Tópicos | regime automotivo

O presidente Michel Temer não cumpriu a promessa de lançar em fevereiro a nova política industrial para o setor automobilístico, batizada de Rota 2030 e não tem um novo prazo para tirar do papel o plano. Nos bastidores, técnicos do governo e executivos das montadoras admitem que o programa precisará ser "enxugado" para superar as resistências da área econômica.

A promessa do Rota 2030 para este mês foi feita pelo presidente a representantes do setor que estiveram com ele em novembro do ano passado. O ministro da Indústria, Marcos Jorge de Lima, também disse, no dia 20 deste mês, que o anúncio do novo programa seria ainda em fevereiro.

##RECOMENDA##

A afirmação do ministro se deu durante apresentação das obras de expansão do complexo industrial da Chevrolet, em São Caetano do Sul (SP). No mesmo evento, na presença do ministro, o presidente da General Motors para o Mercosul, Carlos Zalenga, reclamou da lentidão do governo federal para anunciar o Rota 2030. "É fundamental que tenhamos fundamentos para continuar a crescer e investir", disse Zalenga. O executivo afirmou que para a montadora seguir investindo precisa ter condição de saber como será o futuro.

O Rota 2030 foi formulado para substituir o Inovar Auto, um programa de incentivos fiscais para montadoras que se encerrou no dia 31 de dezembro passado. Ele deveria ter sido lançado até o final de 2017, mas o prazo não foi cumprido por um impasse entre os ministérios da Fazenda e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic). A divisão entre as duas pastas será arbitrada pelo Palácio do Planalto. No momento, o programa está em análise técnica na Casa Civil.

Burocracia

Num cenário de restrição nas contas públicas, o Rota 2030 empacou na burocracia porque envolve descontos tributários de R$ 1,5 bilhão para gastos com pesquisa e desenvolvimento tecnológico das montadoras. Na avaliação de alas do governo, é uma concessão elevada demais diante da falta de dinheiro para outros programas federais. Executivos do setor admitem que esse pacote de benefícios terá de ser reduzido ou adiado para que o Rota 2030 saia do impasse. Ainda assim, as discussões têm sido difíceis.

Em defesa do Rota 2030, os executivos das montadoras alegam que os países que têm indústria automobilística têm políticas de estímulo ao setor. A indústria cobra uma definição para poder se planejar.

A indefinição é um problema maior para as montadoras "premium", que investiram pesadamente no Brasil amparadas pela proteção tarifária contra importados estabelecida pelo Inovar Auto. Essa prática, porém, foi condenada pela Organização Mundial do Comércio (OMC). O Rota 2030 não tem nada semelhante.

O orçamento federal para 2018 não prevê nenhum centavo de incentivo para as montadoras. Quando o Rota 2030 "subiu" para ser decidido no Planalto, a proposta do Mdic já previa que o desconto nos impostos só ocorreria a partir de 2021. A pasta quer dar um desconto de 1 a 2 pontos porcentuais no IPI para as montadoras que, na média, cumpram as metas de segurança veicular, etiquetagem, eficiência energética e gastos mínimos em pesquisa e desenvolvimento.

A proposta da Fazenda é um pouco diferente: prevê que a tabela do IPI volte para os níveis pré-Inovar Auto, com um acréscimo de dois pontos porcentuais. O aumento não será cobrado daquelas montadoras que aderirem a um conjunto de metas que é parecido com o da proposta do MDIC: segurança veicular, etiquetagem e eficiência energética.

Na prática, esse adicional não será cobrado de imediato, pois se acredita que todas as montadoras pedirão para entrar no programa. A partir de 2021, as montadoras que não cumprirem as metas passarão a pagar a alíquota mais alta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo estendeu por mais dois meses a habilitação provisória das empresas que aderiram ao Inovar-Auto, o novo regime automotivo do País, que concede benefícios tributários às montadoras e que está em vigor desde janeiro. O prazo da habilitação provisória terminaria em 31 de março e agora vai até 31 de maio. A decisão veio por meio de decreto publicado em edição extra do Diário Oficial da União, com data de 28 de março.

