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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira (29) que a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,7% pelo Banco Central (BC) trata-se apenas de uma projeção. De acordo com ele, a projeção do Ministério da Fazenda é de 0,9%.

Para o ministro, a despeito de a atividade econômica ter sido fraca no primeiro semestre, "julho foi positivo e agosto talvez seja também", disse o ministro. "Projeções são variáveis e o segundo semestre deste ano está melhor para a economia", explicou.

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O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton, disse nesta segunda-feira (29), que as estimativas da casa para a inflação e o crescimento da atividade não podem ser vistas como otimistas. A afirmação foi feita após questionamento de jornalistas sobre os indicadores melhores do que os apontados pelo mercado financeiro e outros agentes econômicos.

Para o diretor, a visão do BC é bastante "realista". "Para uma economia como a brasileira, se projetar uma alta de 0,7% para o PIB não é otimista. Em termos de inflação, 6,3% este ano e para o ano que vem ainda são elevadas. Não consigo identificar otimismo nisso", argumentou. Hamilton disse que a avaliação do BC é a mais isenta possível. "Gostaria de estar informando que a projeção para o PIB é de 5% e de inflação, de 4%."

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Hamilton disse, porém, que ele procura ver o déficit em conta corrente pelo lado positivo. "Isso significa que os investidores internacionais estão dispostos a complementar poupança gerada domesticamente", disse. Outro ponto ressaltado pelo diretor é o de que a economia está crescendo em ritmo baixo, de 0,7%. "É certamente abaixo do potencial, mas nessas decisões de investimento estrangeiro, principalmente IED, eles levam em conta muito mais o potencial de crescimento da economia do que o crescimento cíclico."

Alta de juros

O diretor de Política Econômica do BC afirmou que a alta dos juros não está descartada. Ele disse que, de forma explícita, o BC indicou que não baixaria os juros e que, implicitamente, apontou para o próximo passo, que seria uma estabilidade ou alta da taxa básica. "Se for necessário, o Copom vai nessa direção", disse. "O que o BC falou é que essa hipótese não está excluída. No documento, de forma implícita, e eu repeti aqui explicitamente", continuou.

 

"Se for necessário e o cenário para a inflação se justificar, certamente o Copom vai nessa direção (alta de juros)", de acordo com o diretor. "Agora, se o Copom vai tomar essa decisão em algum momento próximo, não posso antecipar."

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, salientou nesta segunda-feira, 29, que os movimentos do câmbio são considerados nas projeções da instituição. Ele afirmou que, na data de corte (5/9/2014) do Relatório Trimestral de Inflação, divulgado hoje, era esse cenário mencionado no documento que o mercado antecipava para a taxa o câmbio.

Questionado algumas vezes sobre a alta recente do dólar, Hamilton disse apenas: "temos de ver como isso vai evoluir". Ele disse que o BC não questiona o fato de que o câmbio tem repercussão na inflação, mas certamente o repasse do câmbio é bem menor hoje do que era 10, 15 anos atrás. "Houve aprendizado importante do agentes sobre o tema a respeito de como o câmbio flutuante funciona", argumentou.

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O diretor lembrou ainda que a situação hoje é diferente da vista até 1999, quando ainda imperava o regime administrado. "Então, houve aprendizado grande ao longo desde 15 anos: como pode ir para um lado e também para o outro", afirmou.

As evidências indicam que a intensidade do repasse depende do tamanho da variação do câmbio e de quão permanente essa variação é vista pelos agentes e também a posição cíclica de economia: se está em moderação, expansão acelerada ou em recessão. Admitindo que os movimentos recentes sejam voláteis, disse o diretor em menção à pergunta de um jornalista, os agentes não estão vendo isso (a elevação) como uma situação permanente.

O diretor do BC informou que a instituição tem um programa de oferta de hedge cambial, cujo desenho estará em vigor até o final deste ano. "Como coloquei há pouco, a política monetária está atenta", afirmou.

Segundo ele, está explícita na comunicação do BC o que a diretoria colegiada não considera e está implícito o que está contemplado pelo colegiado. "O programa de hedge tem funcionado bem, tem dado resultados esperados, tem ajudado os mercados a se ajustarem a esse novo cenário", argumentou. O diretor disse ainda que esse programa diário vai continuar até 31 de dezembro. "Não tenho nada a acrescentar a esse respeito."

Mesmo com os cortes nas projeções de crescimento e investimentos previstos no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta segunda-feira, 29, o Banco Central (BC) se mantém "relativamente otimista" em relação a economistas de mercado na avaliação de José Márcio Camargo, economista-chefe da Opus Gestão de Recursos e professor da PUC-RJ.

Segundo ele, no entanto, o documento não trouxe surpresas. "Veio bem dentro do esperado. Em certo sentido, até similar ao anterior", afirmou o especialista ao comentar as revisões de projeções anunciadas pela autoridade monetária. Entre outros pontos, o RTI trouxe a revisão 1,6% para 0,7% no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2014, e o corte de -2,4% para -6,5% na estimativa da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) neste ano.

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Camargo destacou que, apesar de ser um pouco mais realista que o anterior, o Banco Central deve fazer novos cortes em suas projeções sobre o desempenho da economia neste ano. "As previsões terão de ser reduzidas ainda mais no último relatório deste ano", pontuou.

O Banco Central trabalha com a perspectiva de recuo nos preços da soja e do milho, e aumento no do trigo nos mercados internacionais, segundo boxe que acompanha o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado na manhã desta segunda-feira, 29, A instituição lembra que houve um recuo nos preços das commodities de, respectivamente, 20,3%, 15% e 11,6% nos oito primeiros meses de 2014.

"Esses movimentos se deveram, em parte, a condições climáticas favoráveis em importantes regiões produtoras, especialmente nos Estados Unidos da América (EUA), não obstante tensões geopolíticas em outra (na região do Mar Negro)", trouxe o documento.

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O boxe cita também o Departamento de Agricultura Norte-americano, que prevê que as safras 2014/2015 desses grãos tendem a ser melhores do que a média dos últimos dez anos.

O Banco Central usou uma cotação para o dólar de R$ 2,35 no Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira, 27. A taxa Selic utilizada foi de 10,75% ao ano. O valor é menor do que a da última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), no qual o cenário de referência levou em consideração uma taxa de câmbio de R$ 2,40 e taxa Selic 10,50%.

Na última reunião do Copom, no entanto, a cotação do dólar era R$ 2,35. No relatório de inflação anterior, de dezembro, a cotação utilizada foi de R$ 2,35 e taxa de juros de 10%. A nova cotação de R$ 2,35, incluída hoje no relatório trimestral de inflação, tem como data de corte 14 de março. O valor é o mesmo do fechamento do dia de corte. Em 14 de março, o dólar fechou em R$ 2,3516. x

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O Banco Central está mais pessimista com o crescimento em 2013. Para o BC, o Brasil fechará o terceiro ano do governo Dilma Rousseff com alta de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Para o acumulado em quatro trimestres até o terceiro trimestre de 2014, o BC prevê uma alta do PIB de também 2,3%. A projeção do BC há três meses era de um crescimento de 2,5% ao longo deste ano. Em junho, o BC esperava um alta do PIB de 2,7%. A nova previsão aparece no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro, divulgado nesta sexta-feira, 20. No relatório de março, o BC esperava alta de 3,1% do PIB.

A estimativa do BC é menor do que a do Ministério da Fazenda, que projetou, no relatório de despesas e receitas do Orçamento de 2013 um crescimento de 2,5% do PIB. No primeiro ano do seu governo, a presidente conseguiu um crescimento de 2,7% e, no segundo, de apenas 0,9%. Para a presidente Dilma Rousseff, o crescimento do PIB deste ano deve ficar "entre 2% e 2% e pouco". A pesquisa Focus, que coleta previsões dos analistas do mercado financeiro, projeta um crescimento de 2,30% neste ano e de 2,01% em 2014.

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Inflação

O governo Dilma Rousseff vai entregar ao final de 2013 uma inflação sem melhora em relação ao ano passado, prevê o Banco Central. A projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) se manteve em 5,8% para final de 2013, no cenário de referência, revela o RTI. Em 2012, o IPCA fechou em 5,84% e em 6,50% em 2011.

Ao longo de 2013, o presidente do BC, Alexandre Tombini, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, prometeram em várias ocasiões uma inflação menor em 2013 do que em 2012. A queda da inflação este ano também foi uma promessa da presidente Dilma.

A estimativa do IPCA ao final deste ano está ainda muito distante do centro da meta de inflação estabelecida pelo próprio governo, de 4,5%. Pelas novas projeções do BC, o IPCA no último ano do governo da presidente Dilma permanecerá ainda em patamares elevados, devendo ficar em 5,6%, ligeiramente abaixo da estimativa anterior, de 5,7%. Para o IPCA acumulado em 12 meses no primeiro ano do próximo governo, em 2015, o BC projeta uma inflação de 5,4%.

2014

A inflação vai desacelerar no início do primeiro trimestre de 2014. A projeção de inflação (IPCA) para o primeiro trimestre do próximo ano caiu para 5,5% no cenário de referência. A previsão anterior era de 5,8%. Pelas projeções do BC, a inflação parte de 5,8% no quarto trimestre de 2013 e recua para 5,5% no primeiro e segundo trimestres de 2014. Segundo o BC, a inflação desloca-se para 5,7% no terceiro e para 5,6% ao final do ano que vem.

Para o primeiro trimestre de 2015, a projeção se encontra em 5,7% e depois recua para 5,4% ao final do primeiro ano do próximo governo. Nesse cenário, a probabilidade estimada de a inflação ultrapassar o limite superior do intervalo de tolerância da meta em 2014 passou de 31% para 28%. Para 2015, essa probabilidade é de 30%.

O Banco Central inovou na divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), publicado na manhã desta quinta-feira ao passar a projetar as estimativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) para o período dos quatro trimestres seguidos a contar da divulgação mais recente da taxa do PIB pelo IBGE.

Dessa forma, as expectativas da autoridade monetária para a atividade são referentes ao período de 12 meses encerrados em junho, que deve ficar em 3,3%. O porcentual é, conforme destacou o documento, 2,1 pontos porcentuais maiores do que o observado no segundo trimestre deste ano.

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Ao abrir os dados, o BC revelou que sua projeção para o crescimento da indústria é de 2% ante retração de 0,4% no intervalo de quatro trimestres terminado em junho de 2012. O RTI destacou a reversão, de -2,9% para 0,8%, no resultado da indústria de transformação no período. "Dentre outros aspectos, a indústria tende a responder às condições financeiras mais favoráveis", segundo o documento.

Para a agropecuária, o BC projeta uma alta de 4,8% em um ano até junho do ano que vem ante +1,5% verificada no período de quatro trimestres finalizado em junho de 2012. De acordo com o BC, a estimativa está em linha com o desempenho favorável da safra de café e com as perspectivas de crescimento das safras de grãos, em especial soja e milho, no primeiro semestre de 2013.

Para os serviços, a autoridade monetária projeta uma alta de 3,3% no período de quatro trimestres encerrado em junho de 2013, resultado 1,7 ponto porcentual superior ao registrado, no mesmo tipo de comparação, no segundo trimestre de 2012. "Nesse cenário, destacam-se as perspectivas de maior dinamismo nas atividades intermediação financeira, 3,2 pp; comércio, 2,8 pp; e transporte, 2,2 pp, em linha com as perspectivas de melhor desempenho dos setores primário e secundário."

O Banco Central afirmou que a chance de estouro do teto da meta de inflação em 2013 caiu de 20% para em torno de 14% no cenário de mercado, de acordo com o Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira. A chance de estouro do teto da meta neste ano subiu de 1% para 2% no cenário de mercado.

No cenário de referência, a chance de estouro do teto da meta em 2013 recuou de 18% para próximo a 13%. Para 2012, segue em 3% no cenário de referência.

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O Banco Central (BC) revisou sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2012, de 2,5% para 1,6%, segundo o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado nesta quinta-feira pela autoridade monetária. O porcentual está muito próximo da estimativa de 1,5% de expansão para o PIB deste ano feita por uma instituição financeira internacional, que foi considerada, na ocasião, "uma piada" pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

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