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A surpreendente redução de taxa de juros anunciada pelo banco central chinês na sexta-feira passada é só o início de um ciclo de relaxamento monetário no país, aposta o Deutsche Bank. "A orientação da política econômica mudou claramente para uma flexibilização de base ampla", diz o relatório da instituição financeira, divulgado há pouco. "Esperamos que esse ciclo dure ao longo de todo o ano de 2015".

Na sexta-feira, o Banco do Povo da China (PBOC) decidiu diminuir as taxas de juros de referência, algo que não ocorria desde julho de 2012. A taxa de juros de empréstimo de um ano foi reduzida em 0,4 ponto porcentual, para 5,6%. Além disso, houve um corte da taxa de juros de depósito de um ano em 0,25 ponto porcentual, para 2,75%. A autoridade monetária chinesa também deu mais flexibilidade para a taxas de depósito, ao permitir que bancos ofereçam até 1,2 vez o nível da taxa de referência, de 1,1 vez anteriormente.

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O Deutsche Bank acredita que o corte foi motivado principalmente por uma pressão fiscal acumulada ao nível do governo local, em vez de uma forte desaceleração brusca na atividade econômica. Muitos economistas acreditam que a China deve ficar aquém de sua meta de crescimento econômico anual de cerca de 7,5%.

O agressivo plano de relaxamento monetário do Japão visa a enfraquecer o iene e impulsionar as exportações do país em detrimento das de outras nações, mas pode acabar arrastando o Japão para uma crise econômica, disse Wei Jianguo, ex-vice-ministro de Comércio chinês.

Wei, agora secretário-geral da consultoria Centro Chinês para o Comércio Internacional, disse, em entrevista coletiva no Fórum de Boao, que as medidas de afrouxamento introduzidas pelo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, tinham a intenção de ferir outros países, mas acabariam, na verdade, prejudicando o Japão.

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Desde que chegou ao poder em dezembro, com promessas de impulsionar o crescimento da economia japonesa, Abe vem adotando um programa de expansão monetária e fiscal. Na quinta-feira, o Banco Central do Japão (BoJ) anunciou um plano para comprar trilhões de ienes em títulos do governo japonês e outros ativos, em uma tentativa de sustentar a recuperação econômica do país. O anúncio surpreendeu os mercados, provocando a depreciação do iene.

No entanto, Wei destacou que, mesmo com a fraqueza do iene nos últimos meses - o que deve tornar os produtos japoneses mais baratos no exterior - as exportações japonesas para a China têm caído este ano, sugerindo que a iniciativa pode não ter o resultado esperado.

O comércio sino-japonês encolheu 8,2% nos dois primeiros meses de 2013 ante igual período do ano anterior. Em janeiro e fevereiro de 2012, a redução havia sido de 3,9% ante o primeiro bimestre de 2011. As trocas entre os dois países diminuíram na esteira de uma série de disputas territoriais no ano passado, que aumentaram a tensão entre o Japão e a China. As informações são da Dow Jones.

O presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, disse nesta terça-feira que a política de relaxamento monetário do banco central dos EUA não apenas auxiliou o crescimento da economia, como também evitou que o país enfrentasse o problema da deflação.

"Com a inflação em ou abaixo de nossa meta de 2%, nossas políticas também tiveram o efeito de reduzir bastante qualquer risco de deflação", disse Bernanke em depoimento ao Comitê Bancário do Senado.

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Embora a deflação não seja um grande problema no momento, o risco fica maior quando a inflação se aproxima de zero, comentou o chefe do Fed. Segundo Bernanke, os formuladores de política querem evitar que a inflação recue muito para evitar o risco de sofrer um problema semelhante ao do Japão, com a deflação prolongada se tornando "uma barreira para o crescimento econômico e estabilidade".

Perguntado sobre o duplo mandato do Fed, Bernanke afirmou que é "muito apropriado" que o Congresso estabeleça os objetivos do Fed.

Com a inflação em nível baixo, Bernanke disse que a política acomodatícia do Fed não precisou trocar a expansão do mercado de trabalho pela inflação.

Sobre a zona do euro, o presidente do Fed comentou que o bloco europeu está em recessão, com alta do desemprego, o que afeta as exportações dos EUA para a região. Por outro lado, os choques econômicos sofridos pelo país em função da crise europeia são menores do que as dos dois últimos anos, disse Bernanke ao comitê.

Respondendo pergunta do senador democrata Jack Reed, Bernanke admitiu que os fortes cortes orçamentários implementados por vários países da Europa tiveram um impacto significativo na economia norte-americana, mas lembrou que as medidas de austeridade não são o único problema no continente. Para ele, a Europa enfrenta uma série de questões estruturais.

Sobre a reação nervosa dos mercados financeiros ao resultado indefinido das eleições gerais na Itália, concluídas ontem, Bernanke disse que os investidores estão reagindo a incertezas, e não a um resultado eleitoral específico.

Bernanke afirmou também que exposição de bancos norte-americanos às dívidas italiana e espanhola é moderada e que uma eventual moratória da Itália não teria grande impacto nos EUA. Ele reconheceu, no entanto, que provavelmente haveria turbulências no mercado com possível consequências econômicas. As informações são da Dow Jones.

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