A prorrogação é necessária para que as montadoras possam continuar usufruindo dos benefícios tributários previstos no regime, já que o governo ainda regulamentou o programa. O governo precisa definir nessa regulamentação, por exemplo, regras de medição de eficiência energética e de compras locais de autopeças.

##RECOMENDA##

O Inovar-Auto traz um conjunto de exigências para as montadoras. Elas precisam adquirir um volume maior de peças, componentes e sistemas nacionais em vez de importá-los. Também devem aumentar a eficiência energética dos automóveis e investir em pesquisa, desenvolvimento e engenharia local. Se cumprirem esses requisitos, os fabricantes podem evitar o pagamento de 30 pontos porcentuais adicionais de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Por causa da demora na regulamentação do novo regime automotivo que está em vigor desde janeiro, o governo vai estender por mais dois meses a habilitação provisória das empresas que aderiram ao Inovar-Auto. O prazo terminaria em 31 de março.

A prorrogação é necessária para que as montadoras possam continuar usufruindo dos benefícios tributários previstos no regime, já que o governo ainda não publicou o decreto que definirá, por exemplo, regras de medição de eficiência energética e de compras locais de autopeças.

##RECOMENDA##

Representantes da Associação Nacional do Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estiveram reunidos na segunda-feira com a secretária de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Heloísa Menezes, para cobrar a publicação do decreto. O vice-presidente da Anfavea, Luiz Moan, disse que recebeu a garantia de que a regulamentação estará pronta até o fim do mês.

O governo deu a habilitação provisória às empresas sem exigir nenhuma auditoria nos números apresentados sobre comprovações das exigências mínimas de compras locais, investimentos em pesquisa e desenvolvimento, processos industriais locais e eficiência energética.

"Esse decreto vai fixar regras operacionais fundamentais para as nossas empresas. Sem isso, não sabemos como contabilizar o valor do crédito tributário, e contabilizar investimentos em pesquisa e desenvolvimento e engenharia", disse Moan. O governo deve permitir também que investimentos em carros elétricos sejam considerados para a meta de eficiência energética. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Nissan do Brasil Automóveis é a primeira montadora a ser habilitada no novo regime automotivo do governo brasileiro, o Inovar-Auto. Segundo portaria interministerial, dos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e da Ciência, Tecnologia e Inovação, a Nissan foi habilitada como "novo entrante".

A habilitação, segundo nota divulgada pelo MDIC, está vinculada a construção de uma planta industrial no Rio de Janeiro, com capacidade de produção de 160 mil veículos. O projeto de investimento completo deverá ser apresentado ao MDIC até 1º de fevereiro de 2013, segundo estabelece a portaria.

##RECOMENDA##

Com a habilitação da empresa ao novo regime, a Nissan passa a usufruir dos benefícios definidos no Inovar-Auto, como o crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para parte dos veículos apresentados no projeto de investimento e ganha ainda o direito a uma cota mensal de importação de 6.666 unidades, válida até 31 de março de 2013.

O MDIC esclarece que, com relação à cota para importação, 50% das unidades (3.333) não terão o ônus do IPI e sobre os outros 50% a empresa pagará todos os tributos e acumulará crédito presumido do IPI, que somente poderá ser utilizado a partir da produção e comercialização dos veículos objeto do projeto de investimento. A previsão é de que, a partir de 2014, a Nissan passe a produzir os veículos que atualmente são importados em fábrica a ser construída no Rio de Janeiro.

Nesta quinta-feira (18), o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, já havia adiantado que a Nissan seria a primeira a ser habilitada ao novo regime. Ele também disse que entre oito e nove indústrias já se inscreveram para obter os benefícios do Inovar-Auto.

Após o governo federal anunciar as regras do novo regime para a indústria automotiva do País, em Brasília, o presidente da JAC Motors no Brasil, Sérgio Habib, foi a Salvador, na Bahia, divulgar, na tarde desta quinta-feira, o cronograma de construção da fábrica da montadora em Camaçari, na região metropolitana.

