, controlado em parte pelos insurgentes, e de onde começa o périplo da população a ser evacuada, milhares de pessoas, entre elas crianças, passaram a noite de sexta-feira para sábado em meio às ruínas dos imóveis. Durante a madrugada, a temperatura no local atingiu 6 graus negativos.

Os moradores estão sem água potável e alimentos e muitos deles sobrevivem comendo tâmaras. Segundo um correspondente da agência Agência France Presse, muitos moradores queimaram seus pertences para evitar que sejam tomados pelas forças do regime de Bashar Al-Assad.

Regime acusa rebeldes

Na sexta-feira, o exército sírio suspendeu a retirada acusando os rebeldes de não "respeitarem as condições do acordo". Uma fonte militar afirmou que os insurgentes tinham "aberto fogo e mostrado disposição de sacar suas armas e fazer moradores como reféns".

Um comboio com cerca de 800 pessoas evacuadas teve que dar meia-volta pelas milícias xiitas pró-regime.

De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (Osdh), desde quinta-feira, cerca de 8.500 pessoas, sendo 3 mil combatentes, foram retiradas dos territórios controlados pelos rebeldes no oeste de Aleppo.

O diretor da ONG, Rami Abdel Rahmane, indicou outro motivo pela suspensão da operação. Segundo ele, a decisão se deve a um bloqueio por parte dos rebeldes para a retirada de feridos dos vilarejos xiitas Foua e Kafraya na província de Idleb, cercados pelos insurgentes.

"A evacuação deverá ser retomada em Aleppo ao mesmo tempo em que forem retirados de Foua e Kafraya cerca de 4 mil pessoas, entre elas feridos, seus familiares, civis e órfãos", disse Rahmane.

O acordo foi confirmado por um dos responsáveis pelo grupo islâmico Ahrar al-Cham, encarregado das negociações. "Nós estamos trabalhando para uma retomada das operações. Haverá retiradas em Foua e Kafraya, assim como em Madaya e Zabadani. Todos os moradores de Aleppo e os combatentes poderão partir", garantiu Al-Farouk Abou Bakr.

Da Rádio França Internacional

"Foi uma catástrofe. Rezei a primeira pregação do dia, era a última em Aleppo, e comecei a chorar", conta Mohamad. Em Kahn Al Assal, em meio ao ruído incessante das ambulâncias, milhares de evacuados da cidade síria perambulam desesperados, sem saber o que fazer. "Não sei o que vou fazer, o único em que penso é encontrar meus familiares", relata este professor universitário.

Desde o início das evacuações, mais de oito mil pessoas, a maioria civis, mas também rebeldes, deixaram o último reduto rebelde, transportadas em ônibus superlotados e ambulâncias para Khan al Assal, uma região em território rebelde a apenas 5 km de Aleppo.

"Deixei a minha pátria, vi Aleppo pela última vez", lamenta o professor, que tem apenas uma jaqueta e um lenço para se proteger do frio rigoroso de dezembro.

"Resta muita gente em Aleppo que espera que alguém venha salvar sua alma", se desespera, depois de o regime ter suspendido a evacuação nesta sexta-feira, devido a "violações (do cessar-fogo) por parte de homens armados (...) que quiseram sair com reféns", segundo uma fonte militar síria.

Enquanto isso, em Khan al Assal, os homens vão e vêm, envoltos em jaquetas de cores escuras, levando nas costas pesadas mochilas. Alguns não conseguem conter as lágrimas.

Um menino, que parece emergir de uma jaqueta azul que cobre seu corpo até seus joelhos, trouxe com ele seus canários, que cantam dentro de uma gaiola. Outro, retirado em uma maca, com a mão vendada e o rosto esquelético, desaparece debaixo de uma montanha de cobertores coloridos.

Os moradores dos bairros do leste de Aleppo sofriam desde julho terríveis penúrias alimentares pelo assédio imposto pelo regime.

'Voltaremos'

Para os evacuados, o calvário acaba de começar. Alguns tentarão se hospedar na casa de parentes, instalados em território rebelde na província de Aleppo, na vizinha Idleb, último reduto dos insurgentes. Outros encontrarão refúgio em centros de acolhida ou campos de refugiados. Os feridos, por sua vez, serão transferidos a hospitais da região ou para a Turquia.

Khan al Assal só é uma escala no caminho; sacolas e bagagens são descarregados de um veículo e carregadas em outros micro-ônibus.

Graças à internet e aos walkie-talkies, os diferentes hospitais da região e os serviços de emergência mantêm uma base de dados unificada para "mandar o doente imediatamente ao hospital que tiver uma mesa de cirurgia disponível", explicou à AFP Ahmad al Dbus, chefe de uma unidade de médicos e voluntários que coordenam a evacuação.

Os combatentes, por sua vez, são acolhidos por suas respectivas facções, que vão recolhê-los. "Deixamos nossa terra", diz Abu Ahmed Salah, de barba branca e vestindo uniforme militar, levando a arma cruzada no peito. "Todo mundo nos abandonou", lamenta. "Se não nos unirmos, nos encontraremos em uma situação pior que a dos palestinos. Iremos de uma casa para outra, de um país para outro", advertiu. "Mas se nos unirmos, voltaremos a Aleppo", promete.

Quarenta mil civis continuam presos em território rebelde na antiga capital econômica da Síria, segundo o emissário da ONU para o país, Staffan de Mistura, junto com entre 1.500 e 5.000 combatentes e seus familiares. O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) estima que já foram evacuadas 8.500 pessoas, entre as quais 3.000 combatentes. "Esperávamos que terminasse o assédio", admite Abu Mohamad. Com um pé amputado nos combates, ele desembarca do micro-ônibus apoiado em muletas. "Se Deus quiser, voltaremos a Aleppo".

A operação de retirar milhares de civis e rebeldes do último reduto da oposição na cidade de Aleppo, na Síria, finalmente entrou em andamento nesta quinta-feira depois que ela foi interrompida por tiros em um comboio civil que matou uma pessoa e feriu outras quatro. No início da semana, as autoridades sírias deram a chance de rebeldes deixarem a cidade sem serem presos ou mortos.

O primeiro comboio de 20 ônibus e 13 ambulâncias carregando civis e feridos deixou o território controlado pela oposição na zona rural a oeste de Aleppo na tarde desta quinta-feira, disseram rebeldes e ativistas contra o governo.

##RECOMENDA##

Uma foto aérea publicada pela oposição de Aleppo mostrou uma longa linha de ônibus verdes, os mesmos ônibus que foram usados para transportar civis e rebeldes de muitas áreas em outras partes do país retomadas pelo regime sírio nos últimos meses. Uma linha mais curta de ambulâncias da Cruz Vermelha vagou ao longo de uma estrada coberta de pedregulhos.

Outros comboios civis eram esperados para esta quinta-feira. Ao todo, dezenas de milhares de civis e centenas de combatentes rebeldes serão transferidos pela operação. O ministro de Relações Exteriores da Turquia disse que era prematuro discutir quanto tempo demorariam as retiradas.

Ainda não está claro quem estava por trás do tiroteio que impediu a primeira tentativa do comboio de deixar Aleppo no início da quinta-feira, mas autoridades turcas responsabilizaram as milícias xiitas apoiadas pelo Irã pelo tiroteio. As equipes de resgate e rebeldes disseram que os franco-atiradores do regime sírio eram os responsáveis. A mídia estatal síria não comentou.

Fonte: Dow Jones Newswires.

Ativistas sírios afirmam que forças do governo de Bashar Assad atiraram em ambulâncias que tentavam deixar Aleppo, ferindo ao menos três pessoas.

Segundo o Observatório Sírio para Direitos Humanos, as ambulâncias ainda estavam em território da oposição quando foram atacadas por homens que portavam armas de calibre baixo.

##RECOMENDA##

Já o diretor do hospital local e ativista da oposição, Hamza Khatib, nenhuma ambulância conseguiu deixar o leste de Aleppo ainda.

A Defesa Civil da Síria afirmou nas mídias sociais que dois de seus membros foram feridos por forças do governo quando tentavam deixar a região em ambulâncias.

O grupo ativista afirma que eles estavam retirando civis feridos e rebeldes como parte do acordo para retornar o controle ao governo. Fonte: Associated Press.

O Exército da Síria afirmou que retomou o controle de 98% do leste de Aleppo, deixando apenas um pequeno enclave sob o controle de rebeldes, além da presença de muitos civis.

O comunicado do exército, divulgado nesta segunda-feira (12), disse que as forças pró-governo tomaram o controle de al-Fardous, um dos maiores bairros do leste de Aleppo, que esteve sob controle dos rebeldes desde 2012.

##RECOMENDA##

Rami Abdurrahman, chefe do Observatório Sírio de Direitos Humanos, baseado no Reino Unido e parte da oposição, afirmou que os combates seguem no bairro.

As tropas da síria apoiadas pelos ataques aéreos da Rússia e por milícias de toda a região lançaram uma ofensiva em larga escala no leste de Aleppo no começo deste mês e estão prestes a retirar os rebeldes da cidade. Se isso ocorrer, será a maior vitória do presidente sírio, Bashar Al-Assad, nos seis anos de guerra civil. Fonte: Associated Press.

As forças do governo da Síria conseguiram reconquistar um importante distrito de Aleppo, que era controlado por rebeldes, anunciaram nesta segunda-feira (28) a emissora de televisão oficial do governo sírio e organização de monitoramento Observatório Sírio dos Direitos Humanos. Segundo as duas fontes, o distrito de Sakhour, localizado na parte oriental da segunda maior cidade síria e que representa um grande avanço na retomada do município, agora voltou a estar sob o domínio do Exército do país árabe.

As ofensivas das forças sírias com seus aliados em Aleppo, dominada por grupos rebeldes e terroristas contrários ao regime do ditador Bashar al-Assad nos últimos quatro anos, tiveram início em setembro deste ano. Desde então, centenas de famílias que moravam na cidade já deixaram o local ou perderam suas casas nos bombardeios aéreos.

##RECOMENDA##

Forças rebeldes e organizações contra o governo afirmam que os bombardeios também podem ser russos, já que o país é aliado da Síria. No entanto, a Rússia afirma que só realiza ataques com bombas em outras regiões do país e não em Aleppo

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, condenou nesse domingo (20) “o intenso ataque aéreo relatado nos últimos dias que mataram muitos civis sírios, incluindo crianças, e deixou o leste de Aleppo sem hospitais em operação.”

Ele também condenou “os bombardeios indiscriminados que foram lançados em áreas da província de Aleppo e nas partes ocidentais da cidade, incluindo ataques às escolas, que deixaram muitas crianças mortas.”

##RECOMENDA##

“O secretário-geral lembra a todas as partes do conflito que atacar civis e infraestruturas civis é um crime de guerra,” disse o seu porta-voz. “Ele pede a todos os lados que interrompam imediatamente os ataques.”

“Os responsáveis por estas e outras atrocidades na Síria devem ser responsabilizados por seus atos,” disse.

O secretário-geral também pediu a todas as partes que garantam a liberdade de movimentação dos civis e da ajuda humanitária. Cento e dez pessoas foram mortas nas últimas horas devido a ataques aéreos no norte da Síria na cidade de Aleppo.

A SkyNews Arabia TV, citando ativistas, disse que 90 civis foram mortos pelos ataques aéreos da Rússia e Síria em áreas controladas por rebeldes no leste de Aleppo. Outros 20 civis foram declarados mortos durante conflitos que tiveram como alvo a cidade de Batabo, na zona rural de Aleppo.

O jornalista da televisão oficial iraniana Mohsen Khazaie morreu neste sábado (12) em um ataque com morteiro na cidade síria de Aleppo - informou a emissora.

Segundo a rede IRIB, Khazaie foi morto na tarde de hoje no bairro de Minyane, na periferia oeste da cidade, retomada dos rebeldes nesse mesmo dia pelo Exército sírio.

O jornalista e seu cinegrafista, que ficou ferido, foram alvo de um "ataque de morteiro dos terroristas".

Os grupos rebeldes, que controlam bairros do leste de Aleppo sitiados pelo governo, lançaram em 28 de outubro passado uma ofensiva para afrouxar o cerco e conseguiram retomar o controle de vários setores na periferia oeste da cidade dividida.

O Irã apoia o governo de Bashar al-Assad, financeira e militarmente, em especial com o envio de assessores militares e de voluntários.

Os combates foram retomados na cidade síria de Aleppo neste domingo após o fim de um cessar-fogo humanitário de três dias que se encerrou sem qualquer entrega de ajuda planejada ou saída de pessoal médico.

A Rússia implementou o cessar-fogo, chamado de "pausa humanitária", junto com as forças armadas sírias leais ao presidente Bashar al-Assad para permitir a entrada de ajuda humanitária na cidade. Moscou pregou que o cessar-fogo seria uma abertura para que residentes e rebeldes deixassem as vizinhanças controladas pela oposição, mas nenhuma ajuda chegou e facções rebeldes rejeitaram os chamados para que eles saíssem, insistindo no combate.

##RECOMENDA##

O porta-voz do Escritório de Coordenação para Assuntos Humanitários da Organização das Nações Unidas (ONU), Jens Laerke, afirmou que a assistência humanitária não poderia ser promovida por falta de condições de segurança. O Ministério da Defesa da Rússia não respondeu a pedidos para que comentasse sobre o tema.

Em fotos e vídeos publicados online, residentes da parte leste de Aleppo foram vistos usando a pausa para ir às ruas protestar contra o regime sírio e declarar que não deixariam suas casas.

Quando um pequeno número de civis tentou cruzar para a parte da cidade controlada pelo regime de Assad na terça-feira, pessoas foram feridas por um atirador das forças do governo, segundo informaram residentes e equipes médicas. Logo após o fim do cessar-fogo, na noite de sábado, os bombardeios recomeçaram, apoiados por milícias xiitas estrangeiras.

O regime de Assad tem entregue panfletos e mandado mensagens de texto aos residentes do lado oriental de Alepo pedindo que eles abandonem os rebeldes e voltem para os domínios do governo. Enquanto isso, facções rebeldes dizem estar se preparando para uma ofensiva para permitir a entrada de comida e combustível na região. Fonte: Associated Press.

A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou que as evacuações planejadas em Aleppo, na Síria, ainda não começaram pela falta de segurança dos lados do conflito.

O porta-voz da organização, Jens Laerke, não quis especificar quem era responsável pela falha do plano nesta sexta-feira. As evacuações foram anunciadas um dia antes, com grandes expectativas da ONU.

##RECOMENDA##

Laerke apenas apontou uma "situação estrondosamente difícil." Ele falou com repórteres em Genebra. Segundo o porta-voz, as evacuações não puderam começar "porque as condições necessárias não estavam postas para garantir a segurança do movimento das pessoas".

Na quinta-feira, Jan Egeland da ONU havia afirmado que a organização recebeu "a luz verde" para as evacuações civis do governo da Síria, da oposição armada e da Rússia, que anunciou uma pausa nos combates em Aleppo. Fonte: Associated Press.

Os exércitos da Rússia e da Síria suspenderam os ataques aéreos em Aleppo na Síria nesta terça-feira (18) para permitir a entrada de ajuda humanitária na cidade, informou o ministro de Defesa russo Sergei Shoigu.

Em comunicado, ele disse que os ataques foram suspendidos na terça-feira de manhã e que os corredores humanitários devem ser restaurados para permitir que militantes saiam da cidade. Shoigu disse que o exército sírio irá manter distância de estradas usadas por pessoas que estão fugindo, para não impedir sua movimentação.

##RECOMENDA##

"O imediato cessar de ataques aéreos é necessário para a introdução de uma pausa humanitária", disse o ministro.

A União Europeia (UE) tem pressionado a Rússia para parar com os ataques aéreos em Aleppo e Buxelas pretende impor sanções contra o presidente da Síria, Bashar al-Assad.

Na segunda-feira, a Rússia declarou que a suspensão dos ataques teria duração de oito horas.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando