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O exército do regime sírio e as forças curdas protagonizavam nesta quarta-feira (16) violentos combates contra os rebeldes pró-Turquia na região norte da Síria, onde as forças turcas iniciaram uma ofensiva contra uma milícia curda.

Para conter o avanço das tropas turcas, as forças curdas, abandonadas por Washington, pediram ao exército de Bashar Al-Assad que entrassem em alguns setores do norte do país, sobretudo em Manbij e Ain Isa, a 30 km da fronteira.

Desde o início da ofensiva há uma semana, o exército turco e seus reforços sírios - ex-combatentes rebeldes que já lutaram pela queda do regime - assumiram o controle de uma faixa de território de 120 km na fronteira.

Nesta quarta-feira foram registrados confrontos violentos ao nordeste de Ain Isa entre o exército sírio e as forças curdas e os rebeldes pró-Turquia, afirmou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

O regime e as Forças Democráticas Sírias (FDS), dominadas pelas forças curdas, combatem "juntas", afirmou à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.

Os combates acontecem perto da estratégica rodovia M4, em áreas que separam os territórios sob controle das forças curdas das zonas ocupadas recentemente pelos reforços sírios de Ancara, indicou o OSDH.

Na terça-feira, dois soldados do regime sírio morreram perto de Ain Isa, atingidos por disparos de artilharia dos rebeldes pró-Turquia.

A Rússia, grande aliada do regime de Assad, afirmou que não permitira combates entre os exércitos turco e sírio.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusado de ter abandonado os curdos, anunciou que seu vice-presidente, Mike Pence, e o secretário de Estado, Mike Pompeo, viajarão à Turquia para negociar um "cessar-fogo". O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, descartou a possibilidade.

Ao mesmo tempo, o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, afirmou que os campos controlados pelos curdos no nordeste da Síria, onde muitos jihadistas estão detidos, não estão ameaçados atualmente pela ofensiva turca.

Ele também afirmou que vai conversar com as autoridades iraquianas sobre a criação de um "dispositivo" internacional que permita julgar os extremistas do grupo Estado Islâmico, incluindo os franceses.

O governo de Bashar al-Assad voltou a atacar vários setores da província de Idlib (noroeste da Síria), nesta segunda-feira (3), matando seis civis, ignorando um pedido do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para encerrar o "bombardeio infernal" do exército sírio e seus aliados contra este reduto jihadista.

A Rússia, que apoia militarmente Assad, afirmou que seus militares mobilizados na Síria atacavam "terroristas" em Idlib, província em grande parte controlada pelo Hayat Tahrir al Sham (HTS, um antigo braço sírio da Al Qaeda).

Desde o fim de abril, o governo sírio e a Força Aérea russa bombardearam setores jihadistas em Idlib, e outros sob controle do HTS nas províncias vizinhas de Hama, Aleppo e Latakia.

Apesar de Damasco não ter mencionado uma ofensiva concreta contra HTS, continua a bombardear e combater no terreno. Hoje, o governo Assad tem controle sobre cerca de 60% do território nacional.

Em um mês, cerca de 300 civis foram mortos nos bombardeios sírios e russos nesta província e em zonas limítrofes, de acordo com o OSDH.

Nos ataques da força aérea síria nesta segunda na província, quatro dos seis civis foram mortos na localidade de Maaret al-Noomane, submetida a intensos bombardeios nos últimos dias, afirmou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Moradores fugiam em meio à destruição, enquanto equipes de resgate transportavam feridos, ou retiravam sobreviventes, relata o correspondente da AFP.

- "Armas proibidas" -

O Kremlin justificou os bombardeios, acusando os extremistas de terem atacado zonas pró-governo.

"Os bombardeios dos terroristas procedentes de Idlib são inaceitáveis e foram tomadas medidas para neutralizar essas posições de artilharia", declarou Moscou em um comunicado.

Na véspera, Trump pediu o fim dos ataques.

"Ouvimos que Rússia, Síria e, em menor medida, o Irã estão bombardeando intensamente a província síria de Idlib e matando indiscriminadamente muitos civis inocentes. O mundo está vendo essa carnificina", tuitou Trump.

"Qual é o propósito? O que vão conseguir? Parem!", acrescentou, antes de partir para uma visita de Estado à Grã-Bretanha.

Em um mês, cerca de 300 civis foram mortos nos bombardeios sírios e russos nesta província e em zonas limítrofes, de acordo com o OSDH. Segundo a ONU, pelo menos 23 hospitais e várias escolas foram atingidos, e mais de 270 mil pessoas tiveram de deixar suas casas.

A ONG Human Rights Watch (HRW) acusou Damasco e Moscou de usarem "armas proibidas internacionalmente", citando "bombas de fragmentação, armas incendiárias", mas também "barris explosivos", geralmente lançados de helicópteros sobre "setores habitados por civis".

"Síria e Rússia usam um coquetel de armas proibidas internacionalmente contra uma população civil encurralada", denunciou a diretora interina para Oriente Médio da HRW, Lama Fakih.

- Desabrigados abandonam Al Hol -

A escalada da violência na província de Idlib, na fronteira com a Turquia, é a pior desde que Moscou e Ancara, que apoia grupos rebeldes, anunciaram em setembro de 2018 um acordo sobre uma "zona desmilitarizada" para separar territórios jihadistas e insurgentes das áreas governamentais próximas.

Este acordo, que buscava evitar uma ofensiva em massa de Damasco, foi aplicado parcialmente após a recusa dos jihadistas em abandonar a região.

Nesta segunda-feira, cerca de 800 mulheres e crianças sírias abandonavam o campo de desalojados de Al Hol (nordeste), regressando a seus lares, na primeira operação deste tipo realizada pelas autoridades semiautônomas curdas, segundo um correspondente da AFP.

O jornalista viu 17 ônibus lotados com mulheres e crianças abandonando o campo que recebe principalmente familiares de jihadistas do grupo Estado Islâmico. Serão levados para as regiões de Raqa e Tabqa (norte), onde vivem parentes, segundo as autoridades curdas.

Além disso, entregaram nesta segunda cinco órfãos de famílias noruegas vinculadas ao EI a uma delegação do país nórdico. "Cinco órfãos de famílias vinculadas ao grupo terrorista Daesh (acrônimo em árabe de EI) foram entregues a uma delegação do ministério das Relações Exteriores da Noruega" na cidade síria de Ain Issa (norte), destacaram.

Neste contexto complexo de guerra, nas últimas 24 horas, o Exército israelense bombardeou várias posições das forças leais a Assad, matando 15 combatentes em uma escalada das operações militares de Israel contra o país vizinho em guerra.

Pelo menos 60 pessoas morreram neste sábado (2) em bombardeios e combates entre as tropas governamentais sírias e o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) na província central de Hama, informou a organização não governamental (ONG) Observatório Sírio de Direitos Humanos.

No total, 21 soldados das fileiras governamentais e seus aliados morreram, enquanto 38 membros do Estado Islâmico também morreram, segundo a ONG.

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Os combates se intensificaram após a explosão de três carros-bomba do EI em um contra-ataque ao Exército sírio, que fez uma ofensiva contra os jihadistas na região nos últimos dias.

O Estado Islâmico conseguiu reconquistar dois povoados, além do setor ocidental da localidade de Oqairabat, considerado um reduto na área e que foi tomado horas antes pelos soldados governamentais, com o apoio das forças russas e outros aliados sírios e estrangeiros.

Nos últimos dez dias de ofensiva na região morreram 40 civis, entre eles sete menores e sete mulheres, e 100 ficaram feridos pelos intensos bombardeios aéreos e o lançamento de mísseis, de acordo com a mesma fonte.

As forças do governo da Síria conseguiram reconquistar um importante distrito de Aleppo, que era controlado por rebeldes, anunciaram nesta segunda-feira (28) a emissora de televisão oficial do governo sírio e organização de monitoramento Observatório Sírio dos Direitos Humanos. Segundo as duas fontes, o distrito de Sakhour, localizado na parte oriental da segunda maior cidade síria e que representa um grande avanço na retomada do município, agora voltou a estar sob o domínio do Exército do país árabe.

As ofensivas das forças sírias com seus aliados em Aleppo, dominada por grupos rebeldes e terroristas contrários ao regime do ditador Bashar al-Assad nos últimos quatro anos, tiveram início em setembro deste ano. Desde então, centenas de famílias que moravam na cidade já deixaram o local ou perderam suas casas nos bombardeios aéreos.

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Forças rebeldes e organizações contra o governo afirmam que os bombardeios também podem ser russos, já que o país é aliado da Síria. No entanto, a Rússia afirma que só realiza ataques com bombas em outras regiões do país e não em Aleppo

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