Segundo o empresário, a terraplenagem deve ser iniciada em duas semanas. O lançamento da pedra fundamental da unidade está previsto para 28 de novembro; a conclusão da construção da fábrica deve ocorrer entre maio e junho de 2014; e a produção do primeiro automóvel, entre outubro e novembro do mesmo ano.

##RECOMENDA##

"A Ford demorou 26 meses entre o início da construção da fábrica em Camaçari e a fabricação do primeiro automóvel. Estamos projetando nosso investimento em 24 meses porque, enquanto o governo elaborava o novo decreto, nós continuamos trabalhando", diz Habib.

De acordo com ele, apesar de o primeiro cronograma apresentado pela montadora ter sido suspenso pouco depois de seu anúncio, em agosto do ano passado, por causa do aumento do IPI para veículos importados decidido um mês depois, alguns trabalhos prosseguiram. "Tínhamos confiança que a legislação ia ser ajustada para casos como o nosso", afirma o empresário.

Ele avalia que a fábrica seria inviável caso não fosse adotada a nova regulamentação para o setor. "Uma fábrica, para começar a produzir no Brasil, precisa de algumas condições, como um índice de nacionalização menor, no início, e condições para importação de carros em volume razoável, para se montar uma rede de distribuição - sem a qual não se dá vazão aos veículos montados pela fábrica", afirma. "O novo decreto viabiliza completamente a operação da JAC no Brasil."

A fábrica da empresa em Camaçari foi orçada em R$ 900 milhões e projetada para ter capacidade de produzir 100 mil veículos por ano em regime de dois turnos - ou 140 mil carros anuais, em três turnos. O primeiro modelo a ser fabricado será um compacto feito exclusivamente para o mercado nacional. "Nossos engenheiros no Brasil e na China estão desenvolvendo o modelo", diz Habib.

De acordo com ele, o design do carro será totalmente novo - não vai compartilhar nenhuma peça com outros modelos da JAC em produção -, terá motor flex e opções de motorização a partir de 1.0. "O veículo incorpora o que a legislação determina para 2017", diz o empresário. A projeção da empresa é que o preço do modelo de entrada do veículo fique abaixo dos R$ 35 mil.

Vendas

Com a nova legislação para o setor, Habib também espera que, no ano que vem, as vendas da JAC no País voltem a registrar patamares semelhantes aos observados antes do aumento do IPI para importados - cerca de 3 mil unidades mensais. Para ajudar a marca a retomar o ritmo, a empresa também anunciou a chegada ao mercado nacional, em novembro, do compacto J2.

Após o reajuste na alíquota do IPI, de acordo com o empresário, o volume de vendas da JAC no País caiu para cerca de 1,8 mil unidades por mês, mesmo com a empresa adotando a política de não repassar o aumento para o preço dos carros. "Nós optamos por cortar todas as verbas de publicidade no período, o que acabou afetando (o resultado)", conta Habib.

Decreto publicado no Diário Oficial da União (DOU) regulamenta o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores, o Inovar-Auto. O novo regime automotivo, anunciado em abril deste ano, junto com as medidas de estímulo à indústria nacional, define critérios e exigências para que as montadoras possam ter a redução na tributação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Em abril, o governo promoveu um aumento de 30 pontos no IPI para os veículos que serão vendidos no País entre 2013 e 2017, mas as montadoras que se enquadrarem nas regras do novo programa poderão reduzir essa tributação.

O decreto, que foi publicado em edição extra do DOU que circula nesta quinta-feira, diz que o Inovar-Auto "tem como objetivo apoiar o desenvolvimento tecnológico, a inovação, a segurança, a proteção do meio ambiente, a eficiência energética e a qualidade dos veículos e autopeças". Ele será aplicado até 31 de dezembro de 2017 e poderão se habilitar ao novo regime, por exemplo, as empresas que produzam no País os produtos que menciona; que não produzam, mas comercializem os produtos; que tenham projeto de investimento aprovado para instalação no País ou, no caso de empresas já instaladas, de novas plantas ou projetos industriais para produção de novos modelos dos produtos mencionados.

##RECOMENDA##

Para se habilitar ao Inovar-Auto, as empresas deverão fazer a solicitação ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), desde que atenda a todos os requisitos previstos, como regularidade em relação aos tributos federais, compromisso da empresa de atingir níveis mínimos de eficiência energética em relação aos produtos comercializados no País; realizar no País atividades fabris; investir em pesquisa e desenvolvimento. O governo inclui ainda no decreto, conforme antecipou nesta quarta-feira (3) a Agência Estado, incentivos fiscais para as montadoras que aumentarem a segurança dos automóveis no País.

O governo irá anunciar na próxima semana as regras do novo regime automotivo do País, segundo disse nesta sexta-feira o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. De acordo com ele, um decreto com as novas regras já está pronto e depende apenas da sanção da Medida Provisória 563, que cria o novo regime, que deve ocorrer até a próxima terça-feira (18).

O ministro revelou que o decreto deve exigir um aumento na eficiência energética dos novos veículos e que o governo deverá atender o setor de veículos importados. Esses veículos pagam desde abril uma alíquota de IPI entre 45% e 55%, o que corresponde a 30 pontos porcentuais acima do que era praticado até então.

##RECOMENDA##

Segundo Pimentel, será criada uma cota para importados com IPI menor. Essa cota, segundo ele, respeitará um limite de valor, mas Pimentel não especificou qual o limite nem quanto caberá a cada companhia. Esse ponto ainda não está fechado, concluiu o ministro.

Após elevar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os automóveis que não cumprissem 65% de conteúdo nacional, o governo resolveu abandonar a fórmula e não exigirá mais um índice mínimo das montadoras. Em lugar disso, o novo regime de tributos para o setor automotivo, que entrará em vigor em 2013, estabelece desconto gradual de IPI de acordo com o volume de compra de peças. Ou seja: quanto mais insumos a montadora adquirir no Brasil, maior será seu desconto de IPI, limitado a 30 pontos porcentuais, justamente o aumento do imposto do ano passado.

"Esse é um regime que recompensa o esforço da empresa, quanto maior o esforço maior o desconto", explicou a secretária de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Heloisa Meneses. "Não temos mais fórmula, não tem mais meta de conteúdo local."

##RECOMENDA##

A exigência não faz mais sentido, segundo o governo, porque as montadoras nacionais se valem de gastos com "mão-de-obra, propaganda e relações públicas" para cumprir o índice. O governo sabia da manobra quando elevou o IPI no ano passado, porque foi alertado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos (Sindipeças). Na ocasião, porém, o objetivo era reduzir as importações de veículos imediatamente.

De posse das planilhas de custo das montadoras, o governo vai aferir quanto foi gasto em peças e componentes nacionais. O valor será multiplicado por um fator, cujo valor ainda não foi divulgado, para obtenção do desconto no IPI. Segundo o secretário-executivo do MDIC, Alessandro Teixeira, "várias empresas que estão no mercado já cumprem, mas algumas delas vão ter que se esforçar um pouco e o esforço vai levar necessariamente ao aumento da produção local."

Inovação

Agora, o plano visa elevar o conteúdo tecnológico e investimentos em tecnologia no Brasil, por isso um índice "x" para o conteúdo nacional deixa de ser uma referência tão importante. Por exemplo: antes mesmo de pleitear um desconto no IPI, as montadoras precisam se habilitar no novo regime, que vigorará de 2013 a 2017, cumprindo taxas de investimento em pesquisa e desenvolvimento, inovação, engenharia e tecnologia industrial.

As empresas que não possuem centros de pesquisa no País poderão investir um porcentual de seu faturamento bruto no Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que o governo criou hoje por medida provisória, e assim se habilitar ao regime. Também são exigências para habilitação o cumprimento de etapas de produção do veículo no Brasil e implantação de uma etiqueta com o volume de emissões de gases. Se investirem mais do que o exigido em inovação, engenharia e tecnologia as empresas terão um desconto adicional de 2 pontos porcentuais no IPI.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando